All Out War escrita por Filho de Kivi


Capítulo 10
Homecoming


Notas iniciais do capítulo

Hei!

Irei utilizar os próximos capítulos para explorar um pouco mais alguns personagens, onde entenderemos sua personalidade e modo de pensar de uma forma mais profunda... Não se preocupem, os Salvadores já estão chegando, e antes deles, o barbudo mais querido por todos o fãs das hq’s também será introduzido logo, logo... Aguardem!


Anteriormente

Três semanas se passaram desde o incidente em Alexandria, onde cinco vidas se perderam para que os muros prosseguissem de pé. Tom Price recobrara a consciência, aparentemente recuperado do grave ferimento que sofrera, enquanto isso, Aaron e Eric se deparam com dois homens em seu recrutamento, Isiah e Goodwin.



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Vincent abriu os olhos como se acabasse de aportar a superfície após um longo tempo submerso. Visivelmente dispneico e suado, o cirurgião, malmente enrolado em um lençol branco, com o corpo estendido sobre o sofá da sala de estar de sua residência em Alexandria, piscava várias vezes tentando recobrar a consciência após a última noite. Como de costume, o médico despertara um pouco antes das seis horas da manhã, o que sempre lhe dava tempo para organizar o necessário, tomar o seu café da manhã e realizar os primeiros procedimentos antes da chegada de Rosita, sempre entre sete e meia e oito horas.

Mas aquela manhã não seria como as outras, e isso ele sabia definitivamente. Ao olhar para o lado, viu que sua companheira da última madrugada não se encontrava mais ali presente. Teria sido a aventura com Leah apenas um sonho bom? Ou pelo contrário, um terrível pesadelo? Hall estava confuso demais e sua cabeça ainda reclamava por conta da excessiva ingestão de álcool de baixa qualidade, somado a um remorso que parecia lhe rondar por todos os poros.

Sobre a mesa de centro, ao lado da garrafa de whisky sulista vazia, uma folha de papel dobrada ao meio, dava a impressão de ter sido deixada ali propositalmente. Ainda temendo que a realidade batesse a sua porta, Hall esticou o braço e tomou nas mãos o pequeno bilhete. Após passar a mão sobre os bagunçados cabelos castanho claro, Vincent abriu o papel, observando a cuidadosa letra que deixara ali o seguinte recado:

“Foi maravilhoso Vincent, assim como da primeira vez! Ainda me sinto nas nuvens só de lembrar tudo o que fizemos... Resolvi sair mais cedo para ter como minha última imagem o seu sorriso enquanto fazíamos amor... Sei também que Rosita chegará logo e você não quer que ela nos veja juntos, apesar de não ser problema nenhum da minha parte! Não sinta culpa pelo que aconteceu, só lembre o quanto nós dois curtimos durante toda a madrugada... Eu levei o seu livro, mas não se preocupe, devolverei a você essa noite, no mesmo horário. Me espere! Beijos Doutor... Leah.”

Com as mãos trêmulas, o cirurgião apertou forte o papel, transformando-o em uma bolota amassada e o arremessando contra o chão logo em seguida. Não conseguia acreditar que havia cedido novamente àquele sentimento tão vil, que parecia transformá-lo em outra pessoa. Hall sentia-se horrível, o pior dos homens, como alguém em sua posição não era capaz de resistir a instintos tão primitivos? E pior, como uma garota de quatorze anos conseguia ser tão insinuante a ponto de fazer o médico esquecer todos os princípios de moralidade que aparentemente ainda lhe restavam?

Não tinha como aquilo ser certo, não havia possibilidades daquilo prosseguir. Vincent precisaria dar um basta, ou então poderia ser tarde demais. O cirurgião não queria ser levado ao limite, pois de certo modo, sabia que talvez aquele fosse um caminho sem volta. Após tatear por baixo do lençol, conseguiu encontrar sua cueca, misturada as demais peças de roupas que foram arrancadas com ferocidade na noite anterior. Após vestir-se, o cirurgião começou a procurar por sua prótese, que provavelmente também deve ter sido arremessada durante a seção de sexo com a garota loira.

— Bom dia Doc...

A voz grave e um tanto rouca, vinda das costas de Vincent, o fizera interromper sua busca no mesmo instante. De pé, Tom Price apoiava-se com o braço direito na parede do corredor, ainda vestido com as mesmas roupas que usara no dia em que fora mordido, as únicas que conseguiu encontrar ao lado da cama. O cabelo que crescera na última semana, já começava a descaracterizar o ex-soldador, conhecido por usar sempre a cabeça raspada, porém, a vasta barba espartana que sempre cultivou com orgulho, seguia tomando conta de seu rosto, agora ainda mais espessa. O corpo visivelmente mais magro e abatido, encontrava dificuldades em manter-se de pé, sua reserva de energia ainda não era suficiente para grandes esforços.

— Tom... – Vincent arregalou os olhos e passou a dirigir-se em sua direção a base de pulos, já que ainda não havia encontrado sua perna de pau.

