Os bichos de Naboo foram acordados pelo barulho estrondoso de uma nave pousando no meio de uma das florestas do planeta, uma parte da grama alta havia sido pisada pela nave que já estava no solo. A cabine se abriu, de lá, uma jovem Zabrak dathomiriana saiu, respirando fundo com um sorriso determinado estampado em seu rosto. 

    Seu objetivo foi a primeira coisa que veio em sua mente ao pisar no solo Nabooriano, mas não pode não pensar em seu irmão, esse planeta havia sido o ultimo que o parente havia pisado antes de ser morto por um jedi infeliz. 

     Pensava em como acharia a Chanceler, respirou fundo e lembrou de um ensinamento de seu mestre, fechou seus olhos e observou usando a força, tentando achar aquilo que procurava. Seus instintos também foram grande ajuda no processo, deu um sorriso ainda maior ao finalmente descobrir aonde deveria ir: 

      — Acho melhor ir andando — falou com sigo mesma, olhar o sol nascer 

      Debaixo do mesmo sol, Anakin virava sua cabeça de um lado para o outro enquanto dormia, seu corpo estava suado e seus punhos estavam fechados, o que ele via não era nada agradável, era mais um de seus pesadelos. O Skywalker, assustado, acordou de vez, se levantando bruscamente da cama de solteiro, suspirou ao ver que ainda estava no quarto de visitantes da casa de Pooja e se sentiu aliviado quando viu sua esposa adormecida e segura na outra cama. 

      Saiu debaixo das cobertas, recuperando o fôlego, uma janela no quarto mostrava que já era um novo dia, Padmé tinha que acordar cedo, mas, por pena, deixou ela dormindo por mais alguns minutinhos. Achou o livro que havia pego emprestado de Ahsoka, o levou para fora do quarto, o pôs na mesa, abrindo na página marcada, a mesma que ele havia lido na biblioteca. 

      A force coma havia capturado a sua atenção, era uma habilidade tão misteriosa e de fato poderia ser meio útil, Anakin lia e relia os parágrafos falando de tal poder, tentando entender um pouco mais sobre aquilo. 

     Não demorou muito para que Amidala acordasse e visse seu marido lendo o livro, ainda com uma cara sonolenta e corpo meio dormente, foi ao encontro do jedi, passou a mão pelos seus cabelos cor de mel. Skywalker logo virou sua atenção para ela, sorriu ao vê-la, não podia evitar, ele simplesmente amava Padmé mais do que tudo: 

       — Acordou bem cedo — afirmou serenamente — Isso não acontece normalmente 

       — É, pois é — concordou, voltando a olhar para o livro  

       — A não ser que você tenha tido um pesadelo — a ex-senadora conhecia Anakin desde criança e dormia com ele todas as noites, sempre sabia quando tinha algo de errado — Foi o caso? 

       Skywalker respondeu sim timidamente, nunca gostou muito de falar sobre seus pesadelos, a maioria deles se tornavam realidade e isso era o que mais o assustava, mas ao ver a preocupação nos olhos castanhos de sua esposa, sabia que ela não iria descansar até descobrir mais sobre o sonho: 

       — Foi sobre você — foi direto — Acontecia hoje, você estava indo falar com a rainha e era atacada por uma guerreira misteriosa, era só isso que eu via  

        Padmé olhou para o chão, respirando fundo, deu um abraço forte na tentativa de confortar o marido atordoado, tentando falar que tudo ficaria bem, que tudo aquilo era apenas mais um pesadelo e que nada iria acontecer, mesmo assim, Skywalker não se sentiu muito convencido: 

        — Deixe-me te acompanhar — pediu — Eu nem preciso ficar na sala, apenas na porta, prometo não atrapalhar em nada 

        — Anakin, o palácio de Naboo tem guardas, não tem com o que se preocupar — Amidala tentou convence-lo, e mais uma vez não obteve sucesso — Eles vão me defender se alguém me atacar 

        — Não acho que blasters sejam o suficiente para derrotar essa guerreira — falou num tom preocupado — Por favor, Padmé, só eu e Ahsoka 

         A Chanceler percebeu que não adiantaria argumentar com o jedi, ele estava disposto a protege-la a todo custo. Soltou um suspiro cansado, teria que ceder as vontades de seu marido: 

