Quando O Futuro Vem Dos Céus - Ascensão escrita por LYEL


Capítulo 12
Pondering Sorrow


Notas iniciais do capítulo

A batalha sobre Karakura havia chegado ao fim.

Mesmo que existisse aquele ínfimo momento de paz e silêncio era hora de despertar memórias antigas e tocar nas profundezas de um coração partido.

Estava na hora de reabrir feridas...



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Abertura da Fanfic

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Thomas Bergersen - Starchild (Sun)

No oásis dos bestiais Arion sente que a reiatsu de Hisana havia se acalmado e respira mais aliviado. Ele fica olhando para a grande Raiz dos Espíritos e começa a lembrar de sua discípula momentos antes de partir...

O senhor dos bestiais havia chamado sua discípula até o jardim central da grande árvore e queria lhe dar um presente.

— Mestre, por que o senhor me trouxe até aqui? — Hisana parecia confusa.

— Eu gostaria de lhe dar algo antes de partir. — o leão aponta para a Raiz dos Espíritos. — Eu já lhe contei sobre a grande arvore e sua importância para o oásis assim como seus frutos?

— Sim. Eu já ouvi essa história. O senhor me contou sobre como existiam milhares delas espalhadas pela terra e como alguns shinigamis principalmente bestiais costumavam ficar décadas ou séculos sem retornar ao mundo espiritual as arvores proviam um fruto capaz de revitalizar a alma dos shinigamis primordiais exauridas pela longa permanência no mundo humano. Acertei? — Hisana pergunta.

— Correto. Contudo o fruto não nasce espontaneamente, ele cresce conforme a necessidade de quem se aproxima e provem para ele a energia necessária para continuar. — Arion aponta para o tronco da arvore, ele era aberto de onde uma esfera gigante pulsava como um coração e emaranhava-se por toda a extensão da arvore como uma corrente sanguínea. — Ela possui vontade própria, tem emoções e ressoa com a vida, tanto que à sua volta brota nova existência, ela sozinha foi responsável por dar vida ao oásis dos bestiais.

— Então como a gente faz para ela dar frutos? — Hisana questiona.

— Extraindo a seiva deste núcleo Raysha foi capaz de criar uma poção com as mesmas propriedades dos frutos, isso se provou necessário uma vez que a vida no oásis não instiga a arvore a florescer, mas seu uso é limitado e quando extraído em grandes quantidades a arvore entra em um estado de dormência para se recuperar e neste momento ela se encontra em repouso.

— Entendi... Então o senhor vai me dar algumas poções feitas com a seiva dela para usarmos durante nossas batalhas não? — Hisana pergunta.

— Não Arion, mas eu a darei minha querida. — Raysha se aproximava com uma pequena bolsa.

— Oh, senhora!

A bestial entrega a pequena bolsa a Hisana que abre e encontra alguns frascos pequenos com um líquido de aparência duvidosa.

— Uhm... Raysha reikin... A senhora tem certeza que esse negócio é bebível? Eu vou testar no meu tio pra ver se ele morre antes de mim... E ainda boto a culpa na senhora. — dizia desconfiada.

Raysha ri.

— Remédio bom nunca tem aparência agradável. — ela se justifica. — Se Byakuya fizer birra diga que mandei tomar dois fracos. — ela brinca.

— Anotado! Pode apostar que vou fazer o tio beber quatr...

Hisana falava quando escora no tronco da arvore e sente uma vibração forte dentro do corpo, o núcleo da raiz dos espíritos pulsa como um coração e tanto Arion quanto Raysha olham surpresos quando flores começam a brotar nos galhos dando lugar a frutos e alguns começam a cair atingindo a cabeça de Hisana.

— Ai! Ai! Ai! A árvore tá me agredindo! — a jovem corre de perto da Raiz dos Espíritos e se vira em estado de alerta.

Os três ali presentes veem a arvore florescer majestosamente com frutos pequenos e brilhantes de cores exóticas e agradáveis em segundos.

— A-Arion... O que foi isso? — Raysha gaguejava ainda surpresa.

—...

— Ô produção para tudo! — Hisana se vira para os dois. — Mestre o senhor não disse que ela estava dormindo? Como é que ela acordou dando fruto tão rápido? Nem o capim que cresce na porta de casa é tão rápido assim!

—... A árvore dá fruto conforme sente a necessidade daquele que se aproxima... — ele sussurrava ainda tentando entender o que tinha acontecido.

— Ela nunca tinha frutificado nessa escala para uma única pessoa... — Raysha sussurra de volta para ele.

— Se não vão falar, então eu vou comer! Foi pra mim que ela deu fruto mesmo! — Hisana corre com agua na boca e começa a comer as frutinhas.

— Talvez seja por causa “daquilo”. — Arion diz.

— Foi o que pensei. Hisana pode não ter percebido, mas a arvore deve ter reagido instintivamente “àquilo” e pensou que a mesma necessitava de acalanto.

— Sim... A árvore provavelmente reagiu por puro instinto... — Arion conclui.

— Hisana.

— Hmm? — a jovem se vira como uma criança lambuzada de suco de fruta ao redor da boca.

— Leve os frutos com você mais os frascos, tenho certeza que precisará.

— Mas será que consigo levar tudo isso? — ela limpava a boca.

— O que sobrar eu transformarei em poções. — Raysha diz.

— Beleza! — Hisana começa a assoviar enquanto começa a colher os frutos.

