POV.DRACO:

Um dia antes de voltar à Hogwarts...

– Mãe, para. Está tudo bem! - Falei mais uma vez naquela manhã para minha mãe, mas ela continuava a passar a mão por cima do meu rosto, especificamente na minha testa, afim de encontrar uma doença onde não existia. O fato é, minha própria mãe está cogitando a ideia de inventar uma doença para eu acabar não indo à Hogwarts, que maravilha não?!

– Podemos dar um jeito Draco, você sabe mais do que ninguém que ele não nos dará sossego até que você seja totalmente fiel a ele. Com isso você terá que fazer coisas por ele... -Ela falava de um jeito baixo, juro que as vezes mal dava para ouvi-la. Mas um fato na minha vida é que minha mãe está fazendo de tudo um pouco para atrasar a minha aliança com o Lorde das Trevas, que ironia. Com isso, ela tem fingindo não me tratar bem diante dos outros comensais, pelo simples motivo de eu ainda não ter dado uma resposta ao Lorde. - Você não está pronto querido... Eu tenho tanto medo que possa lhe acontecer algo. Você é a coisa mais preciosa que me resta por aqui. Até seu pai se perdeu para as trevas..- Juro que me deu vontade de lhe responder um "Mas mãe, ele sempre se manteve nas trevas por escolha própria.", mas não seria adequado falar aquilo naquela situação. Ela se aproximou um pouco mais de mim, juntando nossas testas e assim finalmente erguendo o rosto e depositando um beijo caloroso na minha testa, suspirei com tal ato. Dei um sorriso encorajador a ela e direcionei meu olhar para a porta, se ela se demorasse mais, alguém poderia aparecer e estragar seu famoso plano de me deixar doente, oh vida. - Não se esqueça, eu sou a única que deve confiar. - E finalmente saiu, me deixando sentado ali na cama, apoiei minhas mãos cabeça afim de sustenta-la.

– É Draco, e as coisas só pioram! - Sussurrei para mim mesmo e me joguei para trás, me aconchegando na cama e cruzando os braços por trás da cabeça, pensando em várias coisas que poderia acontecer esse ano e que grande ano. Minha mente estava em um turbilhão de emoções aquela noite, tanto que em fração de segundos meu pensamento mudou para lembrar do sorriso dela.. Ah, Granger. Se Blás me visse assim suspirando tenho certeza que zombaria de mim pelo resto da vida, mas é, eu estou tendo uma certa atração pela menina de cabelos revoltos e castanhos, e aquele sorriso? Meu Merlin. Me lembrei de uma coisa que havia guardado na segunda gaveta da minha cômoda, me remexi um pouco pro lado, girei a varinha em frente a fechadura e então a gaveta se abriu, mostrando o porta retrato dela, distraída na arquibancada do campo de Quadribol. Como eu tinha conseguido aquilo? Pedi a uma segundanista da Sonserina para fazer aquilo, ela não me perguntou nada em troca de alguns galeões. Hermione sorria timidamente e travessa, seus cabelos ao vento fazia sentir seu cheiro novamente entrando em minhas narinas. Isso me fazia ficar calmo ou até mesmo perto disso em dias nebulosos.

Ao chegar a tarde, notei o quão a casa estava silenciosa, talvez eu pudesse sair daquele quarto e finalmente inalar um cheiro diferente do meu perfume. Ao se aproximar das escadas, me assusto ao sentir minha mãe me empurrando para dentro do quarto novamente, rolo os olhos e ergo o cenho querendo saber o que aconteceu.

– Não saia do quarto, ele está vindo! - Ela me deu esse aviso, me deixando no quarto e saindo novamente, quando dou por fim pego-lhe pelo pulso delicadamente e a paro no mesmo instante. Ela me olhou apreensiva, o medo do que estava por vim estava visível em seu olhar.

– Eu não posso me esconder para sempre, mãe. - E entrelaçando os dedos nos dela, eu sai do quarto em silêncio a puxando logo atrás, ela hesitou por instante, porém desistiu ao ver o quanto eu estava decidido sobre o que iria ouvir, fazer ou até mesmo falar.

Ao chegar próximo do fim da escada, minha mãe soltou minha mão e iria começar o teatrinho de que me detestava por ainda não me juntar a eles. Respirei fundo repetidas vezes, juntei as duas mãos perto dos lábios e assoprei, sentindo o aquecer nas mãos. Dou o primeiro passo e logo vejo Nagini passeando pela sala de estar, se arrastando para subir na mesa de estar longa que tinha no meio. Meu pai acenou com a mão pedindo pra me sentar ao lado dele e apenas assenti, recebi vários olhares de desprezo e nojo, não queria estar ali, meu subconsciente pedia para que eu me levantasse e saísse correndo, mas eu sabia que haveria consequências e quem iria pagar seria minha mãe. Não que eu não me importasse com meu pai, ele tomou suas decisões e se vire da forma como lhe foi posto.

Eles começaram a reunião e eu ainda estava disperso do assunto, observava o nada com certa atenção. Parecia mais interessante naquele instante, tudo parecia interessante tirando aquela conversa toda sobre Guerra. Comecei a pensar o que aconteceria se eu me juntasse aos "bonzinhos", muitos morreriam, principalmente minha família. Não tem para onde correr, meu destino é ao lado negro. Não me pressionaram dessa vez, apenas me fizeram perguntas do tipo "Está disposto Draco?", eu apenas murmurava um "Sim, Lorde" e nada mais. O pior momento foi a hora de colocar a marca negra em meu pulso, ardia como o inferno, a varinha de Voldemort parecia perfurar cada carne e osso existente naquela parte do braço, uma sensação que não passaria nem tão cedo. Ao acabar a sessão "queremos matar Draco Malfoy de dor", fui diretamente para o quarto sem nem pestanejar. Me joguei na cama e finalmente dormi, tudo que eu mais queria no momento era sumir com as imagens anteriores da minha cabeça por um tempo. E assim eu veria como me sairia em Hogwarts agora sendo um Comensal da Morte.