         — Tudo bem, mas quero que fiquem do lado de fora — pediu, Anakin soltou um sorriso discreto — Eu tenho que arrumar, me chame se precisar de mim 

         Padmé deixou a sala, voltando para o quarto de hospedes, onde havia colocado suas roupas. Skywalker ficou encarando suas mãos por alguns segundos, ainda estava com seu "pijama", apenas com seu manto jedi cobrindo o seu tronco. Se levantou calmamente, indo até o droid desligado, o ligou sem cerimonia: 

        — Oh, onde eu estou? — o droid dourado sempre ficava meio confuso quando o ligavam — Ah, é mesmo, é a casa de Pooja 

         — 3PO, prepare o café — Anakin ordenou, já mudando de cômodo  

         — Mas... — qualquer reclamação foi logo cortada, o pobre robô não poderia reclamar — Oh céus, esses dias eu só estou servindo para isso mesmo 

* * * 

          Obi-Wan estava agoniado, a presença de Yoda se tornava mais forte conforme ele se aproximava de uma casa mais simples mais no topo da vila, nem Chewbacca nem Anowba haviam seguido o mestre jedi. Depois de uma cansativa subida, Kenobi se encontrou com mais ou menos 6 crianças, todas elas usavam roupas de younglins, todas estavam bem rasgadas e desgastadas, aquilo era a marca do ataque ao templo jedi. 

          Em uma cadeira, o ruivo viu as orelhas características de Yoda. Ele não se mexia, muito pelo contrário, parecia estar meditando, provavelmente para continuar com a sua mente controlada, infelizmente, Obi-Wan não poderia esperar a meditação acabar: 

          — Yoda! — chamou sem delongas, o pequeno jedi verde virou seu rosto para o jedi lentamente, sua expressão não havia mudado, continuava a expressão de um velho gênio, porém, algo estava diferente em seus olhos  

           — Ah, mestre Kenobi! — Yoda não parecia tão surpreso em vê-lo — Muito bom é vê-lo aqui 

           Kenobi deu mais uma olhada nas crianças que acompanhavam o mestre, todas elas pareciam meio assustadas: 

          — Você sobreviveu — Obi-Wan não evitou, abriu um grande sorriso — Isso é muito bom, todos pensavam que você tinha morrido no templo jedi 

           — Um jedi nunca morre, ele se torna um com a força — filosofou, olhando para o teto da casa — Mas é, o que aconteceu não foi isso, né? 

           — Você ainda salvou todas essas crianças — seus olhos azuis brilhavam — Os jedi não estão totalmente perdidos 

            — Perdidos nunca estiveram — afirmou, levantando um de seus dedos — cartas na manga eu tenho  

            — Como assim? — a resposta foi apenas mais um sorriso misterioso de Yoda 

            — Nesses 20 anos, em lugares secretos jedis treinei — revelou — Um bom truque isso é, impossível é destruir todos os jedis em uma tacada só 

             Obi-Wan percebeu que isso levaria até uma longa conversa, procurou um lugar para se sentar, infelizmente, teve que improvisar, sentou em um objeto de madeira enquanto ouvia Yoda falar: 

            — Mestre Yoda, com todo o respeito, fez isso sem falar com ninguém do conselho? — perguntou, meio indignado  

         — Conta-los iria — explicou, fechando os olhos lentamente — Mas, não, não era o momento. Os Sith estavam de volta, perigoso era deixar esse segredo escapar, não é? Comigo e Chanceler Amidala bem guardado o segredo estava  

         — Amidala? — Kenobi estava de fato surpreso, entre todos os mestre jedis, Yoda preferiu confiar o segredo a Chanceler — Por que escolheu ela? 

         — Em seu coração luz enxergo, capaz ela foi de salvar uma pessoa do lado negro — Kenobi sabia que a pessoa que ele se referia ela Anakin — Confiar nela eu posso. E também, mãe de dois jedi ela é 

        A cara de espanto de Obi-Wan dizia tudo: 

        — Sim, Obi-Wan, eu sei — Yoda falou sério, mas não parecia estar irritado — Nenhum segredo fica escondido para sempre  

      Um rubor fraco tomou conta do rosto do mestre jedi, guardou esse segredo por tanto tempo, tratou Leia como se ela fosse uma Solo para que no final descobrisse que o maior mestre jedi de todos os tempos já sabia de toda a historia. Yoda riu ao ver a expressão tímida de Obi-Wan. 

