Momentos escrita por NathyWho221B


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Hey! Dessa vez não demorei mt kkkk Espero que gostem deste pq eu particularmente gostei muitoooo de escrever hahaha
Enjoy!



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O Beijo Mata o Desejo


«Não te beijo e tenho ensejo
Para um beijo te roubar;
O beijo mata o desejo
E eu quero-te desejar.»

Porque te amo de verdade,
'stou louco por dar-te um beijo,
Mas contra a tua vontade
Não te beijo e tenho ensejo.

Sabendo que deves ter
Milhões deles p'ra me dar,
Teria que enlouquecer
Para um beijo te roubar.

E como em teus lábios puros,
Guardas tudo quanto almejo,
Doutros desejos futuros
O beijo mata o desejo.

Roubando um, mil te daria;
O que não posso é jurar
Que não te aborreceria,
E eu quero-te desejar!   

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

 

— Sherlock

 

 

Havia um garoto de mais ou menos uns oito ou nove anos sentado no chão frio da cela. Aliás, sua cela era só diferente da minha, pois tinha um banheiro. Moriarty deve ter pensado que eu não ficaria lá tempo o suficiente para sentir vontade de me aliviar, pois eu sairia muito antes disso. Já o garoto, pelo jeito que suas roupas estão amassadas e o cheiro dela, provavelmente esteve aqui por uns dois dias. E é claro que eu deduzi isso antes de ver que tinha exatamente cinco potes de isopor no chão. Um do café da manhã do dia passado, almoço, janta, café da manhã de hoje e almoço de hoje. O que também quer dizer que logo estará de noite, ou pode ser que já esteja. Bom, tudo isso que pensei só duraram alguns segundos e eu já estava usando a corrente para abrir a cela do garoto.

Acela dele tinha duas passagens trancadas. Uma do lado da parede falsa que eu descobri, e a outra para a continuação da passagem. Tive que abrir as duas enquanto o garoto me fitava com medo. Eu não sou muito fã de crianças, mas eu tive que dizer algo que o fizesse parar de sentir medo, aqueles olhinhos estavam me incomodando á essa altura.

— Criança, eu vim te ajudar  sair daqui. Por acaso sabe o motivo de estar aqui?

— Minha mãe trabalha para ele. – ele disse ainda me fitando, mas sem tanto medo agora.

— E sua mãe seria...?

— Jacqueline. Ela cuida da princesa.

— Oh meu Deus, que princesa é essa ?! A Molly?!

— Creio que sim. Eu não me lembro do nome.

Assim que ouvimos o último cadeado pesado cair no chão, continuamos nossa caminhada, agora eu segurava a mão do garoto e com a outra passava pelas paredes.

— Porque está de olhos fechados?

— Porque eu quero.

— Você pode tropeçar.

— Eu nunca tropeço.

— Mas... Como sabe se o caminho é esse se está de olhos fechados?

Eu suspirei já sem paciência. Não disse mais nada, e nem ele, graças á Deus.

Depois de alguns minutos de caminhada, finalmente cheguei á uma porta de ferro. Quando abri, vi que dava á sala com um piano e algumas poltronas, cortinas e mais aquelas coisas de castelos...  Vi também que tinha uma parede que dividia a sala em duas, e que na porta ao sair da sala, tinha aquelas armaduras de soldados com uma espada desembainhada. Peguei a bainha e amarrei em minha cintura por debaixo do sobretudo, depois  guardei a espada nela. Assim que achar aquele maldito, vou acabar com ele!

 

 

***

 

 

— Molly

 

 

Fiquei o dia todo no meu quarto, em boa parte chorando. Como se isso fosse resolver alguma coisa... Queria ser mais corajosa e enfrentar ele, ou pelo menos saber alguma luta, mas de qualquer forma ele se preveniria. Ele sempre é cuidadoso com tudo o que faz. Um perfeito Psicopata. Quem iria imaginar que um homem, razoavelmente bonito, poderoso e sempre de terno seria um psicopata?