Arion volta de seus devaneios e só então nota Raysha ao seu lado sentada e olhando para o mesmo lugar que ele.

— Ainda preocupado? — ela pergunta.

— Sim. Hisana já deve ter percebido que existe algo dentro dela difícil de lidar, o problema é saber até quando ela permitirá que continue assim. Se minha discípula tola não souber resistir e aprender a lidar com isso, então ela será consumida e esquecida para sempre.

— Perdendo a fé em sua discípula tão cedo assim Arion? Nem parece você. — Raysha brinca.

— Eu não estou perdendo a fé em minha discípula. — Arion deita na grama. — Apenas me preocupo porque não conseguimos terminar o treinamento deles... Se eu tivesse um pouco mais de temp...

Raysha toca nos lábios de Arion impedindo-o de continuar a falar.

— Nós temos todo o tempo do mundo e levamos séculos para fazer o que eles em vida fazem com louvor, eles não precisam de tempo, apenas a crença de que podem confiar em si mesmos.

Arion sorri.

— Tem razão.

Raysha também deita no chão.

— Agora só nos resta esperar pelo que se aproxima. — ela diz.

— Sim. Não vai demorar. Em breve será chegada nossa hora.

Raysha toca no desenho que circundava sua testa e parece ficar preocupada. Arion toca em sua mão e ela olha para ele.

— Não se preocupe, eu estou aqui. — ele sabia o que se passava em seu coração.

Raysha olha com ternura para o companheiro e sorri.

— Eu sei. Obrigada...

Eles entrelaçam as mãos e continuam a olhar para o céu limpo com seus pensamentos naqueles que amavam.

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Os dias estavam se tornando mais frios naquela época do ano e dois dias se passaram desde a grande batalha. Na loja de Urahara o grupo não havia se reunido para conversar sobre tudo o que havia acontecido por diversos motivos: Eles estavam cansados, a cidade estava destruída, shinigamis e humanos haviam morrido, fendas estavam abertas, Hisana ainda estava desacordada e suas famílias precisavam descansar.

O caos ocorrido na cidade obriga a Soul Society a restabelecer um perímetro ao redor de toda a área que havia sido atingida pelos feixes de reiatsu durante a árdua batalha, por isso Karakura estava congelada no tempo enquanto os shinigamis trabalhavam na reconstrução da cidade e da Soul Society que não estava tão diferente.

Ichigo e Rukia estavam em um dos quartos de hospedes de Urahara enquanto velavam por Hisana que dormia no futon ao lado. Ela não tinha mais nenhum ferimento pelo corpo graças ao que quer que tenha sido aquilo que tomara seu corpo naquele momento, da mesma forma, todos que estavam próximos de onde a luta acontecia foram curados por Cronos que talvez mesmo sem querer os tenha feito um favor.

No entanto, o que pesava nas cabeças de Ichigo e Rukia naquele momento era: O que estava acontecendo com sua filha?

Alguém bate na porta e abre delicadamente, era Ururu.

— O jantar está servido...

— Oh, obrigado Ururu-san, nós já estamos indo. — Ichigo responde e a garota fecha a porta novamente.

— Devemos ir não é? Katsuya disse que iria nos contar sobre aquilo que sabia. — Rukia lembra.

— Sim... Parece que tanto ele quanto Tomoe sabem de algo, nós precisamos entender o que está acontecendo com Hisana se quisermos ajudá-la depois porque na última luta se não fosse por Katsuya nós não teríamos trazido nossa filha de volta.

Rukia olha para a jovem que dormia tranquilamente.

— Só quero que ela volte a ser como antes... — murmura para si.

— Eu também. — Ichigo segura sua mão. — Venha. Quando acordar ela vai estar cheia de fome, temos que garantir alguma coisa para ela porque você sabe o quanto ela come. — Ichigo brinca e levanta para em seguida ajuda-la.

— Tem razão. — ela levanta. — A fome de um shinigami é proporcional ao seu poder espiritual, então é melhor reservarmos o estoque de comida.

Os dois riem.

Antes de saírem do recinto eles dão uma última olhada em sua filha e finalmente se retiram.

Quando tudo fica em silêncio Hisana abre os olhos e fica encarando o teto. Ela havia acordado minutos antes e esperava por uma oportunidade de ficar sozinha.

É nesse instante que ela se lembra de algo enquanto esteve desacordada.

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Two Steps From Hell — 03 Moving Mountains (No Choir)

Logo após adormecer no colo de Katsuya Hisana havia voltado para aquela imensidão branca onde havia se encontrado com aquela criatura esfumaçante.

— Apareça! — ela ordena de evidente mau humor.

A fumaça se forma a sua frente e a mesma criatura se apresenta outra vez.

— Eu falei que poderia fazer qualquer coisa, exceto por as mãos em meus amigos e você quase mata Katsuya! — ela braveja.

— Eu só estava brincando, seus inimigos foram embora antes que eu pudesse começar a me divertir, precisei me distrair com outra coisa.

— O que fez com Ichigo? — Hisana a encarava.

— Nada de mais, eu só queria testar se ele era forte.

— Miserável! — Hisana corre na direção da criatura e desfere um soco, mas transpassa a fumaça sem atingi-la.

— É assim que me agradece? Quantas vezes eu salvei sua vida e a de sua família? Não precisa responder. Todas. Mesmo assim você age de má fé... Isso me entristece.

— TSC! — Hisana estava nervosa e rangia os dentes apertando o punho com força.

