A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 24
Style


Notas iniciais do capítulo

Oiii.
Mil perdões pela demora a postar a fic.
Mas aí está ela. A POV do nosso camarada abalando corações.
Lembrando que só faltam mais dois capitulos para o fim da nossa fic maravilhosa. Amo vocês e como me ajudaram a fazer tudo isso, porque sem vocês nada valeria a pena.
Obrigada galeraaa
Boa leitura!

Taylor Swift - Style



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Pov Dimitri

– Eu ainda achava que você deveria descansar. – falei.

– Eu estou bem. – disse Rose. Mas ela não estava, eu via em seus olhos.

O jeito que ela ficou agarrada ao corpo de Emily me provou isso. Tão frágil como eu quase nunca a vira. Aquele olhar me fez sentir pena, mas logo pensar que ela estava bem... Bem e ao meu lado para muitos anos mais.

Eu sei, é egoísta... Mas eu ainda não estava preparado para perdê-la. Ainda mais com o nosso filho a caminho. Agora com toda a nossa ameaça presa e em um hospital com tubos e um rosto queimado, ela estava segura. E isso me aliviou.

Nosso casamento estava bem mais perto do que eu imaginava e Rose, estava uma pilha por causa de Emily. Eu queria confortá-la. Dizer que ia ficar tudo bem... Mas não ia. Não até sairmos de Montana e criarmos nosso filho em um lugar seguro.

Eu fiquei triste com o acidente de Tasha. Ela se queimou no próprio fogo e todas as minhas pequenas esperanças que ela fosse esquecer toda essa loucura, acabaram. Ela ficaria marcada para o resto da vida... Sem plásticas que adiantem ou qualquer outra coisa. A cicatriz é irremovível.

– Não está. – eu disse. Rompendo o silencio. Estávamos quase chegando ao acampamento. Ela já tinha ligado para Sonya e Sydney e elas estavam esperando junto ao Jesse.

A última vez que estive nesse acampamento, Rose me pareceu tão forte e determinada. Tão linda e exótica. Quer dizer, minha avó Yeva já tinha me falado sobre ciganos. Eles não ofereciam perigo, eram apenas uma comunidade distante de todos. Mas eu não imaginava Rose como uma.

Foi confuso entrar em um lugar desses,... Mas eu faria tudo por Rose. Eu a buscaria onde fosse preciso para tê-la ao meu lado sempre. E agora... Eu passaria uma noite no acampamento, cheio de ciganos que olham torto para pessoas que não são como eles.

Estacionei o carro na entrada do acampamento e consegui achar o carro da Sydney e da Sonya junto a mais alguns outros carros. Todos de luxo. Perguntei-me se Adrian já sabia da origem de Sydney, mas pelo jeito que elas evitavam o assunto, algo dentro de mim respondeu: Não.

Eu e Rose saltamos do carro e perto da placa de madeira já avistamos Sydney. Ela estava vestida com roupas iguais as que encontrei Rose da ultima vez que à esse lugar. Tinham lantejoulas, um lenço em seu pescoço, que eu presumi ser para o rosto e sua barriga de fora. Os panos que ajudavam a dar curvas ao seu corpo magro eram de um azul forte que me fez piscar.

Rose sorriu ao vê-la e quando estava perto o suficiente correu até Sydney. Ela também sorriu ao ver Rose. E eu apenas assenti como qualquer pessoa educada. Não estava nem um pouco feliz de passar a noite em um acampamento que eu não era bem vindo.

Entramos e eu ganhei alguns olhares desconfiados, enquanto Rose cumprimentava a todos. Ela estava tão confortável, enquanto eu parecia um robô. Ela pareceu perceber, mas não disse nada.

Olhei para Jesse, ao lado de Sonya e pude jurar que ele estava tremendo. Eu não sabia que o que Rose faria a partir de agora. Ela estava irritada, triste, pasma e com o nosso filho para proteger como uma leoa.

E ela faria tudo para protegê-lo.

Eu sei que faria.

***

– Bom, é simples. – disse Rose.

Ainda estávamos com as nossas roupas. De acordo, com o rápido resumo de Sydney e Sonya, quando a tocha estivesse acesa, não seria permitida a entrada de ninguém. Estávamos ali à meia hora, e Rose já tinha estabelecido o plano para amanha.

Sydney ia procurara mais informações sobre a prisão de Victor, e sobre Natalie, para termos certeza que Rose estava finalmente segura, assim como Jesse e Tasha. Sonya, eu, Rose e Jesse iriamos até a mansão dos Mazur e contar toda a verdade na reunião que Tatiana tinha agendado.

Cristian também sabia do nosso paradeiro, mas era o único. Nem Lissa sabia o que estava acontecendo. Rose ficou de ligar para os pais e para a minha mãe, mas até agora não tinha uma boa desculpa para sumir durante uma noite.

Eu ainda estava desconfortável ali, mas Rose parecia tão à vontade que me fez relaxar um pouco mais. Jesse também estava desconfortável e parecia cansado. Tinha olheiras e tremia a cada olhar que eu o lançava.

