Se eu fosse você escrita por Adri M


Capítulo 10
Não quebrarei promessas.


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui, eu aqui 0/ Nem demorei tanto dessa vez. Eu escutei um Amém. Talvez. Enfim, espero que estejam aí e que gostem do cap. Não sei se esse ficou tão comédia quanto os outros, mas prometo que o próximo vai ter uma cena bem legal. Sem mais delongas, boa leitura



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— Mãe... — disse Felicity, com a voz calma. Aproximava-se lentamente de Donna, que ainda olhava para a filha sem entender bulhufas. Quem entenderia? Sua filha estava agindo de forma indiferente a ela, e um estranho estava chamando-a de mãe. — Eu preciso que fique calma.

— Eu estou calma! — exclamou Donna, ainda mais confusa. — Eu sempre estou calma. — acrescentou em tom ríspido.

— Okay... Eu vou explicar tudo para você. Vem comigo. — Segurou a mão de Donna, e fitou os olhos dela.

—Tudo bem. — Aceitou Donna.

Algo dentro dela dizia para confiar naquele homem que a chamava de mãe. Sim, era confuso, mas Donna confiava nele. Felicity a guiou até o bar e as duas sentara-se cada uma em um banco. Os demais permaneceram afastados, observando tudo de longe. Aquele momento era apenas das duas, nada poderia atrapalha-las.

— Vamos lá. — Um riso nervoso e curto desenhou os lábios de Felicity. — Eu sei que o que vou contar parecerá algo exótico demais. E que isso não é provável. E talvez você vá cair dura no chão, mas eu tenho que lhe contar.

— Desembuche então. — murmurou Donna, prestando atenção em Felicity.

— Okay... — ela suspirou. — Eu não sou o Oliver, na verdade, esse corpo é do Oliver. Porém, quem está dentro dele sou eu, a Felicity.

— Você é a Felicity? — Donna apontou para a filha e explodiu em gargalhadas. — Desculpe, mas isso que está falando é uma grande bobagem. A Felicity é aquela garota adorável, que usa óculos e fala demais. Não, um homem grandalhão como você. — acrescentou em tom sério.

— Mas, agora a garota adorável que fala demais está presa nesse corpo, desse homem grandalhão. — Apontou para si. — Preciso que acredite em mim, mãe.

Donna fechou os olhos e começou a massagear as têmporas. Aquilo obviamente era uma grande mentira arquitetada por sua filha e por Oliver. Não havia possibilidade de aquilo ser verdade. Mas, analisando bem, todos os trejeitos do homem grandalhão eram iguais aos da garota adorável.

— Não. — Donna chacoalhou a cabeça. — Isso é uma grande mentira que você e minha filha estão inventado. Eu sei que Felicity não está feliz com a minha presença, e que quer que eu vá embora de uma vez por todas.

— Mãe! — exclamou Felicity, reprovando tudo que a mãe estava falando. — Isso é verdade. Não é mentira. Estou dizendo que o que eu falei é verdade. Eu gosto que esteja aqui e senti inveja de Thea poder conversar com você durante o dia. Eu apenas não podia falar com você, por causa dessa maldita troca de corpos.

— Por Deus, pare com isso. Com toda essa baboseira. Se Felicity quer que eu volte para Vegas, é isso que vou fazer. — marchou para fora da boate.

Felicity não podia deixar a mãe sair daquela forma. Ela notou o quanto sua mãe sentiu-se magoada. Tinha que arrumar tudo aquilo. Saiu correndo atrás de Donna e a alcançou na porta de entrada da verdant. Segurou seu ombro, mas ela continuou irredutível.

— Quando papai nos abandonou, você chorou durante 3 dias. Foram os únicos dias em que te vi tão vulnerável como agora. E, você sempre entrava no meu quarto depois que eu dormia, beijava minha bochecha e pedia para os anjos cuidarem de mim. Eu não estava dormindo, apenas com os olhos fechados. Eu só conseguia dormir depois que você saia do quarto e apagava a luz do abajur.