— Calma cara, eu to legal... – Respondeu Tom, sinalizando que o esforço do médico era desnecessário.

— Você... Eu preciso fazer alguns exames em você... – O médico ainda parecia muito assustado, atrapalhava-se ao buscar as palavras – É melhor voltar pra cama, ainda está muito fraco, foram três semanas...

— Já disse que estou bem Doc... – Interrompeu Price de forma seca – Preciso ir pra casa, já notei que aconteceu uma merda muito grande por aqui... Quero ver como as coisas ficaram!

Vincent sentiu um aperto no peito, após tanto tempo inconsciente, Price finalmente tomaria ciência de todo o caos que arrebatara a comunidade desde sua ausência, e principalmente saberia de todas as perdas que a invasão causara a Alexandria. Era como se o médico estivesse revivendo aqueles dias negros, como se o luto voltasse com toda a sua carga.

— Espera Tom... Aconteceram muitas coisas por aqui... – A voz do médico soou pesada, tensa – Me deixa só verificar algumas coisas em você, eu te conto tudo... Foram dias difíceis, cara...

*****

— O aglomerado de carros deveria começar ali!

Rick Grimes caminha na parte externa de Alexandria, acompanhado a um pequeno grupo de sete pessoas, entre eles encontram-se Abraham, Eugene, Nicholas e Spencer. O xerife gesticula com a mão esquerda, sinalizando a posição exata onde cada detalhe deve se encontrar.

— Será preciso um espaçamento suficiente para que uma pessoa possa se esgueirar por eles caso seja encurralada... – Prossegue Grimes – E a trincheira ficará a frente da fila de carros... Ou seria melhor atrás deles?

Eugene, que caminhava exatamente a seu lado direito, não tardara em manifestar-se assim que viu a possibilidade.

— Creio que seria melhor dos dois lados... Teríamos mais terra para apoiar as vigas do muro... Pode demorar um pouco, mas o benefício será bem maior!

— Não se trata de tempo Eugene... – Rick volta-se para o homem de mullet que acabara de fazer a sugestão – Ainda quero morar aqui quando o Carl estiver com trinta anos... Não importa quanto tempo irá demorar, se for uma boa ideia, algo que realmente nos torne mais fortes e seguros, poremos em prática!

— Pensar a longo prazo é um bom sinal... – Manifesta-se Nicholas, praticamente escondido sobre o capuz de seu casaco azul – Nos dá mais esperanças de que...

A conversa é sumariamente interrompida pelo som de disparos, que ecoam a uma curta distância. Rick saca sua pistola imediatamente, segurando-a de forma firme com a mão esquerda, já acostumada com a nova posição de guarda. Os demais ali presentes repetem o gesto, passando a verificar ao redor se algo nocivo não se aproximava.

— Abraham, vem comigo! O restante volte para os portões, podemos precisar de um reforço na segurança por lá! – Ordena Rick.

O xerife e o bigodudo partem com cautela, seguindo os disparos que aparentam estar próximos de suas posições atuais. Utilizando táticas de guerrilha, Grimes gesticula para que Abraham o acompanhe de perto, sendo o homem da cobertura caso fosse necessário. Esgueirando-se próximo as placas de metal, os dois prosseguiram silenciosamente até alcançarem uma das esquinas, de onde era possível identificar de forma ainda mais clara, a origem dos disparos.

De arma em punho e pronto pra utilizá-la, Rick avançou o derradeiro passo, posicionando sua pistola firmemente com a mão esquerda. Para sua surpresa, uma positiva surpresa, os disparos impetrados não significavam um perigo a comunidade e sim, de certa forma, um benefício à longevidade de Alexandria. Utilizando antigos porta-retratos como alvos, Andrea ensinava a Maggie, Glenn, Heath, Enid e Holly, técnicas mais apuradas para a utilização de armas, visando uma melhoria na defesa pessoal.

— Quase me esqueci que você estava aqui fora! – Exclamou Rick, abaixando sua pistola, bem mais aliviado – Estava fazendo uma ronda, trazendo o grupo de planejamento comigo...

Andrea sorriu ao ver o xerife caminhando em sua direção. Ela que acompanhava de perto o movimento de seus alunos, corrigindo toda e qualquer imperfeição, passou a dar atenção integralmente a Grimes.

— Depois que Abraham concordou que eu assumisse as aulas de tiro, resolvi trazê-los pra cá, pra terem uma noção maior da ação que encaramos diariamente!

Rick sorriu, agarrou a sardenta pela cintura, dando-lhe um beijo. A loira, que tratou de enroscar suas mãos na nuca do xerife, correspondeu ao afago, igualmente sorridente.

— Quero saber quanto tempo ainda vão demorar... – Voltou a dizer Rick, sem soltar Andrea – Não acho que seja seguro caminhar por aqui enquanto tantas balas perdidas ficarem zunindo ao redor...