— Você não precisa gostar de mim para que eu faça meu trabalho... Na verdade eu sou bastante amigável comparado aos seus inimigos.

— Diga logo o que quer!

— O mesmo que você: Aniquilar seus inimigos e... Salvar sua família vem de bônus só porque eu gosto de você, mas eu preciso me divertir um pouquinho também, afinal... Você tem ficado tão forte ultimamente que quase não vem aqui me visitar.

— Não fale como se fossemos uma maldita família feliz, como me arrependo do dia que deixei você ficar no controle pela primeira vez, foi naquela droga de dia que eu acabei abrindo as portas pra você!

— “Naquele dia”? Refere-se ao dia que sua família morreu e você de boa vontade me estendeu a mão? Bons tempos aqueles... Você não ficava refletindo sobre o que acontecia depois de tudo já ter acontecido... Você deixava seu poder apenas... Fluir...

— Porque eu não passava de uma criança amedrontada sendo manipulada por você! — Hisana aponta para a figura à sua frente.

— “Manipulada”? — ela ri. — Eu nunca manipulei você Hisana querida, eu sou apenas sua vontade incarnada, quem me controla é você, eu não passo de seu instinto mais profundo à espreita de uma boa presa.

— Como assim...?

A figura começa a rodear Hisana.

— Você salva sua família, eu mato seus inimigos, você emana a força de vontade, eu emano a vontade com força, você é a justiça, eu o executor, luz, trevas, vida, morte, somos opostos, mas no final conclui-se que somos parte de um único ser e completamos um ao outro como indivíduo, eu nasci do seu medo de não existir mesmo assim não sou uma existência.

Hisana ainda mais confusa apenas balança a cabeça e se vira para a criatura com apenas um pergunta que finalmente tinha coragem de fazer no tom certo:

— Quem é você?

— Quem sou eu?

A figura se aproxima de Hisana suprimindo o espaço entre seus passos.

— O-o que—?!

Ela toca na testa de Hisana e a fumaça ao redor de seu corpo começa a se moldar em uma nova imagem.

— Eu sou ninguém.

A jovem fica paralisada e sem palavras diante de sua própria imagem moldada de escuridão e vazio profundos.

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De volta à loja de Urahara Hisana balança a cabeça rejeitando aquele pensamento.

— Está na hora...

Ela se levanta e começa a trocar de roupa ao perceber que tinha um suéter e uma calça reservada para quando acordasse, mas percebe algo no mesmo momento que estica o braço para pegar uma blusa: O relógio paradoxal havia sumido.

— M-meu relógio!

Hisana fica confusa. Como era possível seu corpo estar daquele jeito sem nenhuma distorção? O que havia acontecido com a restrição em seu corpo que impedia que ao menor sinal de exposição de sua reiatsu na dimensão paralela seu corpo começasse a desintegrar?

— O-o que está havendo? Como é possível eu ainda estar viva? — um flash da imagem da figura com quem tivera aquela conversa dias atrás passa em sua cabeça e sua expressão se torna sombria. — Foi ela...

Hisana via que sua reiatsu não extravasava naquela dimensão e parecia perfeitamente controlável, na verdade, ela sente como se sua energia espiritual fluísse de fora para dentro absorvendo o fluxo espiritual ao redor de uma forma harmoniosa e incondicional, um gesto natural de seu corpo sem que ela precisasse comandar.

— O que está acontecendo comigo? — fica em silêncio, mas logo ela sente a reiatsu de seus amigos e balança a cabeça. — Eu tenho que me explicar primeiro, depois eu penso melhor nesse assunto.

Hisana sai do quarto e se dirige à sala de jantar onde seus amigos se reuniam.

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audiomachine - Motoneuron

No futuro alguns instantes após a travessia do portal Cronos, Solomon e Zerus se veem diante de uma grande estátua enferrujada e quebrada de uma mulher segurando uma tocha em uma ilha.

— Onde estamos? — Cronos pergunta vendo um mundo completamente diferente.

— Pela estátua presumo estarmos em Nova Iorque. — Zerus responde.

— Nova... Iorque... A cidade está completamente destruída e sinto resquícios ínfimos de vida nessa dimensão, há rastros de morte por todo lugar, mas não vejo perturbação no ciclo da vida... Como isso é possível? — ele faz a pergunta a si mesmo enquanto analisava o mundo em que estava.

— Essa é uma longa história, mas é impressionante que consiga analisar este mundo em tão poucos segundos mesmo debilitado e esmorecido, sem sombra de dúvidas você é espetacular. — Solomon “se elogiava”.

— E meu mestre? Magnus-sama?

— Você rastreia por vida ao redor de todo o globo e só não consegue encontrar a minha presença? Não pensei que estaríamos tão enferrujados assim ao nos reencontrarmos.

Os três se viram para trás e encontram Magnus acompanhado de Lanathel, M.A.D e Raiken logo atrás vindo em suas direções.

Cronos se ajoelha assim que seu mestre se aproxima.

— Meu senhor... É uma honra estar em sua presença novamente.

— Levante. — ele ordena tocando em seu ombro e sua lâmina espiritual obedece.

— Mesmo em outra dimensão acorrentado por algemas celestes você fazia o impossível para me enviar a sua força, por isso, mesmo distantes eu nunca senti que estávamos sós e pude ouvir sua voz nos dias de grande chuva, mas estes dias de tristeza chegaram a um fim e hoje poderemos fazer jus ao que fomos nos primórdios da criação e sermos completos.