Rose se apoiou na mesa de madeira que tinha no meio da tenda e sorriu para Sonya, vestida como Sydney. Só que com seus panos em uma cor de verde esmeralda. Contrastava com sua pele branca e fazia com que suas curvas magras se destacassem.

– Será que ela vai acreditar? – perguntou Jesse. Rose assentiu.

– Sim, nós temos todas as provas. – falou. – Os documentos do acidente, o atentado que colocou a Vacatasha em coma, você, Natalie fugida, Victor e... Jillian. – ela disse aquele nome com pesar. Meu coração se apertou.

O silencio invadiu o local por alguns segundos. Eu dei alguns passos em direção à Rose e coloquei minha mão carinhosamente em seu ombro. Ela sorriu fracamente olhando em meus olhos, mas logo desviou sua atenção até os outros

– Sinto pela Emily, Rose. – disse Sonya, por fim, quebrando o silencio.

Rose sorriu para ela.

– Eu também sinto. – disse. – A culpa foi minha.

– Claro que não, Roza. – murmurei perto de seu ouvido, mas todos escutaram.

– Claro que sim Dimitri. – disse. Seus olhos estavam com lágrimas. – O tiro era para mim. – lamentou.

– Mas não sabíamos que estavam nos seguindo. Não tivemos culpa. Você não teve culpa. – disse, novamente. Ela colocou sua cabeça em meu ombro e me deixou confortá-la.

– Temos que ter total segurança essa noite. – disse Sidney. – Dois amigos meus vão vigiar o acampamento. Ninguém entra, ou sai.

Eu assenti por mim e Rose, que ainda se agarrava a mim como uma criança indefesa. Jesse lançou uns olhares para nós dois, mas Sonya logo puxou-o e Sydney os seguiu para fora da tenda.

Primeiro Sydney saiu, depois Jesse e seria Sonya se ela não tivesse virado. Ela nos olhou e depois nos deu um sorriso gentil, que só ela sabia dar.

– Estamos em festa, espero que vocês apaguem as tochas e venham. – disse. Rose tentou assenti, mas eu o fiz por nós dois, enquanto apertava-a para mim.

– Vamos sim. Obrigado, Sonya. – agradeci. Ela sorriu novamente e saiu.

Eu e Rose ficamos em pé no meio da tenda por um tempo. Ali. Sozinhos. Não sei por quanto tempo. Mas ai ela se mexeu em meus braços e eu percebi que ela queria se afastar.

Ela me olhou com um sorriso que só ela conseguia fazer e fez meu coração bater mais rápido. Só ela conseguia me mostrar tanta coisa naquele olhar. Ela tinha vida naquele sorriso. A vida que eu queria para mim.

– Não precisa colocar a roupa que a Sonya deixou. Pode ficar com essa. Você não é cigano até casar comigo, então seria uma ofensa se você colocasse. – ela sorriu, e me fez sorrir também.

– E nós vamos à festa? – perguntei. Ela parecia tão cansada.

– Claro. – disse. – Rosemarie Hathaway nunca foge de uma festa.

Eu gargalhei.

Essa é a minha Roza.

***

A festa dos ciganos era diferente de qualquer festa que eu frequentava ou fazia quando a minha mãe viajava a trabalho. Era animada de um jeito diferente.

Eles dançavam com suas roupas e suas músicas de ciganos e sorriam como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo. Até Jesse tinha entrado na roda que eles fizeram, mas meus olhos estavam o tempo todo na minha Roza.

Ela rebolava na batida da musica e brincava com seus passos. Trocava de par e cada um dos seus pares parecia satisfeito em dançar com ela. Não pude deixar de lembrar-me do seu sonho e da St.Vladimir.

Um filho estragaria esse sonho. E ela sabia, mas não tinha reclamado, nem dado a entender. Ela só estava feliz em estar viva e bem. Ver Rose dançando e fazendo o que gosta em um lugar que gosta, com pessoas que gosta... Era realmente libertador.

Ela rodava em sua roupa vermelha e inofensiva. Aqueles sininhos que eu já tinha visto, em uma das suas escapadas, ajudavam no ritmo da música e da cintura de Rose. Ela estava perfeita. Sua barriga, ainda lisa, estava amostra como da ultima vez que eu a vira nesse mesmo acampamento.

– Linda não é? – confesso que pularia se Sonya fosse mais ameaçadora. Ela olhava para Rose, com um sorriso bobo, assim como eu.

– É. – murmurei. – Linda.

Sonya sorriu ainda mais.

– Rose se sente livre aqui. – falou. – Mas, ela parou de vir depois que descobriu o irmão a caminho.

Eu fitei-a mais a finco.

– Por quê? – perguntei.

– Janine nunca gostou daqui. – disse. Ela fitou-me. – Ela sempre detestou tudo isso. Odiava as danças e fato de sermos nômades.

– E quanto à Rose? Janine nunca disse ser cigana. Disse? – falei, confuso.