— Que nada... – Respondeu a loira, ainda sorridente – Eles estão ficando bons... Pelo menos não tem errado nenhuma fotografia! Acabamos de recarregar, mas se você quiser, podemos parar...

— Ei!

O grito de Maggie chama a atenção de casal que imediatamente volta-se na direção da esposa de Glenn. Caminhando lentamente, provavelmente atraídos pelo stand de tiro improvisado, dez errantes, cambaleantes e famintos, deslocam-se na direção do pequeno grupo, há cerca de dez metros de distância.

Vindos de uma estrada anexa do condado vizinho, os mortos vivos arrastam-se pelo asfalto rachado, aproximando-se cada vez mais daqueles que praticavam justamente com o intuito de se defenderem dessas temíveis criaturas.

— Certo pessoal, parece que chegou a hora de colocarmos todas as nossas aulas em prática! – Andrea exclama de forma firme, direcionando o seu discurso aos alunos, que observam a aproximação dos errantes com as armas em punho.

— Estamos a uma distância boa deles! – Prossegue a loira – Mantenham a calma e tentem fazer valer cada projétil! Agora é questão de vida ou morte... Defender ou morrer! Vamos, atirem!

Heath fora o primeiro a disparar acertando o tronco do errante que estava mais a frente. Maggie disparou três vezes seguidas, fazendo com que uma das balas atingisse o ombro da criatura, outra atravessasse em cheio o seu pescoço, para finalmente na terceira, perfurar a têmpora do morto vivo, exterminando-o. Glenn acertara de primeira o seu alvo, detonando parte de crânio do monstro e espalhando miolos pelo asfalto. O asiático sorriu em seguida, satisfeito com o resultado.

— Mandaram muito bem! – Exclamou Andrea. A loira retirou das costas o rifle sniper, agachando-se e utilizando o joelho como base para a arma – Mas precisam economizar suas balas, eu assumo daqui!

Mirando com uma destreza surpreendente e uma habilidade idem, Andrea passou a atirar no restante das criaturas, acertando em cheio a testa de cada um dos monstros. Os cadáveres dos zumbis tombaram no asfalto, sem terem a mínima chance sequer de tentar fazer com que qualquer um ali se tornasse sua presa. Após a demonstração da sniper ter terminado, Rick, que batia sua mão esquerda no coto direito, em uma tentativa de aplauso, aproximou-se novamente da loira, ajudando-a a se levantar.

— E é por isso, senhoras e senhores, que ela está à frente do nosso treinamento com armas! – Exclamou o xerife, olhando para Abraham em seguida – Sem ofensas Abraham!

O ruivo apenas sorriu, Grimes então prosseguiu.

— Se importa em assumir o restante da instrução? – Indagou Rick para o bigodudo – Preciso falar algumas coisas com Andrea...

— Sem problemas xerife, pode levar a sua garota! – Respondeu o corpulento homem.

Rick e Andrea começaram a caminhar de volta aos portões, enquanto o ex-militar passou a assumir a instrução. O casal que seguia a passos lentos, aproveitou o momento para conversar, algo que ultimamente não faziam com muita frequência, vide toda a pressão por qual a comunidade passara, pressão essa que recaía quase que por inteira nas costas do mandatário. Com a mão no bolso do casaco, Rick observava o rosto sardento de sua amante, notara que apesar de tudo o que passaram, Andrea ainda tinha a mesma expressão jovial e aparentemente inocente de quando conheceram-se no acampamento nos arredores de Atlanta. Apesar da aparência, Grimes sabia o quanto ela era forte, e o quanto havia evoluído apesar de todas as perdas sofridas pelo caminho.

— Liderando o treino de tiro! Você... Ensinando! Dá pra acreditar nisso? – Questionou Rick.

Andrea sorriu.

— Também penso a mesma coisa...

— Eles estão em boas mãos tendo você como instrutora... Você é excelente! – Voltou a dizer o xerife.

— Mirar e atirar não é tão difícil... – Andrea parecia sem jeito – Além do mais, eles têm motivações mais do que suficientes para aprenderem isso direito! – A loira suspira, parecendo nostálgica – Fico lembrando do passado, da primeira vez em que dei um tiro... Queria saber o que o Shane diria caso me visse agora!

As feições de Rick se modificaram, Andrea pareceu instantaneamente perceber o erro que cometera, mas já era tarde demais para voltar atrás.

— Desculpa Rick, eu não pretendia... – Seu rosto ruborizou-se, ela parecia buscar as palavras em uma tentativa de retratação.

— Tá tudo bem Andrea... – Rick voltou o olhar para o horizonte – Shane era o meu mais antigo... O meu melhor amigo! Aconteceram coisas terríveis, mas apesar de tudo... De tudo o que ele fez... Ainda sinto sua falta! Não daquele Shane... Sinto falta do meu parceiro nos tempos de polícia, do cara que era verdadeiramente o meu amigo... Antes de tudo isso acontecer! – Grimes respira fundo – Hoje em dia eu não penso mais nesses tempos, quase nunca... O passado é muito doloroso! Tudo o que passamos... Você sabe muito bem do que estou falando! – Seu olhar direciona-se a Andrea novamente – Sem esquecer tudo isso não dá pra continuar...