      Os pensamentos de Kenobi se desviaram ao lembrar que ele ainda tinha que falar com um dos chefes wookie para pedir ajuda para destruir os sith e os droids que invadiram o templo jedi e que estão tentando derrubar a republica, mas, como sempre, dificilmente um pensamento passa despercebido por Yoda, não só seu pensamento o denunciou, a sua clássica coçada na barba também disse muito sobre o que ele queria: 

      — Precisar dos wookie não iremos — afirmou, com seu tom de voz sereno — Envolver muita gente não devemos 

      — Mas mestre, precisamos de todo tipo de ajuda — tentou convencer seu superior, sabendo que não iria dar em nada  

      — Todos em pânico já estão — lembrou — Se continuarmos a envolver pessoas, uma nova guerra se iniciará  

       O ruivo parou um tempo para pensar, e tinha que admitir, Yoda estava de fato certo, o melhor a fazer era envolver o menor número de pessoas possível. Obi-Wan deu uma última olhada nas crianças que estavam na casa com Yoda, os olhos de todos estavam transbordando medo, o que viram de fato tinha sido feio e algo que ninguém nunca deveria presenciar, Kenobi não queria ver esse olhar nos olhos de outras pessoas: 

       — Tem razão — admitiu, Yoda soriu — Então, acho que deveríamos voltar, jedis sobreviventes estão em Hoth 

       Yoda sorriu, fazendo um sinal de não com sua cabeça lentamente: 

       — Aqui eu ficarei — avisou, com o mesmo sorriso — Com os younglins, envolve-los mais nesta batalha não devo 

        O jedi respirou fundo, sabia que Yoda poderia ser uma grande ajuda, mas também sabia que não poderia convence-lo a vir com ele, estaria perdendo tempo, respirou fundo: 

        — É assim então — Obi-Wan botou seu capuz, já indo em direção a porta da casa — Que a força sempre esteja com você 

         — A força estará sempre ao nosso lado — desejou, fechando seus olhos lentamente, descansando 

         Obi-Wan não demorou muito para chegar até Chewbacca e Anowba, que estavam se comunicando através de grunhidos de wookie, ambos notaram a presença do jedi, Anowba ainda esperava conversar com Kenobi, mas ao ler sua expressão, percebeu que ele estava de saída: 

        — Chewbacca, vamos voltar — chamou o wookie, que grunhiu confuso — Anowba, obrigado pela sua atenção, mas não preciso mais conversar com você 

         — Entendo — o outro se virou para o colega — Volte algum dias desses, Chewbacca 

         Chewbacca abraçou o amigo com força, o Anowba soltou um suspiro por conta da ferocidade do abraço do wookie, Obi-Wan se surpreendia cada vez mais com a espécie. Chewie finalmente soltou o outro, foi até Kenobi, ambos foram em direção a nave. 

         Obi-Wan foi o primeiro a entrar, o wookie entrou logo em seguida, foram direto até a cabine de comando, queriam chegar logo na base em Hoth, depois de ligar o transporte, levantaram vôo, deixando a cidade e logo o planeta. 

* * * 

         O sol já estava alto e a temperatura estava agradável em Naboo, o castelo de Theed estava bem a frente, com um pouco mais de segurança que o de costume, Padmé estava na entrada do belo pálacio, era bem nostálgico, lembrava do começo de sua vida política. Usava uma roupa bem elegante, um vestido vermelho sangue com mangas longas que iam até a sua mão, preso em seu dedo médio, um longo pedaço de tecido caia no final da manga, dando um visual majestoso. O vestido era bem justo e valorizava o corpo da Chanceler, a roupa também era repleta de detalhes cor vinho. Seus lindos cabelos castanhos e cacheados estavam soltos, uma tiara vermelha com algumas pétalas da mesma cor era o único objeto em sua cabeça, sua maquiagem era razoavelmente elaborada, um belo batom da mesma cor do vestido, blush rosa claro que mal dava para notar. 

