Espelhos escrita por AriDamascena


Capítulo 10
Oitava Camada


Notas iniciais do capítulo

GRANDES ACONTECIMENTOS NESSE CAPÍTULO!!! não, não vou dar spoiler!! vai ter que ler e descobrir o que houve HAHAHA

Ai gente, demorei um pouquinho pra postar esse capítulo, estou num trabalho novo, e nossa tá um inferninho de difícil. Se eu continuar nele, talvez os capítulos vão demorar mais para serem postados, caso contrário vou manter o ritmo de antes.

não tive tempo de revisar. ME DESCULPEM!!

PS: LEIAM AS NOTAS FINAIS PFVR



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"Cada pequeno vestígio de você me faz sentir tão feliz. Cada pequena palavra sua, de repente, mexe comigo. E eu passo os meus dias e minhas noites dizendo o seu nome. E eu passo os meus dias e minhas noites sonhando com você. Você tem um poder sobre mim que ninguém mais consegue exprimir, como um coelho saindo de uma cartola mágica. Cada pequena coisa que você faz, me faz querer fazer você." SOKO - You have power on me

* * *

Sabe o que você ganha quando tentar parar uma briga? Machucados. Devido a confusão no último jogo de quadribol, Umbridge decidiu me dar duas detenções, como se uma já não fosse o suficiente para me dar uma lição, a vaca odiosa parecia muito contente em ensinar uma lição extra a uma ‘sangue-ruim’.

Havia acabado de sair do meu segundo dia de detenção, minha mão ardendo terrivelmente e meus olhos ainda aguados graças as lágrimas que segurei durante toda a detenção. A humilhação superava qualquer dor, inclusive as causadas por penas de sangue.

“O que seus pais trouxas podem fazer quando a isso?” a voz irritante ressoava em meus ouvidos como assombrações. Senti meu corpo inteiro tremer por raiva e ressentimento, fechei os punhos com força, e com os nós dos dedos brancos, caminhei para a Torre da Grifinória. Do outro lado do retrato da mulher gorda encontrei um moreno e um ruivo me olhando com preocupação. Ainda estava irritada com Harry por suas atitudes infantis, por isso apenas lancei um olhar mal humorada em sua direção. Rony parecia atônito quanto a origem de todo meu rancor por Harry.

“Por que está tão preocupada com a doninha idiota, Mione?” disse ele no dia anterior “Aposto que Malfoy mereceu” e com um sorriso cheio de zombaria acrescentou “Eu faria o mesmo,” pausa para uma risada “talvez até pior”.

Graças a lembrança, virei meu olhar mal humorado para Rony, também. Meus punhos se apertaram ainda mais, as unhas marcando as palmas de minhas mãos com pequenos “C’s” pálidos. Girei nos calcanhares, atravessando novamente o retrato e caminhando em direção ao meu lugar preferido de Hogwarts, onde poderia relaxar sem me sentir rodeada por garotos estúpidos que somente sabem agir com violência.

Um enorme sorriso cresceu em meu rosto pela primeira vez naquele dia quando constatei que a biblioteca estava praticamente deserta. O arco de meus lábios esticou ainda mais ao ver o brilho dos cabelos loiro platinados de Draco no fim da sessão de livros especializados em Feitiços.

— Procurando algo em especial? – perguntei com a voz prestativa, mordendo o lábio inferior para conter um sorriso.

Ele virou o rosto, um pouco de choque e surpresa em seu olhar, que rapidamente se derreteu em um sorriso gentil. Nossos olhares se colidiram, me deixei acalmar no mar tempestuosos de suas orbes. Ligeiramente, senti a tensão em meus ombros diminuir.

— Já que nossas aulas de DCAT são uma piada, tenho que buscar conhecimento de algum lugar. – deu de ombros.

Draco virou o rosto, voltando a encarar os livros empoeirados a sua frente. Os raios de calor que seus olhos haviam enviado para mim me deixaram, foi como se o ar houvesse ficado frio de repente. Seria errado querer obriga-lo olhar para mim somente para ser envolvida naquele globo de calor e conforto novamente? Provavelmente, sim. A ardência em minha mão voltou a incomodar, trazendo consigo os músculos doloridos em meus ombros e o pesar da humilhação ainda em meu peito.

Puxei a manga de minha capa, encarando pela primeira vez as letras desenhadas em minhas mãos, que agora tinha uma cor esquisita, num misto de vermelho e roxo. Fiz uma careta de desagrado, deslizando a manga para baixo.

— O que houve? – o loiro me perguntou.

— Detenção com Umbridge. – respondi simplesmente – Acho que deveria fazer um curativo nisso. – acrescentei.

— Nisso? – assenti com a cabeça, mostrando a ele a situação atual de minha mão. – WOW! Que porra aconteceu com sua mão, Granger?

— Já disse: detenção com Umbridge. – expliquei novamente, revirando os olhos – Você realmente não presta atenção em nada que eu digo, né?