Donna ficou imóvel depois que Felicity terminou de falar aquilo. Era tudo verdade e apenas elas sabiam. Lembrou-se do quanto aqueles dias foram difíceis para as duas. Foi abandonada pelo homem que dizia lhe amar, e com uma filha pequena. Seu mundo inteiro foi devastado quando ele foi embora. Porém, Donna manteve-se de cabeça erguida, e não desistiu de Felicity.

Donna girou e encarou Felicity. Sentiu um nó formar-se em sua garganta. Abriu a boca para falar algo, mas não conseguia formular nenhuma palavra para tudo aquilo.

— Eu sei, é estranho, e confuso. Mas, você acaba se acostumando. — comentou Felicity.

— Isso é... Hum... É... — Não terminou de dizer a fase e caiu inconsciente nos pés da filha. Felicity soltou um grito, e se agachou. Virou o corpo de Donna de barriga para cima e checou sua pulsação. Ela ainda estava viva.

— Eu sabia que isso ia acontecer. — comentou. — Felizmente, esses músculos me servirão para uma coisa. — passou um dos braços por de baixo das costas de Donna e o outro braço sob as dobra dos joelhos, sem dificuldade ergueu o corpo da sua mãe e seguiu para dentro da boate.

— Ó meu Deus! — exclamou Thea, quando enxergou Felicity entrando na boate carregando Donna. — O que aconteceu? — Correu ajudar Felicity, deixando uma parte do balcão livre.

— Enfim, ela acreditou em toda a história. — respondeu, colocando o corpo inconsciente de Donna sobre o balcão.

— Bem que você avisou que ela cairia dura. Talvez o cheiro do vinho a faça acordar. Vou providenciar isso. — Thea saiu correndo rumo ao estoque de bebidas.

— Então ela acreditou? — indagou Oliver. Aproximando-se de Felicity. Ela olhou para ele e esboçou um pequeno sorriso.

— Sim. Mas, tive que contar algo que apenas eu e ela sabíamos. Na verdade, apenas eu sabia. — respondeu. — Eu fui muito dura com minha mãe nesses três últimos anos. Eu não liguei no aniversário dela e nem no ano novo. Eu sou uma pessoa terrível. Ela até pensou que eu estivesse inventando isso para fazê-la voltar para casa.

— Mas, agora está tudo bem. — murmurou. — Vai poder aproveitar o resto do dia com ela. — Felicity ergueu as sobrancelhas. — Estou lhe dando o resto da noite de folga.

— Isso é bom. Mas, quem vai rastrear os bandidos? — questionou.

— A cidade está calma. Acho que Diggle dá conta do recado.

— Talvez. — Thea voltou com uma garrafa de vinho. — Isso vai mesmo ajudar?

— O cheiro é forte. Talvez ajude. — Thea molhou um guardanapo com o liquido roxo e o encostou no nariz de Donna. — Talvez demore em surgir efeito. É como o vinagre. Nos filmes sempre dá certo.

Aos poucos Donna foi abrindo os olhos. Levantou-se e olhou ao redor, estava na boate e notou os olhares de Felicity, Oliver e Thea sobre ela. Lembrou-se de tudo que Felicity havia falado e quase desmaiou outra vez. Coçou a cabeça, evidentemente aquilo não era um sonho.

— Então é verdade? Você está no corpo de Oliver? — questionou. Sua cabeça fazia voltas em tudo que Felicity havia falado. Podia procurar por uma explicação, se existisse explicação é claro. — Presumo que quem está no seu corpo é o Oliver?

— Isso mesmo. — respondeu Felicity. — Eu estou no corpo de Oliver e ele no meu.

— Mas, como isso aconteceu?

— Ainda não sabemos. Acordamos invertidos e estamos procurando por uma explicação, se é que ela exista. — respondeu Felicity. — Por isso estávamos agindo como cyborgs. Não porque eu queria que fosse embora.

— Eu entendo agora. Mesmo ainda achando que isso tudo é surreal. Será que posso abraçar minha filha agora?

— É claro que sim. — Felicity abre os braços e envolve o corpo da mãe em um abraço carinhoso e caloroso. — Senti sua falta.