        Anakin e Ahsoka a seguiam, Skywalker queria contemplara beleza de sua esposa, mas sua preocupação com seu sonho não o deixava, estava tenso e Tano sentia sua tensão, ela também estava preocupada, seu antigo mestre havia lhe contado sobre o sonho quando ele a chamou para proteger Amidala, mas, por enquanto, não sentiam nada que poderia ser uma ameaça para a vida da Chanceler. 

        Entraram no palácio de Theed, a bela decoração do local encantava os olhos dos três, até hoje Padmé se emocionava com a beleza do local. Haviam alguns guardas protegendo o lugar, Amidala não se lembrava de tanta segurança, a rainha deve ter ordenado uma proteção mais caprichada por conta de sua visita, mesmo não havendo tanta necessidade, apenas a rainha e a senadora Pooja sabiam que ela não estava em Coruscant. 

        Continuaram a andar lentamente e sem falar nada, estavam quase na sala do trono, onde a rainha discutia tudo, estranharam ao ver que nenhum guarda estava naquele corredor, tudo que havia lá eram pinturas de ex rainhas e reis de Naboo, inclusive uma de Amidala. Tudo estava muito quieto, quieto demais, Anakin e Ahsoka trocaram olhares, uma presença estranha e má invadiu o local, os jedi já se preparavam para derrotar qualquer tipo de ameaça que poderia aparecer. Um som estranho, um sabre sendo ativando, os olhos de todos os três se arregalaram, Tano olhou para uma das janelas que separava o quadro de Amidala do quadro da rainha Jamillia, a togruta segurou levou as mãos até seus dois sabres. 

        Em um piscar de olhos, a janela se quebrou, uma mulher de pele vermelha com manchas pretas pulou, uma corda estava presa em seu pé, que logo foi cortada quando ativou seus dois sabres vermelhos, não pareceu estar surpresa com a presença dos dois jedi lá, parecia que já esperava isso. Foi em direção a Padmé, mas logo Ahsoka ativou seus dois sabres brancos, bloqueando qualquer ataque, enquanto Tano bloqueava o ataque da Sith, Skywalker pegou Amidala em seu colo, pulando até a outra porta, terror estava estampado na cara da Chanceler: 

        — Padmé, continue o caminho sozinha — pediu com pressa — Lá para frente você vai ficar segura 

        — Mas Anakin, você e Ahsoka ficaram bem? — perguntou, parecia mais preocupada com a segurança dos dois jedi do que com sua própria segurança  

         — Nós... — Skywalker foi interrompido por um grito da troguta, estava se esforçando para conseguir impedir a mulher de corta-la em dois — Nós ficaremos bem, mas você precisa sair daqui 

         Padmé respirou fundo, sabia que tinha que ir: 

        — Eu te amo — disse tensa, logo correndo até a outra sala 

        Anakin ativou seu sabre azul com ferocidade, pulando até as duas que travavam uma batalha com os sabres, conseguiu separa-las ao botar seu sabre no meio dos delas, isso foi o que deu um tempo para ambas respiraram para que o verdadeiro duelo começasse. Os jedi tiraram seus mantos, jogando-os no chão sem cuidado, a Sith fez a mesma coisa, revelando uma roupa mais leve or baixo, um sorriso malvado tomou conta de seu rosto: 

        — Obrigada por ajudar, mestre — agradeceu, girando seus sabres 

         — Eu não sou mais seu mestre — comentou, retribuindo o agradecimento com um sorriso sincero — Você treinou mais jedi que eu, acho que você que deveria ser considerada uma mestra 

          — Que bonitinho — a outra foi sarcástica, fazendo um movimento com seus sabres — Um belo momento entre mestre e ex-aprendiz, temos assuntos pendentes rapazes 

           — Quem é você? — Tano perguntou séria, não conhecia os sith que estavam envolvidos com Darth Castious 

            — Acho que eu devo me apresentar — falou mais séria — Sou Darth Moeder, já nos conhecemos, Anakin Skywalker 

             Um sentimento de raiva dominou o jedi, ela foi a aprendiz que assassinou Mace Windu a 20 anos atrás, se o seu eu do passado estivesse naquela batalha, provavelmente iria ataca-la de vez, mas o Anakin Skywalker atual era um Anakin mais maduro e racional, atacar Moeder sem analisar a situação seria burrice e poderia custar tanto a sua vida como a vida de sua ex-aprendiz e de sua esposa. 

