A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 16
Shake It Out


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo é curtinho, mas porque só passei bem rápido mesmo.
Chorei escrevendo ele, sempre amei a amizade do Cristian e da Rose e acho que tinha que explorar mais. Amo vocês e obrigada pelos comentários, vou responder à todos.
O próximo é a POV do Dimitri e algumas surpresas boas.
Boa leitura, meus amores.


Shake It Out - Florence and The Machine



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Toque um... Toque dois... Toque três...

– Atende... – murmurei comigo mesma sozinha naquela quarto.

Desliguei o celular e joguei-o na minha cama, tentando controlar a minha raiva e frustação. Mas que droga! Por que Dimitri tinha que demorar tanto para atender ao telefone?

Sonya... – meu subconsciente gritou.

Corri até meu telefone e comecei a discar o numero de Sonya ainda tremendo. Mas foi inútil, ela também não atendia o telefone e eu nem ao menos podia contatar Lissa para me ajudar, já que se tratava de algo que eu tinha que esconder dela.

Então, já que eu tinha mandado Lissa ir à frente com Eddie e Mason e já que Cristina não gostava da Mia e se recusou a ir à festa. Eu não vi outra opção. Eu poderia morrer com mais um atentado se a encontrasse lá, mas eu não me importava.

Eu ia à mansão dos Ozera.

Peguei meu celular disquei o numero de Cristian.

Só espero que ele esteja em casa. – pensei.

Abri a porta da frente da minha casa e fui até o meu carro. Coloquei a bolsinha que eu tinha escolhido especialmente para combinar com o vestido no banco do carona e liguei o carro. Contornei a fonte que tinha na frente da entrada na minha casa e fui em direção ao portão.

Demorei um pouco para lembrar como chegar à mansão dos Ozera, mas eu não demorei a encontrar aquela casa enorme. Com toda certeza eu entendia o quanto Cristian queria preservar aquele lugar. Tinha arvores, uma piscina e a casa era enorme.

Cristian com toda a sua pose de garoto simples, nem faria alguém imaginar o tamanho da riqueza da sua família. Seus pais morreram e deixaram isso tudo para eles. E agora, eu ia ajudar Cristina a preservar tudo.

Dei a chave do meu carro para um dos empregados e entrei na mansão sendo anunciada por uma governanta, mas quem veio me receber não foi exatamente quem eu queria.

Encarei aqueles olhos azuis e agora seu sorriso frio como gelo. Seu vestido preto colado ao corpo e seu salto favorecendo suas pernas magras. Seus cabelos lisos emoldurando seu rosto e seu pensamento nada agradável quanto à minha presença em sua casa.

Estávamos na sala de estar dos Ozera. Ela não tinha mudado nada da casa. Só vim aqui uma vez e ainda está exatamente a mesma coisa. Tudo da melhor madeira e o tapete mais velho do mundo debaixo dos meus pés, dando um ar sofisticado ao lugar. Eu odiava aquele tapete.

– Não te convidei, Hathaway. – disse ela. Eu sorri de modo frio.

– Estou pouco me lixando para a sua opnião. – falei. Ela me lançou um sorriso sem graça.

– E seu noivo? – seu sorriso se abriu novamente. Agora é a minha vez de contra tacar.

– Eu o vi a noite toda. – falei. Ela ficou rígida. – O melhor nisso tudo, é não precisar esperar a lua de mel.

Ela ia se aproximar quando a porta se abriu e a figura de um Cristian mal arrumado entrou no meu campo de visão. Ele estava com uma blusa branca aberta em alguns botões e uma calça social. Acho que alguém ia sair.

– Vai embora Tasha, seu namorado chegou. – falou. Ele olhou para mim e eu assenti de modo que só ele visse. Ele me lançou um meio sorriso.

– Não. – gritou. – Isso é um abuso, não a quero aqui, Cristian.

– Tasha eu não reclamo dos seus gemidos com o Zeklos, será que pode calar a boca e ir embora?

– Cris... – tentou começar de novo, mas ele levantou a mão para ela.

– Eu sou mais dono dessa casa que você e um dia eu vou te provar isso, agora saí.

Eu não deixei de me espantar com isso tudo, já que de alguma forma ou de outra ela era a sua irmã. Cristian parecia cansado e furioso com o olhar que dirigiu a ela e por algum rápido momento eu senti vontade de abraça-lo e deixar que ele chorasse.

Ele não é a pessoa que eu mais amava no mundo, mas também não era a que eu odiava. O que eu sentia por Cristian nem chegava perto disso. Era como o que eu sentia por André... E foi ai que minha ficha caiu.

Tasha não era a irmã perfeita para Cristian por roubá-lo enquanto administrava a herança de seus pais. Mas eu podia ser, podia reparar o mal que existia em Cristian também. Eu daria um irmão para a Lissa, a segurança de um futuro para Vikka e para o meu irmãozinho, ajudaria Cristian com o pesadelo que era viver com Tasha...

Mas e Dimitri? – gritou meu subconsciente.

Bom, eu não podia salvar a todos. Mas ele era o que eu mais queria proteger.

– Vai. – gritou Cristian.

Tasha desviou os olhos raivosos de Cristian e os direcionou para mim, ela passou pela porta feito um furacão e enquanto eu finalmente respirava sem o ar poluído de uma vadia ao meu lado, eu vi o alivio de Cristian por não estar mais na presença dela.