Com pressa, ele empurrou de volta o livro na estante, correndo em minha direção e puxando minha mão na sua. Tentei ignorar as correntes elétricas que percorreu meu corpo ao sentir seu toque.

— Ela fez isso com você? – espantei-me com o som de sua voz, estava grossa e ameaçadora, muito diferente de segundos atrás.

— Draco, esquece isso. – tentei puxar de volta minha mão, mas ele a manteve firme em suas mãos. Num suspiro pesado, acrescentei: – Ela fez o mesmo com Harry.

— Hermione, – outra corrente elétrica em minha espinha. Meu nome saindo de seus lábios era um som... Agradável. – você não deveria tê-la deixado fazer isso! Você deveria ter ameaçado contar para os seus pais ou...

— Draco! – interrompi – Meus pais são trouxas, nem sabem que diabos é uma pena de sangue. O que acha que eles poderiam ter feito?

Eu realmente não pretendia soar tão amarga quanto soei, apenas saiu. Sua mão deixou a minha cair lentamente, um brilho feroz em seus olhos. Apoiei ambas as mãos em seus ombros, olhando firmemente em seus olhos, com um sorriso calmo, murmurei:

— Está tudo bem, Draco... Ela vai pagar por isso algum dia, tenho certeza!

Estiquei meu corpo até ficar na ponta dos pés, inclinando em sua direção, apertei mais seus ombros para manter o equilíbrio e depositei um beijo casto em sua bochecha alva. O sangue correu para minhas bochechas, formigando irritantemente, mas ignorei essa sensação, me concentrando nas borboletas pegando voou dentro de meu estômago.

Estava colocando as solas de meus pés de volta no chão, quando senti o toque quente de suas grandes mãos descansar em minha cintura. O aperto suave não durou mais de um segundo, pois logo Draco puxou meu corpo para junto ao seu, inclinando-se. Seus lábios quentes e macios pressionaram contra os meus, secos, rachados. Ele tinha gosto de maçãs-verdes e chá de baunilha. Estranhamente, notei que esse era o sabor mais viciante que saboreei em toda minha vida – quanto mais provava, mais queria provar. O beijo de Draco era dominante, habilidoso e, definitivamente, quente. Sua língua experiente conduzindo a minha com maestria, meu corpo inteiro tremeu quando seus longos dedos pálidos deslizaram para dentro de meu cabelo, puxando levemente as mechas encaracoladas da nuca. Para a mortificação que sentiria mais tarde, de minha garganta escapou de um gemido rouco, que foi abafado por sua boca.

Pode ter durado minutos ou horas, seu beijo me fez sentir como se eu houvesse flutuado sem rumo por todo o Universo, dando a volta pelos planetas e passeando entre as estrelas. Quando me afastei a contragosto em busca de ar, somente podia ouvir o som das batidas de meu coração batucando nos meus ouvidos, altas e rápidas, descontroladas. Tirei minhas mãos, que ainda repousavam em seus ombros largos, e dei dois passos para trás.

Sua boca estava vermelha e inchada. Por que tudo nele tinha que ser tão atrativo? Droga!

— E-Eu... Eu... – balbuciei, minha boca presa na garganta – V-V-Você...

Desisti. Eu ainda podia sentir o gosto de sua língua na minha boca. E era tão bom. Tão fodidamente bom!

Soltei uma respiração pesada, olhando para qualquer parte da biblioteca, exceto ele. Precisava respirar. Precisava muito respirar. Com as engrenagens do meu cérebro voltando a funcionar, tirei alguns segundos para pensar sobre o que havíamos acabado de fazer.

A voz grossa de Draco me trouxe de volta a realidade. Aparentemente, no tempo que levava para voltar à Terra, ele estava discursando alguma coisa.

— Sei que fiz besteira, mas... Porra! Você estava tão perto e... Argh! Eu queria fazer isso. Me desculpe, mas eu realmente queria. – ele passou a mão pelos cabelos, gesto que fazia quando estava nervoso – Você não tem ideia do quanto tive que me conter nos últimos dias para não atravessar o Grande Salão e te beijar! Você por acaso tem ideia do efeito que tem sobre mim? – meus se arregalaram ainda mais quando ele deu um passo em minha direção, seu hálito quente batendo em meu rosto – Tem sido uma luta, porém você é a primeira amiga que eu tenho na vida e, droga! Eu não quero arruinar isso... – ele repousou as mãos nos meus braços, acariciando levemente. Sua testa franzida em preocupação, uma tempestade em seus olhos – Juro, vou aprender a controlar esse desejo, se for preciso para manter sua amizade.

Pode ter sido impulso do momento. Pode ter sido os hormônios. Pode ter sido seu hálito de maçãs-verdes intoxicando meu cérebro. Ou pode ter sido alguma coisa mais profunda, como o sentimento selvagem que crescia cada dia mais dentro de mim. Seja o que for, tudo o que eu queria e fiz naquele momento, foi voltar a beijar Draco Malfoy, mais selvagem e feroz do que qualquer outro beijo que dei em alguém.