             O olhar de Tano estava repleto de fúria, mas fez o mesmo que seu antigo mestre, junto a ele, começou a analisar a situação. A sith sorriu, um sorriso cheio de maldade e mágoa, ficariam lá parados sem fazer nada? Decidiu dar o primeiro passo: 

           — Desculpem-me jedis, mas tenho algo a fazer — ainda com seus sabres ativados, correu até a porta por onde Amidala havia passado 

            — Ahsoka! — Anakin gritou, a togruta foi até a outra porta enquanto ele foi atrás da Sith, que foi impedida de passar — Você não irá passar, Moeder! 

             — Acho que terei que fazer de maneira mais complicada — a Zabrak avançou no jedi, que se defendeu com sucesso 

          Um duelo entre Anakin e Darth Moeder havia começado, devido a grande experiência de ambos, não conseguiam se atingir, mas Skywalker estava claramente em desvantagem, um sabre contra dois? Seria uma batalha complicada. Preocupada com a situação de seu amigo, Ahsoka liberou a porta, correndo para ajuda-lo, agora eram três contra dois, tornando as coisas mais complicadas para Moeder. 

          A Sith logo percebeu que acabaria sendo derrotada se continuasse assim, enquanto defendia ataques de ambos jedi, tentava procurar uma brecha de um dos dois, a brecha foi dada por Ahsoka, a menos experiente do duelo, em um movimento ágil, jogou o sabre de sua mão esquerda na direita, defendendo um ataque de Anakin, com a outra, usou a força para empurrar Tano até o outro lado do corredor: 

           — Ahsoka! — o mestre jedi gritou o nome da amiga, que se levantava com dificuldade, se afastou para poder checar se sua ex-aprendiz estava de fato bem 

           — Eu estou bem! — Ahsoka se levantou dando um de seus sorrisos bobos, ativando os seus dois sabres brancos, esqueceu as dores e deu seu máximo para continuar a lutar — Vamos! Vá vigiar a porta, eu cuido dela 

            — Certo! — Anakin ficou meio preocupado em deixar Ahsoka lutando sozinha com uma sith, mas sabia que ela podia se virar, correu até a porta 

            — Agora você vai sentir meu poder — Tano disse, fazendo manobras com seu sabre 

            — Será mesmo? — a Zabrak fez o mesmo, avançando para cima da togruta 

            As duas começaram a lutar novamente, Ahsoka ignorava a imensa dor que estava sentindo nas costas para tentar atingir algo da sua oponente, mas continuava sem sucesso, Darth Moeder acabou levando vantagem, fez movimentos rápidos, fazendo Tano se cansar rapidamente, quando ela estava visivelmente cansada, a Zabrak tentou um movimento audacioso, tentou cortar uma de suas mãos, mas devido a agilidade da togruta, só conseguiu fazer um corte, o suficiente para dificultar as coisas para Tano. 

            Ahsoka caiu no chão, se forçando a segurar o sabre em sua mão esquerda, aquela que havia sido machucada. Moeder riu da fraqueza da jedi, Anakin assistia do fundo, e ao ver sua ex-aprendiz cair, ficou em duvida se deveria ir lá socorre-la ou ficar lá, apenas observando, Darth Moeder poderia aproveitar um deslize e passar por aquela porta, e se isso acontecer, estavam lascados, ela iria chegar até a sala do trono e mataria Padmé, e junto com ela, qualquer outra testemunha: 

          — Seu nome é Ahsoka, não é? — Moeder começou a conversar com a jedi caída, como se ela já tivesse ganhado a batalha — Qual seu sobrenome? 

           — Tano... Meu nome é Ahsoka Tano — respondeu exausta, mas um tom de raiva ainda estava presente em sua voz 

           — Ahsoka Tano... Ahsoka Tano... Hm... — cutucava seu queixo — Não lembro de nenhum jedi com esse nome, os jedi mais fortes são os mais conhecidos, sabia? Eu sempre reconheci Anakin Skywalker, Obi-Wan Kenobi, Yoda... Mas você? Deve ser tão fraca que ninguém sabe seu nome, nunca ouvi nada sobre você. 