Andrea baixou o olhar, refletindo sobre as palavras ditas pelo xerife. Em sua mente, inúmeras lembranças passaram a percorrer, desde sua época como assistente no escritório de advocacia onde trabalhava até a morte de Dale, que sucumbira após o ataque de um grupo canibal. A jovem mulher já passara por muita coisa, e assim como Rick, sente-se bem melhor ao deixar todo o sofrimento escondido em uma região bem escusa de seu cérebro.

— Você acaba se acostumando com todas essas coisas horríveis que acontecem... – Manifestou-se a loira, ainda fitando o solo – Isso vai te cansando, te matando aos poucos...

— E é por isso que eu não faço mais isso... – Voltou a dizer o xerife – Raramente reflito sobre algo do passado... Não significa que não sinta falta de Lori e Judith, eu só...

Dessa vez é Grimes quem percebe ter falado demais. Porém, antes que ele pudesse se retratar de alguma maneira, Andrea adianta-se, tranquilizando Rick.

— Tudo bem Rick, isso não me incomoda... De forma alguma! Sei o quanto foi doloroso perder sua filha... E sua esposa...

Rick estende o braço esquerdo, tocando o ombro de Andrea.

— Você sempre esteve aqui pra mim... – Grimes parecia suspirar – Por outro lado, durante muito tempo, eu apenas pensei em mim e na minha família... Todas as decisões que tomava vinham com a justificativa de ser um bem maior para mim, Lori, Carl e Judith... O problema é que eu estava cego, não havia percebido que negligenciando o grupo eu estava negligenciando a mim mesmo... Vocês são a minha família! Nós somos uma família!

— Tudo o que fez é compreensível...

— Não Andrea, não é! A vida de muitos foi posta em risco por conta desse pensamento... – Rick faz uma breve pausa – É por isso que eu quero que essa nova fase de Alexandria dê realmente certo! Que possamos ser uma comunidade no mais amplo sentido da palavra... – Rick faz nova pausa, dessa vez, suas feições parecem entristecer-se – Só espero que Carl possa acordar pra ver tudo isso funcionando... Se esse é o mundo que eu posso oferecer a ele, então pretendo transformá-lo no melhor possível para que ele possa viver muitos e muitos anos!

— E nós vamos estar aqui... – Andrea segura a mão de Rick, olhando-o com ternura – Vamos ver isso funcionar, Carl vai ver isso funcionar!

Já próximos aos portões da comunidade, o casal acaba por ser surpreendido por uma SUV branca, que se aproxima vindo pelo caminho anexo a interestadual. O carro, que logo é reconhecido como sendo pertencente a Aaron e Eric, corta o asfalto, solitário enquanto achega-se a entrada de Alexandria. Os dois que partiram em uma missão de recrutamento há alguns dias, pareciam finalmente ter retornado, e como de costume, traziam novas pessoas para reforçar a ideia de “segurança em números”, proposta pelo próprio Rick Grimes.

Essa é a segunda missão desde a grande invasão de mortos vivos a comunidade. A primeira ocorreu há mais ou menos uma semana atrás e resultou no recrutamento de duas novas integrantes a comunidade, Magna e Yumiko, as duas últimas sobreviventes de um grupo que abrigou-se em um lar para idosos durante um grande período de tempo. Como de costume, as duas tiveram suas armas confiscadas momentaneamente e ainda se encontram no período de “provação”.

Percebendo a presença dos dois nomes mais fortes de Alexandria em frente aos portões, Aaron, que dirigia o veículo, passou a diminuir a velocidade até parar justamente em frente a eles. Ao descer do carro, o motorista, de aparência cansada por conta dos últimos dias embrenhado em meio à mata, esgueirando-se para escutar conversas a atestar boa índole, partiu para os cumprimentos assim que se viu diante de Rick e Andrea.

— Rick! – Aaron estendeu a mão em cumprimento. O xerife retribuiu, aguardando sua manifestação em seguida – Eu não sei se você dá crédito ao destino, mas não vai acreditar em quem está ali dentro!

— Eric? – Brincou Rick, mesmo não sendo de seu feitio.

Aaron sorriu, apesar do cansaço ele parecia realmente satisfeito com o resultado final de sua missão mais recente.

— Encontramos dois caras acampando no meio do bosque... E eles não pareciam se preocupar com os zumbis e nem com o frio, sempre encontravam uma forma de contornar isso!

— É o que precisamos, sobreviventes... – Interpôs-se Rick, que complementou – Sobreviventes que passem pelo seu crivo!