— Sermos um só como destinado desde o dia de minha criação.

Cronos e Magnus ficam olhando um para o outro por breves segundo.

— Acho melhor nos afastarmos... — Solomon começa a se distanciar.

Zerus olha para os dois e em seguida segue o cientista com passos mais apressados.

Magnus estende a mão para sua lâmina primordial.

— Venha CRONOS!

O espírito de cabelos rubros entra em combustão e seu corpo começa a se fragmentar entrando em Magnus que vai se moldando aos poucos em uma nova aparência através daquele poder.

Seus cabelos dourados ficam iguais chamas aveludadas, seus orbes viram brasas cintilantes e sua pele enrijece. O shinigami estica o braço e sua Judicantis surge mais pesada que aquela surgida na luta de Solomon, mesmo assim ele a empunha com somente uma das mãos e segura firme seu cabo próximo ao rosto vislumbrando novamente aquela imagem de personificação de sua força em lâmina. Magnus ergue sua espada ao céu com as duas mãos e um feixe de luz dourada em chamas carmesins sobe rasgando as nuvens escurecidas abrindo um céu limpo e sem nuvens. O sol volta a surgir entre elas e a espada ressoa com o brilho da estrela maior.

O ambiente começa a esquentar e Zerus retira uns óculos escuros e leque de sua roupa e começa a se abanar.

 

O corpo de Magnus pulsa uma vez e um vento forte empurra Solomon e os abissais que protegem o rosto, um segundo pulso mais forte começa a derreter a estatua diante deles e no terceiro uma supernova se cria englobando o corpo de Magnus e ofuscando os presentes.

— Então esse é o poder de Magnus-sama... — Lanathel parecia fascinada.

— Mas há algo errado, posso sentir... — Raiken o abissal cego comenta.

Depois que a supernova se dissipa Magnus estava de volta ao normal olhando para sua mão.

— Aconteceu alguma coisa Magnus? — Solomon se aproxima, M.A.D o acompanha logo ao lado.

O homem fecha o punho.

— Não estamos em ressonância. — ele responde.

—... Um efeito colateral do selo milenar sem sombra de dúvidas. — Solomon imediatamente conclui.

— Sim.

— Vocês precisam voltar ao início de quando se conheceram e recomeçar do zero lembrando como é ser um só novamente. — Solomon diz.

— Eu sei, mas nós estamos ficando sem tempo, eu preciso partir. — Magnus olha para Lanathel. — Preciso de você. — ele diz.

Lanathel olha surpresa e se aproxima.

— O que deseja meu senhor?

— Para reaver meu poder primordial e lutar da mesma maneira como quando estava no auge eu preciso de alguém poderoso o suficiente para trocar golpes comigo e somente você é capaz de acompanhar.

Lanathel sente um grande prazer e emoção ao ouvir tais palavras, mas apenas o reverencia respeitosamente.

— Darei o meu melhor senhor.

— Quanto aos outros, lembrem-se que a hora derradeira se aproxima, Hisana tentará impedir e vocês estarão aqui para detê-la.

— Sim senhor! — Zerus e Raiken respondem, M.A.D uiva.

— Aonde vai desta vez Magnus?

— Só posso ir a uma dimensão nula, mas assim que estiver com meu poder completo... — Magnus estica o braço e um portal negro se abre, ele toca no ombro de Lanathel que começa a acompanhá-lo. — Eu mesmo quebrarei o selo do grande rei.

O portal se fecha.

— Quem lindo! Lana-chan e Magnus-sama sozinhos no escurinho de uma dimensão nula... Seria romântico se não fosse trágico, eu estou morrendo de pena dela, vai apanhar que nem bode. — Zerus conclui.

— Se Magnus não confiasse na força de Lanathel ele nunca a teria levado consigo, além do mais, ela já possui o nível de um shinigami primordial, por isso quando voltar... Talvez seja até mais forte do que eu. — Solomon coça o queixo.

— Ai credo Solomon querido, vire essa boca pra lá, parece até que o senhor está me subestimando. — Zerus faz bico.

Solomon aperta o bico do azulado que começa a se debater gemendo querendo se soltar. O cientista olhava pensativo para o local onde o portal havia se fechado.

— Veremos o que acontece... — ele sorri.

Raiken se aproxima de onde Magnus havia empunhado sua zanpakutou e as marcas do pé do shinigami haviam feito uma pegada derretida onde ele estava. Raiken respira fundo o resquício de reiatsu ao redor e seus pulmões queimam.

— Impressionante... Está é a força dele...

Solomon passa por entre os abissais e retira uma chave do bolso abrindo um portal que o levava a um destino certo.

— Precisarei voltar ao meu laboratório, cedo ou tarde Hisana e os outros chegarão, não percam tempo e façam os preparativos... Morpheus. — o cientista olha para o azulado.

Zerus pisca e logo fica encabulado.

— Ó! Solomon querido, o senhor vai dizer “Eu preciso de você” igual Magnus-sama disse para Lana-chan não é?! — ele exasperava emocionado e se abanava freneticamente.

— Pombo.

— Eh?

Zerus sente algo quente cair em sua cabeça e escorrer próximo a sua orelha, ele empalidece e começa a tremer, ao olhar para cima avista um poleiro de pombos na estátua.

— NooOoooooOoo! — mugia com toda a força caindo de joelhos não acreditando na tragédia que escorria em seus cabelos e explodindo de raiva saca sua espada e começa a caçar pombos por Nova Iorque.