           Ahsoka sabia o motivo de ser pouco conhecida, deixou a ordem jedi um ano antes da morte de Palpatine, passou um ano vagando pelo mundo, até que foi chamada por Yoda novamente para treinar younglins em Naboo, acabou aceitando, desde então, não deixa Naboo, não que ela se incomode, adorava o planeta e o que ela fazia. Gostaria de contar tudo isso para Moeder perceber que está lutando com uma jedi forte, mas, infelizmente, não podia fazer isso: 

           — Tão fraca — sorriu — Dá até pena 

           Irritada, a jedi se levantou, em um movimento rápido e violento, Ahsoka pegou os seus dois sabres e começou a atacar a Sith, que continuava a defender, mas as coisas começaram a se complicar para ela, Tano estava tão violenta que Moeder mal conseguia defender seus movimentos, e foi em um desses ataques que a jedi acabou cortando um dos sabres ao meio, a Sith conseguiu defender um outro ataque que estava direcionado a sua perna, mas a togruta acabou chutando-a com força, ambas caíram, Ahsoka estava exausta, sua respiração estava ofegante, não sabia se ainda conseguiria lutar. 

          Darth Moeder estava impressionada, não esperava isso de Tano: 

           — Eu sou muito forte — a voz da jedi caída mostrava o quanto ela estava cansada — Lutei nas guerras clônicas, me virei sozinha por anos, e aqui estou, acabei de cortar um de seus sabres ao meio, Moeder 

           A Zabrak tentava analisar a situação para decidir seu próximo passo, Skywalker não parecia tão próximo assim, poderia tentar o movimento que planejava. Ao ver um dos sabres da jedi caído no chão, pensou mais um pouco: 

           — O que meu irmão faria? — pensava, enquanto lembrava de seus poucos momentos com Darth Maul, seu irmão favorito — É claro, ele seria ousado 

           Surpreendendo Ahsoka, Moeder usou a força para pegar um dos sabres de Tano, ativou os dois, parecia pronta para contra-atacar. Anakin se desesperou, Ahsoka estava totalmente vulnerável, correu como se não houvesse amanhã até a Sith, sem dar um aviso prévio, fez o mesmo que ela fez, roubou o sabre que restava nas mãos da togruta. 

           Defendeu a sua ex-aprendiz com coragem, foi estratégico, tentou um movimento que acabou fazendo Moeder se afastar, nesse meio tempo, desativou ambos sabres e pegou Ahsoka no colo, levando-a para o mais longe possível, queria deixa-la segura: 

            — Ahsoka, quero que você corra e chame todos os guardas que vir — ordenou — Se continuarmos nesse duelo, não vamos sobreviver 

             — C-Certo — estava recuperando fôlego — Destraia ela para mim, assim poderei passar 

             — Está bem! — Anakin entrou em uma posição de combate, não tinha muita habilidade em combate de dois sabres, mas você só melhora em uma coisa se treinar 

              Tano correu para fora do corredor, mas a Sith mal notou devido a Anakin, que estava lutando contra ela, fazendo de tudo para cansa-la, Skywalker sabia que estava apenas distraindo a inimiga, mas não deixava de tentar acerta-la, se pudesse finalizar aquilo agora mesmo seria perfeito, mas devido a habilidade da Sith, não conseguia, era mais experiente que ele, então isso já era esperado. 

              Anakin cansou de usar dois sabres, era bem melhor com um, arriscou desligar o sabre da togruta, guardando-o no bolço. Seus movimento se tornaram ainda mais agressivos, dando uma dificuldade maior para que Moeder, depois de cansa-la mais um pouco, usou a força para empurra-la, ela não conseguiu contra-atacar e acabou caindo no chão  

              Não demorou para que Ahsoka chegasse com os guardas, eles estavam armados, e ao ver a Sith caída no chão, se assustaram, como acabaram deixando um monstro daqueles entrar no palácio rico de Theed. A cercaram, Moeder se levantou devagar, quando finalmente ficou em pé, notou a situação que estava. 

