The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 72
Capítulo 20 - Eu Te Amo, Dorian Gray!


Notas iniciais do capítulo

Okay, meninas! É o seguinte, preciso alertá-las da repentina mudança de temperatura neste capítulo em particular. Como vocês sabem (espero que tenham notado), não sou muito de escrever cenas... digamos assim mais "quentes"... se é que vocês me entendem (ruborizando aqui! Rsrsss). Mas, enfim, para tudo tem uma primeira vez, não é?
Me digam o que acharam, tá? Se estiver demais, juro que edito! Mas, para ser bem sincera, eu gostei!!!!!!
Estarei esperendo reviews, tá?
 
Bjcas, Mia.



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Acordei querendo ficar na cama. Por algum motivo, minha cama parecia muito boa naquele dia. Queria ficar ali, descansando mais, dormindo mais. Queria passar o dia todo ali! Não sei de onde veio tanta preguiça. Então me lembrei da promessa que Dorian Gray me fez “Voltarei amanhã...” e imediatamente sacudi a poeira e me pus a acordar. Arrumei a cama, tomei um banho bem demorado, procurei pela minha melhor roupa, é claro que não tinha muitas opções, então jeans e camiseta velha como sempre, mas eu estava feliz. Eu estava bem, me sentia linda porque hoje eu veria Dorian, meu Dorian...

“Isso já está começando a irritar, sabia?”

_ Shhh... hoje, nem você vai conseguir acabar com meu bom humor! – disse enquanto seguia meu caminho até a cozinha.

“O que é que ele tem de tão especial assim, afinal?” – continuou a insistir.

_ Especial? – levantei as mãos – Você é cego, por acaso? Dorian Gray é o homem mais lindo e perfeito desse mundo! Não acredito que você não percebeu...

“Então, além de burra, você tem um péssimo gosto.”

_ Ah! Você só está morrendo de inveja!

“Inveja? De quem? Daquele sonso com carinha de mártir? Ora, vamos! Você não poderia estar mais equivocada, garota estúpida!”

_ É mesmo? Então por que toda essa implicância com Dorian?

“Não é implicância... só estou constatando um fato.”

_ Sei... isso tem um outro nome pra mim... e se chama I N V E J A! – satirizei ainda mais alto.

_ Inveja de quem? – Eli apareceu do nada - Com quem você está falando, Ivy?

_ Oh! E... Eli?

_ Paul pediu pra pegar umas coisas pro Josh... – informou e sem receios foi abrindo a geladeira – Com quem você estava falando? – perguntou mais uma vez, antes de tomar um gole de leite diretamente da caixinha.

_ Hum... – ignorei sua falta de educação - Errr... eu... – tentei me segurar para não perguntar, mas estava preocupada demais – Como ele está?

_ Quem, Josh?

_ Não... sua avó... Josh, é claro!

_ Paul tinha razão... você acorda com um péssimo humor! – disse ainda com a cara enfiada na geladeira – Não tem nada pra se comer além de peixe nessa casa?

_ Tem pão no armário... e você ainda não respondeu.

_ Respondeu o que?

_ Paul tinha razão... você é um avoado!

Eli deu um sorriso torto antes de enfiar metade do pão na boca derrubando migalhas por todo o chão, fez isso só para me irritar.

_ E então? Ian proibiu você de me contar?

_ É claro que não! Por que ele faria isso?

_ Porque Ian me odeia, não precisa ser nenhum gênio para perceber isso.

_ Ele não te odeia... só porque ele não fica te endeusando como os velhos não quer dizer que ele te odeie...

_ Sei...

_ Você acredita no que quiser, Ivy... mas você deveria tentar conhecer as razões de Ian antes de julgá-lo assim.

_ Se ele tivesse me dado uma chance, quem sabe?

Eli deu um longo suspiro, obviamente desistiu e se levantou espalhando ainda mais migalhas que haviam se acumulado em seu colo. Ele pareceu indeciso por instante.

_ Josh ficou perguntando de você a noite toda... só conseguiu dormir agora.

Uma dor aguda atingiu meu peito em cheio. Senti uma vontade imensa de largar tudo e correr até o hospital, era impossível negar o sentimento fraternal que sentia pelo moleque.

