A Million Faces escrita por Vingadora


Capítulo 6
Come back for home.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Antes de mais nada, gostaria de deixar alguns avisos aqui:
1º. Eu gostaria de agradecer aos reviews lindos e maravilhosos que são motivos de muita alegria para minha pessoa. Vocês são incríveis. Obrigada por existirem!

2º. Ontem eu não postei nada, porque me emprenhei para postar um especial de Páscoa (link: http://fanfiction.com.br/historia/606983/Antes_da_Meia-Noite/), espero que me perdoem.

3º. Me empolguei no sábado e comecei a montar o roteiro da fic (costumo fazer isso para não perder os fatos mais importantes). Acabei me empolgando demais e escrevi até a 5ª temporada... ops. Mostrei algumas partes para a Lohy (que acabou se tornando uma ótima ouvinte, obrigada Lohy) e ela está puta da vida. Simplesmente porque eu deixei ela ainda mais apaixonada pela história (palavras dela, não minha). E olha que eu nem mostrei as spin-offs que são de suma importância (no total são duas, se não me engano. Elas irão acontecer nos intervalos entre as temporadas).

4.º sã o só esses avisos mesmo (risos)

Eu sei que vou encantar, surpreender, e (não sei, mas) talvez chatear algumas pessoas, porém cá estou com o único capítulo da noite: Come back for home.

(Que, modéstia parte, está maravilhoso)



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Acordei com uma fina cortina de claridade incomodando minhas pálpebras e uma enxaqueca terrível.

─ Acho que vou ficar só mais algumas horas na cama ─ É. Mais algumas horas e eu levanto.

─ Tudo bem. ─ ouvi Delon sussurrar em meu ouvido.

Abracei ainda mais meu travesseiro e... Espera! Delon?

Meus músculos travaram ao perceber que aquilo que eu abraçava não era um travesseiro e sim o peito desnudo de Delon.

O que aconteceu?

Arfei em surpresa e resolvi me levantar.

Que merda eu havia feito ontem a noite?

Delon me puxou de volta, aninhando-me em seus braços de forma que estávamos de conchinha e ele com a cabeça escondida entre meus cabelos. Eu podia sentir a respiração dele na minha nuca, seu peitoral forte e... Ah, minha nossa! Eu preciso sair daqui.

─ Para de se mexer, Snow. ─ ele disse sonolento, bufou entre meus cabelos e beijou minha nuca ─ Achei que você quisesse mais algumas horas na cama. ─ me apertou de encontro a seu peito, fazendo com que todo nosso corpo ficasse colado. Todo.

Eu não acredito que estava tão bêbada a ponto de ter feito uma loucura dessas. Não era de meu feito. Será que ele me drogou? Aí, minha cabeça...

Tudo a minha volta parecia girar. Mantive meus olhos fechados o tempo todo, sabendo que a claridade seria um incomodo naquela hora do dia.

O jeito ali era esperar.

No fim das contas, não queria magoar Delon. Ele era um cara legal. Quando não estava tentando me assediar. Falei mentalmente.

Quando os braços dele ficarem leves o suficiente, deslizei para longe de seu abraço de urso, enrolei-me em um lençol e saí do quarto de fininho carregando minhas coisas.

No corredor, havia uma senhora andando lentamente, carregando um buldogue no colo.

─ Bom dia, querida. ─ a senhora tinha um leve sotaque romeno enquanto dizia as palavras em francês.

─ Bom dia. ─ proferi as palavras em romeno e ela sorriu levemente.

─ Parece que a noite foi boa, hã? ─ o sorriso dela cresceu.

Meu rosto queimou em vergonha e eu corri para minha suíte, para evitar mais senhoras romenas e seus cachorros.

Joguei o lençol no chão e minhas coisas na cama.

Corri para o banheiro e tomei uma ducha rápida. Meus músculos estavam tensos, então resolvi massageá-los embaixo da água quente. Minha cabeça ainda girava, porém a dor latejante já estava passando.

Vesti um roupão felpudo e liguei o secador de cabelos que o hotel fornecia aos hóspedes. Sequei o cabelo rapidamente, tendo todo o trabalho de moldar meus cachos naturais para parecerem apresentáveis quando eu chegasse a Nova York. Desliguei o secador, escovei meus dentes e corri apressada para o quarto novamente.

