Love is so unpredictable escrita por MPrior


Capítulo 16
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Notas iniciais do capítulo

Gente!!! Sem ameaças!
Eu sei que demorei muuuuito dessa vez :( Desculpem!
Tentei escrever esse cap um trilhão de vezes e simplesmente não saia nada! Escrevia duas linhas e já me irritava. E como já sabem, prefiro não postar nada que postar uma porcaria.
Confessar que esse não é meu cap favorito, acho que poderia ter ficado melhor, mas terminei então vou postar.
Espero que me desculpe, e espero que gostem!!
PS: Uma musica me inspirou a terminar esse cap :3
PS: Desculpem qualquer erro ortográfico. Corrigi, mas sempre passa algumas coisa.



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— Oi – Sorriu Killian assim que Emma abriu os olhos.

 Emma piscou algumas vezes se acostumando com a leve claridade do inicio da manha que atravessava a cortina – Você passou a noite inteira aqui? – Perguntou vendo-o sentado na mesma cadeira que estava na noite passada.

— Onde mais eu passaria? – Perguntou com um leve sorriso a olhando daquele jeito que acelerava seu coração e ao mesmo tempo aquietava sua alma.

Emma encarou-o docemente, a cabeça levemente pendendo para o lado, nos lábios um sorriso sincero – Obrigada, Killian – A voz carrega de gratidão e afeto.

— Pelo que? – Perguntou confuso com seu tom e expressão.

— Por tudo... Por estar aqui, por me ajudar, por segurar minha mão...

— Eu sempre vou segurar sua mão – Prometeu tomando-lhe a mão entra a suas para enfatizar – Bem, enquanto você deixar – Piscou.

Emma sorriu apertando sua mão e antes que pudesse responder a porta foi aberta.

— Emma!- Ouviu a bela e doce voz.

— Mãe! – Sorriu aos pais. Como sentira suas faltas.

— Oh meu amor! Ele é tão lindo, Emma! – Exclamou Mary Margaret abraçando a filha levemente.

— Fico feliz que seja um rapazinho, se fosse uma garota teria problemas em dobro – Comentou David brigalhão desfiando o olhar de sua filha pra sua esposa – Em triplo.

— Pai – Chamou Emma rindo com os olhos levemente marejados.

— Como esta garota? – Perguntou David indo ao seu lado e depositando um beijo em sua cabeça.

— Ótima! Senti sua falta. Dos dois – Sorriu para a mãe - Quando chegaram? – Perguntou apertando inconscientemente a mão de Killian, que ainda estava entre a sua.

— Desembarcamos há algumas horas – Comentou David olhando para Killian e suas mãos entrelaçadas. Emma seguiu seu olhar e olhou para as pessoas na sala.

Sua mãe tinha um leve vestígio de sorriso nos lábios. Seu pai, o olhar era indescritível e Killian... Bem, Killian estava com uma expressão de escárnio, quando seus olhares se cruzaram levantou uma sobrancelha divertido. Iria matá-lo depois. Arquivou a questão mentalmente.

— Hum... Pai, mãe, esse é Killian. Killian, meus pais. – Apresentou brevemente. Já havia falado de Killian aos pais algumas vezes, e em nenhuma fora tão constrangedora como agora

—Senhor – Cumprimentou Killian se levantando e estendendo a mão.

David o encarou de forma ameaçadora e estendeu a mão após levar um beliscão da esposa.

— Madame – Sorriu Killian galanteador a Mary Margaret fazendo Emma revirar os olhos divertida – Bem, vou deixar vocês – Virou-se para Emma – Precisa de algo, Love?

— Que você vá para casa, come algo e durma um pouco – Respondeu. Era visível que ele estava cansado.

— Verei o que posso fazer – Piscou e abaixou-se para depositar um beijo em sua bochecha.

Despediu-se dos demais e deixou o quarto.

— Então esse é o famoso Killian. Ele parece um bom rapaz – Disse Mary Margaret se sentado ao lado da filha. – Não acha David?

— Não – Respondeu emburrado.

— Pai – Disse Emma rindo – Qual o problema?

