Draco acordou com os garotos batendo-lhe o travesseio no rosto e sorriu instantaneamente. Era pra ser ele o manuseador do objeto porém seus amigos acordaram antes em sua própria casa e essa era a consequência de se terem amigos tão próximos.

Ele saltou de um pulo para que não fosse acertado de novo, se levantou a tempo de vê seus amigos caírem para trás tamanha foi a surpresa. Blásio e Teodoro se olharam e já estavam de pé, prontos para partirem em disparada, sabiam o que aconteceria.

Eles abriram a posta e transpassaram-a em uma velocidade impressionante – aparentemente, os treinos na escola os estavam ajudando – passaram o gigante corredor e já estavam descendo a escada. Draco não podia deixar de rir com a situação quando seus amigos pararam abruptamente na porta da cozinha. Ele parou também, mesmo estando ainda na bifurcação ao pé da escada, não conseguia pensar no que os fizera parar. As corridas geralmente só terminavam no jardim, onde já não tinha para onde correr, e eles nunca se interromperiam assim pela mãe de Draco – já eram de casa.

Os garotos olhavam de sua frente para Draco, que já apressava o passo. E quando atingiu a porta, com os dois outros lhe dando passagem, ele parou tão abruptamente como os garotos. Sentada ali, na cozinha de sua casa, tinha uma garota. Uma garota completamente desconhecida!

Ele olhou para os garotos, completamente surpreso – o que alguém desconhecido faria na sua casa aquela hora da manhã? – e depois novamente para a garota, que não fizera nada além de levantar os olhos do jornal que estava lendo. Nada além disso! A xícara ainda continuava repousada na mão direita e o jornal na esquerda, a posição continuava a mesma, só o que fizera foi levantar os olhos.

–Quem é você? – Draco perguntou.

–Quem sou eu? È mais educado se apresentar antes de fazer esse tipo de pergunta, não acha?

–Considerando que você está na minha casa, não. Eu não acho.

Ela sorriu e disse:

–Certo. Eu sou Hermione.

Ele esperou que ela acrescenta-se algo mas nada veio.

–Só isso? Só Hermione? Não acha que apresentações pedem mais que isso?

–Não sabia que apresentações pedissem mais que isso, Sr...?

– Malfoy, Draco Malfoy.

–Oh, sim! Draco Malfoy...

–Quem é você, afinal? O que faz aqui? – perguntou Draco.

–O que faço aqui? Enfim ela largou a xícara e o jornal, se endireitou na cadeira, sorriu de lado e se dirigiu á ele – Estou aqui para satisfaze-lo, Sr. Malfoy. Como posso ajuda-lo?

Com isso, ele pode perceber o sotaque completamente forte dela. Britânica, talvez? Olhou para ela mais uma vez, depois para seus amigos que estavam igualmente perplexos. E quando ele ia responder, sua mãe irrompeu a sala:

– Hermione! Vejo que já conheceu meu filho, Draco? – só ao final da fala Hermione lhe desviara o olhar.

– Sim, Sra. Malfoy. Adorável menino.

–Draco, essa é Hermione, filha do Richard...

Sim! como se esquecera que Richard, o noivo de sua mãe, tinha uma filha e seu nome era Hermione? Pelo menos o sotaque deveria te-lo lembrado. E ela estava se divertindo com ele, urh!

–Vejo, mãe. Ela também é... adorável.

E percebeu que aquele seria um longo verão...