Tirei uma calça jeans clara e uma camiseta branca de dentro das sacolas de roupas, uma peça de roupa íntima qualquer e uma camisa xadrez. Sequei-me e vesti tudo sem perder o ritmo veloz. Escolhi uma sapatilha com estampa floral de uma caixa e vesti-a. Enquanto colocava tudo no seu devido lugar no quarto, percebi que havia um bloquinho de papel acompanhado de uma caneta em cima da mesa próxima a porta. Suspirei e voltei-me para minha mala, conferindo se minhas coisas ainda estavam em ordem e se meu dinheiro da passagem ainda estava lá.

Antes de sair, peguei uma folha e escrevi um bilhete para Delon.

Enquanto passava pela porta do seu quarto, prendi o bilhete em volta do cartão do meu quarto e passei por debaixo da porta dele.

"Se você ousar me procurar em Nova York, considere-se um homem morto.
Sua amiga de sempre,
Snow Noël"

Por um momento percebi que havia acabado de revelar a Delon que ele estava certo sobre Kate Heastings. Mas que se dane. Pensei. Ele já deve saber a verdade. E cabeça dura do jeito que é, não acreditou em nada do que disse na noite passada.

Acabei pedindo carona a um dos seguranças de Delon até o aeroporto. Quando eles pareceram um pouco desconfiados por minha desculpa ─ Delon disse para Francis me levar ao aeroporto ─. Eu encarei-os feio e saí andando na frente, resmungando sobre pegar um táxi e Delon furioso. O Francis ─ o segurança que parecia ter cara de bebê marombado ─ seguiu-me e foi pegar o carro.

Quando cheguei ao aeroporto, não havia se quer um avião em direção a Nova York. Acabei optando por uma viagem até Miami e, de lá, conseguiria outro voo até Nova York.

Quando cheguei ao avião, acabei sentada ao lado de um casal de irmãos crianças que não paravam se quer um minuto no lugar. Os pais tinham que se levantar de minuto a minuto para repreendê-los até que eu desisti assistir aquela cena patética e ofereci meu lugar. O pai aceitou de bom grado e eu fui sentada ao lado da esposa dele. A mulher era uma tagarela. Falou o tempo inteiro sobre a viagem, sobre a corrida e como uma mulher corajosa invadiu a pista para ajudar o Homem de ferro. O mais incrível era que ninguém conseguiu captar uma foto ou gravação da mulher. Os que tentaram, tiveram a memória danificada da câmera danificada pelos raios do tal maníaco. Aquela informação me deixou aliviada, pois eu estava partindo ainda tensa com a possibilidade de ser desmascarada em rede global.

Horas de tagarelices depois, eu já estava desembarcando no aeroporto.

Peguei minha mala e me encaminhei para a lista com os horários dos próximos vôos. O voo para Nova York só estaria disponível daqui a quatro horas.

Bufei, contrariada com a névoa de azar que havia se formado em torno de mim. Decidi comprar logo a passagem e dar uma volta pela cidade enquanto meu voo não chegava. Fiz uma breve lista mental que eu poderia visitar em Miami e decidi começar por uma livraria, para igualar a base literária com minha café-teca.

Era um pouco mais que 16h e o aeroporto de Miami estava lotado. Pessoas vinham e iam reclamando dos horários, de atrasos de vôos, de malas que não chegavam ou que eram trocadas... Saudades do aeroporto de Mônaco.

Quando saí do aeroporto fui surpreendida.

Quatro homens me agarraram pelos braços e pernas e me lançaram dentro de uma van preta sem dar tempo para que eu pudesse me defender.

Ah, mas eu não ia me render fácil. Estava prestes a bater em quem quer que fosse meus sequestradores quando travei de repente ao visualizar quem havia, de fato, feito aquilo.

Hill? ─ Maria Hill estava a minha frente, vestindo o uniforme azul marinho da S.H.I.E.L.D. e seu cabelo castanho preso em um coque muito bem feito. Eu a conhecia desde a infância perturbada que tive na S.H.I.E.L.D.. Maria foi a única pessoa que apoiou minha saída de casa.

─ Fury. ─ ela saldou-me com um aceno de cabeça.

─ Hoje é Heastings. ─ proferi as palavras deixando toda minha raiva ser insinuada através delas e prendi o cinto de seguranças que um dos homens lançou.