— Eu não... Não sei se ele é a pessoa certa pra você. Não sei, ele... – Suspirou - Só não quero que se magoe de novo, Emma. – Disse carinhosamente, tentando ao máximo não perturbar a filha com memórias ruins, o que não adiantou de nada.

Emma não podia culpar o pai, ela mesma teve esses pensamentos, mas sabia que com Killian era diferente, sentia que era.

— Eu não vou, pai – Assegurou firmemente – Dê uma chance a ele, ele é importante pra mim.

— Tem certeza disso? – Perguntou David incerto. A filha parecia feliz, mas não queria vê-la nunca mais do jeito que ela estava quando se despediram.

— Sim – Deu-lhe um sorriso confiante.

—Você acha que ela vai aceitar? – Perguntou Tinker insegura.

— Isso é quase um pedido de casamento – Concordou Ruby.

— Não a estou pedindo em casamento – Disse Killian de cenho franzido – Só acho que seria mais confortável pra ela.

— Bem, não custa nada tentar – Assegurou Ruby.

— Vou passar em casa e tomar um banho. Vocês vão para o hospital? Querem uma carona?

— Não precisa, a gente vai agora. Só estamos esperando o August – Respondeu Ruby.

Killian concordou e se despediu.

Enquanto dirigia Killian pensava no que as amigas falaram e avaliava um jeito fácil de fazer a proposta a Emma. Não queria que soasse como um pedido de casamento, não que não gostasse da idéia, mas não queria que Emma o achasse um louco e surtasse dentro do quarto do hospital.

 Assim que chegou ao apartamento tomou um banho rápido e comeu algo, não iria dormir. Em seu trabalho fora treinado para passar longas horas em claro, às vezes o mar estava imprevisível demais para se dar ao luxo de fechar os olhos.

Falando em olhos – sorriu. Havia um par de olhos que queria muito conhecer.

Ajeitou rapidamente a cozinha e pegou suas coisas.

A viagem a ate o hospital fora rápida, encontrou Emma sozinha no quarto com Henry em seus braços.

—Hey! Falei para descansar – Acusou a loira assim que o viu entrado no quarto e fechando a parta atrás de si silenciosamente.

— Não se preocupe Swan – Caminhou ate ela sorrindo – E como estamos? – Perguntou sentando-se na cadeira ao seu lado.

— Sonolento – Sorriu olhando o filho que lutava para manter os olhos abertos e voltou o olhar ao rapaz. Encarou-o por alguns segundos e franziu as sobrancelhas – Você realmente deveria dormir um pouco.

— Eu estou bem Love. Quero estar aqui, depois de amanha viajo e será uma longa semana...

Emma estreitou os olhos. Às vezes se esquecia de suas viagens. Suspirou. Sim, seria uma longa semana.

Ficaram alguns segundos em silencio e Emma observava o olhar de Killian sobre Henry. Prendeu o riso – Quer pega-lo?

Killian desviou o olhar do pequeno – Quero.

Emma não pode deixar de ficar um tanto surpresa, a maioria dos homens, seu pai mesmo e August, ficavam um tanto receosos ao segurá-lo.  Mas já deveria saber que Killian era sempre uma linda e encantadora exceção.

Entregou-lhe o pequeno ajeitando-o em seus braços e sorriu os observando.

— Ele é quietinho... – Comentou Killian sem desviar os olhos do pequeno em seu colo.

— Graças a Deu! – Emma riu.

Killian lhe sorriu - Onde estão seus pais?

— Foram comer algo com August e as meninas.

 Killian concordou levemente – Emma quero te pedir... Propor algo – Começou.

Emma o encarou franzindo o cenho – Sim?

— Quero que venha morar comigo – Contou. Não conseguira pensar em outra maneira de fazer aquilo, então resolveu ser direto.

Emma encarou-o por breves segundos – O que? – Perguntou aturdida.

— Quero que venha morar na minha casa – Repetiu calmamente.

Emma levou alguns segundos pra digerir a informação – Killian, eu não acho que...

— Espera – Interrompeu-a – Você não pode continuar no Granny’s agora, vai precisar de espaço, e meu apartamento é relativamente grande.

