Poison & Wine escrita por annaprata


Capítulo 18
Capítulo 17 - Mad World


Notas iniciais do capítulo

E aí meu povo! Gente eu não sabia que não podia colocar um aviso na parte que cabe exclusivamente a história, passei-me e acabei recebendo uma advertência (pessoa se sentindo envergonhada, hahah). Demorei mas aqui estou eu, hahah! Hj não vou enrolar vamos logo direito ao capítulo!



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Pecado, violação de um preceito religioso, desobediência à vontade de Deus. Eu sou um constante pecador, pois amo desesperadamente um fruto proibido.

Nunca fui um homem religioso, só ia aos domingos para a missa pois minha mãe obrigava-me, ela sempre dizia para mim e aos meus irmãos que precisávamos pelo menos uma vez na semana nos conectar com Deus em sua própria casa, já que, todos os dias, ele está presente na nossa.

Em nenhum momento prestava atenção nas palavras do Padre Francisco, mas, quando a verdade foi jogada na minha cara, desesperando-me, tornando meu mundo sem nenhum sentido, foram as palavras desse velho Senhor que me deram forças para eu tentar seguir em frente, apesar de que nunca mais eu conseguiria enxergar o mundo com tanta intensidade.

E olhando os olhos dela e o do meu pai, depois de eu colocar, finalmente, para fora este segredo, que há anos está sufocando-me, lembranças do meu passado começam a surgir na minha frente, como num filme.

ANOS ATRÁS

Desde que meus pais comunicaram para mim e meus irmãos que iriamos nos mudar para uma cidade do Condado de Clallam, no estado de Washington, que possui apenas 3.532 habitantes, ficamos de caras emburradas. O que eles queriam fazer numa cidade pequena? Qual era a diversão disto tudo? Mas acabo mudando os meus pensamentos e considerando Forks a melhor cidade do mundo quando eu a vejo pela primeira vez.

Era o meu primeiro dia no novo colégio e eu e a Alice estávamos sendo apresentados pela professora para nossos novos colegas de classe. As garotas não paravam de me encarar, tentando jogar charme e eu só conseguia rir mentalmente delas. Mas o que chamou minha atenção mesmo foi a entrada cômica dela, do nada aparece uma garota correndo e acaba tropeçando nos próprios pés e caindo com tudo no chão. Todos na sala começaram a rir e eu como um perfeito cavaleiro fui ajudá-la.

–Você está bem? – Pergunto.

Quando ela levanta o rosto fico hipnotizado pelos seus olhos, eles são de um profundo marrom, parecia que haviam derretido chocolate neles.

Ela ruboriza e eu acho a coisa mais linda do mundo.

–Obrigada – Diz ela timidamente, depois de eu ajuda-la a se levantar.

–Isabella atrasada de novo – Briga a professora.

–Desculpa Senhora Jane.

Ela solta a minha mão e dirige-se até a sua carteira e eu não sei explicar o porquê, mas sinto um sentimento de perda quando acaba o nosso pequeno contato.

A professora pede para sentarmos em alguma carteira que esteja desocupada e vejo que há uma do lado dela vazia, mas a irritante da minha irmã é mais rápida e vai sentar nela. Bufo irritado e dirijo-me mal-humorado até um lugar afastado de onde ela está sentada.

Assim que me acomodo volto a olhar para onde ela está e vejo que a Alice já está assustando a garota com o seu entusiasmo excessivo, e com isto minha irritação passa, surgindo um sorriso nos meus lábios, espero que a tampinha acabe se tornando amiga dela.

Não deu outra, Alice e Isabella gostaram-se logo de cara e tornaram-se grandes amigas, para a minha imensa alegria.

E hoje ela veria até a nossa casa fazer um trabalho com a tampinha, assim aproveitaria esta oportunidade para tentar aproximar-me dela.

Bella é uma garota muito tímida e recatada, surpreende-me o fato dela e a Alice terem se dado tão bem, já que elas são o inverso uma da outra. Toda hora que eu ia falar com ela enquanto estava com a minha irmã, sempre abaixa a cabeça envergonhada e eu acho encantador isto.

Não sei dizer ainda se o que sinto por ela é amor, mas é um fato que Isabella mexe com todos os meus sentidos, então primeiro quero que ela fique mais cômoda ao meu lado, considere-me um grande amigo.

As duas estavam ainda trancadas no quarto, e isso já fazia muito tempo, e eu já estava me sentindo frustrado. Será que eu não conseguiria nenhum tempinho com ela? E tentando me acalmar um pouco, pego o meu violão e começo a tocar e cantar músicas aleatórias e até umas que eu mesmo compus.