  — Idiota. — Solomon coça a testa e logo nota o detalhe. — As criaturas que ainda vivem ao notarem a presença de Magnus já o procuram... Mas não posso perder tempo, venha M.A.D!

Uma explosão longe dali faz o cientista suspirar e atravessar o portal, o abissal bestial vem logo atrás de seu mestre que já havia adentrado e Raiken fica sentado olhando para as explosões enquanto ouve os gritos ensandecidos de Zerus ecoarem pela cidade.

— Kurosaki Hisana... Shihouin Katsuya, Ishida Tomoe, Ishida Soryuu, Yasutora Alessa... Não demorem...

Dizendo isso ele sorri ansioso.

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audiomachine - The Truth

De volta à loja de Urahara o grupo comia enquanto Andressa e Alessa ajudavam Ururu e Tessai servir os convidados à mesa improvisada que era o triplo maior que a anterior, eles contavam detalhes sobre os reparos da cidade e paradeiro de suas famílias.

— Depois que Mayuri-san deu o antídoto para o parasita espiritual implantado por Solomon enquanto estávamos ausentes, a maioria dos shinigamis ainda estão em observação, mas os que estão ativos já trabalham no deslocamento das pessoas. — Urahara explicava.

— Nem me faça lembrar aquela cena horrível novamente. — Andressa coçava a testa de olhos fechados lamentando. — Só de lembrar a face daquele cientista louco entrando em nosso esconderijo e levando todos me deixa enjoada.

— Então ele realmente levou Urahara e Yoruichi-san com ele... — Ichigo comenta.

— Sim. Depois ele implantou algo dentro de mim e se transferiu para dentro de meu corpo como um parasita esperando para eclodir... Ele sabia que ninguém jamais duvidaria de mim por isso me escolheu para trazê-lo para cá e depois que se libertou ele implantou esses parasitas nos outros também... Não tivemos chances contra alguém como ele... Perdoem-me...

Sado toca no ombro de Andressa que pousa sua cabeça em seu ombro.

— Não se culpe Andressa, o importante é que estamos todos bem. — Sado diz.

— Eu sei... Só não queria ser a fonte de nossos problemas.

— Problemas? Tia nós estamos aliviados da senhora estar bem. — Katsuya sorri.

— Só agradeço por meu bebê estar bem... — Alessa faz carinho na barriga.

— Eu também estou aliviado em ver que estão bem. — Soryuu toca na mão de Alessa que sorri.

— E eu vou ser a madrinha né? — Tomoe mete a cabeça entre os dois.

— A madrinha vai ser a Chappy. — Soryuu fala emburrado.

— Eu? Pyon!?

— Chappy você tá aqui criatura?!

— Não está tendo aula porque a cidade foi destruída Pyon! — ela levanta o braço.

Rukia em sua forma de shinigami dá uma tapa na cabeça de Chappy em seu próprio corpo e ela sossega no canto.

— Nhaaaaaam... Eu só queria minha Nee-chan de volta, abraçar seus seios fartos, sua bunda fofa e—

Ichigo dá um cascudo que enterra Kon no chão deixando-o de bunda pra cima e fumaça saindo da cabeça e lá ele fica em estado de quase morte.

— Ursinho de pelúcia sujo duma figa! — ele bufa.

— Ichigo...

— Hmm? — o ruivo olha para Rukia.

— Aquele não é um “ursinho de pelúcia sujo” é seu corpo.

Ichigo engole seco se dando conta do equívoco.

— Meu corpo! — ele corre até Kon e começa a abanar a fumaça e limpar a sujeira do seu corpo estatelado no chão.

O grupo ri e Rukia coça os olhos.

— Será que a Hisana ainda acorda hoje? — Renji pergunta.

— Quem sabe... — Katsuya suspira.

— Este detalhe é irrelevante, o importante é ela estar bem. — Byakuya diz.

— Droga, mas ela já deveria ter acordado. — Renji bufa. — Se ela demorar mais vai crescer mato ao redor do corpo dela.

— Se for para crescer mato e ela se tornar uma bela adormecida, então vai ser necessário um príncipe para acordá-la. — Inoue ri divertida.

Todo mundo olha maliciosamente para Katsuya que engole seco corando violentamente.

— D-d-d-do que es-estão f-falando!? — ele engasga.

— Ó que gracinha ele tá com vergonha. — Yoruichi bagunça com o filho.

 

— A senhora tá do lado que quem heim...? - Katsuya entorta a boca.

A mesa termina de ser servida.

— Chega desse papo e vamos comer! — Yoruichi urra.

O grupo vibra.

— Ignorado... - Katsuya suspira.

Logo após a refeição o grupo limpa a mesma mesa e servem chá para todos. Katsuya que havia prometido ser aquele que contaria sobre algo já estava pronto para começar.

Hisana que havia demorado a chegar até eles por conta das reflexões que estava tendo sobre o que havia acontecido com ela estava prestes a abrir a porta quando ouve a voz de Katsuya:

— Eu prometi que ia contar o que sabia sobre aquilo que aconteceu com Hisana durante a última batalha, então eu quero usar essa oportunidade para esclarecer algumas coisas que ainda não foram ditas aqui.

A jovem do lado de fora fica atenta ao que ouvia dentro da sala.

— “Coisas”? Que tipo de coisas? — Ishida pergunta.