— Obrigada, mas eu...

— Eu não preciso ficar lá se esse é o problema Emma, eu mal paro em casa com as viagens e tudo mais... Posso arrumar outro lugar para mim nos dias que estou na cidade.

— Eu não vou te tirar da sua casa! – Irritou-se.

— Eu quero que seja sua casa também – Antes que pudesse evitar já havia soltado.

Ficaram se encarando por intermináveis segundos.

— Você tem certeza disso, Killian? – Questionou insegura e incerta.

— E eu tenho certeza sobre você – Assegurou.

— Você sabe o que isso significa, não é? – Perguntou ainda atordoada.

— Nem mais saideiras – Piscou.

— Estou falando serio.

— Eu também – Arrumou Henry em seus braços e segurou uma de suas mãos - Eu te amo Emma, mas se você ainda tem alguma duvida, algum receio de nós, eu vou entender. Já disse muitas vezes e vou repetir quantas precisar. Eu nunca vou te pressionar a nada. Eu tenho certeza sobre nós, eu quero isso, e eu vou esperar ate você ter essa certeza também, não vou desistir do seu amor. Mas se não quer aceitar isso vindo do homem que te ama, aceite como de um amigo.

Ema encarou-o confusa, tentando entender o que ele dizia. Era claro que o amava, não tinha duvidas quanto a isso, talvez a única coisa da qual tivesse toda a certeza ali, era de seu amor por ele - Eu te amo - Apertou a mão dele entre a sua esperando que ele pudesse sentir também.

— Mas não completamente...

Não pode evitar o rosto de Neal aparecer em sua mente, e se obrigou a apagar a imagem. Não queria aquilo. Amava Killian, esqueceria Neal.

—Eu... – Começou sem saber ao certo o que dizer.

— Ao menos me deixe te ajudar a achar algum lugar – Pediu.

— Eu te amo – Repetiu pausadamente, ignorando-o, assegurando firmemente.  Não queria que ele achasse que não correspondia a seus sentimentos.

— Eu sei – Killian sorriu– Eu sei – Lhe deu um beijo e levantou-se - Pegue ele. Vou ate a cantina um pouco. – Colocou Henry cuidadosamente nos seus braços.

— Killian...

— Tudo bem, Love.  – Interrompeu-a - Quer algo de lá?

— Quero que você volte – Disse seriamente, olhando-o nos olhos.

— Sempre– Sorriu depositante um leve beijo em seus lábios e deixou o quarto.

Assim que a porta bateu fechou os olhos em desgosto – Idiota!

— Sabe, você deveria parar de se xingar, ainda mais em voz alta.

Abriu os olhos assustada com a risada – August! Quer me matar?

— Às vezes quero... – Brincou.

— Haha, muito engraçado – Terminou de dizer quando uma enfermeira entrou.

— Com licença. Tenho que levá-lo, trago de volta pra amamentar.

— Oh, claro – Sorriu – Ate Henry – Deu um beijo em sua cabeça.

Após August se despedir a enfermeira deixou o quarto com ele nos braços.

— Então, o que aconteceu? Encontrei Killian no corredor e estava com uma expressão... – Comentou August se sentando na cama aos seus pés.

— Ele parecia magoado? – Perguntou Emma hesitante.

— Não, não magoado. Tava mais para pensativo... Por quê? Ele deveria estar magoado? – Questionou.

— Talvez... – Suspirou de cenho franzido.

— Pensei que vocês estavam bem...

— E estamos!

— Então...? – Forçou.

—Killian me pediu para morar com ele– Disse após uma leve pausa.

August assentiu - Tinker e Ruby me falaram enquanto vínhamos pra cá – Contou – E o que você disse?

— Nada na verdade. Eu não sei o que responder... – Gemeu em desgosto.

— Se não quer só diga a ele Emma...

— Não quero magoá-lo

— Não vai, ele vai entender. Ele te ama– Lembro-a.

Emma nada disse, apenas encarou-o um tanto atordoada.

— Não é isso, não é? – Perguntou August franzindo as sobrancelhas, desconfiado.

— Talvez eu queira... Ir com ele... – Comentou insegura.

