All Out War escrita por Filho de Kivi


Capítulo 13
All the Best Cowboys have Daddy Issues


Notas iniciais do capítulo

Hei! Aqui está, mais um capítulo saindo do forno!

Primeiramente gostaria de agradecer a todos que acompanham a fic! Apesar do baixo número de leitores, me sinto grato em ter vocês como apreciadores de minha singela história! Saibam que eu me esforço muito para entregar um material de qualidade, por isso, a opinião dos leitores é sempre primordial para que o autor saiba onde está errando, e assim possa fazer da fic, algo ainda mais agradável de ser curtida... Portanto, leitores e leitoras anônimas, que ainda não me deram a honra de ler as suas opiniões, por favor, sintam-se a vontade para se expressar por aqui, responderei atentamente e levarei em consideração qualquer crítica que tenha como objetivo o engrandecimento de All Out War!

Dedico mais esse capítulo a Menta, que vem mitando cada vez mais em seus comentários analíticos e fodasticos!

Esse capítulo está focado em diversos personagens e tramas paralelas, acho que vão gostar... Não vou dar mais spoiler, aí está... Boa leitura!



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— Quanto tempo eu vou ter que ficar aqui?

Carl já aparentava estar mais ciente de sua situação, as tonturas iniciadas após o despertar iam diminuindo gradativamente, e a dor de cabeça latejante, já demonstrava ser algo suportável pelo garoto, contudo, ele de nada se lembrava do seu passado recente. Alguns flashes viam a tona, passando por seus olhos como rápidas fotografias. Lembrava-se de sua mãe, do acampamento onde ficara com Shane até o retorno de seu pai, da prisão, da igreja do Padre Gabriel. Porém, nenhuma daquelas peças soltas pareciam se encaixar no quebra-cabeça de sua consciência.

Apesar da pouca idade, os onze anos vividos por Carl Grimes acabaram ensinando-o a interpretar os pequenos sinais desse novo mundo, principalmente relacionado às reações humanas, que pareceram ficar tão evidentes após o mundo simplesmente ter acabado. Ele via o quanto Rick estava inquieto, o quanto o homem parecia incomodado e transtornado, o quanto ele sofria internamente. O pequeno Grimes ainda não sabia o porquê, mas notara que seu pai sentia uma dor latente, algo tão forte que transbordava por seus poros.

— O Doutor Hall quer ficar de olho em você mais um pouco... – O xerife esboçou um breve sorriso – Estou certo de que ele deixará você ir pra casa amanhã...

O garoto, ainda incomodado por sua confusão, além de perceber a dificuldade em enxergar plenamente o mundo com apenas um lado de sua visão, fazia um esforço para tentar juntar todos os cacos daquela história.

— Ok... Moramos em uma casa agora, acho que me lembro disso... A mamãe tá lá?

Rick engoliu a seco a pergunta do garoto, ainda não se sentia preparado para reviver tudo aquilo. Grimes ainda guardava em seu armário o velho telefone vermelho utilizado para comunicar-se com sua falecida esposa, durante os mais traumáticos dias após sua morte. Ele sabia o quanto aquilo tinha lhe feito mal, e todo o esforço que fora preciso fazer para recuperar sua sanidade. O xerife tinha medo de adentrar uma caverna escura, da qual não pudesse mais sair.

— Carl... Sua mãe... Lori... Ela morreu...

O pequeno Grimes arregalou o olho esquerdo, absorvendo a informação recebida. Ele não sabia o que dizer, muito menos o que sentir, ainda não parecia ter se sintonizado plenamente com o mundo real. Era difícil ouvir tal frase, ao mesmo tempo em que estranhamente parecia ser algo distante dele, como se não o afetasse.

— Como ela morreu?

O xerife baixou a cabeça, não conseguia encarar o filho.

— Ela estava carregando Judith... As duas levaram um tiro...

Carl parecia catatônico, não demonstrava emoção alguma ao receber tais notícias.

— Quem... Quem é Judith?

Rick sentiu como se recebesse uma facada no coração, a dor de relembrar a morte de sua filha era gigantesca, e ter que contar isso a seu pequeno a fazia tornar-se maior ainda.

— Ela era sua irmã... Uma linda bebezinha...

O pequeno Grimes precisou de alguns segundos para absorver todas as informações recebidas. Talvez o ferimento realmente tivesse afetado alguma parte de seu cérebro, pois Carl sentia-se distante, parecia ser outra pessoa, não conseguia identificar-se coma história que seu pai acabara de contar.

— Minha irmã... Não me lembro dela... – O garoto fez uma breve pausa – Pai? – Rick ergueu o olhar na direção do filho – Eu não estou triste...

O xerife voltou à atenção totalmente para seu primogênito, incrédulo com a reação demonstrada por ele. Era difícil compreender como ele podia estar tão alheio a acontecimentos que tanto fizeram mal para todos no grupo, principalmente para os dois.

