Point Of View – Annabeth Chase.

Percy Jackson me beijou. O seu toque queimava minha pele, e eu gostei da sensação. Em meu ápice, ele quebra o beijo e me encara. Vira as costas, e sai cantarolando uma música qualquer do novo álbum do Imagine Dragons.

– Você acha que é só me... Me... Beijar e sair... Andando? – Respondi atônita.

– Você não disse que queria ir ao banheiro? – Ele me respondeu, irônico.

– Quem lhe deu permissão? Quem... – Eu iria terminar a frase, se ele não pousasse novamente seu polegar em meus lábios. – Você não vai me beijar de novo, Jackson.

– Não é o que o seu corpo me diz. – Ele falou, olhando descaradamente para meus seios, não tão grandes.

– E o que você sabe sobre meu corpo? – Disse, cruzando os braços.

– Eu sei que ele me deseja quando me vê. Não tem nada de errado ou anormal, relaxa princesa. – Respondeu ele formando aspas com as mãos, dando ênfase a “errado ou anormal”.

– Você é estúpido. Convencido. E beija muito mal. – Falei, apontando o dedo, gaguejando.

– Não é oque parece. – Disse ele me encarando com aquela imensidão azul. – Você ficou aqui enrolando e perdeu seu tempo, vai ter que segurar a vontade de ir ao banheiro.

E assim que ele terminou a frase, a sirene toca, avisando que o intervalo havia acabado.

– Me fez perder meu intervalo, babaca. – Falei, dando as costas e voltando para minha classe. Ele não me seguiu. – Você não vai voltar?

– Vou evitar a fadiga, sabe como é. – Disse ele, sorrindo de canto. – Mas não precisa ficar preocupada, ainda vamos nos ver muito, Annabeth.

Embasbacada, voltei para a aula, pois os alunos já estavam entrando, junto com o professor. Depois de uns 15 minutos de aula de construção de habilidades de escrita, com o professor Apolo, Frank meu melhor amigo me cutuca com o lápis. Sussurrando ele diz:

– Annie, o que foi aquilo?

– O que foi, o que Zhang? – Respondo, sem olhar pra ele.

– Você tascou um beijão no Percy. Ou melhor, ele tascou em você! – Faou ele, rindo.

– Ficou maluco? Aquele garoto é maluco! Um psicopata. Um doente. – Falei, me empolgando e aumentando a voz.

O professor pediu que fizéssemos duplas para escrever uma crítica ao último romance que lemos. Frank Zhang instantaneamente cola sua mesa na minha, já que ele senta ao meu lado.

– Acontece, que o Percy é meu primo. – Ele fala, como se não fosse nada, batendo a caneta Bic na apostila.

– O QUÊ? – Dei um salto na cadeira.

– Bem, você não deve conhecê-lo por que ele não é daqui. E sim do Alasca, o pai dele é irmão do meu pai. – Respondeu ele.

– Mas... – Não terminei a frase, porque não sabia oque falar. Estava mais boquiaberta desde quando Percy me beijou e saiu andando.

– O pai dele, é Gabriel Ugliano, médico em Juneau. Tio Gabe, é irmão do meu pai, Paul. Ele abandonou Percy e sua mãe por motivos que nem eu sei, e a mesma acabou não resistindo a pressão, e se suicidou no início do inverno. Percy agora mora comigo. – Ele falou sussurrando, pois certamente o assunto era pessoal demais.

– Pelos deuses. – Praguejei um pouco em grego antigo. Retiro oque disse sobre estar boquiaberta, essa notícia foi avassaladora.

– Shiuuuuuu. Não comente isso nem com Grover, ouviu bem? Se meu pai souber eu fico sem vida social até sair do colegial. – Ele me disse, com um certo pavor nos olhos.

– Você não confia em mim, Zhang? É lógico que eu não vou contar. – Deslizei o corpo pela cadeira até minha nuca encostar-se à parte superior da mesma.

– Sim, eu confio Chase. Mas você precisa estar ciente que esse assunto, mexe com partes antigas, importantes e principalmente, sigilosas da minha família. – Disse com o mesmo tom atencioso mas com uma leve pitada de medo.

Concordei com a cabeça, e começamos a fazer a tal crítica.

Point Of View – Perseu Jackson (Percy).

Sai mais cedo da aula, estava com fome, e nem um pouco afim de ouvir mais 4 horas de aula. Fui até a cantina antes de sair, comprar alguma coisa para comer. Fui até a máquina de salgados e comprei um pacote de Doritos. O espaço estava vazio, exceto por um casal se pegando no canto. As zeladoras não pareciam se importar, apenas limpavam tudo cabisbaixas. Logo identifiquei como Jason e Piper. Eles pareceram notar minha presença e se separaram. Jason acenou, e fui até a mesa.

– E aí, cara? Beleza? – Ele me pergunta, fazendo um gesto para eu sentar.

– Beleza. – Disse abrindo o pacote de salgadinhos e oferecendo, ninguém aceitou. – Pelo visto não sou o único que mata as aulas por aqui.

– Não mesmo. – Disse Piper levando a mão de Jason na sua coxa.

– E o que vai rolar de bom nesse final de semana? – Perguntei, tentando esquecer a cena antiga, que foi um pouco nojenta.