— Eu não entendo Emma. Qual o problema?

— Eu não sei! – Exclamou frustrada desviando o olhar para um ponto qualquer na sala e encontrou o casaco de Killian repousado sobre o braço da cadeira, onde passara a noite anterior ao seu lado.

— Sabe o que eu acho? – Começou August chamando sua atenção para ele novamente – Acho que você tem medo.

— Eu não tenho medo de Killian! – Exclamou com a absurdidade.

— Não dele, Emma. Do amor. Do futuro... – Explicou calmamente.

Emma encarou-o, assimilando o que ele dizia – Você... Você acha que tenho medo de amá-lo? – Perguntou perplexa.

— Acho. E não só porque tem medo de se machucar, de se magoar, mas porque também tem medo de ser feliz.

— Eu não tenho medo da felicidade – Disse aturdida – Isso é ridículo.

— Fico feliz que perceba isso – Sorriu carinhoso – Tenho que ir, mas volto amanha – Se despediu com um abraço e deixou o quarto.

O resto do dia passou tranquilo. Killian retornou como prometerá, não tocou em momento algum sobre a proposta que fizera, ficando ali ate Emma mandá-lo embora junto com as meninas para ter uma noite descente de sono. Seus pais também passaram uma parte da tarde com ela, mas tiveram de ir por causa de Oliver, seu pequeno irmão que estava sobre os cuidados da avó de Ruby. Parece que o pequeno já conquistara a todos. Henry foi trazido algumas vezes para amamentá-lo, mas foi levado para o berçário junto com outros recém nascidos.

Emma agora se encontrava sozinha, não conseguia dormir. As palavras de Killian e August rondando sua mente de um modo irritante. Teria August razão? Teria ela medo de ser feliz? Isso soava tão absurdo, mas parecia tão verdadeiro...

Não queria dizer não á ele, sabia que ele entenderia se o fizesse e continuaria o mesmo Killian de sempre, mas... Mas, dizer não de alguma forma parecia uma perda, chegava a ser angustiante. E dizer sim a ele...  Não sabia o que isso significaria, e percebeu que tinha certo receio de descobrir, e mais receio ainda de não descobrir. Suspirou frustrada. Acabaria louca se continuasse assim.

Não se lembrava ao certo em que ponto da noite havia dormido, só se lembrava que estava esgotada demais ate para pensar.  Quando despertou ouviu Killian falando baixo, para não acordá-la, imaginou. Imaginou que estaria falando ao celular já que não ouvia mais nenhuma voz, permaneceu de olhos fechados.

— Sim, acho que não foi uma boa idéia... – Houve uma pausa.

 - Não, não acho que tenha sido isso... Acho que a assustei – Mesmo de olhos fechados podia ver suas sobrancelhas franzidas – Claro que não! Eu não sei... Quando ela receber alta vou ajudá-la a achar algum lugar - Outra pausa, dessa vez mais longa.

— É uma ótima noticia Liam! – Podia ouvir o sorriso em sua voz – Quando estiver vindo me avise...

— Okay, ate mais! – Resolveu acordar de seu “sono”.

— Hey, Love – Cumprimentou Killian assim que a viu de olhos abertos.

— Oi – Sorriu.

— Como foi sua noite? – Perguntou indo se sentar ao seu lado.

— Boa. E a sua? Espero que tenha descansado – Comentou observando seu rosto e constando satisfeita que não mais sinais de exaustão.

— Foi ótima – Sorriu entrelaçando suas mãos. Um costume que Emma passou a gostar.

— Que horas são? Quando chegou? – Perguntou Emma tentando ver através da cortina os leves raios de sol.

— Cheguei há pouco. Ainda é cedo, não passa das sete. Não quer dormir mais um pouco?

— Estou sem sono... – Terminava de dizer quando a porta foi aberta.

— Com licença. É hora de amamentar – Comentou uma enfermeira com o Henry nos braços.

— Claro – Sorriu Emma observando seu pequeno.

— Bem, enquanto você cuida dele vou tomar café. Quer alguma coisa? – Perguntou Killian levantando-se.

— Pode me trazer um suco?