— Eu sinto falta da mamãe, mas parece algo tão distante... Não é como se ela tivesse morrido, parece apenas que ela foi embora... Não lembro da Judith, sinto muito por ela ter morrido, mas... A maioria das pessoas que conheci acabaram morrendo... Me lembro de Amy, Donna, Carol, Hershel, Dale, Amanda... Todos eles morreram... Eles morreram e eram pessoas boas...

Rick fechou os olhos e tentou engolir o nó que tomava conta de sua garganta.

— Você lembra de Amanda?

Carl balançou a cabeça positivamente, era provável que o garoto também se lembrasse do fatídico dia em que se feriu gravemente.

— Pai, eu to cansado... Posso dormir um pouco?

O xerife passou a mão sobre o cabelo, suspirando em seguida.

— Claro filho... É claro que pode...

*****

Andrea retornara a sua casa após a conturbada manhã, que ainda martelava em sua cabeça. A sniper estava contente pela súbita recuperação de Carl, o garoto pelo qual ela nutrira um forte sentimento, principalmente após engatar o relacionamento com Rick. A loira nunca esquecera Dale, Billy ou Ben, e justamente por todas essas perdas, ainda fortes em sua mente, sentia-se muito aliviada por não precisar viver isso novamente. Era ótimo ter uma vitória após semanas tão difíceis.

A sardenta, porém, preocupava-se profundamente com o estado emocional de Rick, ela já o conhecia intimamente o bastante para perceber o quanto ele fora afetado com a perda de memória de seu filho. Grimes ficara bastante perturbado nos momentos subsequentes a perda de sua esposa e filha, ainda recém-nascida, no fatídico dia em que Brian Blake, que preferia ser conhecido pela alcunha de Governador, invadira a prisão onde o grupo do xerife montara um lar. O tiro disparado pela .12 portada por Lilly Caul, uma das integrantes do grupo miliciano, ainda ecoava pela cabeça do xerife, vide os pesadelos e as noites mal dormidas vividas por ele.

Mais do que nunca ele precisaria de um apoio, de um ombro amigo e um afago. Andrea sabia o quanto seria importante estar ao lado do amante, segurando a sua mão e o apoiando incondicionalmente. Ela não podia perder Rick, não se via mais sobrevivendo longe dele.

Ao subir a pequena escada que dava acesso a sua varanda, a sniper acabou sendo surpreendia por uma presença inesperada. Praticamente escondido às sombras, aguardando para tomá-la de surpresa, Spencer ainda vestia-se com seu típico sobretudo, porém, o cabelo bagunçado e a barba loira mal feita, davam a impressão de que ele estava descuidado, não lembrando mais o homem de outrora.

— Sabe o que é mais chato? – Indagou ele de surpresa. Andrea quase sacou o seu rifle, no reflexo do momento – Os telefones não funcionam... Esses detalhes são as coisas de que eu mais sinto falta...

A loira deu um passo em direção à porta, sem tirar os olhos do filho de Douglas.

— Se os telefones estivessem funcionando, eu teria ligado... Ao invés disso, apareci aqui sem avisar, afinal, como se avisa algo hoje em dia? Tudo culpa dos malditos telefones...

— Eu quase dormi em uma dessas cadeiras... – Prosseguiu Spencer, ainda falando calmamente – Aqui estou eu – Ele abre os braços – Sendo assustador... Se pelo menos os telefones funcionassem...

— O que você quer? – Questionou Andrea seriamente.

— Só quero conversar, quero que me dê uma chance para me explicar...

— Não tenho nada para falar com você...

O homem tentou aproximar-se de Andrea, que o refutou ao fazer menção de retirar o rifle das costas.

— Porque Andrea? Tudo por conta de uma coisa que eu disse há um mês? Eu estava com medo, só queria salvar você... Queria que nós dois sobrevivêssemos! Isso não é motivo para romper comigo!

A expressão no rosto do homem modificou-se rapidamente, ele agora parecia transtornado, desesperado, estava visivelmente fora de si. Andrea sabia disso, e por isso percebeu que precisava de tato para lidar com a situação.

— Spencer, me escuta... – Ela tentava manter o tom de voz sereno, apesar de prosseguir alerta aos movimentos do filho de Douglas – Seja lá o que tivemos anteriormente, sei que significou muito pra você, mas entenda... Eu estou com o Rick, eu o amo... Nunca existiu o “eu e você”, nós nunca rompemos porque nunca tivemos nada! Você consegue entender isso?

O rapaz loiro balançava a cabeça negativamente, os olhos arregalados pareciam não querer acreditar no que fora dito.

— Não pode ser... Eu não posso ter interpretado você tão mal assim! Tenho certeza que estávamos construindo algo sólido, nós...

— Deixa eu esclarecer isso de uma vez por todas... – Os olhos da sardenta pareciam queimar, ela estava decidida a ter uma conversa definitiva com o transtornado rapaz – Sai da porra da minha varanda! Vai embora!