— Escutando a conversa deles, algo havia me chamado a atenção... – Manifestou-se Aaron novamente – Eu ouvia constantemente o nome Isaiah, mas nunca era mencionado o nome do outro sujeito! – Rick o olha atentamente, o recrutador prossegue – Ao entrar em contato com eles, descobri que Isaiah não fala... Bom, o motivo já terá que ser descoberto por você, mas... – Sua voz torna-se mais enfática – O ponto crucial de tudo é justamente o segundo homem, aquele que o nome não era citado...

Grimes parecia não entender a euforia vinda de Aaron, principalmente pelo fato dele ter estacionado ali, do lado de fora, sendo que poderia passar todas essas informação dentro da zona segura. Era visível que ele estava muito ansioso para contar a Rick sobre os dois novos possíveis colaboradores da comunidade, e aparentemente tal informação não poderia esperar.

— Esse cara é Goodwin, namorado da Susie e pai do bebê Jacob... O cara que todo mundo achava que havia morrido na tempestade!

*****

Tom olhava fixamente para a caneca posta a sua frente, preenchida por um forte café preparado por Hall que, sentado de fronte a ele na mesa de jantar, contava-lhe sobre tudo o que ocorrera desde o incidente brutal que obrigara Michonne a amputar o seu braço. Por mais que quisesse, Price não conseguia acreditar no que Vincent lhe falara, a dor parecia muito distante e não ter visto algo tão horrendo de perto parecia afastá-lo ainda mais da veracidade dos fatos.

— Susie está bem? – Indagou Tom ainda encarando a caneca.

— É... O que podemos chamar de estar bem hoje em dia... – Responde o doutor, dando um gole no líquido quente em seguida – Leah também está bem...

— Eu sei que está... – Pronunciou-se Price, jogando a frase ao vento.

Vincent não entendeu a indireta, apenas balançou a cabeça positivamente e prosseguiu tomando o seu café da manhã. O clima de luto tardio pareceu ter voltado com tudo à residência da doutora Cloyd. As últimas três semanas foram bem complicadas, e a população de Alexandria ainda tentava se recuperar do baque causado pelos errantes. Foram muitas mortes simultaneamente e para Tom, que não vivera todo o período de sofrimento junto aos demais, seria muito mais difícil ter de encarar tudo aquilo, principalmente por se sentir tão sozinho.

— Amanda é... Era... – Corrige-se Tom, ainda grogue por conta da notícia – A pessoa mais próxima a mim... – Ele dá um breve sorriso – Nos demos bem de cara, sei lá, destino... Vou ser sincero com você Doc, eu já imaginei cada um de vocês morrendo, na verdade, isso passava pela minha cabeça praticamente todos os dias, principalmente quando estávamos na estrada... Não queria que isso me abalasse, afetasse o meu senso de decisão ou qualquer merda que isso seja – Vincent o observa atentamente – Mas eu já estava preparado para perder vocês, todos vocês... – Tom respira fundo – Menos Amanda...

— Eu sei muito bem como...

— Não, não sabe... – Interpõe-se Price novamente – Comparado a todos aqui Doc, você não perdeu nada... Aliás, pelo que eu saiba, você tem tudo não é mesmo? Olha onde você está! Olha ao seu redor!

As feições de Hall se modificam, ele olha seriamente para o homem a sua frente.

— Eu senti a perda de Amanda tanto quanto você sentiu Tom... Não queira disputar sofrimento agora, isso só fará as coisas piorarem!

— Não tem como nada piorar... – Tom ainda mantém a mesma tonalidade na voz – Talvez se você estivesse lá fora como todos os outros, Amanda ainda estaria viva...

Vincent ergue-se da mesa.

— Você sabe que minha única utilidade é aqui dentro! – Doutor Hall parece cada vez mais exaltado – E se eu não estava lá fora, é porque você e Carl precisavam de mim aqui!

Tom desvia o olhar que direcionava-se para a caneca e passa a encarar Vincent diretamente.

— Você mesmo disse que a doutora Cloyd saiu, você me falou isso... – Ele aponta para o médico – Ela também poderia ter ficado aqui dentro, mas ao invés disso saiu para defender Alexandria...

Vincent balança a cabeça negativamente, seu rosto já começa a ficar vermelho.

— Você não sabe de nada Tom... Não entendo o que está querendo fazer!

— Eu quero respostas Doc! Eu quero a porra de uma resposta! – O ex-soldador parece mais exaltado – Já cansei de ter apenas perguntas... Já cansei dessa porra toda! Eu queria que Amanda estivesse viva, eu... Eu preciso tanto dela agora! – A voz de Price parece embargar-se – Isso você não sabe o que é – Ele aponta novamente para o médico – Eu vi você e Leah ontem...

Vincent emudece, a expressão em seu rosto modifica-se imediatamente e ele baixa a guarda, como se acabasse de levar um punch certeiro na ponta do queixo. O doutor não sabe o que falar ou o que fazer, a fala dita por Tom o desarmou de toda e qualquer frase de efeito que pudesse pronunciar naquele momento. O segredo mais escuso, que o cirurgião pretendia levar consigo para o túmulo, acabara de cair nas mãos de Tom Price, e não havia racionalidade suficiente em Hall para que pudesse mensurar o que viria a seguir.

