Fui uma das primeiras a entrar na sala, e fui direto para minha mesa ao lado da janela. Peguei o livro que estávamos lendo em Inglês e fingi que estava muito interessante quando James chagou e sentou do meu lado.

– Dianna. – sussurrou ele. – Eu sei que está me ouvindo.

Continuei ignorando.

– O livro está de cabeça para baixo. – disse ele.

Era verdade.

– Claro! – falei. – Eu estou tentando ler as observações que o autor fez.

Esperei ter enganado ele, pois realmente haviam observações feitas pelo autor no rodapé, elas só não estavam de cabeça para baixo.

Virei o livro e passei uma página.

– Posso falar com você? – perguntou ele no momento que o professor entrou.

– Não. – falei enquanto guardava o livro. – A aula vai começar.

– Até parece que você presta atenção na aula! – disse ele.

– É claro que presto! – respondi e olhei para frente.

– Dinny, ela se jogou encima de mim! – disse ele ainda mais baixo. – Eu não beijei a Lena!

– Tudo bem. – respondi.

– Sério?! – perguntou ele sorrindo.

– Sim. – falei, com um nó na garganta.

– Me desculpa. – disse ele, percebendo que não estava tudo bem, e tentando ver meu rosto.

Eu fiquei encarando a janela até o professor passar um dever. Comecei a fazê-lo, mas não conseguia me concentrar com James tentando fazer sozinho. Ele sempre copiava de mim! Passei a chutar todas as respostas, e assim que acabei, fiquei desenhando na última folha do caderno.

Assim que a aula acabou eu juntei meus materiais e segui pelo corredor. James foi logo atrás de mim, e segurou minha mão, impedindo que eu me afastasse muito. A mão dele continuava quentinha como sempre, e eu não queria soltá-la, mas foi o que eu fiz.

Fui abrindo passagem pelas pessoas até chegar à sala de História. Apenas quando vi o James na porta me lembrei que ele tinha História junto comigo, e que hoje seria a entrega dos trabalhos. Corri até ele.

– James! – exclamei. – Hoje é a entrega do trabalho!

– Eu sei. – disse ele sorrindo. – Eu vou entregar para a professora no final da aula.

Suspirei, aliviada.

– Obrigada. – falei fria, seguindo de volta para o meu lugar no fundo da sala.

Logo o Daniel estava pedindo cola do dever de casa, e o James conversando com alguém à minha esquerda.

Ficamos copiando o resumo da matéria a aula inteira.

O sinal que anunciava o término das aulas finalmente tocou, e eu saí correndo para pegar minha bicicleta.

Ao chegar em casa, lembrei de comer o almoço que papai havia deixado pronto encima do fogão, para não parar no hospital de novo. Passei a tarde inteira comendo chocolate e ouvindo músicas tristes/sobre não precisar do amor, com o John no meu colo.

Então, para completar, tocou na minha playlist a música “The Only Exception”, do Paramore. Eu desmoronei.

Como meu computador ousava tocar essa música quando eu estava assim? Por que eu fui tão idiota de achar que um cara popular e galinha iria mudar por minha causa? Por que ele beijou outra garota e ainda ficou pedindo desculpas? Por que ele é tão lindo e tão legal comigo? Por que raios eu fui me apaixonar por esse cara, se eu já sabia que não ia dar certo?

Agora eu tinha mais uma prova para minha lista de provas inquestionáveis de que amor verdadeiro não existe.

Muito obrigada, James!, fui sarcástica mentalmente.