— Claro. Não demoro – Deu-lhe um beijo e um em Henry e deixou o quarto.

— Volto para buscá-lo – Informou a enfermeira.

— Sabe quando recebo alta?

— Assim que o doutor chegar.

— Okay, obrigada – Sorriu.

A enfermeira repetiu mais uma vez que voltaria para buscá-lo e saiu.

Enquanto amamentava Emma pensava na “conversa” que ouvira entre Killian e seu irmão. Não entendera muita coisa, mais estava claro que falavam sobre a proposta de Killian de ir morar com ele, ou no apartamento dele.

Ele não parecia magoado, irritado, ou chateado, parecia ter aceitado a “recusa” dela muito bem. Aparentemente estava tudo resolvido e esquecido. Então ela não entendia porque esse assunto ainda a perturbava e a deixava tão inquieta.  

— Você gosta do Killian também não é Henry?  - Perguntou ao pequeno que a olhava com olhos curiosos - O que eu faço heim?

— Faz sobre o que?

— Meu Deus! – Ergueu os olhos assustada – Vocês têm que parar com isso! Um dia vão me matar – Queixou-se com a mãe que a olhava sorrindo divertida.

— Desculpe – Riu indo se sentar ao lado da filha - Ola Henry – Acariciou seus cabelos ralos – Então? - Falou à filha.

— Então o que? – Perguntou Emma franzindo as sobrancelhas.

— Sobre o que você não sabe o que fazer? - Perguntou retirando alguns fios de cabelos que estavam caídos sob o rosto da filha.

— Mãe, como você soube que queria algo... Serio, com o papai? – Perguntou após alguns segundo de silencio.

— Bem, eu me apaixonei por seu pai na primeira vez que o vi – Respondeu sorrindo deslumbrada – Seu pai é o melhor homem do mundo, e me senti afortunada por ele sentir o mesmo por mim. Acho que a primeira vez que olhei em seus olhos já sabia que era algo serio, que era meu verdadeiro amor – Riu alegre – Mas acho que esta falando sobre um “próximo passo”. Seu pai me pediu em casamento após poucos meses de namoro, e tenho que confessar que pensei se não era muito cedo, ou se iria dar certo, mas eu tinha certeza sobre o nosso amor, e se ele estava disposto a dividir uma casa comigo, sonhos, vitoria, alegrias, conquistas, problemas, a dividir uma vida, então não tinha como isso não dar certo – Sorriu carinhosa à filha que ouvia atentamente – Mas cada pessoa tem o tempo Emma, cada amor tem o seu tempo... Mas se você quer ter certeza se aquela é a pessoa certa, se imagine sem ela, se você conseguir fazer isso, então ainda não a encontrou - Acariciou os cabelos loiros da filha, herança de seu pai - Eu não me imagino sem seu pai – Sorriu – Agora, me conte o porquê desse questionário todo – Perguntou divertido.

— Killian me pediu para morar com ele – Contou observando a expressão da mãe.

— Ele te pediu em casamento?– Perguntou Mary Margaret levemente espantada e confusa.

— Não, não isso. Ele... Me ofereceu o apartamento dele, e tenho que concordar com ele, Granny’s não vai mais servir.

— E você respondeu...?

— Nada – Franziu o cenho – Eu não sei o que responder. Ele ate se ofereceu para ficar em outro lugar, mas nunca ia tirá-lo da casa dele, e depois se ofereceu para me ajudar a achar algum lugar para mim- Contou.

— Ah, tudo acertado então – Sorriu – E já viram algum lugar? – Perguntou voltando a brincar com o neto levantando novamente o olhar pra a filha diante do seu silencio.

— O que foi Emma? – Perguntou confusa com a expressão um tanto torturada da filha.

— Não vimos nenhum lugar...

— Qual o problema Emma? – Questionou ajeitando-se para que pudesse olhar melhor a filha.

— August disse que tenho medo da felicidade...

— Oh Emma – Exclamou Mary Margaret  carinhosa- Muitas pessoas o tem - Contou - É normal.

— É horrível – Gemeu em desgosto.