Eu poderia até lutar contra esses quatro homens a minha frente, mas eu sabia que haviam mandado Maria por um motivo. Sabiam que eu não seria capaz de lutar contra ela. Não por questão de habilidade, afinal minha força e visão periférica deixaria ela no chinelo, mas sim porque foi Hill que me apoiou na decisão de sair da S.H.I.E.L.D.. E, talvez por este motivo, ela estaria ali. Para se redimir com a casa e me levar de volta a ele.

─ O que vocês tanto querem comigo, afinal? ─ resolvi perguntar, depois de um longo tempo em silêncio.

─ Nick quer falar com você. ─ ela limitou-se a dizer.

─ Ele podia usar o telefone. ─ murmurei, ajeitando as fivelas do cinto que me incomodavam.

─ Ele não pensou que fosse necessário até ver o que você fez em Mônaco. ─ meu sangue congelou no momento em que ela disse aquilo.

─ Não sei do que você está falando. ─ encarei-a, cética ─ Eu estava em uma viagem de férias em Moscou. Tirei quinze dias de férias do meu trabalho em Nova York.

─ Sabemos que a Kate Heastings estava de férias enquanto a Senhorita Hell fazia uma limpeza para Victor Burkovistc. E, é claro, Snow Noël passeava na companhia de Delon Musc em Moscou com seu Audi TT azul, de placa ARW-7329. Sem contar que eles ficaram hospedados no hotel Luiz Vetor e jantaram no Restaurante Le Pior.

─ Disse isso tudo para me surpreender? ─ rebati, erguendo a cabeça e a encarando séria ─ Eu já sabia que vocês me vigiavam durante esses dias, Hill.

─ Nós nunca deixamos de vigiar você, Fury. Sabemos de cada passo seu, cada identidade falsa, trabalhos realizados, pessoas com quem você conversou, lugares que frequentou... Sabemos até mesmo sobre o cão que você salvou em Viena há quatro anos atrás durante uma de suas missões para Bernardo Le Roux.

Toda aquela informação me pegou desprevenida e me fez sentir, de repente, nua na frente daquela gente toda.

─ Então porque não me levaram para casa ainda? ─ indaguei, sem deixar transparecer minha curiosidade recém-adquirida ─ Já sei. Porque não conseguiram.

Hill balançou a cabeça, em negação a minha zombaria.

─ Na verdade, Fury permitiu que você criasse essa vida para você. Ele deixou que você voasse com suas próprias asas até que caísse direto onde ele queria.

─ E onde, exatamente, ele me quer? ─ ousei fazer mais uma pergunta.

─ Salvando pessoas e lutando contra bandidos de verdade.

Oh... Merda.

✥✥✥

Fiquei em silêncio depois da revelação de Hill.

O que ele estava pensando que iria fazer? Ordenar minha volta? Me ameaçar? Nossa... Já faz tanto tempo desde a última vez que eu o vi. Soltei um longo e pesado suspiro. Como será que ele estava? Será que ainda era super-popular nenhum pouco sorridente Nicholas Fury de sempre? Será que ele iria me chamar de Lilly? Ou... O que eu estou pensando? Droga. Estou ficando tão sentimentalista quanto Delon.

Algumas curvas e ladeiras depois, a van parou por um breve momento, o motorista se identificou dizendo: Estou com ela. Fury ordenou que eu entrasse imediatamente.

Ao passar pelo o que eu imaginava ser o portão de entrada, pude sentir a mudança de humor repentina em mim. Eu estava hesitante, me sentindo diminuída, quase que uma pequenina ervilha estragada rodeada de ervilhas boas compartilhando uma mesma lata. Meu maior temor, naquele momento, era encarar Fury sabendo que ele já conhecia a história que eu criara.

O motivo pelo qual eu sempre mudei de identidade foi que, na esperança de não ser vigiada, minha fama não iria se espalhar e ele não iria descobrir que a... bom... Lilly dele havia se rebelado e se envolvido com pessoas do outro lado da balança. No fim das contas, eu usei tudo que ele havia me ensinado para realizar exatamente o oposto do que havia aprendido. No inicio eu até usava meu nome de batismo. Mas, com o passar do tempo, fiquei temerosa. Assustada com a possibilidade de estar manchando o nome dele.

A van parou, finalmente, sessando meus pensamentos acusatórios e reflexivos demais. Já é hora de encarar o passado, Ellizabeth. Você foi arrastada de volta para casa.