              Os guardas mandavam ela largar os sabres, foi isso que a Sith fez, largou o sabre branco de Tano no chão, seu movimento para deixar seu sabre vermelho no chão foi mais lento, Skywalker logo notou o verdadeiro plano dela, mas foi tarde demais: 

              — Ela vai escapar! — ao Anakin terminar a frase, Darth Moeder desapareceu em um piscar de olhos, mal puderam notar — Droga! Ela escapou usando o force speed! 

               Ela havia escapado pela mesma janela que havia entrado, Skywalker correu até os cacos de vidro quebrados, pode ver a Zabrak caindo lentamente: 

               — Ela não vai escapar! — Skywalker deixou o seu eu do passado escapar, estava pronto para pular 

                — Anakin! — Ahsoka segurou seu braço, o impedindo — Pode ser um truque, deixe ela ir 

                Skywalker tinha que concordar com sua ex-aprendiz desta vez, poderia não ser nada, mas era melhor não arriscar, deixou a Sith ir, já jurando que iria destrui-la da próxima vez. 

* * * 

          Esses poucos dias foram muito angustiantes para Sabé, estava no lugar de Amidala como Chanceler, até agora ninguém desconfiou de nada, sempre que alguém tentava falar com a Chanceler, uma serva falava que ela estava ocupada no momento, era isso que salvava a jovem do sufoco. 

           O único que sabia de sua verdadeira identidade era o temido Darth Castious, que ia todo dia, sem medo, até a sala da Chanceler assustar Sabé, dizendo que ela não poderia manter o disfarce para sempre, e que no final eles venceriam, era muita pressão para a pobre serva, mas não perdia sua fé em Padmé, sabia que tudo acabaria bem no final. 

           Sabé usava uma roupa bonita porém bem coberta, um look que a deixava bem mais parecida com Amidala, estava sentada na cadeira da sala, olhando o céu azul de coruscant, era de fato uma bela visão. Foi interrompida quando a porta da sala se abriu, e lá estava ele de novo, a cicatriz em seu olho era o que o identificava, sem falar em sua vestimenta completamente preta. 

            Castious segurava um dispositivo em suas mãos, era um de comunicação, Sabé apenas observava com cautela, não sabia o motivo dele ter trazido a sua atenção. Demorou cinco minutos para que recebesse a ligação de alguém, ansioso, ele atendeu: 

             — Acho que metade de meu plano está completo — falou ao atender — Darth Moeder, espero boas noticias  

             — Mestre, infelizmente não consegui matar a Chanceler Amidala — avisou, Sabé deu um sorriso de canto de boca — Dois jedi estavam cuidando dela, Anakin Skywalker e uma tal de Ahsoka Tano 

             — Ahsoka Tano? — perguntou — Não conheço  

             — Nem eu conhecia, mas aparentemente ela lutou nas guerras Clônicas — revelou, com um tom seco — Eu a subestimei, ela é uma ótima jedi 

              — Nunca ouvi falar desta jedi — repetiu, levando sua mão até a boca — Acho que os jedi devem estar escondendo alguma coisa de nós 

              — Posso continuar aqui para investigar, se quiser  

              — Não, por enquanto não, o povo de Naboo já devem saber que você está aqui, o mais seguro é você voltar para sua base 

               — Entendido — desligou, sem falar mais nada 

           Castious olhou para a serva, que estava com um sorriso sarcástico no rosto, irritado, o Sith deu um soco na mesa, deixando-a com uma quase irreparável marca, era para Moeder ter matado a chanceler, isso atrasou ainda mais o seu plano: 

            — Viu Castious? Não irá ganhar — Sabé o provocou corajosamente — Desista de uma vez 

            — Menina tola! — o Sith estendeu sua mão, começou a enforcar a serva, que botou a mão em seu pescoço, segurando seu medo — Eu poderia mata-la aqui, agora 

             — Eu... Não tenho... Medo de você — falou com dificuldade, sua garganta era apertada cada vez mais forte 

             Um olhar intimidador, só botava mais força na garganta frágil de Sabé, que mal conseguia respirar: 

             — Mas não posso agora — a libertou, a mulher respirou, buscando ar — Me espere, pode demorar mais, mas tudo no final vai dar certo para mim, me aguarde 

             Darth Castious deixou a sala, deixando uma aura sombria na sala.