– Ainda é manhã de segunda-feira e você já está esperando pelo final de semana? – Falou rindo de canto, Jason.

– Sabem como é... – Respondi.

– Vai rolar o baile anual de inverno, você já deve ter visto os cartazes e faixas. – Jason disse, sorrindo para Piper.

– E caso você vá, fique ciente que eu e Jason, estamos concorrendo como rainha e rei do baile, use bem seu direito por dois votos. – Proferiu a morena, movendo devagar os lábios.

– Talvez eu vá. Mas bailes de escola, costumam ser parados no Alasca. Não vai rolar esquenta, ou saideira, como costumamos falar?

– Apareça as 21:00 na minha casa. Minnie Brown Street, a casa branca da esquina. Zona sul. – Falou o Grace.

– Talvez vocês vejam a minha cara por lá. – Disse considerando o assunto.

– Vá mesmo, minha cunhadinha está solteira. – Falou Piper, rindo, em seguida Jason cutucou sua barriga. – Ei, amorzinho! A Thalia é livre e desimpedida. Muito bonita, por sinal.

– É, mas você sabe que Léo gosta dela. Nada contra você, Jackson. – Respondeu Jason, sério.

– Valdez é otário demais, Jason! Ele não se decide se é amor ou amizade, e a Thalia fica nesse chove e não molha. – Disse ela, rindo.

– Como se Thalia não gostasse de ver as brigas e os hematomas que o Léo deixa nos caras por causa dela. – Disse Jason, olhando de canto.

– Ok, casal. Vou indo nessa. Talvez eu apareça mesmo, por lá. – Respondi, antes de iniciar uma briga com os dois teimosos. E confesso que depois de Jason falar das brigas que Léo se mete, vi que Thalia é terreno proibido.

Vou até o estacionamento, e antes de “arrancar” o carro, envio um sms para meu primo Frank pegar a minha mochila, que acabei esquecendo na classe.

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Cheguei ao apartamento do meu tio, e ninguém estava lá. Exceto pela empregada doméstica que estava na cozinha, assim que entrei na mesma, ela me deu um belo sorriso e perguntou se queria algo. Respondi que não, e fui para o antigo quarto de hospedes, atual meu quarto e me joguei na cama. Ao conectar meu Iphone na rede wifi, algumas notificações chegaram. Grupos de WhatsApp, bate-papo no FaceBook e likes no Instagram.

Depois de uma rápida olhada nas redes sociais, procurei um filme no Netflix, acabei escolhendo Velozes e Furiosos 5, mesmo que já tenha assistido algumas vezes.

Point Of View – Annabeth Chase (Annie).

As 15:15 horas cheguei em meu apartamento. Fui direto para meu quarto e tomei um outro banho, vesti um moletom e meias, ficando sem nada na “parte de baixo” exceto pela calcinha com estampa de vaquinhas. Não liguei muito para isso, já que estava sozinha, e meu pai e meu irmão só chegariam à noite. Lavei a louça, apenas algumas tigelas de cereal, e segui para meu quarto. Fiz os deveres de casa, e folheei algumas páginas de livros. Passei no YouTube e assisti alguns vídeos da youtuber Bethany Mota.

Point Of View – Perseu Jackson (Percy).

A semana passou se arrastando. Aulas chatas e deveres que não fazia. O baile é amanhã. Depois da aula, ao invés de ir em casa, meu tio (que também é médico) pediu que eu passasse em seu consultório. Chegando lá, avisei na portaria e depois na recepção do mesmo. Chegando lá, me deparei com uma sala muito parecida com a de meu pai. Talvez um pouco menor.

– Boa tarde, Percy. Sente-se! – Falou sorrindo, meu tio. Coloquei minha mochila na poltrona da esquerda, e me sentei na da direita. – Como foi a aula? Você e Frank se comportaram?

– Ocorreu tudo bem, titio. – Respondi achando graça de tudo aquilo.

– Ah, que bom. Mas, me diga Percy, Frank está, hum, como posso dizer... Flertando com alguma garota? – Ele perguntou, me olhando por cima do óculos de grau.

– Flertando? – Perguntei. Acho que nunca ouvi essa palavra.

– Bem... Paquerando, talvez? – Perguntou novamente.

– Ah sim. – Gargalhei mais uma vez. – Bem tio Paul, Frank está em um rolo com uma garota, sim.

– Ah, é? Bem, eu conheço? – Ele estava atiçado.

– Creio que não poderei lhe dizer. O nome dela, é Hazel Levesque. Do 1º ano. Acho que sua secretaria poderá lhe informar sobre sua família. Montgomery não é tão grande. – Respondi sincero.

– Ah, claro Percy. Farei isso. Bem, além disso, gostaria de pedir que agora você vá de carona com Frank para a escola, pois infelizmente os gastos estão se apertando, e terei que vender seu carro. Me desculpe. – Disse ele olhando para baixo.

– Sem problemas, tio. Eu que tenho que me desculpar e agradecer por tudo que o senhor está me fazendo. – Respondi, grato.

Em seguida, fui embora para o apartamento. Saí de lá um pouco mais tarde, dessa vez com Frank a procura de alguma roupa para amanhã.