— Sim, é – Riu levemente – E esse sentimento é ainda mais forte quando tudo vai bem e existe algo importante a ser perdido. Não a nada de errado em se sentir insegura, em se sentir ameaçada quando tudo esta dando certo, ainda mais quando passamos por situações como as que você passou, mas o que você não pode é destruir o presente por medo do futuro, do que pode ou não dar errado.  Há muita coragem em se deixar amar e ser amada, em se tornar vulnerável, e em abrir seu coração para a chance de ser partido. É um dos sentimentos mais aterrorizantes e maravilhosos do mundo, mas tudo depende se quem esta compartilhando desse sentimento com você.

Emma absorveu aos poucos as palavras da mãe, analisando uma por uma. Mary Margaret esperou pacientemente.

— Eu amo Killian, e sei que ele me ama – Declarou por fim.

— Então o mais importante vocês já tem. Se pode construir qualquer coisa solida se a base for firme.

— Então você acha que devo aceitar?

— Eu acho que deva fazer o que seu coração te disser.

Já fazia alguns minutos que sua mãe fora embora prometendo voltar com  seu pai e irmão quando recebesse alta e  a enfermeira  levara Henry novamente.

Em todo esse tempo Emma pensava nas palavras da mãe, e aceitava que August tinha razão. Tinha medo, estava tudo bem com Killian, mais que bem, estava perfeito, e não queria que um passo em falso destruísse isso, que a convivência acabasse com o amor de ambos. Mas após fazer o que a mãe falara e não conseguir se imaginar em Killian, concluiu que seria corajosa, que valia a pena abrir seu coração para a oportunidade de ser partido novamente, mesmo que não acreditasse nisso, se isso significasse que nunca precisaria pensar em um futuro sem Killian. Parece ridículo dizer que não se consegue se imaginar sem uma pessoa, mas entendera o que a mãe quisera dizer, cada pessoa que conhecemos, cada pessoa que passa por nossas vidas e se tornam importantes nos transformam um pouco e quando elas se vão, levam essa parte que transformou consigo, levam o sorriso que só damos para ela, levam a piada que só ela entende, levam um momento que só pode ser comentado com ela... E não estava disposta a perder a parte de si que se transformou com Killian.

— Love? – Sentiu o coração dar um salto ao ver o rosto de Killian se materializar na sua frente.

— Meu Deus! – Exclamou de olhos levemente arregalados – Qual o problema com vocês hoje? – Perguntou irritada.

— Você que esta pensativa demais – Killian riu divertido – Encontrei com o medico no corredor, disse que daqui a pouco assina sua alta – Contou arrastando uma cadeira para se sentar ao seu lado.

— Ótimo! Já estou cansada daqui, parece que estou aqui há anos – Queixou-se.

— Só mais alguns minutos – Riu levemente.

— Killian, eu preciso conversar com você... – Começou fazendo-o ficar instantaneamente serio e franzir o cenho, esperando – Sobre sua proposta – Terminou.

— Emma – segurou sua mão - Sobre isso, você tem razão. Eu me precipitei, talvez seja cedo demais pra... Um passo assim. Vamos apenas procurar um lugar para você, sim? Não se preocupe, esque...

— Eu aceito – Interrompeu-o.

— O que? – Perguntou confuso.

— Que eu aceito, aceito morar com você – Sorriu.

Killian encarou – Você não precisa fazer isso.

— Mas eu quero.

— E quando decidiu isso? – Perguntou um tanto desconfiado.

— Tive algumas conversas... Interessantes.

— Claro – Comentou ainda incerto – Emma...

— Eu vou. Já está decidido – Apertou sua mão e sorriu.

O medico apareceu minutos depois para assinar sua alta. Era hora de ir embora e dar início á uma nova fase de sua vida, uma fase em que Killian estaria mais presente que nunca.  E a julgar pela cara de seu pai, essa noticia não lhe agradava em nada

— Você vai o que Emma? – Perguntou David serio.

— Vou morar com Killian – Disse decidida.

— Quando decidiu isso? Não achei que estavam tão serio assim.