— Tom o que você...

— Eu ainda não sei o que pensar... – Tom interrompe o início da tentativa de explicações do médico – Ainda tem muita coisa que precisa ser diluída na minha cabeça... Eu dormi por três semanas e ao acordar percebi que havia perdido um braço, descobri que Amanda havia morrido e ainda flagrei você transando com uma menina... – O soldador levanta-se da cadeira, visivelmente mais seguro de si após o desabafo – Ainda não sinto que acordei por completo, então preciso de tempo... Tempo pra entender tudo isso aqui! Mas não Doc, nossa conversa ainda não acabou!

O corpulento homem ergueu-se da mesa, caminhando em direção à porta de saída ainda apoiando-se nas extremidades das paredes, acostumando-se ao novo senso de equilíbrio que precisaria adquirir a partir daquele momento. Vincent sentou-se, boquiaberto, completamente sem reação ao que acabara de acontecer. O cirurgião estava de mãos atadas ante ao próprio destino incerto, uma incerteza que lhe causava um frio na espinha ao pensar nas possíveis consequências.

*****

— Ainda acha necessário os recrutamentos? Quero dizer... Foram quatro pessoas em uma semana, talvez não seja tão seguro assim...

Os portões de Alexandria acabam de ser fechados por Paul, que fora designado a ficar de guarda no período da manhã. O casal mandatário caminha tranquilamente pela rua principal da comunidade, a frente deles, estacionado de fronte a casa de Olivia, utilizada como despensa e arsenal, o carro de Aaron e Eric, trazendo os dois novos possíveis integrantes, espera pela sinalização do xerife, que dará as ordens do que se fazer a seguir.

— Eu confio no crivo de Aaron... De qualquer forma, se esse cara for mesmo quem diz ser, será muito bom para todos nós...

Rick caminha tranquilamente, aproximando-se do carro já parado.

— Não entendi... – Andrea parece confusa – Se ele for quem diz ser, teoricamente será bom apenas para Susie, que vai ter reencontrado o namorado perdido...

Grimes sorri brevemente.

— Aaron o descreveu como um exímio sobrevivente, assim como o seu parceiro, que parece ser um tanto submisso a ele, pelo que entendi... Podemos ter uma pessoa triplamente disposta a proteger a comunidade, por sua vida, pela vida de Susie, e pela vida do filho dos dois, é claro... Todo mundo sai ganhando!

Um sorriso desponta no rosto de Andrea ao perceber a sagacidade de Rick. Ela não havia percebido o potencial daquela situação e ao racionar com os pontos propostos por Grimes, notou o quanto a adição de Goodwin pode vir a ser benéfica para Alexandria. Apesar disso, ela também sabe que a cautela é sempre necessária, Aaron já errou uma vez, antes mesmo deles aportarem por lá. O cuidado é sempre necessário quando vidas estão em jogo.

— E é por isso que você é o cérebro e eu o músculo! – Exclama a loira de forma jocosa.

— Ah é? Você é o músculo? – Indaga Rick rindo de forma sincera.

Aaron e Eric desceram do veículo, abrindo as portas traseiras logo em seguida. Ao saírem do carro, Isaiah e Goodwin mais pareceram dois bichos selvagens entrando em contato com a modernidade pela primeira vez. Tudo ao redor deles parecia surreal, as casas, as placas de energia solar, os jardins, e até mesmo as pessoas. Ver senhoras caminhando pelas calçadas, crianças brincado com bolas de baseball, e até um cachorro pulando para alcançar um frisbie, parecia fazer parte de um sonho utópico que eles já haviam aceitado que nunca se concretizaria.

Alexandria seguia ativa, respirando, e uma comunidade daquele tamanho, cercada por um muro aparentemente firme e seguro, era uma realidade surreal demais para ser verdadeira. Goodwin ainda não sabia o que pensar, apenas seguia observando boquiaberto toda a extensão do perímetro da comunidade, como se gravasse uma imagem na sua cabeça, como se aquilo fosse se apagar a qualquer momento.

Rick aproximou-se dos dois de maneira amistosa, já que sabia exatamente como era chegar em um ninho completamente estranho e hostil, desconfiando até mesmo da própria sombra. A sobrevivência cobrava um custo alto, e o xerife sabia o quanto uma pessoa precisa deixar para trás, para que sua vida prossiga sendo mantida. A humanidade era desgastada pouco a pouco, de forma gradativa e ininterrupta, por isso Rick precisaria de tato naquele momento, e sabia exatamente como abordá-los.

— Olá! – Exclamou o mandatário, erguendo a mão esquerda espalmada em cumprimento.