_ Jo... Jo... – murmurei empurrando o choro garganta abaixo – Josh está bem?

Eli me olhou, incrédulo no início, levantou uma de suas grossas sobrancelhas e aguardou batendo um de seus pés impaciente. Eu não disse nada, não sabia o que dizer, então Eli se virou e rumou para o corredor.

_ Ele é muito importante para mim, Eli...

Ele se deteve, parou e se recostou no batente da porta.

_ É... eu sei... – disse ainda de costas para mim – Mas ele não sabe...

_ O que... o...

Como assim, ele não sabe? Josh sabe que eu gosto dele! Ele é como um irmão para mim, pentelho e levado como todo irmãozinho, mas não posso viver sem ele. E ele sabe disso! Tem que saber!

_ Por que você diz isso?

_ Ora, Ivy! – Eli se virou – Você nem quis ir com ele até o hospital! O menino estava assustado e você é coisa mais parecida com uma mãe que ele jamais teve em toda a vida! Isso sem falar no fato de que ele corria sério risco de levar uma surra de Paul e você nem...

_ Ele não se atrevia! – gritei enraivecida – Paul não se atreveria a tocar um dedo em Josh!

_ Hey! Calminha aí, garota! Não disse que ele faria isso... Paul jamais machucaria Josh! É claro que não! Eu só disse que o moleque estava com medo, só isso... não precisa se alterar!

_ Oh... – corei ao perceber que eu realmente havia me excedido – Eu... eu... eu não... - minhas emoções andavam meio fora de controle ultimamente, eu tinha que admitir – Desculpe...

_ Hum... tá... tá... eu entendo. Errr... agora será que eu posso pegar as coisas de Josh?

_ Do que você precisa?

_ Errr... – Eli continuava sem jeito, parecia surpreso pela minha reação, ou talvez fosse medo – Paul pediu uma muda de roupa e Josh quer o travesseiro dele, disse que o do hospital é muito duro.

_ Eu pego pra você.

Fui direto para a lavanderia, tinha lavado a roupa ontem pela manhã, mas devido aos recentes acontecimentos não tive tempo para passar, então a pilha estava enorme. Mas eu queria fazer algo por Josh, mesmo que eu não pudesse visitá-lo e, o velho moletom cinza era o que ele mais gostava de vestir, então eu precisava achá-lo.

_ Não tem nada limpo pra levar? – Eli resmungou – O menino só vai ficar até de tarde e...

_ Josh volta para casa hoje?

_ É, parece que sim. Só farão mais alguns exames e...

_ Que horas? Quando ele vai chegar?

_ Eu, hein! Num sei, Ivy. Se você está tão curiosa por que é que você mesma não vai lá e pergunta pro médico?

“Oh, Eli... se eu pudesse... se eu pudesse voltar a confiar em mim e ter certeza que eu jamais seria capaz de ferir Josh, sairia correndo agora mesmo para cuidar dele...” pensei.

_ E... e... eu... – eu precisava ser forte, para o bem estar e segurança de Josh, eu precisava ser forte e me afastar dele o quanto antes – eu não posso! Tenho um milhão de coisas pra fazer e não tenho tempo para isso agora!

_ O que... o que tem de errado com você, hein menina? O que é que você tem de tão importante pra fazer que não pode nem ir ver o menino que não para de perguntar de você, hein? – Eli gritou, surpreso e descrente – Qual o seu problema? Não liga pro Josh mesmo?

_ Eli, você não sabe de nada! Nada, você me ouviu? – respondi na mesma altura – Agora vê se me deixa em paz e some da minha frente. - me virei no mesmo instante tentando esconder as lágrimas que brotavam e ameaçavam delatar minha aflição - Tenho a casa inteira pra limpar e não tenho tempo para ficar aqui discutindo com você! - ainda de costas para Eli, lhe entreguei as roupas passadas de Josh - O travesseiro está no quarto dele. – informei fria e indiferente.

Eli apanhou as roupas resmungando algo como “que menina louca!”, bufou algumas vezes e seguiu para o quarto. Ouvi a porta da frente bater com força e com isso Eli se foi. Deixando-me sozinha. Sozinha com os pensamentos e sentimentos que estavam correndo violentamente na minha cabeça e em meu coração.