— Nem eu – Disse sincera – Pai – Pegou em sua mão e o puxou ate a cama fazendo-o sentar-se e sentando-se ao seu lado – Eu o amo e ele me ama. Vai dar certo.

— Você não acha muito cedo para isso? Você nem terminou a faculdade, Emma.

— Pai – Chamou carinhosamente - Eu tenho 18 e já sou mãe. Acho que o pior que poderia ter me acontecido já aconteceu – Sorriu nostálgica.

— Oh garota – Puxou-a para um abraço – Eu te amo, só quero que seja feliz.

— Eu estou feliz – Sorriu separando-se dele.

— Não quero que se machuque de novo. Se isso não funcionar...

— Se – enfatizou – Se isso não funcionar, ainda será meu pai? – Perguntou com os olhos marejados.

— Eu sempre serei seu pai – Prometeu.

— Isso é tudo o que eu preciso – Disse sorrindo enquanto uma única lagrima – que foi prontamente enxugada pelo homem a sua frente, cruzava seu rosto.

— Olá – Disse Mary Margaret colocando apenas a cabeça para dentro no vão da porta – Como estamos?

— Emotivos – Brincou Emma sorrindo ao pai.

— Que bom, achei que encontraria a Terceira Guerra aqui dentro – Brincou entrando e fechando a porta atrás de si.

— Acha que leva um tempo até eu entender que minha garota já é uma mulher – Disse David enquanto rodeava a cintura da esposa com um braço.

— Eu amo vocês – Disse Emma rindo da cara de azedo do pai.

— E nós te amamos – Disse Mary Margaret sorrindo – Vamos?

— Vamos. Onde está Henry? – Perguntou Emma se levantando.

— Com Killian. Acho que aqueles dois vão se dar bem –Sorriu.

— Ainda tenho que falar com esse rapaz – Comentou David enquanto deixavam o quarto.

— David...

— É meu papel de pai – Falou soando ameaçador.

Emma balançou a cabeça negativamente e trocou um olhar com a mãe tentando segurar riso.

Caminharam ate a sala de espera encontrando August, Ruby, Tinker segurando Oliver e Killian com Henry nos braços. Não pode deixar de sorrir.

— Oh Emma, seu irmãozinho é tão lindo! Vontade de apertar e apertar – Exclamou Tinker assim que se aproximaram.

— Oh meu Deus, você ta enorme Ollie! – Exclamou pegando o irmão dos braços da amiga – Oi Oliver, se lembra de mim? – Perguntou bobamente ao pequeno.

— E...ma. Ena, Emma – Balbuciou.

— Ele disse meu nome? – Perguntou Emma encarando os pais, encantada  - Ele disse meu nome?

— Ele ta começando a falar algumas coisas – Riu Mary Margaret.

— Agora quem vai te apertar sou eu Ollie – Brincou com o pequeno que só ria.

— Vem com mamãe Oliver. Antes que não sobre mais nada de você – Riu Mary Margaret pegando o filho no colo fazendo os presentes rirem.

— Killian – Chamou David – Vamos conversar um segundo.

Killian assentiu e entregou Henry para a mãe – Volto logo Love.

— Será que seu pai vai dar um tiro nele – Disse Tinker enquanto observavam os dois sumirem no corredor.

— Tinker – Repreendeu Ruby.

— Só comentei...

— Ta tudo bem – Disse Emma rindo – Olá Henry – Sussurrou ao pequeno que a observava.

— Então vai mesmo com Killian – Comentou August próximo a ela brincando com os dedinhos do afilhado.

— Vou – Sorriu.

August assentiu e voltou o olhar para o bebê.

— Quer segura-lo? – Perguntou Emma.

— Não – Respondeu rapidamente fazendo Emma rir – Vou esperar crescer um pouco – Disse de cenho franzido.

Poucos minutos depois David e Killian voltaram, e a julgar pela expressão de ambos parecia que haviam se acertado.

— Bom – Começou David – Você e Killian vão na frente. Eu e sua mãe vamos amanha cedo e vamos ficar a semana com você já que Killian vai viajar a trabalho – Informou.

— Hum, okay – Respondeu Emma encarando Killian para se certificar que aquilo estava bom para ele, e ao que parecia estava.