Spencer tremeu os lábios e cerrou os punhos, sua cabeça estava repleta de pensamentos inescrupulosos, todos os seus demônios pareciam querer entrar em ação naquele momento. Apesar de sua súbita vontade de agir de forma impensada, sem mensurar as possíveis consequências, o mais jovem dos Monroe resolveu por hora, engolir a sua fúria. Ele sabia que o mais inteligente seria esperar pelo momento propício, estudar o terreno antes de determinar a medida correta.

*****

Susie encarava o teto do seu quarto, pensativa, tão confusa quanto feliz por ter reencontrado James Goodwin, o namorado e pai de seu filho que já havia sido dado como morto. O casal, que lançara-se sobre a cama do quarto da mãe de Jacob, engalfinhando-se em uma rápida seção de sexo, como se não passassem de dois adolescentes cometendo o pecado da carne às escondidas, deitavam-se lado a lado, encarando a realidade, mensurando os porquês de todos os acontecimentos.

— Você confia nela? – Indagou Goodwin com sua típica voz seca e rouca.

— Como? – Susie virou o rosto na direção de James, parecia ter acabado de despertar de um transe.

— Em Leah... Você confia em Leah para ficar com o bebê?

A jovem mãe franziu a testa.

— Claro... Porque não confiaria? Você confia naquele seu amigo? – Rebateu.

Goodwin virou-se de lado, encarando Susie, suas mãos agora acariciavam seus lisos cabelos.

— Isaiah é estranho, recluso, e com certeza vai ser a última pessoa no mundo que você vai querer irritar... Mas ele também um bom homem! Me salvou quando eu e Mike nos perdemos no meio daquela tempestade... E ele estava me ajudando a rastrear você... Cheguei a pensar que o pior havia acontecido quando retornei ao acampamento e não encontrei ninguém!

Susie sentiu uma pontada no peito, um resquício de remorso que ela já havia conseguido enterrar parcialmente, contudo, o sentimento ruim retornava agora com toda força. Ela só precisava ter esperado um dia, não poderia ter desistido de James tão facilmente, talvez o pensamento maternal, que ela tanto defendia, fosse apenas uma máscara para uma autoproteção, o egocentrismo do qual ela tanto tentara fugir.

— Não tivemos escolha... – Susie desviou o olhar – A tempestade foi muito forte, não havia como você... – A moça respirou fundo, tentando conter a ansiedade que corria por suas veias – Eu achei que você estava morto... Eu não...

Goodwin sorriu.

— Você não tem que se culpar por nada... Fizeram a escolha correta, você escolheu o que era melhor para o nosso filho! Não há o que lamentar, estamos juntos agora... Só precisamos ter cautela, temos que tomar algumas medidas para que possamos nos manter seguros...

A jovem mãe arqueou uma das sobrancelhas, intrigada.

— O que quer dizer?

O sorriso de James Goodwin se ampliou.

— No mesmo instante em que passei por aqueles portões, percebi o quanto esse lugar pode representar um futuro para mim, para você e para o nosso pequenino... – Seus dedos começaram a passear pelos ombros de Susie – O problema, meu bem, é que eu não estou disposto a perder tudo isso. Eu não sei quem é Rick Gimes, mas sei que demorou muito tempo para que uma oportunidade como essa surgisse diante de nós... Por que então não aproveitamos?

A namorada de James nada dizia, apenas captava todas as frases cheias de boa retórica que saiam pelos lábios do ex-empresário.

— Eu não vou deixar que um maluco qualquer jogue fora um lugar como esse... Não pretendo permitir que outra pessoa tome decisões por nós, decisões que dirão respeito a nossa segurança...

— O que quer dizer com isso?

— Me diga uma coisa meu bem... – A frase saiu com um cunho extremamente carinhoso – O que sabe sobre esse xerife? O que sabe sobre Rick Grimes?

*****

“Munida de seu arco e flecha, já se preparava pra sair, escalar os muros junto a sua avó e matar os poucos carniceiros que conseguissem se aproximar delas. Quando enfim os portões se abriram a sua frente, e ela acelerou com tudo.”

Com os dois pés sobre um batente, recostada de forma preguiçosa e confortável em uma das cadeiras da varanda, a frente da casa que dividia com Susie, na qual juntaram-se agora Goodwin e seu estranho companheiro Isaiah, Leah folheava as páginas do livro que “sequestrara” da casa de Vincent Hall, após os acontecimentos na última madrugada.

“Saíram do carro assim que os portões se fecharam por algum mecanismo eletrônico. O local, pelo visto, funcionava até mesmo com base em um gerador de energia elétrica.”