– Rose descobriu. – disse Sonya. Ela me lançou um sorriso irônico.

– É claro que descobriu. – murmurei.

Sonya gargalhou.

– Sabe, não sei se você acredita em destino, mas cada pessoa tem um tempo na vida de alguém e pode fazer diferenças boas e ruins. O que eu posso dizer é que se você ama, não há distancia e não há pessoas novas, não há lágrimas ou nada além do amor. – ela lançou-me um sorriso gentil. – Cuide da Rose.

Eu assenti calmamente para Sonya.

– Com a minha vida.

Ela sorriu e se afastou. E eu sabia. Aqui ou comigo, ela estava segura.

***

Sentei um pouco distante.

Eu poderia escutar a música agitada e abafada ao fundo junto com os gritos animados e as gargalhadas. Agora eu só tinha a visão da floresta que rodeava o acampamento. Eu estava sentado em um tronco de árvore apenas absorvendo um pouco do silêncio.

– Fugindo dos meus costumes? – perguntou Rose.

Eu sorri ao sentir seu perfume. Ela estava a quanto tempo sentada ali?

– Só pensando. – expliquei.

– Pensando nas fraldas que vou te obrigar a trocar de madrugada?

Eu gargalhei.

– Ainda não. – disse. Ela sorriu.

Seguiu-se um silencio. Ela respirou pesadamente.

– Posso te fazer uma pergunta? – disse depois de alguns minutos.

– Claro.

– O que te faz me amar? – perguntou. Eu fitei-a.

O que me fazia amá-la?

Absolutamente tudo.

Seus olhos lindos, sua boca, sua beleza, seu sorriso ingênuo ou matador, seu mau humor, suas piadas, suas carrancas, seu jeito explosivo. Eu a amava com ou sem dinheiro. Eu a amava de todo modo que fosse permitido, apenas por ela ser ela mesma.

– Tudo. – respondi, encarando-a. – Seus defeitos e suas qualidades. – hesitei por um tempo. – Você me faz te amar. – disse por fim.

Rose respirou fundo e deixou o silencio da noite tomar conta de nós dois. Ela tinha um brilho diferente em seu rosto, sua boca estava em uma linha e eu a encarava com um sorriso desconfiado. Eu ficaria mais tempo com aquele sorriso se ela não tivesse me olhado suplicante.

– Eu amo você. – falou. Arregalei meus olhos ainda absorvendo as palavras.

Com todo o nosso passado, nada além do tempo me permitiria escutar isso. E Deus sabe o quanto eu queria ter escutado aquilo. Por quanto tempo eu sonhei com essas palavras daquela boca e logo em seguida aquele sorriso que só ela sabia dar.

Rose tinha tudo que eu queria.

Íamos casar e ter uma família. Uma casa e uma vida estável. No começo, eu confesso não ter me importado tanto com essa aposta. Pensei que nem chegaria à parte do casamento, mas agora... Depois de descobrir que vou ser pai, essas palavras eram tudo que eu precisava.

Rose era tudo que eu precisava.

E ninguém ia tirar essa necessidade de mim. A minha necessidade de tê-la a cada cinco minutos, seja com uma ironia ou com uma malcriação. Eu desejava Rose. Apaixonava-me por ela a cada dia. E era assim que ia ser até a última batida do meu coração. Eu ia amá-la. Ia fazê-la escutar essas palavras todos os dias.

– Está falando sério? – perguntei ainda com medo de ser um sonho.

– Sim. – disse. Eu poderia ver as lágrimas se formando em seus olhos. – Sim, eu tenho certeza. – ela disse. – Eu te amo.

Eu sorri.

Levei minhas mãos para cada lado de sua bochecha e prensei meus lábios nos seus. Era doce e macio. Tinha o mesmo gosto que os outros beijos, mas esse era especial. Era o beijo que mostrava a confirmação de estarmos ali... Juntos.

Quando percebemos, estávamos ascendendo às tochas da frente da tenda aos risos. Não conseguia parar de beijá-la, e foi difícil quando ela tentou lidar com o fogo.

Entramos na tenda sem querer saber de mais nada. Apenas um do outro. Contrastávamos entre gargalhadas e beijos longos. Tiramos nossas roupas de modo lento. Apreciando cada movimento das peças saindo de nossos corpos quentes.

Caímos em uma cama organizada por almofadas, na qual todas as tendas tinham e eu senti o corpo de Rose por baixo do meu, depois de jogarmos aquelas roupas em alguma parte do lugar, que lembraríamos amanha.

Ela sorriu, ao sentir a quentura dos nossos corpos ali, unidos... Mas uma vez. Aquela não era a primeira vez... Aquela era a renovação. Renovação do que um dia nós começamos naquela cabana e retomaríamos ali.

A confiança, o amor, o carinho... Tudo que um dia nos foi tirado, estava ali de volta. Então eu não perdi tempo, tomei sua boca para mim faminta, e depois o seu amor.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Comentem, comentem
Até o próximo fim de semana.
Beijos