Amava a música, meus irmãos até me estimulavam a seguir carreira nela, mas para mim era mais um hobby, pois assim como o meu pai eu queria seguir a carreira médica, salvar vidas.

Estava tão concentrado tocando que nem reparei que alguém estava assistindo-me, e não era qualquer pessoa, era ela. Paro de tocar e fico a encarando e sorriu ao ver que suas bochechas estavam começando a ficar vermelhas, pelo menos eu poderia ter uma certeza, eu mexia também um pouco com ela.

–Desculpa, não queria te incomodar – Diz ela timidamente.

Vendo que ela está preste a sair da sala, vou até onde ela estar, impedindo a sua passagem.

–Você gosta de música? – Pergunto a primeira coisa que me veem na cabeça.

–Adoro! – Diz ela alegremente e com um sorriso no rosto.

E posso dizer que essa foi a primeira vez que nós dois começamos a interagir, ficamos na sala discutindo nossos gostos musicais e eu até cantei algumas das suas músicas favoritas. Desde então, nos tornamos grandes amigos, mas só isso não bastava para mim, eu de fato estava perdidamente apaixonado por Isabella Swan e hoje mesmo revelaria os meus sentimentos para ela.

Estava nervoso, minha mão não parava de suar. E se ela não me amasse? Só me considerava um amigo? Mas mesmo com esse medo pairando sob a minha cabeça, aqui estava eu, em frente da porta da família Swan, tendo no meu bolso uma caixinha com um anel de compromisso. Pois eu queria que todos soubessem que ela era minha e quem sabe assim o idiota do Mike não tirava os odiosos olhos dele encima dela.

Aperto a campainha e fico esperando e quem atente a porta é o Senhor Swan. Não sei explicar, mas desde que o vi pela primeira vez ele não simpatizou comigo e até em alguns momentos vejo em seus olhos um vislumbre de ódio quando me encara, mas pode ser apenas coisa da minha cabeça.

–Boa tarde Senhor Swan.

–Boa tarde Edward.

–A Bella está?

–Faz pouco tempo que ela entrou no banho, mas antes quero ter uma palavrinha com você rapaz.

Ele me conduz até o seu escritório e pede para me sentar na cadeira que está em frente a sua mesa.

–Quais são suas intenções com a minha filha Cullen?

Engulo em seco.

–Eu a amo Senhor e pretendo pedir ela em namoro.

Digo sem rodeios, ele não tem cara que goste de enrolações.

–Pois Cullen você não pode namorar minha filha.

Fico em choque.

–Posso saber o porquê?

Ele puxa uma gaveta que havia perto da mesa e tira de lá um envelope, jogando-o na minha direção.

–Se eu simplesmente falasse o que irei dizer agora você poderia não acreditar, então este envelope aí é uma prova incontestável do que você escutará aqui.

Não estou entendendo a onde ele quer chegar.

–Você não pode ter nada com Isabella, Edward Cullen.

–Eu não entendo este ódio que o Senhor tem por mim, eu nunca te fiz nada. E eu amo a sua filha e se ela me amar também ninguém vai impedir-me de ficar com ela.

–Então vou te dar uma justificativa para ficar longe da minha filha, abra o envelope.

–O que tem nele? – Pergunto com medo.

–Nele há a prova de que você é um pecador e o seu pai um filho da puta.

Não me contenho e parto para cima dele, mas eu deveria saber que não é bom mexer com um xerife, pois antes mesmo que eu consiga desferir um murro na sua cara ele imobiliza-me.

–Não venha querer bancar uma de machão garoto.

Ele me empurra e acabo caindo de costas no chão.

–Abra logo este envelope e você saberá a verdade.

Levanto-me e pego o envelope que havia caído. Abro-o e tiro dentro dele o papel que está dentro, quando o olho, num primeiro momento, não entendo muito bem o que está escrito, até que vejo o nome de Isabella, do meu pai e uma frase em vermelho "o suposto pai tem no mínimo 99,99% de chance de ser o pai biológico da filha". Olho espantado para o Senhor Swan ao finalmente entender o que é aquilo, não é possível.

–Isso é alguma brincadeira? – Pergunto chocado.

–Você acha que eu brincaria com isto Cullen?

–Isso é impossível! Não pode ser, ela não pode ser minha irmã, não pode.

Começo a andar pela sala transtornado.

–Vou te contar agora uma historinha bem interessante Cullen, preste bastante atenção – Ele volta a se sentar – Quando soube que Carlisle Cullen estava pretedendo voltar para Forks fiquei cheio de ódio. E eu só me perguntava o que aquele cretino estava querendo voltando para cá.