— O que vou contar é algo que Hisana talvez nem tenha lembranças devido as circunstâncias que aconteceram, mas que eu tenho certeza que ela nuca faria por querer.

— Então comece, por favor. — Rukia pede.

Katsuya respira fundo.

— A primeira vez que Hisana manifestou aquele poder foi quando tínhamos oito anos, para ser mais exato, no dia da batalha sobre Karakura, quando nossas famílias e amigos morreram...

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Karakura 15 anos atrás...

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Logo após Rukia pedir para as crianças correrem e se distanciarem da batalha feroz que acontecia, Katsuya, Tomoe, Soryuu e Alessa corriam pelas ruas destruídas e matavam alguns deep hollows pelo caminho, mas com um grande peso no coração de que talvez nunca mais pudessem ver suas famílias novamente.

— Katsuya-kun, eu não quero voltar... Quero ficar com eles... — Tomoe corria enquanto seu irmão a puxava pela mão.

— Tia Rukia disse que era perigoso ficarmos lá, precisamos voltar e nos esconder.

— Então por que só a Hisa-chan ficou? Ela é a mais nova de todos nós! — Tomoe protesta chorosa.

— Porque ela... Porque ela... — o garoto fica sem saber o que responder.

— Hisana é mais forte do que nós, por isso ela pode ajudar nossos amigos. — Alessa responde.

— Mas ela é tão criança quanto a gente, eu sei que ela pode ajudar, mas eu quero ajudar também! — Tomoe puxa o seu braço das mãos de Soryuu e se abaixa no chão chorando. — Não quero perder a Hisa-chan também... — ela soluçava.

Soryuu se abaixa próximo da irmã para confortá-la.

Alessa olha para Katsuya.

— Tem que haver algo que possamos fazer, será que tudo o que nos resta é fugir? — a morena olhava pensativa para o chão.

— Mas como nee-san? Vocês viram o quanto eles eram poderosos... Não conseguimos fazer nada... Se voltarmos... Se voltarmos nós só vamos atrapalhar.

Uma explosão deixa Katsuya apreensivo, porque era a reiatsu de sua mãe diminuindo e de Rukia e Hisana também.

— Nós temos que voltar! Mesmo que não dê para fazer nada eu não quero fugir. — Soryuu se levanta e encara Katsuya. — Eu já perdi minha mãe, mas a sua ainda pode ser salva!

— Katsuya-kun! — Tomoe olha implorando.

— Katsuya! — Soryuu também que reafirma sua vontade.

Uma mão gentil toca no ombro do garoto.

— Não precisa se sentir culpado se algo acontecer porque todos nós queremos voltar, até mesmo você Katsuya-kun. — Alessa diz.

O pequeno loiro aperta o punho enquanto fita o chão e firme olha para a direção de onde vieram.

— Vamos! — ele sai correndo sendo acompanhado pelos demais.

Resident Evil Outbreak OST - The Unpleasant Train

Eles se aproximam com cautela minutos mais tarde escondendo suas reiatsus de seus inimigos, mas quando chegam encontram tudo destruídos e os corpos de seus entes queridos jogados depois de uma grande explosão, eles andam entre os escombros engolindo o choro ao reconhecerem o corpo de Rukia no chão, mas enquanto estão ali ouvem vozes ecoando em uma conversa mais intimidadora:

— Solte a minha perna ou eu mesmo soltarei arrancando-a.

Era a voz do homem de grande porte Magnus olhando para Urahara como se estivesse encarando uma barata no chão. Ele segurava Hisana em um dos braços que não estava nada contente.

— Pap—! — Alessa tapa a boca de Katsuya com força.

— Faça o seu pior seu maldito. — o cientista mesmo derrotado rangia os dentes para Magnus.

Quando o shinigami primordial ergue a espada para matar Urahara, Katsuya arregala os olhos assim como seus amigos, mas Hisana estica a cabeça e morde o braço de Magnus, ela estava chorando enquanto franzia o cenho em uma mistura de tristeza e raiva.

— Hisa-chan... Não! — Urahara grita.

Magnus vê o abuso da menina e bate com o cabo da espada desacordando-a.

— Desgraçado! — Urahara se ergue em um impulso, mas M.A.D bota sua pata sobre a cabeça do homem deixando-o preso ao chão.

Naquele momento as crianças que assistiam tudo ali se arrependem de voltar para testemunhar aquela cena e a reiatsu que sentiam vindas daquelas criaturas os deixavam oprimidos sem conseguirem dar um passo para enfrenta-los.

— Ki... Kisuke... — Yoruichi respirava com dificuldades.

— Você não pode fazer nada contra nós, apenas desista e espere sentado pelo fim de tudo. — Magnus dá as costas a Urahara e com Hisana nos braços começa a se retirar.

— Vamos. Não temos mais nada para fazer aqui. — Solomon diz e com um sinal M.A.D tira a pata da cabeça de Urahara que só conseguia mexer o pescoço àquela altura.

— H... Hisa-chan...

O cientista geme.

A mão da menina mexe, mas somente Yoruichi percebe. Quando Solomon está se preparando para abrir um Senkaimon, Magnus consegue sentir o corpo de Hisana mexendo.

— Hmm... Então já acordou? Você é mais resistente do que aparent...!?

Hisana abre os olhos e eles estavam completamente negros, sua reiatsu acende como uma brasa e envolve seu corpo. Magnus olha surpreso para a infante e a larga por instinto.

— Solomon!