Segui Hill o tempo inteiro pelo terreno abandonado em direção ao galpão maltrapilho a nossa frente.

─ Lugar legal. ─ observei rapidamente a minha volta e percebi, com minha visão periférica, alguns soldados a postos para atirar em mim. O quê? Foi só a partir daquela observação que pude ver que Hill e os guardas caminhavam com a mão descansando na arma. Reprimi uma gargalhada que se formava dentro de mim. Eles estavam com medo. De mim.

Dois soltados abriram as portas do galpão e Hill entrou, como se fosse a cavalaria da realeza em pessoa prestes a entregar o fruto prometido ao rei.

E, de fato, era uma situação bem semelhante.

─ Ela veio. ─ Maria soltou as palavras antes mesmo que eu pusesse os pés dentro do galpão.

Ele estava lá.

Queixo e nariz erguidos, a mesma postura séria e correta de sempre, seu casual sobretudo e tapa-olhos. As vestes parecendo uma nuvem negra. Sua pele parecia um pouco mais descuidada desde a ultima vez que eu o vira e as cicatrizes que fugiam do tapa-olhos ainda mais assustadoras.

Ele estava me encarando.

Foi difícil determinar o que sentia enquanto dava curtos passos em direção a uma mesa posta a frente dele. Seu olhar, no momento em que brotou em mim, deixou transparecer um brilho incomum, jamais visto antes. Era quase que lindo de se ver.

Mas seu tom de voz me fez mudar de opinião rapidamente.

─ Ellizabeth Ellie, nos encontramos mais uma vez. ─ Eu já o vira usar aquele tom. Era o seu tom de voz especial para lidar com bandidos, mercenários, ladrões, seriais killers... Ele nunca havia usado esse tom comigo antes.

─ Fury. ─ lutei para as palavras saírem. Acabaram soando trêmulas, assim como eu sentia que minhas pernas estavam. A presença daquele homem de preto ali na minha frente era intimidadora a ponto de me fazer desviar os olhos para o chão.

─ Hill, Freitas, Sild. Estão dispensados. ─ sua voz mudou de tom rapidamente enquanto falava com os guardas ─ Quero falar com essa daí a sós.

Hill e os guardas saíram rapidamente.

─ Como quer que eu a chame? ─ ele soltou a frase, de repente ─ Kate, Hillary, Snow, Megan, Roxane, Julie, Sandra, Mellany, Aurora, Estela, Karem, Hell? Como prefere que eu a chame? ─ seu tom de voz mudou, para um pouco exasperado e ainda mais acusatório ─ Como quer que eu a chame?! ─ ele urrou as palavras. Aquela fora a primeira vez que ele gritara comigo.

Percebi que estava segurando o ar, deixei-o escapar como um leve arfar. Meus olhos estavam ardendo, minha garganta estava seca e meu coração martelava assustado.

─ Olhe para mim. ─ ele pediu, agora um pouco menos agressivo ─ Olhe para mim, Ellizabeth, e responda a pergunta que eu a fiz.

Ergui os olhos, tentando juntar o resto de dignidade que ainda me restara e deixei as palavras escaparem de meus lábios:

─ Eu posso ser quem você quiser.

Fury lançou-me um olhar afetado. Tão afetado como da última vez que eu o vira.

─ Que tipo de monstro você se tornou? ─ ele balançou a cabeça, puxou a cadeira a sua frente e sentou-se ─ Assassina de aluguel? Ladra de artefatos religiosos? Compradora de mercadorias perigosas?

As palavras me doíam e, aos poucos, comecei a transformar meu medo e raiva.

─ Tornei-me o que fui criada para ser. ─ joguei as palavras, puxei a cadeira e sentei-me a sua frente, sem desviar os olhos do seu.

─ Não foi para isso que a S.H.I.E.L.D. a criou. Não foi para isso que eu a criei.

Uma pontada dura e fria preencheu meu coração por um instante. Eu sabia, no fundo, que ele estava certo.

─ O que vocês querem comigo? ─ cruzei as mãos sobre a mesa e esperei que ele jogasse uma ficha com os dizeres restrito na frente.

─ Queremos que você volte. Temos trabalho para você.

Se quer abri a ficha para dizer:

─ Não vou voltar. Já fiz minha escolha e não voltarei atrás.

Fury lançou-me seu olhar cético.