Que? Meu pai já morou em Forks? Essa é novidade para mim.

–Eu, minha mulher e Carlisle estudamos juntos no ensino médio. Ele veio de uma cidade grande e todas as garotas se encantaram de cara, e o cretino adorava isso, pois era um galinha em pessoa. Ele e Renne ficaram juntos por um bom tempo, mas ele nunca foi fiel a ela, porém mesmo sabendo da canalhice dele, ela não o deixava – Ele pegou um cigarro e o acendeu, e quando deu a primeira baforada continuou - Até que cada um foi para uma faculdade diferente e deixaram de se ver. Eu então aproveitei este momento para me aproximar de Renne, já que acabamos indo juntos para a mesma universidade, e desde à época de escola eu era apaixonado por ela. Começamos então a namorar e nunca mais ouvimos falar de Carlisle Cullen – Ele levanta-se e começa a andar pelo escritório, baforando com mais intensidade ainda o seu cigarro – Até que um certo dia eles se reencontram, Renne e eu havíamos brigado e estávamos há varias semanas separados. Mas mesmo estando casado isto não impediu com que Carlisle dormisse com ela, e assim relembrar os velhos tempos.

Isto não pode ser verdade, meu pai não seria capaz de fazer uma coisa dessas com a minha mãe. Eu consigo ver nos seus olhos o profundo amor que ele sente por ela.

–Impossível.

–Também gostaria que isto fosse impossível Cullen – Ele me olha com ódio – E desta noite Isabella foi gerada. Como eu amo muito Renne assumi a responsabilidade, já que ela estava com medo e não queria contar a verdade para Carlisle. Então aquela criança seria minha, não teria nenhum vínculo com Carlisle Cullen. E do nada ele volta, com toda a família junta, Renne fica desesperada, com medo. E quando descobrimos que Isabella estava cada vez amiguinha dos filhos dele, seu pânico só piorou. Tentamos impedi-la de continuar com esta amizade, mas Isabella é teimosa. E quando percebi o olhar dela por você e senti que você também nutria algo por ela, não podia ficar parado, apesar de querer guardar este segredo a sete chaves.

Mad World – Gary Jules

É mentira, é mentira; isto não pode estar acontecendo. Mas o teste confirmava toda esta sujeira. Não querendo escutar mais nada saiu correndo para a rua, eu preciso desesperadamente ficar sozinho.

Ao meu redor estão rostos familiares

Lugares desgastados, rostos desgastados

Claro e cedo para sua corrida diária

Indo a lugar algum, lugar algum

E suas lágrimas estão encharcando seus óculos

Sem expressão, sem expressão

Escondo minha cabeça, eu quero acabar com meu sofrimento

Não há amanhã, não há amanhã

Ando sem rumo pela rua, transtornado. Como isto é possível? Por que Deus? Por que o Senhor está fazendo isto comigo? Por que? Por que? Eu a amo tanto, tanto, tanto. Irmã? Ela é minha irmã?

E eu acho isso meio engraçado

Acho isso meio triste

Os sonhos em que estou morrendo

São os melhores que já tive

Acho difícil dizer isso pra você

Pois acho difícil de encarar

Quando as pessoas andam em círculos

É um mundo muito, muito

Louco, louco

Acabo esbarrando em alguém, e parece que o homem já estava irritado, pois ao não lhe pedir desculpa como ele estava exigindo-me, acaba esmurra-me com força. Não reajo, quem sabe assim esta dor que me consome por dentro não some.

Crianças esperando pelo dia em que sentirão bem

Feliz aniversário, feliz aniversário

Feitas para se sentir da maneira que toda criança deveria

Sentar e escutar, sentar e escutar

Fui à escola e estava muito nervoso

Ninguém me conhecia, ninguém me conhecia

Oi professor, diga me qual a minha lição

Olhe através de mim, olhe através de mim

Eu amo desesperadamente Isabella Swan. Como posso ver ela apenas como uma irmã? Como conseguirei acabar com este amor que me consume por inteiro?

Ao perceber que eu não estava reagindo o bruta monte para de me bater e solta-me.

–Idiota.

Ele some e eu só fico deitado no chão, sem forças, e acabo caindo na escuridão.

E eu acho isso meio engraçado

Acho isso meio triste

Os sonhos em que estou morrendo

São os melhores que já tive

Acho difícil dizer isso pra você

Pois acho difícil de encarar

Quando as pessoas andam em círculos

É um mundo muito, muito

Louco, louco

Ampliando seu mundo, mundo louco

Desperto-me e quando percebo estou num quarto de hospital. O que estou fazendo aqui? Até que me lembro de tudo e quando tento levantar-me acabo deitando-me de volta ao sentir minha cabeça girando.