— Eu também, meu amor. — diz. — É estranho dizer isso com você nesse corpo forte e viril. Mas eu vou me acostumar.

— É mais difícil estra aqui. — murmura Felicity. — Você não sabe o quanto.

— Oliver. — chama Dig. — Temos que conversar. É urgente. — Oliver assente e segue Diggle. Felicity nota que algo está acontecendo, olha para Donna e sorri.

— Eu quero muito passar o resto da noite com você. — diz. — Mas, agora tenho algo para resolver. Importa-se de me esperar em casa?

— Não. Não. Claro que não. — responde Donna. — Não quero atrapalhar. Vou pegar um taxi e lhe esperar no seu apartamento.

— Obrigada mãe. Prometo resolver tudo rapidinho e voltar para casa. — afirma Felicity.

— Tudo bem. — As duas se abraçam mais uma vez e então Donna se afasta. Felicity marcha rumo ao covil. Desce as escadas e Dig e Oliver estão conversando baixinho.

— O que está acontecendo? — indaga.

— A prefeita sofreu um atentado. — responde Diggle.

— Que tipo de atentado?

— Mandaram uma bomba para o gabinete dela, quando explodiu ela não estava na sala.

— Algum suspeito?

— Nenhum. — responde Oliver.

— Como a bomba chegou ao escritório dela?

— Deixaram na portaria da prefeitura. — Felicity senta-se em frente aos computadores.

— Por volta de que horas?

— Das 16:40 da tarde. — responde Diggle.

— Okay. Acho que consigo encontrar algo. Apenas devo invadir o circuito de segurança da prefeitura e voilá! — exclama. — Só mais isso. — acrescentou, batendo os dedos na tecla do computador freneticamente.

— Deus... Eu não consigo me acostumar com isso. — cochicha Diggle. — É muito estranho ver vocês invertidos.

— Pensei que já estivesse acostumado. — comenta Oliver.

— Não. Ainda acho inecostumável... Se é, que essa palavra existe.

— Não existe. — murmurou Felicity, com os olhos fixos no computador. — E... Tenho uma imagem, vou jogar no banco de dados e usar o rastreador facial da policia.

Oliver e Diggle se puseram cada um de um lado dela, apoiando os braços na cadeira.

— Estranho... — murmurou, girando na cadeira. — Não encontrou nada. Nem um registro sobre o homem da foto. — completou, franzindo o cenho e direcionando-se novamente para os computadores. — Vou usar o banco de dados da argus, talvez consiga alguma coisa. E vai demorar alguns minutos.

— E sua mãe? — questionou Oliver.

— Tudo bem. Ela vai entender. — respondeu Felicity, sem tirar os olhos dos computadores. — Eu termino aqui e vou para casa.

— Tudo bem. — Oliver não quis insistir, realmente precisava de Felicity ali.

[...]

Pov Oliver.

Compreensão... Essa palavra fica tomando formas em minha cabeça, fazendo-me lembrar de todas as vezes que não fui compreensível com Felicity, todas às vezes que brigamos porque eu coloquei tudo a frente da minha vida e acabei a magoando. Realmente eu estava entendendo o que ela sentia quando chegava ferido no covil, ou todas as vezes que me arrisquei.

Entre todas as pessoas ao meu redor, Felicity é a que mais se preocupa comigo e zela pela minha vida. Eu vivo me arriscando, protegendo a tudo e a todos e acabo me colocando em risco, e agora eu sei quanto isso a machuca. E vejo o quanto eu sou mesquinho. Agora estou em um corpo cheio de emoções e parece que todos os meus sentimentos estão tornando-se visíveis, principalmente o que sinto por ela.

Sei que depois que voltei para Starling e me tornei o vigilante me limito a entrar de cabeça em um relacionamento. Tudo que passei, vi, vivi, e sobrevivi me tornaram o que sou hoje. Já tive relações amorosas com outras mulheres, quase voltei com Laurel. Namorei Mckenna, Helena e Sara, mas nunca estive de corpo e alma nesses relacionamentos, uma parte de mim sempre esteve presa, e me impossibilitou de viver algo grande com essas mulheres.