─ Você possui duas opções no momento. ─ começou seu discurso ─ A primeira diz que você irá voltar, irá trabalhar para nós como um teste, provando seu valor e conseguindo um cargo decente de volta.

─ E a segunda opção? ─ eu sabia que a segunda seria a pior. Dizer a opção que ele gostaria que eu aceitasse era uma tática que a S.H.I.E.L.D. usava sempre contra bandidos que poderiam ser abordados como iscas ou contatos com outros alvos.

─ Você vai presa, condenada a prisão perpétua. ─ Fury disse aquilo como se fosse a coisa mais simples do mundo ─ A ficha que você arrecadou durante o longo desses anos é surpreendentemente longa e suja.

Mordi o lábio, deixando meu pensamento ser consumido pela a ameaça por um longo e lento momento.

Por quê? ─ as palavras acabaram escapando novamente ─ Por que me aceitariam de volta?

Fury cruzou os braços sobre o peito e se recostou na cadeira.

─ Há três dias o secretário de defesa estava idealizando um grupo de ataque contra você. Há três dias recebi um mandado para ser autorizado para caçar você. O que acha que senti, Ellizabeth? Como acha que me senti ao ver que você, minha filha, iria ser caçada e levada para a S.H.I.E.L.D. feito uma prisioneira? Como acha que vivi durante todos esses anos, tendo de assistir as atrocidades que você fazia pelo mundo, me corroendo por dentro, perguntando o que, de fato, eu havia feito de errado para você se tornar o que se tornou? ─ as palavras de Fury transbordavam emoções com uma intensidade equivalente capaz de derrubar até mesmo o homem mais durão do mundo ─ E então... Três dias atrás, pedi a Coulson que encontrasse você. Que trouxesse você para casa. Para mim. E você fugiu. Novamente. Deixando Coulson a mercê da polícia da Russia. Fugiu para Mônaco, foi para aquela corrida e... ─ ele parecia procurar palavras para expressar o que eu havia feito em Monte Carlo.

─ Fiz o que fiz. ─ escolhi as palavras por ele.

─ Fez o que fez. ─ ele assentiu, concordando ─ E, foi através das fotos, gravações de vídeo... que pude perceber o que você realmente se tornou. Você não mudou. ─ ele disse aquilo como se adivinhasse algo surpreendente ─ Só escondeu seu verdadeiro eu através de máscaras e mais máscaras, na tentativa de provar a si mesma que não era digna de ser uma boa pessoa. ─ Fury curvou-se para frente, aproximando seu rosto do meu, que já estava derramando lágrimas imbecis e constrangedora e sussurrou ─ Foi só depois de ver as gravações que pude ter a certeza mais absoluta de todas: A minha Lilly não tinha partido. A pequena garota de cachinhos loiros que gostava de invadir a sala de reuniões logo depois do horário de dormir ainda estava lá... Eu só precisava estender a mão e pegá-la de volta. ─ eu tive um leve dislumbre de sorriso se formando nos lábios de Fury ─ Por isso, Ellizabeth, que você está aqui. Por isso tudo que eu acabei de dizer, posso afirmar que a S.H.I.E.L.D. irá aceitá-la de volta. Eu irei aceitá-la de volta. Porque, no fim das contas, você nunca se foi. Nunca partiu. Só perdeu o caminho de casa.


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Notas finais do capítulo

Quebrei o coração de alguém ao meio? (por favor, espero que não)
Debati com a leitora que eu deixo ler os capítulos primeiro que todo mundo sobre o sentimentalismo exposto nesse capítulo. Ela e eu concordamos que estava tudo o.k. (só pra deixar claro: "ela" é meu alter-ego danadinho que adora pagar de crítica literária).
E, agora lanço a primeira "ask" da Fic:

"O que vocês acharam do momento pai e filha de Ellizabeth e Nick Fury?"

Respondam o mais rápido possível, please!

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Música (super inspirada): 93 millions Miles - Jason Mraz

"Oh, meu pai irrefutável
Ele me disse, filho, às vezes, pode parecer escuro
Mas a ausência da luz é uma parte necessária
Apenas saiba, que você nunca está sozinho
Você sempre poderá voltar pra casa

[...]

Toda estrada é uma subida escorregadia
Mas sempre há uma mão na qual você pode se segurar
Olhando profundamente pelo telescópio
Você pode perceber que seu lar está dentro de você"

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bcQwIxRcaYs

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Até o próximo capítulo õ/