–Ora ora, o rapazinho acordou. Como está se sentido?

–Tonto e com dores – Respondo.

–É o de se imaginar ao ter apanhado forte.

Ela me dar um remédio para as dores e passa uma pomada no meu rosto.

–Pronto isto o fará se sentir melhor – Diz ela sorrindo para mim – Não entre mais em briga, seus pais já devem estar chegando.

Entro em pânico, não quero ver os meus pais agora, preciso primeiro aclarar a minha mente. Então assim que a enfermeira sai do meu quarto eu escapo, sem que ninguém perceba. Mas assim que estou dirigindo-me para um caminho sem rumo pela rua, eu a vejo e ela me ver também.

–EDWARD – Ela grita.

Tento fugir, mas Isabella é mais rápida e me alcança, agarrando o meu braço.

–O que deu em você? Por que você está assim machucado? – Pergunta ela preocupada.

Fico calado e continuo andando mesmo ela não soltando o meu braço.

–Pare Edward! O que está acontecendo? Olha para mim!

Ela vai para a minha frente impedindo-me de continuar andando.

–Quem fez isto com você? – Pergunta ela preocupada, enquanto acaricia delicadamente o meu rosto.

Olho diretamente para os seus olhos que hipnotizaram-me desde que os vi pela primeira vez. E sem que eu perceba eu já estou acariciando também o seu rosto. Eu a amo tanto, e mesmo sabendo que é proibido, ele não se extinguiu. Será que é pecado eu provar uma única vez dos seus lábios? Penso enquanto estou tocando neles. Só um pouquinho, Deus não me castigará por isto. E como um completo viciado abaixo-me e aposso-me deles. Num primeiro momento ela fica sem reação, mas depois corresponde ao beijo. E como eu imaginava sua boca é a perdição e querendo mais, muito mais, eu a puxo para mais perto de mim. Até que do nada alguém nos separa com violência e eu sou arremessado ao chão.

–SEU FILHO DA PUTA!

O pai da Bella tenta partir para cima de mim, mas ela impede e se coloca na minha frente.

–O que é isso pai? PARE AGORA MESMO!

–Saia da frente Isabella, eu vou matar este idiota.

Eles começam a discuti mas eu não consigo prestar atenção em nada ao finalmente perceber o que havia feito. Meu Deus, como eu fui capaz de fazer isto? É errado!

–Isto não podia ter acontecido – Consigo sussurrar – Não podia.

Ajoelho-me e seguro a cintura da Bella.

–Perdoe-me, perdoe-me – Começo a chorar sem nenhum controle – Isto não podia ter acontecido.

–O que houve Edward? – Pergunta ela preocupada.

–Eu não podia te amar, não podia – Continuo falando desesperado.

–Você me ama Edward? – Pergunta ela chocada e do nada ela começa a rir – Você me ama! – Fala ela para ela mesma - Eu também te amo, te amo muito – Diz ela com os olhos iluminados.

Como eu queria tanto ter escutado isto antes de saber de toda a verdade, mas agora isto é tão errado.

–Bella vamos embora – Diz o seu pai.

–Eu não vou, vou ficar com o Edward – Diz ela enquanto me abraça mais forte.

Mas isto não poderia continuar assim.

–Não podemos ficar junto Bella, não podemos.

–Cale-se agora mesmo Cullen – Grita Charlie ao perceber a minha intenção.

Mas eu não poderia guardar este segredo dela, ela precisava saber.

–Nós somos irmãos Bella, nós somos irmãos, nosso amor é proibido.

Ela me olha chocada ao perceber no meu olhar que eu não estava mentindo e começa a forçar um riso.

–Que brincadeira mais sem graça Edward, pai escutou isto? Edward deve estar delirando.

Ao ver que seu pai também está sério seu rosto começa a entrar em pânico.

–Deixem de brincadeira, eu não gosto disso.

Vendo que ninguém fala nada ela começa a correr e antes mesmo que eu perceba só escuto o barulho de um carro e uma pancada. Olho para onde vem o som e entro em estado de choque ao vê-la deitada toda imóvel e com o corpo começando a sangrar.


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Notas finais do capítulo

E então? Que tensão! Calma gente as coisas vão ser esclarecidas ao decorrer dos capítulos. Ainda vai ter mais POV Edward, muito mais. Estou ansiosa pelo seus comentários! Há e deixa eu divulgar mais uma vez, estou escrevendo uma nova história https://fanfiction.com.br/historia/658677/HelpMeHealMe/ se puderem dar uma olhada, ela é bem diferente. Beijões!



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