O sorriso estampado do rosto da adolescente, não tinha origem no conteúdo das amassadas páginas de “Hunter’s Instinct”, o livro tão bem quisto pelo cirurgião, mas sim nas lembranças que a obra trazia a ela. Ainda conseguia sentir o cheiro do médico, sua respiração ofegante próxima a sua nuca, suas mãos percorrendo o seu corpo de forma efusiva. A menina já se considerava uma mulher, e o jogo de tabuleiro que criara ao provocar tanto o médico, lhe causava uma sensação ainda mais prazerosa.

Leah Fisher passara por poucas e boas após os mortos voltarem à vida, e a perda de seus pais, ambos mortos de forma horrenda e dolorosa, parecia ser apenas a ponta do iceberg de toda a repulsa e escuridão que tomara conta do seu coração. Por dias e noites a fio, a menina de loiros cabelos platinados pensara em se matar, encerrar sua vida, ou melhor, encerra aquilo que chamavam de vida.

Ela não sabia avaliar se era uma pessoa forte por não ter sucumbido a tais pensamentos mórbidos, ou se era fraca demais para tomar uma atitude tão drástica. Não restaram muitos sentimentos bons dentro da garota que outrora fora tão sonhadora. Exceto quando estava perto de Vincent Hall.

Leah não queria ou não sabia nomear o que se passava, no fundo talvez estivesse tão insegura e confusa quanto o cirurgião, mas externamente queria apenas passar a imagem de autocontrole e convicção plena de todos os seu atos. Estar com o médico, seja em qual condição fosse, trazia um conforto inenarrável a menina, como se os problemas se esgotassem, como se tudo não tivesse passado apenas de um pesadelo. Tê-lo como seu homem, na cama, dominando-a sexualmente, multiplicava todas as sensações de conforto em mil vezes.

Tudo ainda soava estranho, o seu próprio comportamento ainda parecia estranho, mas ela queria sentir-se bem, sentir-se normal, não queria que Hall percebesse suas dúvidas, os seus medos e os seus desconfortos. A menina nunca sentiu-se forçada a fazer nada com o doutor, e muito menos recebera qualquer tipo de pressão vinda dela, porém, sua motivação transcorria unicamente pelo fato do prazer gerado. Dar prazer a Hall fazia com que ela conseguisse superar suas próprias inseguranças e receios.

Ela sabe que o mundo acabou, Leah Fisher sabe que tudo se modificou de uma maneira tão abrupta, que não há mais chances de retornar ao que eram antes. E é a esse novo mundo que ela pretende se adaptar, sob essas novas diretrizes que ela pretende viver, sob essas novas leis que ela pretende se resguardar. Se Vincent pudesse estar a seu lado, se ele nunca a abandonasse, sua jornada poderia se tornar completa, e talvez a menina conseguisse preencher o vazio que a corroia por dentro, que consumia toda a sua doçura e vitalidade.

Ao olhar para o lado, e observar o pequeno Jacob, enrolado como um charuto em diversos pequenos cobertores, deitado sobre o seu bebê conforto, a garota loira demonstrou um sincero sorriso. Talvez ainda houvesse chances de alguém viver plenamente feliz em um mundo como esses, talvez as nuvens cinzas da consciência, um dia se dissipassem de uma vez por todas. E talvez, só talvez, ainda houvesse possibilidades de ela conseguir retomar sua vida, ter um futuro, uma família. Talvez Leah ainda conseguisse ser feliz.

*****

— Descanse agora meu bem, mamãe virá ver você de cinco em cinco minutos, ok?

Maggie fechou os olhos e deu um breve beijo na testa de Sophia, que deitada sobre a cama, ainda sofria com os efeitos do inverno, principalmente por conta das súbitas e repentinas mudanças de temperatura. A menina tinha febre e tosse, mas os analgésicos pareciam estar fazendo efeito, restava agora apenas seguir os conselhos de Rosita, que indicou a Greene que o melhor seria manter a garota de repouso.

Glenn sorriu, dando uma piscadela para a menina, que apesar do estado de saúde, respondeu positivamente, sorrindo levemente de canto boca. Os dois caminharam até a porta do quarto e fecharam-na cuidadosamente. Ao olhar para sua esposa, Glenn percebeu que algo a afetava profundamente.

— Durma bem Sophia... – Sussurrou Maggie Greene em frente à porta fechada, como se a garotinha ainda pudesse ouvi-la.

Glenn respirou fundo, recostando-se na parede do corredor.

— A quem queremos enganar... Ninguém consegue dormir bem hoje em dia...

Greene elevou o indicador à frente dos lábios, solicitando silêncio.

— Ela pode ouvir você! – Ralhou.

O asiático apenas concordou positivamente com a cabeça, arrumando os cabelos ondulados comumente escondidos sob o boné de aba curva.

— Eu não tenho dormido direito... E já posso prever que essa noite será da mesma forma... – Confessou o asiático – Olha quanta coisa aconteceu... Mal parece que perdemos seis no mês passado! – Glenn colocou a mão nos bolsos, seu olhar voltava-se para o chão – Nós superamos as coisas muito rapidamente, mentimos para nós mesmos... Esquecemos as pessoas que tanto foram importantes para as nossas vidas...