Goodwin pareceu sair do transe assim que as palavras do xerife forma pronunciadas. Voltando o olhar para o imponente o homem a sua frente, o grisalho, apesar de muito confuso com tudo a sua volta, buscou na memória os antigos protocolos sociais, que a muito pareceram ter se perdido. Sua personalidade se modificara bastante com o tempo, mas ele ainda conseguia ser, mesmo que falsamente, o homem educado e pomposo de outrora.

— Olá senhor... – Goodwin armou no rosto o melhor sorriso que conseguiu – Deve ser o senhor Grimes... Ouvimos muito o seu nome durante o trajeto até aqui! – O grisalho olha para o lado, notando a presença de Isaiah, estático – Esse é Isaiah, ele me salvou quando eu achei que não havia mais chances de sobrevivências! Um homem reservado, ainda assim, um bom homem!

— Não tenho dúvidas disso... – Respondeu Rick observando Isaiah que seguia parado, como se estivesse em estado de choque. Sua aparência nada convencional chamara a atenção do xerife, que percebeu que deveria tomar algumas precauções em relação aquele homem.

— Não sei se Aaron comentou a respeito disso... – Rick retomou a fala – É de praxe que confisquemos suas armas durante a primeira semana. Temos famílias aqui, acredito que entenda o nosso ponto...

Ainda teatralizando com sua montada feição amistosa, Goodwin balançou a cabeça positivamente, demonstrando estar à vontade com toda e qualquer exigência que fosse proposta.

— É claro! – Respondeu ele, retirando a pistola do coldre logo em seguida e oferecendo a Rick – De qualquer forma eu estava sem balas... Sorte ter o “ninja” aqui do meu lado, ele é assustadoramente muito bom com facas... A pistola era só para intimidação!

Rick recolheu a arma, guardando-a em sua cintura. O xerife notou que a conversa transcorria de maneira robótica, e o seu senso de segurança, o instinto que o fez sobreviver ultrapassando tantas barreiras diferentes, parecia alertá-lo para tomar cuidado com aquele simpático e sorridente sujeito a sua frente. Ninguém pareceria tão à vontade depois de tanto tempo sobre o frio, dormindo ao relento e comendo sobras. Grimes sabia que o efeito que Alexandria causara naqueles dois, era bem maior que o demonstrado diante dele.

— Se não se importar, acho que precisamos conversar sobre alguns pontos, gostaria que os dois viessem até a minha casa. Imagino que queiram descansar e provavelmente devem estar famintos... Mas como eu disse anteriormente, é apenas praxe.

Goodwin percebeu que o olhar de Grimes se modificara e talvez fosse hora de rever sua estratégia diante de todas aquelas pessoas tão dispostas a recebê-los como integrantes da comunidade. O grisalho só estava lá por um motivo, fora convencido por Aaron de que Susie e o bebê encontravam-se em segurança e vivendo dentro dos limites de Alexandria. Ele precisava conferir aquilo, assegurar-se se ele falara ou não a verdade, já que toda a sua trajetória ultimamente, desde que fora salvo por Isaiah, resumiu-se a “caçar” os vestígios de seu antigo grupo, procurando pistas de seu paradeiro.

Ele precisava parecer fraco e facilmente manipulável, talvez assim fosse mais fácil escapar dali caso a história que lhe fora contada não passasse de uma mentira. Goodwin não desistiria de sua busca, e nenhuma comunidade bem suprida ou mandatário tirano o fariam mudar os seus planos. O grisalho sabia que nunca estaria seguro, mesmo estando cercado por placas de metal por todos os lados. Suas experiências no lado de fora dos muros lhe ensinaram que a confiança deve ficar restrita a sua própria pessoa, e ainda assim, sempre com os olhos bem abertos.

— É claro... – Respondeu ele finalmente, ainda mantendo a mesma expressão – Acho que temos sim muito que conversar...

Observando ao largo, interrompendo o seu caminhar imediatamente ao deparar-se com a cena próxima aos portões. Susie, que acabara de deixar a despensa, onde solicitara a Olivia alguns quartos de barra de chocolate para a cobertura de um bolo que prepararia naquela mesma tarde, arregalou os olhos, quase fazendo-os saltarem das órbitas tamanha sua surpresa. Sem acreditar se estava no mundo real ou vivendo uma fantasia, a jovem mãe, que deixara sua criança sobre os cuidados de Leah, esfregou os olhos em uma patética cena que até então só havia sido vista nos filmes de comédia mais pastelões. Ela não podia acreditar que aquele homem conseguira sobreviver, não podia ser real a sobrevivência de Goodwin.

Com a voz embargada e esganiçada, ela apenas pode gritar de forma sôfrega e quase desesperadora.

— James!

*****

— Não sei se ainda se lembra, mas... Bom, isso é algo que talvez eu nunca me esqueça... Aquele dia em que achamos um caminhão que tinha, sei lá, cem quilos de atum enlatado! Foi uma puta descoberta... Fizemos uma fogueira a noite, ali mesmo onde estávamos, sem ao menos nos preocuparmos se algum monstro iria acabar sendo atraído até a nossa direção... Tudo o que importava naquele momento eram os malditos atuns! Fiquei arrotando peixe estragado durante três dias!