É tão estranho que os psicopatas e sociopatas sejam tão formais na hora de se vestirem. Acho que nunca vi Sherlock desleixado, a não ser aquela vez que o encontrei drogado, ou quando está dormindo... Balancei a cabeça para tirar essas cenas da minha mente.

Levantei da cama e me olhei no espelho. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, meu nariz vermelho, igualmente os olhos. Ainda bem que não passei maquiagem. Gostaria de saber onde anda Jacqueline, ela ainda não veio desde aquela hora. Escuto alguém bater na porta. Eu me ilumino de felicidade, Deve ser ela.

Abro a porta e vejo Moriarty parado em minha frente. Eu automaticamente teria batido a porta em sua cara se não estivesse com um semblante tão... Triste?

— O que você quer? – eu pergunto, minha voz sai mais rude do que eu gostaria.

— Você. – parece que ele fala sério, mas me recuso a acreditar.

— Vai embora.

— Molly... – ele dá alguns passos para dentro do quarto em minha direção. – Eu não sei mais o que fazer para você gostar de mim.

— Me deixe voltar para Londres. – mas isso não quer dizer que vou amá-lo.

Ele me encara profundamente, segurando meu olhar com aqueles grandes olhos negros. Não sei o que era para eu ver neles, ele é indecifrável. Deu mais alguns passos em minha direção, ao mesmo tempo em que eu dava para trás a fim de me afastar mais dele. Por fim, minha cintura encostou-se à penteadeira, ou seja, não há como me manter longe dele, pois ele continua chegando mais e mais perto de mim.

Chegou tão perto que pude sentir sua respiração na minha testa, mas não foi só isso. Senti seus lábios em minha testa, não tão forte e não tão fraco. Foi um beijo. Moriarty deu um beijo m minha testa... Porque?

Eu abri a boca para dizer algo, mas não saiu nada. Na verdade eu nem tinha pensado em nada para dizer, foi algo involuntário até. Como se minha mente tivesse dizendo que isso era errado e que eu tinha que pará-lo, mas meu corpo dizia sim, porque aquilo estava bom.

Quando o beijo cessou, continuei a sentir sua respiração em mim. Eu achava que tudo nele era frio e não aconchegante. Queria ainda achar.

— Molly, você é muito importante para mim, e eu queria entender o porquê. Não sabia o que fazer, só queria estar junto á você, mas parece que nunca é o suficiente, nem com essas pulseiras.

Ele tirou uma chave do bolso da calça, pegou meu pulso com delicadeza e tirou a maldita pulseira.

— Me desculpe.

Pisquei algumas vezes tentando acreditar que tudo aquilo era verdade.

— O que? – Foi tudo o que consegui dizer. Como sou tonta, meu Deus.

— Me desculpe por tudo, vou te levar para Londres de volta. Hoje.

— M-mas e Jacqueline?

— Vou devolver ela e seu filho para casa, depois darei o suficiente para que possam viver sem precisar de dinheiro até ela conseguir um novo emprego. E farei isso com todos os que trabalharam para mim neste Castelo.

Realmente. Eu estava chocada, nem conseguia me mover.

— Tudo bem...

— Vou pedir para que Jacqueline venha e traga roupas normais para você. - ele segurou meu rosto por um instante e ficou relutante em me beijar, provavelmente esperando para que eu o empurre, mas não aconteceu. Ele tirou suas mãos do meu rosto, como se estivesse mudando de ideia. Não sei o que deu em mim, mas juntei meu rosto no dele com um beijo. Ele pareceu surpreso, deu um passo para trás, e eu um para frente. Sei que vou me arrepender disso depois, mas segurei seu rosto e o apertei mais á mim. Nós mal conseguíamos respirar.

Depois de alguns segundos, foi ele quem se afastou.

— D- Desculpa. – Eu disse meio vermelha, uma mistura de vergonha e falta de oxigênio. Pude vê-lo sorrindo de cabeça baixa. Que fofo!

Subiu a cabeça e olhou para mim.

— Te espero lá em baixo.


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Notas finais do capítulo

Gntee não me matem pq o Sherl ainda não se esbarrou com o Moriarty hahahaha, sorry ter enganado vcs, um dia vai acontecer, eu prometo!!