Maggie virou o rosto, o asiático percebeu sua mazela. Ao dirigir-se até a esposa, atestou que a mesma chorava. Com a ponta dos dedos, Glenn ergueu carinhosamente o rosto de sua amada, observando atentamente o sofrimento latente em seu rosto. Os olhos avermelhados e as lágrimas transbordantes, demonstravam o quanto a filha de Hershel estava no limite.

— Eu não consigo continuar com isso... – Os grandes olhos amendoados encaravam Glenn com sofreguidão – Eu não consigo... Eu quero me sentir segura de novo, mas droga, eu não consigo! Todas as vezes que você deixa Alexandria e sai por aqueles muros, eu sempre penso no pior... Eu sei que não deveria, mas eu sempre penso em como seria a minha vida sem você!

Greene leva uma das mãos ao rosto, enxugando as lágrimas que já pingavam por sua bochecha.

— Eu pedi para o Rick não levar você... Pedi pra ele deixar você aqui, porque eu quero que fique a salvo! Eu pensei que estávamos seguros aqui, protegidos por esses muros, mas... Eu não consigo me sentir segura, eu vivo apenas imaginando o dia em que tudo isso vai ruir! – Os lábios de Maggie tremiam – Eu não posso perder você!

Glenn não hesitou em puxá-la para os seus braços, acolhendo-a em um aconchegante abraço. Maggie Greene recostou o rosto no peito rapaz, que passou a beijar diversas vezes o topo da cabeça de sua esposa. Ele sentia o sofrimento dela, não podia vê-la daquele jeito, não podia deixar que aquela menina tão doce fosse consumida pelo medo. Era preciso reagir, lutar contra a maré que os empurrava cada vez mais para a escuridão.

— Você não vai! – Exclamou ele com decisão na voz – Vamos encarar tudo isso juntos... Juntos nós podemos vencer qualquer coisa!

A jovem de curtos cabelos negros ergueu a face, ainda chorosa, admirando o rosto do marido que sorria pra ela, tentando verdadeiramente demonstrar o quanto estava esperançoso quanto ao futuro da comunidade, e principalmente quanto ao futuro dos dois.

— Glenn... – Sua voz saiu falha, mas ainda assim audível – Eu estou grávida...

*****

— Puta merda! Acabei de ouvir as notícias! Então o guri realmente despertou?

Abraham, portando uma pá em uma das mãos, caminhara na direção de Rick, que visivelmente tristonho, sentara-se a frente da casa de Vincent Hall, como se ainda aguardasse por algo. O ex-militar bigodudo soubera por alto da recuperação do pequeno Grimes, e não tardara em ir verificar pessoalmente a veracidade dos boatos.

— Sim, ele está dormindo... – Respondeu Rick erguendo a cabeça.

— Vá descansar xerife, não precisa carregar o mundo nas costas... Você tá tendo um puta de um dia conturbado, pode deixar as coisas com a gente!

Apesar de não fazer parte de sua personalidade, o turrão ruivo ganhara um grande apreço por Rick, e por depositar toda a sua confiança na liderança de Grimes, queria vê-lo bem e disposto.

— Não posso... Olivia disse que nossos suprimentos estão em um nível muito baixo... Precisamos mandar um grupo lá fora para conseguir mais. O inverno nos pegou de surpresa, precisamos estocar e racionar, ou então vai tudo por água abaixo!

Rick ergueu-se, ficando de pé.

— Abraham, preciso que junte um grupo, acho melhor que façamos isso hoje... Podemos aproveitar a manhã clara... Dá pra voltarmos antes do entardecer!

Abraham parecia confuso, o homem arrumou o gorro negro sobre a cabeça antes de manifestar-se.

— Porque diabos precisamos de um grupo para isso? Glenn e Heath podem muito bem fazê-lo sem precisar despender toda essa mão de obra! Além do mais, não faz sentido algum você sair em uma missão desse tipo...

Grimes refutou-o imediatamente.

— Glenn não irá, não dessa vez... Maggie me pediu para não mandá-lo mais nesse tipo de missão, ele acaba sempre indo, e bom... Ela não acredita que seja algo justo, e eu concordei com ela, eles realmente precisam de um tempo juntos, as coisas tem sido muito corridas por aqui...

O bigodudo balançou a cabeça positivamente, apesar de nitidamente não ter concordado.

— Eu quero ir porque quero vasculhar toda a área a nosso redor, fazer um mapeamento completo. Há muitos pontos comerciais e residências, quero ficar por perto para ter certeza de que todos os locais possíveis para busca de suprimentos e água já foram esgotados... Não precisamos mais sair em um grupo pequeno, agindo de forma rápida... Quero mandar grupos grandes e cautelosos, onde possamos ver tudo com calma e ainda assim com segurança... Não vamos nem sequer precisar de um veículo, podemos olhar apenas alguns quarteirões...