Com Sara foi um pouco diferente, nós éramos iguais, cheios de demônios e já havíamos passado por muita coisa. E mesmo com tudo isso em comum, nosso relacionamento não deu certo.

Mas, pela primeira vez em anos, tudo que eu desejo é ter uma vida normal, entrar de cabeça em um relacionamento, viver um amor, e sem me preocupar se vou ou não colocar a vida da pessoa em perigo. Felicity me faz querer viver, ela traz a tona tudo que sinto por ela, e a minha vivacidade. É com ela que tenho desejos de viver uma vida normal. Porém, o meu medo de perdê-la às vezes fala mais alto.

A ideia de perdê-la me corrói por dentro, não posso perdê-la, eu a amo. Felicity é a única coisa pela qual luto para manter perto de mim e ao mesmo tempo longe. Quero que ela seja feliz, mas quando a vejo com Ray sinto algo ruim em meu peito. Uma enorme vontade de rouba-la para mim. Sou um mesquinho de merda.

E agora que tudo isso está acontecendo. Essa troca de corpos que não conseguimos explicar, nos aproximou novamente, e quanto mais eu tento me manter afastado dela, mais essa situação nos aproxima, e mais eu quero estar perto dela. Não posso escutar minha razão, quando vivo um turbilhão de sentimentos em meu peito. Eles não me deixam escutar o que minha razão grita para eu fazer. Tudo está me levando a Felicity. E pela primeira vez, todas as barreiras estão desabando.

— Hey, Felicity encontrou alguma coisa. — Diggle me tira dos meus pensamentos. Eu imediatamente me aproximo dos computadores, onde o sistema da argus foi aberto e informações aparecem na tela.

— David Collins? — indago. Felicity olha para mim e assente.

— Você sabia que a nossa querida prefeita já foi casada? — Arqueio minhas sobrancelhas. — E com um ex agente da argus? Que morreu há cinco anos?

— Do que ele morreu? — pergunto.

— Uma bomba foi colocada dentro do carro, escondido em meio a tralhas no bagageiro. David foi para os ares, ou não.

— Por que ninguém morre? — questiona Diggle. — Qual é, de uma hora para outra uma pessoa que morreu há cinco anos ressurge das cinzas, eu conheço uma história igual. — ele olha para mim.

— Acha que a prefeita tentou mata-lo e agora ele quer vingança?

— Ele quase morreu por causa de uma bomba, e hoje a prefeita sofreu um atentado, uma bomba explodiu no gabinete dela. Tenho certeza que ele está atrás de vingança. — responde Felicity.

— Casal explosivo esse, hein! — ironiza John. — O que vamos fazer agora? — seu tom de voz é mais sério.

— Tem um problema. — pondera Felicity. — A prefeita vai dar um jantar beneficente na casa dela amanhã. Ele vai tentar atacar de novo, e dessa vez não é só ela que corre riscos. Vai ter crianças do orfanato lá, elas prepararão uma apresentação de teatro para os convidados. Oliver essas crianças...

— Eu sei. — Interrompo-a. — Temos que resolver esse problema.

— E o que vamos fazer? — indaga John.

— O arqueiro vai fazer uma visita para a prefeita. — digo.

— Está dizendo que vou ter que me vestir de arqueiro. Aquela roupa é apertada, é difícil ficar pulando vestido nela.

— Não, Diggle! — exclamo. — Eu vou até ela. — Felicity levanta e se aproxima com passos cautelosos e uma expressão de duvida.

— Está falando sério? — pergunta, ainda sem acreditar no que falei. Coloco a mão sobre seu ombro e fito seus olhos.

— Vou tomar cuidado. Eu prometo. — dou um beijo em sua testa. — E jamais quebrarei uma promessa feita a você.


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Notas finais do capítulo

Heey, se chegaram até aqui, não esqueçam de comentar. E fantasmas, apareçam, não custa nada, eu escrevo para vocês e quero conhecê-los. Espero mesmo que comentem. Beijooos e até o proximo.



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