– Tudo bem? – perguntou. Ele parecia preocupado.

– Sim. – falei. – Sua irmã é uma vadia.

Ele gargalhou.

– Eu sei.

Nós ficamos em silencio por um tempo, até eu me movimentar até o sofá feito todo por couro. Ele me observou e quando eu me virei para ele, seus braços estavam cruzados na frente do peito.

– O que quer que eu faça? – perguntou. Eu revirei os olhos.

– Preciso que me ajude. – falei. Ele veio para se sentar ao meu lado. – E para isso quero que me prometa que ninguém além de você vai saber. Você escutou?

– Sou surdo por acaso? – retrucou. Eu me controlei para não bater nele.

– Cristian. – falei de jeito firme. Ele assentiu calmamente.

– O que houve? – agora seu semblante estava sério.

– Espero que não esteja com pressa... – eu hesitei por um tempo. – Vamos ter uma longa conversa.

– Sobre o que?

– Não é sobre o que. – corrigi. – A pergunta certa é: Sobre quem?

***

Cristian me olhava incrédulo.

Eu tinha contado tudo. Precisava de alguém em quem confiar e ele era essa pessoa. Por mais que seja um Ozera. Ele ainda era o Cristian que puxava minha maria-chiquinha na infância. Eu ainda entraria na frente de qualquer coisa letal para não deixa-lo se ferir. Ele ainda era meu amigo. E por isso eu precisava de alguém forte. Eu precisava de alguém para conseguir se eu falhasse... Se eu morresse.

– Natasha não é uma assassina, Rose. – falou. – Pode ser insuportável, mas assassina não.

– Foi ela, Cristian. – falei. – Tenho as provas. Quem mais me mandaria aquela mensagem? A Lissa? Você?

– Claro que não. – ele pareceu indignado.

– Então não trate isso tudo como se não fosse nada demais.

– Como vai fazer para encontrar os Mastrano? – perguntou. Ele se levantou do sofá. – Aliás, como esta escondendo isso da Lissa?

– Boa pergunta. – murmurei. Ele arfou.

– Rose, quem mandou o convite dos Mastrano é o nosso inimigo.

– Ou não. – eu disse. Ele colocou as mãos na cintura, irritado.

– Claro que é Rose. Quem mais quer que achemos os Mastrano?

– Não sei Cristian. – falei. Ele rolou os olhos.

– A pessoa que quer te matar, Rose. – falou. Entendimento me abateu. Como eu não pensei nisso quando vi aquele convite?

– Ah Droga! – exclamei.

– Foi uma pegadinha. Querem que você ache os Mastrano para eles. – disse. Ele parecia feliz por sua dedução quase certa.

– E se não é isso? – perguntei. Ele me encarou confuso. – E se eles acharam e foi um aviso?

– Como assim? – perguntou.

– Eles sabem que a Lissa não quer nada disso. – eu hesitei por alguns segundos. Segundos que me fizeram tremer. – Se um dos Mastrano é o herdeiro Dragomir, descobrimos a segunda vitima.

Ele me olhou com pesar e eu não entendi muito bem, até ele abrir a boca e fechá-la novamente. Eu o encarei de forma espantada.

– Se conseguirmos descobrir a segunda vitima... – comecei.

– Isso nos faz descartar a primeira. – concluiu. Eu tremi.

– Eu sou a primeira. – tentei respirar, mas o lugar ficou cada vez mais abafado. Minha garganta se fechou.

Nós ficamos em silencio por algum tempo. Eu já sabia disso, mas esse convite na minha cômoda só confirmou minhas expectativas. Alguém conhecia os Mastrano, ou foi uma pegadinha para me deixar alerta.

Só que ambas as alternativas, tinham o mesmo final... Eu, morta.

– Rose... – começou. Eu levantei, interrompendo qualquer diálogo.

– Preciso de um favor. – falei. Ele assentiu.

– Vou te entregar tudo que precisa meia hora antes do casamento. Invente uma desculpa e suba até o quarto que vão me aprontar. Depois você vai dar um jeito de esconder consigo e só então, caso aconteça algo comigo você irá mostrar para Tatiana. – ele me olhou assustado. – Não importa Dimitri, Lissa, minha mãe e muito menos meu pai. Você vai mostrar para Tatiana. E depois disso você vai cuidar da Lissa e do Dimitri. Vai fazer o que eu não consegui ou morri tentando.

– Não consigo fazer o que você está pedindo. – falou. Ele balançava a cabeça de modo desesperado.

– Você é mais corajoso do que pensa. Você é forte e bravo... Tudo o que a Lissa precisa para ser protegida... Tenho orgulho de você. – falei. Ele me encarou. – Você pode ser um chato, mas é o meu garoto chato.

– E se você morrer? – perguntou. Ele me encarava com lágrimas. – Você acha que eu seria forte?

– Acho. – eu me aproximei e peguei sua mão. – Cuida deles.

E então ele me puxou e me abraçou.

Eu nunca tinha abraçado Cristian, mas ele era como irmão para mim e agora eu realmente via isso. Eu precisava dar todo amor que teria que ser de André e ninguém melhor que Cristian. Brigávamos mais nos amávamos. E eu sabia que assim como eu, ele também seria capaz de me proteger e assim como eu, ele vai proteger os outros. Porque eu posso falhar. E eu vou.


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Notas finais do capítulo

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Até o próximo!