Hans Zimmer — I'm Goblin

O cientista olha e assim como os abissais eles são repelidos por uma força e por um grito perturbador. A criança levita alguns milímetros do chão e sua pele enegrece, suas veias se tornam douradas e se expõem pelo seu corpo como cicatrizes feitas à lava. Ela fica ali bufando e babando para eles como um animal enlouquecido enquanto as sombras ao redor começam a se distorcer.

— O... O primeiro estágio... — Solomon sussurra.

Urahara e Yoruichi assistem a tudo sem reação, as crianças não pareciam diferentes, mas ao contrário deles, os menores estavam morrendo de medo de Hisana.

— O-o que aconteceu com a Hisa-chan? — Tomoe se agarrava ao seu irmão que tremia tanto quanto ela.

— E-eu não sei. — Alessa gagueja em resposta.

—... Hisana...? — Katsuya murmura.

Magnus se arma e seus abissais também, Solomon fica em estado de alerta com M.A.D à sua frente.

— Detenham-na! — o cientista ordena.

— Espere! — Magnus exclama e somente Lanathel e Kaliver ficam, porém os outros obedecem Solomon.

Hisana vê os abissais voando em sua direção e range os dentes, por fim ruge e corre em sua direção como um leopardo.

— Você não aprendeu com a morte de sua família que não é nada, então eu vou te mostrar o quanto não é nada! — Tidus pula e arremessa várias lâminas contra ela.

Todas atingem Hisana que fica empalada no chão se debatendo, os abissais se aproximam e a cercam.

— Patético! Você é só pose garota. — ele ri.

Lanathel percebe algo de errado.

— Idiota! Sai dai! — ela grita.

— Eh? — ele se distrai olhando para ela quando sente uma pequena, porém pesada mão segurando sua cabeça. Hisana estava toda transpassada por lâminas, mas estava de pé encarando o abissal. — garotinha desgraç...!?

A cabeça de Tidus é esmagada e ele cai deformado no chão se debatendo.

— TIDUS! — Fisus exclama com furor e voa para cima de Hisana.

Droon vendo Tidus perecer parte para o combate, assim como M.A.D e Granus.

Mas mesmo assim estavam tendo dificuldades em contê-la. Hisana esquivava e usava aquelas sombras como braços e arremessava o que encontrava pelo caminho contra eles e projéteis feitos daquela mesma energia.

Lanathel e Kaliver olham para Magnus.

— Essa é a hora de verem o que podem fazer. Vão. — ele ordena.

— Sim Senhor! — os dois o reverenciam e partem para o combate.

Lanathel e Kaliver se aproximam e os outros abissais abrem espaço.

— Protejam nossos senhores! — ela ordena.

— Sim! — eles respondem.

Kaliver analisava Hisana e percebe que as sombras ao redor dela se aglomeravam à sua volta como um parasita.

— Lanathel, você consegue manipular suas emoções? — ele se referia à Hisana.

— Não. Elas já estão completamente expostas. — responde.

— Então só me resta absorvê-las. — Kaliver diz.

— É perigoso, seu corpo pode não resistir.

— Nosso senhor queria ver do que éramos capazes, essa é a única oportunidade que temos de fazê-lo.

—... Tudo bem, eu lhe dou cobertura.

— Certo.

— Prepare-se, lá vem ela! — a abissal alerta.

Hisana corre na direção dos dois e com um soco arrasta Lanathel metros de distância, mas a abissal continuava segurando firme o punho da pequena, então olha para Kaliver.

— Agora! — ela dá o sinal.

Kaliver então surge diante de Hisana e a agarra, então começa a absorver aquela massa negra de dentro do corpo de Hisana, mas ela se debate e se desprende dessa vez é Lanathel quem a agarra e a pequena não consegue mais se livrar das mãos do inimigo, então Kaliver se aproxima e toca em sua cabeça.

— Acabou garota, você perdeu, conforme-se.

Com isso Kaliver começa a reabsorver a energia que se desprendia de Hisana.

Mas aquela energia não acabava e havia um limite que Kaliver podia absorver, não demora o abissal começa a sentir o peso do que fazia e seu próprio corpo começa a apresentar sintomas e características semelhantes à Hisana.

— Kaliver! — Lanathel o chama.

— Eu vou conseguir... Mais um pouco!

Hisana gritava desesperadamente se debatendo até que sua fisionomia começa a voltar pouco a pouco e ela desmaia nos braços da abissal.

Kaliver cai de joelhos com seu corpo cercado por aquela energia desconhecida quando Solomon e Magnus se aproximam.

— Isole. — Magnus ordena.

Solomon cria um selo e prende Kaliver dentro de um escudo onde a energia se continha dentro dele.

— Ele teve sua fisionomia alterada pelas emoções que absorveu dela... Fascinante! Será um ótimo espécime a ser estudado! — Solomon dizia com interesse.

— Quanto a garota, levem-na e coloquem na sala escura, ela precisará começar em breve a se conformar com a nova vida que a espera.

— Sim senhor. — Lanathel responde e com Hisana debaixo do braço abre o Senkaimon.

Ela adentra o portal.

— Não se esqueçam de coletar os corpos! — Solomon ordena.

 — Sim senhor! — seus abissais respondem e começam a pegar os corpos dos guerreiros que haviam lutado em Karakura.

As crianças vendo que os abissais se aproximavam perigosamente de onde estavam se escondem atrás de um carro e assistem o corpo de Rukia ser levado embora.