O xerife fez uma breve pausa, passando a mão esquerda sobre os olhos.

— Eu também preciso ir porque Carl está dormindo, e não consigo... Ele não... – As palavras pareceram fugir de sua mente – Ele esqueceu muita coisa, ele se esqueceu de várias coisas Abraham... Não consigo lidar com isso agora... Eu preciso de uma distração, mover minha mente para outro lugar...

O ruivo conseguiu compreender o que se passava, em uma nobre atitude, estendeu uma das mãos sobre o ombro de Rick, em um sincero sinal de apoio.

— Beleza xerife... Estamos juntos nessa!

[...]

Abraham conseguira organizar rapidamente o grupo solicitado por Rick. Aguardando-o em frente aos portões, Olivia, Eric, Nicholas, Spencer, Holly e o próprio Abraham, ainda pareciam tentar entender o motivo da movimentação repentina. O xerife não era contestado, pelo menos não abertamente, mas uma decisão tão abrupta quanto essa, principalmente após todos já saberem sobre o despertar de Carl, no mínimo causara curiosidade entre os membros da comunidade.

Juntando-se a eles de última hora, Heath, que tornara-se bem mais recluso após os trágicos acontecimentos do último mês, e Magna, que assim como os outros novos integrantes, ainda era uma incógnita para os demais, também pareciam dispostos a contribuir com a missão.

— E então, preparados? – Questionou Rick ao se aproximar, tentando de alguma forma não demonstrar o seu abalo emocional.

— Vamos soltar os cachorros! – Brincou Abraham enquanto verificava a munição de sua arma.

— Você pretende olhar as ruas adjacentes? – Indagou Eric, dirigindo-se ao mandatário – Eu e Aaron já fizemos isso, não acho que vamos conseguir muita coisa...

Grimes, que seguiu caminhando até os portões, abrindo-o com sua própria mão, respondeu a Eric assim que o ferrolho fora destravado.

— Pretendo perder um tempo mapeando a área a nosso redor, quero ter uma noção exata de tudo o que está a nossa volta. Caso não encontremos nada hoje, ampliaremos a área de busca amanhã! – Sem olhar para trás, o xerife fora o primeiro a sair portão a fora – Vamos! Estamos desperdiçando a luz do dia...

O grupo seguiu caminhando, tomando a principal estrada que ligava Alexandria aos demais condados ao redor. Passaram pelo grupo de Eugene, que cuidavam das trincheiras e barreiras de automóveis, que já começavam a tomar forma, preenchendo grande parte do perímetro da comunidade. Os planos desenvolvidos em conjunto pareciam funcionar, e apesar de todas as dificuldades, já era possível enxergar um futuro melhor para a comunidade utópica.

Rick lembrou-se dos planos de Douglas e Regina, os antigos mandatários da comunidade, que um dia sonharam com moinhos, muros mais seguros e uma autossustentabilidade que na época parecia não passar de uma grande bobagem jogada ao vento. Apesar da mão de ferro, Grimes conseguiu trazer paz e segurança, e agora começava a ver que a sobrevivência poderia finalmente alcançar outro patamar. Sobreviver não era mais o bastante, era preciso agora pensar em começar a voltar a viver. Nunca o futuro pode ser visto de forma tão presente quanto naquele momento.

Porém, ainda havia a questão de Carl, o seu filho que sobrevivera a um disparo a queima roupa no lado direito da face. O menino que perdera a visão, parecia também ter perdido parte de sua personalidade. O xerife não queria admitir, mas de certo modo, o garoto que conversara com ele naquela maca, não parecia mais ser seu filho. Era duro perceber o quanto as coisas se modificaram tão bruscamente apesar de tão rapidamente. Se há uma coisa com a qual ele ainda não se familiarizou, essa com certeza é uma delas.

Os ventos frios corriam junto ao grupo que se deslocava devagar, vide o alto número de pessoas. Apesar de escondido entre nuvens, o sol também era um dos parceiros de caminhada, e tudo indicava que ele não deixaria o céu mais cedo naquela manhã. Já os errantes, que tanto incomodaram os muros da comunidade há um mês, mal apareciam pelos arredores de Alexandria, provavelmente por conta do inverno, que comprovadamente os deixam mais lentos que o comum.

Caminhando ao largo, ainda precisando conviver com a dura tarefa de adaptar-se a uma nova forma de vida totalmente diferente, Magna apenas observava os passos alheios, como se fizesse uma espécie de avaliação. Reparava em cada movimento e em cada comportamento daquele distinto grupo. Era difícil confiar em pessoas que andavam armadas dentro de uma comunidade murada, ao mesmo tempo em que também era difícil atestar o quanto essa ideia fazia todo o sentido. A moça de longos e volumosos cabelos castanhos já perdera o bastante para jogar algo como Alexandria pela janela, porém, ter cautela nunca é demais, principalmente quando se está em meio a pessoas tão diferentes uma das outras.