— ... Isso foi totalmente inapropriado. Sinto muito, Hermione!

Pisquei repetidamente, dispersando o devaneio. Por um momento considerei tornar minha fantasia em realidade, seria simplesmente somente dar alguns passos em direção a ele e beijá-lo novamente, dizer que não era inapropriado coisa alguma, pois era exatamente isso que mais quis fazer nas últimas semanas.

Porém, eu não fiz. Em fantasias tudo dá certo, mas essa era a realidade onde Draco acabara de dizer que era inapropriado. E ele estava correto! Sabia disso, concordava com isso. Agora só teria que convencer a pequena parte de mim que insistia em remar contra a corrente, gritando para ignorar a sensatez e agir por impulso, de que esse era o melhor a se fazer.

Hermione, quando foi que você se tornou essa versão patética de Lilá Brown?

— Sim. Quer dizer... Está tudo bem. – tentei sorrir de volta, mas um flash de minha fantasia brilhou em minha mente, fazendo a curva de meus lábios seguirem para baixo.

Ele ia pedir desculpas novamente, acenei com a cabeça, fazendo-o se parar. Tudo o que eu precisava agora era ignorar esse acontecimento desastroso e seguir em frente, como se nada houvesse acontecido.

Desajeitado, Draco enfiou as mãos nos bolsos. Permanecemos em silêncio constrangedor durante alguns longos minutos até que fizemos um acordo silencioso de não tocar no assunto.

— Venha. – limpou a garganta – Vou fazer um curativo na sua mão.

Separadamente, há uma distância de quinze passos, por aí, nós caminhamos para a Sala Precisa. Quando entramos, era uma mistura do quarto que normalmente usávamos com a enfermaria da escola.

Habilmente, Draco fez um curativo rápido em minha mão.

— Por minha culpa você não pegou um livro de DCAT, – comecei, tentando quebrar o clima estranho que se instalou entre nós. – agora me sinto na obrigação de oferecer minha tutoria.

Analisei sua expressão facial mudar aos poucos. Ele estava fazendo um bom trabalho ignorando o que aconteceu na biblioteca. Quase tão bom quanto eu, porém não o suficiente.

— Sua tutoria? – perguntou erguendo uma das sobrancelhas, havia uma pitada de humor e zombaria em sua voz. “Típico” pensei, revirando os olhos.

— Caso você ainda não saiba, sou uma bruxa bastante habilidosa, Draco Malfoy. – levantei o queixo, dando a ele um sorriso orgulhoso.

— Eu também sou um bruxo habilidoso. – retrucou.

— Sei disso, doninha. – sorri presunçosamente – Mas eu tenho algo que você não.

— E o que seria isso?

— Ao contrário de você, eu tenho tido aulas de DCAT. Aulas de verdade, quero dizer, você sabe, onde nós aprendemos coisas.

Draco franziu a testa, obviamente confuso. Dei dois tapinhas leves para o lugar vazio na cama ao lado de mim, onde ele se sentou. Resumidamente contei a ele sobre a AD, todas as aulas incríveis que tivemos, sobre os feitiços que aprendemos, inclusive a produção do Patrono, lição de nossa última aula.

— Então você está me dizendo que esse tempo todo vocês têm tido aulas secretas e que são todos capazes de produzir um patrono? – perguntou cético.

— Exatamente! Quer ver?

Entusiasmada, não dei tempo dele responder, levantando da cama num pulo. Ironicamente, a lembrança que me veio à cabeça para produzir o patrono, foi o desastroso evento de minutos atrás biblioteca. Eu poderia ignorar na frente dele, mas a sensação de nossas línguas entrelaçadas e movendo-se juntas ainda estava longe de ir embora, isso era tudo o que se passava dentro de minha mente: eu e ele. Com as bochechas coradas, observei enquanto a lontra dançava ao redor de um Draco completamente surpreso.

— Incrível, não é? – ele assentiu sem me olhar, seus olhos ainda seguindo os movimentos de minha lontra.

— Você pode me ensinar?

Havia algo diferente em sua voz, algo que eu não conhecia identificar, mas seus olhos brilhavam cheios de animação e esperança. Acenei com a cabeça, seria impossível negar qualquer coisa a ele se continuasse me olhando daquela forma.


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Notas finais do capítulo

O beijo não veio no capítulo anterior, mas veio nesse *TCHARÃÃÃN*
Estou ansiosa para saber o que vocês acharam do capítulo! Por favor, comentem HAHAHAH

Esse mês criei uma pequena obsessão com a Pansy e andei pensando em escrever uma shortfic/oneshot sobre ela, gostaria de saber a opinião de vocês sobre isso. Seria sobre as experiências sexuais da Pans, e não pensem que vai ser putaria barata, nem nada, tá? Adoro essa personagem, na história estou querendo focar no lado dramático dela. De qualquer forma, ta aí outro motivo para comentarem HAHAH Opinem sobre, dependendo das respostas, eu posto no mês que vem!



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