— Bem, eu e Tinker já vamos. O trabalho nos espera – Disse Ruby.

— Eu levo vocês – Informou August.

— Okay – Concordou – A gente passa lá amanha cedo, tudo bem?

— Claro. Tentem ir antes das dez horas para nos despedirmos – Pediu Killian.

— Pode deixar – Sorriu - Bem, vamos?

— Vamos.

 Despediram-se e deixaram o hospital.

— Qualquer nos ligue – Pediu Mary Margaret.

— Ligaremos. Não se preocupe mãe.

— Tudo bem então... Nos vemos amanha, garota – Disse David lhe dando um beijo na cabeça.

Despediram-se prometendo que amanha cedo estariam lá e se foram.

Assim que sumiram de vista Emma se virou para Killian.

— O que ele te disse?

—Algo sobre me dar um tiro e acabar com meu lindo rosto – Respondeu fazendo Emma arregalar os olhos incrédula.

— Não se preocupe Swan – Começou, pegando  sua mala com uma mão e a rodeando pela cintura com outro braço enquanto caminhavam para fora do hospital– Ninguém vai tocar no meu incrível rosto – Piscou fazendo-a rir.

Colocou sua mala no carro e ajudou-a entrar.

— Vamos ter que arrumar algumas coisas – Comentou Killian enquanto dirigia.

— Não se preocupe com isso. Tem certeza que não vou incomodar? – Perguntou. Afinal, ele era um homem acostumado a morar sozinho, ser independente. Uma mulher e uma criança iriam mudar muito sua liberdade, sua intimidade... Sua intimidade! Emma arregalou os olhos. Jesus, moraria com ele, dividiria uma casa, um lar?! Claro que tinha noção disso quando aceitou ir, mas agora percebia completamente a amplitude de tudo.

— Algum problema Swan? – Perguntou Killian vendo sua expressão de espanto.

— Não comprei um berço – Falou a primeira coisa que lhe veio à mente e depois arregalou os olhos novamente. Realmente não havia comprado.

Killian riu – Já cuidei disso. Bem, seus pais cuidaram. Você tinha um belo berço – Virou-se para ela sorrindo.

— Trouxeram meu berço?– Perguntou rindo confusa – Nem sabia que ainda existia.

— Ah, existe, com os unicórnios e tudo – Riu divertido.

— Os unicórnios – Riu divertida – Eu adorava aqueles unicórnios... – Comentou sorrindo.

Killian lhe sorriu e poucos minutos depois estacionavam em frente a um pequeno prédio á alguns quilômetros do mar. Emma encarou a fachada sorrindo, era diferente dos outros edifícios que eram sempre frios e sem vida. Seja lá quem fez aquele lugar realmente esperava que fosse uma casa acolhedora. Havia ate um pequeno jardim circulando a estrutura.

— Lindo não é? – Perguntou Killian vendo sua expressão.

— Sim. Como achou esse lugar?

— Estava procurando um lugar próximo ao mar, ou que pelo menos me desse uma vista de lá – Contou – Sabe, para me sentir em casa – Sorriu – Vamos?

— Vamos.

Killian ajudou-a a sair do carro e pegando sua mala caminharam para dentro. Cumprimentaram algumas pessoas e tomaram o elevador, parando segundos depois em frente de uma porta.

Antes de abri-la Killian virou Emma para ele e parou diante dela, olhando-a os olhos.

— Você realmente tem certeza disso, Emma?

— Não – Resolveu ser sincera – Mas eu quero tentar – Arrumou Henry nos braços e segurou uma de suas mãos – E sinceramente, não vejo como isso não possa funcionar – Sorriu.

— Bem, então – A puxou para um abraço desajeitado para não machucar Henry – bem vinda ao lar, e realmente desejo que veja um lar aqui.

— Um lar é o lugar onde o coração deve estar – Disse Emma pousando uma mão sobre seu peito.

— Você sempre terá um lar dentro de mim – Prometeu sorrindo e abrindo a porta.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso!
Espero que tenham gostado :)
Comentários, criticas, elogios, recomendações bem aceitos!
Até, kiss!