— Pensativa?

Spencer, que caminhava a seu lado, acabou por cortar o seu repentino devaneio.

— Eu... Sim, é o que podemos fazer por aqui...

O homem sorriu, tentando ser alguém minimamente simpático.

— Sei como se sente...

“Não, não sabe”, pensou Magna ao observar a forma como o rapaz loiro se portava.

— Que ideia mais estúpida, não é mesmo? – Prosseguiu Spencer, ele praticamente sussurrava, não queria ser ouvido pelos demais – Quer dizer... Vamos todos sair para buscar suprimentos em uma área onde comprovadamente já olhamos antes! – Ele sorriu de forma irônica, aproximando sua boca do ouvido da mulher, que seguia impávida – Me chamo Spencer, a propósito!

Magna não modificou suas feições, apenas seguiu caminhando enquanto o loiro prosseguia descarregando palavras em seus ouvidos.

— Houve uma época... Antes de você chegar aqui, que essa comunidade prosperava com as suas próprias pernas, sem ser preciso a intervenção de um homem tão louco quanto esse policialzinho aí... Rick só nos trouxe desgraça, ele não passa da porra de um tirano! Um tirano que arrisca a vida de muitos para o seu próprio benefício...

A mulher interrompeu o passo instantaneamente, estendendo uma das mãos e tocando o peito de Spencer.

— Desculpe, mas não estou interessada! – Exclamou ela em voz alta, chamando a atenção do restante do grupo. Após a frase proferida, Magna acelerou o passo, distanciando-se do homem que desferira veneno por seus tímpanos.

Ela não podia certificar-se do que Spencer lhe dissera, talvez ele até estivesse certo, mas era cedo demais para tomar partido, e se isso fosse realmente necessário, Magna decidiria com sua própria consciência, sem necessitar da influência de terceiros. Ela já percebera que um movimento de oposição começara a se erguer contra o regime de Rick Grimes, e definitivamente ela também sabia que em um lugar como aquele não poderiam haver vilões ou mocinhos.

Rick lhe dera um lar seguro, uma chance de recomeçar após sua última comunidade ser devastada por errantes. Ela não queria cometer os erros de outrora, não queria confiar nas pessoas erradas. Magna estava confusa, e o estranho discurso de Spencer só fizera com que sua mente embaralhasse ainda mais. Ela sabia que logo chegaria o dia em que precisaria escolher, e talvez esse momento estivesse mais próximo do que ela pensava.

— Vamos começar a nos espalhar! – Sinalizou Rick – Quero duplas vasculhando todos os lugares! Eu sei que já fizemos isso antes, mas é importante que nos atentemos a todos os detalhes...

O grupo acabara de alcançar uma área comercial. Os estabelecimentos à beira das calçadas ainda mantinham suas estruturas de pé, mesmo após as forças da natureza terem castigado a região, fosse com fortes chuvas ou severas nevascas. Apenas os vidros quebrados e portas arrancadas, condiziam com tudo que havia afetado a região periférica à Washington DC.

Nicholas e Olivia foram os primeiros a adentrarem um dos mercados, um pequeno estabelecimento especializado no comércio de peixes e frutas, que agora não passava de um emaranhado de entulhos fedendo a carne podre. A dupla não passou mais do que um minuto lá dentro, antes que a ânsia de vômito os forçasse a deixar o lugar.

Ao saírem de lá, os dois se depararam com Spencer, que olhava de um lado a outro, como se verificasse algo muito importante com o olhar. A seu lado, Heath não parecia entender muito bem do que se tratava, e só ficara ali justamente por um pedido do loiro.

— Ótimo! – Exclamou o jovem Monroe – Rick e o capanga dele entraram em uma das lojas, finalmente podemos conversar a sós!

— O que quer Spencer? – O rapaz negro, usando os seus típicos óculos quadrados, colocou as mãos nos bolsos aguardando descobrir o motivo da inusitada reunião de última hora.

— Conversei com a Magna agora a pouco... Apesar de ter chegado há pouco tempo, ela parece estar puxando o saco do Rick também! É bem provável que ele já tenha feito uma lavagem cerebral nela, assim como fez na Andrea e nos outros...

Olivia olhava para o homem assustada, não conseguia mais reconhecer o doce Spencer de outrora, ele agora não passava de um lunático desequilibrado.

— Do que você tá falando? – Perguntou Nicholas, tentando compreender o cerne da questão.

Spencer abriu os braços, gesticulando efusivamente.

— Vamos tomar uma atitude! Precisamos fazer isso antes que ele ganhe todo mundo... Antes que ele corrompa a comunidade inteira com essa falsa segurança que tenta nos passar! – Ele começa a balançar a cabeça negativamente – Já deixamos esse tirano muito tempo no comando... Chegou a hora de tomarmos Alexandria de volta!