— E quanto a eles? — Solomon pergunta se referindo a Urahara e Yoruichi.

— Eles são insignificantes. — Magnus vai embora.

Solomon ri e com uma última gargalhada e olhar sádico adentra o portal sendo seguido por seus servos deixando Karakura para trás.

Quando percebem que estavam sós, as crianças correm para perto de Urahara e Yoruichi que já estava com o corpo frio.

— Mamãe! Mamãe! — o pequeno chamava.

— Katsu... — ela toca no rosto do filho e desmaia.

— Nós temos que levá-los até Tessai-san! — Alessa grita preocupada.

— Sim! — responde Soryuu.

— Vamos antes que aqueles monstros voltem. — Tomoe aconselha mais por estar nervosa.

Katsuya carrega sua mãe nas costas e Alessa pega Urahara que ainda consciente tentava dizer alguma coisa.

— Vocês... Não... Não... Deveriam estar aqui... — ele diz com as últimas forças.

— Eles levaram a Tia Rukia... Todo mundo...! — Katsuya segurava o choro. — E a Hisa-chan!? E a Hisa-chan!? O que era aquilo!? Eu fiquei com medo! Eu... Eu os quero de volta!

— Malditos... — Soryuu sussurrava. — Nós perdemos todo mundo! — ele mordia os lábios.

As meninas pensavam iguais e debaixo da chuva pesada sobre escombros e corpos de inocentes levavam os únicos sobreviventes daquela tragédia.

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The Legend of Heroes VI: Sora no Kiseki - Confession

O grupo olhava para Katsuya que encarava seu chá verde.

— Então Hisana... — Ichigo prefere ficar calado.

— Naquele dia ela manifestou aquela aparência pela primeira vez... Mas não seria a última.

Seus amigos ficam atentos ao jovem.

— Então suponho... Que nas vezes que ela veio a manifestar aquela força, ela não era amiga de vocês era? — Renji pergunta.

Katsuya, Tomoe, Alessa e Soryuu assentem.

— Acredito que Hisa-chan já tenha contado algo a vocês com respeito ao que ela deve ter passado enquanto estava sob as garras de Magnus e Solomon, o que ela não contou foi pelo que nós passamos desde aquele dia... — Alessa comenta.

— Não... Ela se negou a contar... Porque pareceu algo realmente muito delicado. — Byakuya responde.

— Foram anos difíceis... Em parte porque não tínhamos aliados e o mundo estava em frangalhos, mas com a invasão de Magnus e sua presença no mundo, muitos humanos comuns passaram a apresentar poderes sobre-humanos e resgatávamos o que conseguíamos para mantê-los em segurança... Mas a maioria escolhia lutar. — Soryuu explica.

— Tivemos que crescer vendo amigos morrerem quase todos os dias, mas apesar das perdas que sofríamos ainda assim conseguíamos garantir nossa base e uma vida deveras confortável para alguns... Mas isso tudo mudou da agua para o vinho um dia... — Tomoe contava.

— Mudou? Como assim.

— Tudo mudou quando descobrimos que Hisana estava viva. — Alessa diz.

— Descobrir que Hisana estava viva a principio nos trouxe muita alegria... Mas essa alegria se converteu em terror quando vimos que ela estava mudada. Ela não era mais aquela garota amável que conhecíamos, ela estava diferente, com um olhar vazio e presença intimidadora. — Soryuu conta.

— Hisana se tornou nossa pior inimiga. — Katsuya é direto.

O grupo olha perplexo.

— Como é que é? — Rukia pensava não ter ouvido direito.

— Isso é uma piada não é? Hisana jamais machucaria sua família ou amigos! — Ichigo braveja.

Mas as faces dos jovens e de Andressa torna tudo muito mais difícil de engolir, Byakuya ainda queria contestar tal fato.

— Isso é absurdo... Hisana jamais...

— É verdade.

Os presentes no recinto olham em direção à porta que se abria.

— HISANA! — o grupo exclama surpreso.

A jovem fecha a porta atrás de si e fica cabisbaixa em silêncio pensando no que dizer para eles.

— Hi-Hisana, o que eles disseram é—

— Verdade... — ela responde à sua mãe sem levantar o semblante.

— Mas vocês nos disseram que as pessoas no futuro lhe aclamavam como heroína, então como?! — Ichigo pergunta perturbado pela idéia.

— Porque vocês estão esquecendo que eu cresci no meio de monstros e que convivendo neste meio cedo ou tarde eu iria me perder. — ela responde.

Byakuya e Renji ficam calados.

— Não pode ser... — Inoue murmura com aperto em seu coração.

Hisana suspira e com um sorriso cansado e pensativo olha para seus companheiros presentes.

— Deixem-me contar a vocês a história da época em que o mundo me conhecia como “A Genocida”...

Finalmente havia chegado a hora de tocar nas cicatrizes do tempo...

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Com este capítulo daremos início ao mini arco da última parte sobre o passado de Hisana e com isso se concluirá uma das etapas mais importantes e esperadas da fanfic.

Feito isso é certo dizer que QFVDC está chegando à sua reta final, mas claro que a tia Lyel não acabará a fanfic sem explicar direitinho tudo o que falta, então mesmo que estejamos rumando para o fim ainda há de acontecer muita coisa.

Mas a batalha final já se aproxima...

Bjus a todos que me acompanharam até aqui. Espero que tenham gostado da Fanfic e vejo vocês nas reviews!



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