Sozinha, confusa e com medo, eu agarrei minhas pernas, me encolhendo sob a pia mesmo e deixei que a tristeza me tomasse sem receios. Tudo estava perdido!

_ Sou um monstro igualzinho a você! – conjurei alto e em bom som – Está feliz agora, Jean? Sou um animal exatamente como você sempre quis que eu fosse! Está feliz agora? – gritei mais uma vez, mas só porque não havia ninguém mais para me ouvir, ou pelo menos assim eu pensava.

_ Ivy? Ivy? Menina, onde você está? – ouvi a voz rouca do velho Embry se aproximando e me desesperei ainda mais.

Ninguém poderia saber o que eu havia feito, ou melhor, o que eu quis fazer com Josh. Eles não entenderiam, nem mesmo eu entendia! Então, tudo que pude fazer foi me levantar e sair correndo para me esconder, esconder minha culpa e minha vergonha. Eu precisava ficar sozinha, precisava realinhar meus pensamentos e colocar minhas emoções em ordem antes que eu perdesse o controle de vez.

Eu corri por toda a casa focada apenas em chegar à praia antes que as lágrimas viessem. Porque quando elas viessem, eu sabia que não seria capaz de detê-las. Não seria capaz de me mover. Finalmente eu estava na areia, por sorte não tropecei em alguma coisa no caminho. Então... então eu desabei. Meus joelhos se pressionaram contra o peito e, meu corpo inerte ficou balançando para frente e para trás. E as lágrimas finalmente vieram. E com elas vieram tudo que eu tinha tentado evitar e negar. Eu não tinha encontrado Theodore e havia traído as únicas pessoas que poderiam me ajudar e, por mais que eles ainda não soubessem, eu era um monstro!

Tudo estava tão completamente perdido. Tão perdido que eu não podia ver um jeito de sair disso sem destruir tudo no processo.

Olhando para o mar, torci para que as ondas viessem e lavassem a imundice que tomava conta de minha alma agora. Sentindo a solidão mais profunda e negra que eu jamais imaginei sentir, eu desejei nunca ter deixado tia Maggie. Desejei que nada disso tivesse acontecido e entendi que meu casamento com Giácomo era exatamente o castigo que eu merecia. Eu sou um monstro, um animal selvagem e sem escrúpulos; não merecia a confiança e o amor que recebi dos Quileuttes. Eu merecia Giácomo e Giácomo me merecia. Agora mais do que nunca isso estava claro, então eu finalmente me rendi e decidi que era hora de desistir, aceitar meu destino e encarar a fúria de Jean de uma vez por todas.

Em meio a lágrimas incessantes e soluços sufocantes eu pensei em me jogar no mar e deixar que as ondas me levassem embora de uma vez por todas, mas eu sabia que isso também seria inútil, seria como adiar uma sentença que há tempos me foi dada. Eu não tinha sequer propriedade da minha própria vida, eu não podia sequer tirar minha própria vida...

_ Tola! Ivy, sua tonta! – gritei estapeando meu próprio rosto – Tonta, tonta, tonta!

Sem nenhum aviso um toque gentil e suave me deteve antes que minha mão enfurecida atingisse meu rosto mais uma vez.

_ Não faça isso... – pediu uma voz carinhosamente – Não faça isso. – eu a reconheci, era meu Dorian.

_ Dori... – minha voz não saiu, somente soluços e lamúrias de um arrependimento silencioso.

Senti seus braços me envolvendo em um terno abraço, o calor de seu corpo passava lentamente para o meu, e a segurança que eu tanto procurava havia chegado.

_ Dorian...

_ Shhh... – ele murmurou no meu ouvido e soluços violentos trepidaram meu corpo, e tudo que eu queria fazer era abraçá-lo por toda a eternidade – Shhh... vai ficar tudo bem...

Então, meus olhos encontraram os dele com um olhar penetrante enquanto ele continuava.

_ Ivy, o que foi? O que aconteceu? – Dorian perguntou gentilmente, acariciando meu rosto com as pontas dos dedos e inclinando meu queixo para olhar para mim.