Olivia parecia discordar veementemente das palavras ditas pelo filho de Douglas. Rick poderia não ser o melhor dos homens, mas a segurança que trouxera a sua comunidade, chegara agora a um nível nunca antes alcançado.

— Spencer... – A mulher tentava acalmar os ânimos – Sei que ainda é estranho vê-lo no comando, principalmente após tanta coisa ter acontecido tão rapidamente, mas não acredito que Rick seja um tirano...

— Como é? – A fúria de Spencer transbordava por suas íris – Olha onde estamos Olivia! Aqui fora, vasculhando um lugar que sabemos não ter mais nada! Não percebem que ele quer nos matar, quer acabar com tudo que Alexandria já foi um dia?!

Heath levou uma das mãos ao ombro de Spencer, que o refutou imediatamente, sacando sua pistola da cintura.

— Ele não vai descansar até que todos nós estejamos mortos! – O loiro apontava a arma para cada um ali, totalmente ensandecido – Não há outra opção, ou matamos ele ou seremos mortos... E não importa mais se terei que fazer isso sozinho... Não preciso da ajuda de nenhum de vocês! Não passam de marionetes descartáveis! – Ele parecia tomar fôlego, aproximando a arma do rosto de Olivia, que seguia paralisada – Eu estou tomando Alexandria de volta!

— Deveria vigiar melhor suas costas...

Um estalar de arma sendo posta a ponto de bala é ouvido vindo da nuca de Spencer. Ao virar-se, Magna estava com sua arma apontada para sua testa, e não parecia nem um pouco hesitante. O homem tremeu os lábios levemente, não mais conseguindo falar, definitivamente ele não esperava ser surpreendido daquela maneira.

— Você está tomando a comunidade de volta?

A voz de Rick fora ouvida, partindo de um dos estabelecimentos, por onde ele andava calmamente, dirigindo-se até o foco de toda a confusão.

— Só me responda uma coisa Spencer... – Grimes sacara sua arma – Está tomando a comunidade de quem? – Após alguns passos, ele já se encontrava de fronte ao homem, que agora perdera toda a sua pompa – Da Magna? Do Abraham? Do Eric? Da Michonne, Glenn e Andrea?

Com um gesto, Rick solicita que Magna baixe sua arma. Agora é ele que mantém o filho de Douglas sobre a mira.

— Está tomando a comunidade de mim? Você tem ideia com quem está se metendo? – Rick tombou a cabeça levemente para o lado, olhando o decadente homem dos pés a cabeça – Abaixa essa arma! – Exclamou.

Trêmulo, o homem loiro nem sequer pestanejou antes de obedecer à ordem dada pelo xerife. Toda a sua revolta acabara indo por água abaixo, e além de ter os seus sentimentos destroçados, Spencer sentia-se agora humilhado, havia chegado a um limiar que jamais mensurou alcançar.

— Como era aquela frase? – Rick piscou brevemente, tentando lembrar-se – “Unidos venceremos, separado cairemos”... É o que diz no verso do dólar, não é mesmo?

O rapaz ajoelhou-se ao solo, ainda sob a mira do xerife.

— Acho que podemos encerrar esse assunto por aqui, não é mesmo? – Prosseguiu Grimes – Eu estou cansado e tenho coisas muito mais importantes para resolver!

— Você vai me matar? – A voz de Spencer saiu aguda, quase inaudível.

Rick Grimes demonstrou um sorriso mesclado a uma boa dose de ironia, balançando a cabeça negativamente.

— Você acha mesmo que eu quero matar alguém? – O olhar do xerife agora exprime total desdém – Você é mais estúpido do que eu pensava!

O homem pareceu extremamente confuso, não conseguia compreender a atitude do mandatário.

— Você não faz ideia do que possui aqui! Nunca esteve no inferno pelo qual passei... Esses muros, com toda a certeza, podem ser considerados um paraíso hoje em dia! – O cano da pistola de Grimes seguia próxima a testa de Monroe – O mais próximo disso que o meu grupo conseguiu alcançar foi uma prisão fria, escura e totalmente insegura...

Todos os olhares voltavam-se agora para o discurso do xerife.

— A coisa mais importante que vocês têm aqui são as pessoas... As pessoas Spencer! Ninguém aqui quer matar você... Digo, ninguém aqui vai matar você! Precisamos uns dos outros... Você precisa de nós! É só assim que podemos sobreviver, só assim viveremos a longo prazo!

Rick faz uma breve pausa, Spencer agora se encontrava cabisbaixo, totalmente destruído.

“Unidos venceremos”, entendeu agora?


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Notas finais do capítulo

E então, curtiram?

Creio que irão gostar do próximo capítulo... Teremos finalmente a introdução de um dos personagens mais fodas das hq's... Aguardem...

Deixem suas opiniões nos comentários, vamos lá, eu não mordo! hehe...

Até o próximo... Kiitos!



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