O tempo em Alexandria parece ter fechado de repente, o dia que aparentava ser claro e límpido, acabara de ser tomado por espessas nuvens cinzentas, que trouxeram consigo uma forte e gélida brisa, que parecia circular por toda a extremidade da comunidade. As copas das árvores do pequeno bosque situado dentro do perímetro das placas de metal, dançavam de um lado a outro, anunciando que uma tempestade possivelmente se aproximava.

Depois de sua conversa nada amistosa com Hall, Tom Price caminhara sem ligar muito para os olhares surpresos dos moradores da comunidade, absortos em vê-lo totalmente recuperado, apesar da ausência de um membro. Mantendo a seriedade em sem rosto, e sem desviar do trajeto por um segundo sequer, Price seguiu até a região próxima as macieiras, onde o cemitério local fora improvisado. Sentado sobre a grama, que ironicamente era a mais verde e viva de toda Alexandria, o ex-soldador resolvera procurar o lugar que lhe pareceu o mais propício para pensar em tudo o que havia ocorrido, o túmulo de Amanda.

— Dois anos... Dois malditos anos! Não sei se você tem a mesma impressão que eu tenho, mas parece que já se passaram décadas... Mas que porra, quem pode dizer ao certo que só se passaram dois anos? Eu já perdi a noção do tempo a muito!

Olhando para a lápide feita a partir de um tronco de árvore, Tom desliza os dedos da mão direita sobre a terra e grama, como se acariciasse a própria Amanda.

— Sinto falta desses momentos... É claro que eu sinto falta do mundo como ele era antes! Provavelmente sinto falta até dos assaltos! A violência daquele outro mundo, o antigo, era bem mais mascarada do que a que encaramos aqui, nessa merda de novo mundo! – Price respira fundo – Quando estávamos na estrada, quando o nosso grupo ainda era unido... Parecia que podíamos enfrentar qualquer coisa, qualquer coisa que viesse!

Tom volta o seu olhar para o céu, observando fixamente as nuvens escuras, que já começam a ser acompanhadas por trovões.

— Olha pra mim agora Amanda! Olha o que sobrou de mim! – Ele baixa a cabeça – Você não podia ter ido embora, não podia ter me deixado aqui... Eu provavelmente não enlouqueci porque você sempre esteve do meu lado para me puxar de volta pra sanidade... Sempre fui a porra de um bronco, um peão! Fui isso durante toda a merda da minha vida, sendo jogado de emprego para emprego... Me fodendo pra continuar vivendo!

O homem estranhamente começa a gargalhar.

— Parece que as coisas não mudaram muito... Que ironia! Tínhamos um médico no grupo, um empresário metido a caçador, um garoto que falava demais, uma designer de sei lá o quê... Eu e você... Porque diabos a liderança caiu justamente nas minhas costas? Você Amanda, você sempre foi muito mais inteligente do que eu, mais qualificada... Admito que fiquei muito feliz ao chegarmos aqui e ver que o xerife mantém todos seguros, na linha... Uma coisa que eu nunca consegui!

Tom faz uma breve pausa, voltando o olhar novamente para a lápide de sua companheira de sobrevivência.

— Você não podia ter morrido... Se eu não tivesse sido mordido de uma forma tão estúpida, estaria do seu lado e não deixaria nada ter acontecido com você! Sempre tomei todos os cuidados, todas as precauções para que nada disso acontecesse, mas... Vincent foi mordido, Mike e Goodwin desapareceram, eu fui mordido... Você... A verdade é que eu nunca salvei ninguém, a sorte sempre esteve do nosso lado, mas parece ter nos abandonado agora...

Tom respira fundo, olha novamente para as nuvens e percebe que as primeiras gotas de chuva já começam a cair.

— O que eu faço Amanda? O que eu faço...


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Notas finais do capítulo

E então, estavam sentindo a falta de Tom? Não? Hehe...

Esse capítulo foi uma literal volta ao lar de dois personagens, Tom Price e James Goodwin, mas isso não significa necessariamente uma coisa boa...

Estou homenageando a Carol da tv com parte da personalidade de Goodwin, ela é uma personagem fantástica, mas infelizmente já morreu a muito tempo nos quadrinhos...
Magna e Yumiko ganharão destaque pouco a pouco. Quem acompanhou as hq’s sabe que elas surgem apenas após a guerra contra Negan, porém, como eu bolei outro final para a minha fic (que não seguirá necessariamente a trajetória das hq’s), resolvi trazê-las para cá agora...

Bom, espero que tenham gostado!

Mais uma vez dedico esse capítulo a minha fiel leitora e excelente escritora: Menta, a Imperatriz da Oceania! Muito obrigado por tudo, não tenho nem mais palavras para utilizar...

Será que teremos uma mini treta entre Rick e Goodwin? Hehe...

Nos vemos no próximo, vou tentar postá-lo antes do final de semana... Kiitos!



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