Olhei para baixo, não podia encará-lo, não queria que Dorian visse a verdade nos meus olhos e desistisse de mim. Eu sabia que tinha que contar a alguém, eu realmente precisava desabafar, mas não sabia se Dorian me entenderia. Ele me aceitaria mesmo sabendo o que sou?

_ Nada muito importante... só ... é só algo que... eu não posso... algo que eu não posso controlar – a covardia habitual me impediu novamente – Você não entenderia...

_ Tente... – ele disse com os olhos ainda fixos em mim.

E então, Dorian se sentou atrás de mim, envolvendo seus braços ao meu redor com ainda mais força, tirou gentilmente o cabelo dos meus olhos e, inclinando-se ele beijou minha testa, enquanto acariciava meu rosto. Eu não podia olhar para ele, mas tanto carinho e preocupação mereciam que eu trancasse tudo até que eu estivesse sozinha de novo.

Eu tentei sorrir, mas o sorriso não veio. Dorian beijou minha bochecha dessa vez e com esse simples toque minha pele pegou fogo! Minha cabeça caiu pra trás quando eu me rendi à sensação que corria através de mim, minhas veias pulsavam com o calor das chamas que apareceram do nada e queimavam minha pele. Então, tudo sumiu de repente, e como na primeira vez em que o vi, estávamos a sós de novo, somente eu e meu Dorian.

Tentei falar, queria dizer o que estava sentindo e implorar para que ele nunca mais me deixasse. Ele, no entanto, balançou a cabeça negativamente pedindo que eu ficasse em silêncio.  Encorajada pelas suas mãos trêmulas que tocavam as minhas, num impulso muito maior do que a minha razão, puxei-o pela nuca e sem pensar duas vezes grudei meus lábios nos dele com força. E para minha surpresa e deleite, sua boca envolveu a minha com a mesma urgência. Seus lábios eram macios, sua pele se confundia com a textura de uma pétala de rosa. Eu o ouvi suspirar e nesse instante suas mãos agarraram minha cintura trazendo o seu corpo para sentir o calor do meu. Minhas pernas começaram a ficar trêmulas também, enquanto seus dedos tocavam levemente minhas costas e braços.

Não sei como, mas me virei em um único movimento. Sentada sobre suas pernas, fixei meus olhos nos seus enquanto cravava meus dedos em seus cabelos.

_ Não, Ivy... não... não faça isso! – disse sem vontade nenhuma.

Num segundo eu cobri seus lábios com os meus, não era isso que eu queria ouvir. E como não houve mais resistência eu me senti segura, lendo em seus olhos que ele não diria mais nada, eu retornei minha boca até o seu pescoço. Beijando e fazendo-o render se ao desejo que neste momento já era obvio demais para esconder.

 _ Por quê? Você não me quer? – sussurrei em seu ouvido enquanto minhas mãos brincavam em suas costas – Você quer, eu sei... – ouvi um gemido próximo ao me ouvido e meus pêlos arrepiaram por toda parte. Avancei com a outra mão que estava livre e levantei sua camisa. Abaixei para beijar seu tórax, e que tórax! Mas o que senti foram as mãos de Dorian puxando meus cabelos e impedindo minha ação.

_ Você não sabe o que está fazendo...  – sussurrou ofegante, enquanto me olhava com desejo e culpa – Isso não está certo! Isso não pode acontecer! – disse novamente num sussurro.

_ Mas eu quero! E sei que você também quer... – ignorei o seu pedido, beijando seu pescoço ainda mais lentamente e arrancando mais gemidos de sua boca. Senti o meu corpo tenso naqueles braços que hora me puxavam para perto, hora que me afastavam.

_ Te desejei desde o primeiro momento em que te vi... – Dorian finalmente se rendeu e confessou sussurrando e mordendo minha orelha. Eu quase morri. – Quero você! E quero agora! – disse, descendo a boca pelo meu pescoço. Senti seus dedos emaranhados nos meus cabelos, pressionando meu rosto para que fosse de encontro a sua boca mais uma vez. Fechei os olhos e sussurrei frases desconexas. E para meu azar, em meio a essas palavras, consegui formar uma frase.  

_ Eu te amo...

“Droga! Eu tinha que estragar tudo!”


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