The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 5
Capítulo 4 - Mudança




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Depois de duas horas de atraso o vôo finalmente aterrisou em New Orleans. Eu estava elétrico e desesperado, tivera feito diversas conexões a fim de chegar em casa o mais rápido possível. Mas tudo parecia dar errado. Era como se o destino estivesse brincando comigo, me dando mais tempo para pensar e me torturar com medos e arrependimentos. Já na sala de desembarque avistei um telefone publico e corri para ligar para Angel. O telefone tocou varias vezes, mas ninguém atendeu. O desespero tomou conta de mim. Pensei em um milhão de coisas e todas levavam para o meu maior medo: Angel poderia estar morta. Será que Giacomo havia sido mais rápido do que eu? Será que ele já tinha contatado Jean e os outros Loup Garou e contado do nosso encontro no Canadá? Será Angel se perdera no caminho? Ou teria Angel me desobedecido e voltado para Toronto para me procurar? Onde estará essa menina?

 

Eu não podia mais esperar. Eu já tinha esperado demais, precisava voltar para Angel agora mesmo. No portão de saída do aeroporto havia uma frota de táxis esperando pelos passageiros, ansiosos pela próxima corrida. Mas eu não agüentaria tamanha lentidão daqueles carros velhos e ultrapassados. Decidi me transformar, pois esse era o jeito mais rápido de chegar em casa e de alguma forma isso sempre me acalmava. Eu realmente não gostava de usar minhas habilidades extras à toa. Mas me encontrava numa situação critica e tinha que usar todo tempo que ainda tinha disponível.

 

Quando cheguei em casa, procurei atentamente por qualquer sinal de invasão, qualquer odor diferente que pudesse indicar que Angel estivesse em perigo. Mas não encontrei nada. Entrei na cozinha e vi que tudo estava limpo e arrumado. Um pedaço de pão fresco descansava sobre a cesta em cima da mesa. E nenhum sinal de Angel. Subi até seu quarto e vi sua cama arrumada como sempre. No banheiro, o chuveiro ainda estava úmido. Fui até a garagem e percebi que a camionete havia sumido. Angel sabia que não gosto quando ela dirige. Mas por que raios ela teria saído de casa quando lhe disse precisamente para esperar por mim?

 

Alguns minutos se passaram e então pude ouvir o ruído alto do motor da velha camionete de longe. Eu pude ouvir a marcha emperrar quando Angel errou o engate na curva da entrada. Com um pouco de dificuldade, ela finalmente conseguiu estacionar na entrada da garagem. Eu a esperava na porta da cozinha impacientemente:

 

— Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que você não tem permissão para pegar a camionete? – eu a surpreendi.

 

— Papai! – Angel disse jogando as sacolas que carregava no chão e me abraçando – eu também senti sua falta!

 

— Oh, Angel! Minha filha querida, é claro que eu também senti sua falta, meu bem! Mas fiquei muito preocupado quando você não atendeu ao telefone e quase tive uma parada cardíaca quando não te encontrei em casa!

 

— Parada cardíaca! Você? Como se isso fosse possível! – Angel disse enquanto ria do meu sarcasmo – eu fui ao mercado. A despensa estava precisando de um pouco de atenção, entende?

 

— Tudo bem, minha querida, eu entendo – eu assenti enquanto alcançava as sacolas de compras e as colocava sobre a mesa. Angel começou a guardar e arrumar tudo como de costume. Senti um aperto imenso enquanto tentava pensar numa forma de lhe dizer que não ficaríamos em casa para fazer uso de suas compras:

 

— Angel? – eu chamei.

 

— O que foi, pai? - Nós, humm... bem, nós temos que sair. Nós faremos mais uma viagem, meu bem.

 

— Mas você acabou de chegar! Para onde vamos? – Angel perguntou surpresa.

 

— Bem, antes eu devo lhe contar o que aconteceu no Canadá depois que te deixei no aeroporto.

 

— Tudo bem, por que não começa enquanto eu preparo meu jantar? – ela disse despreocupada.

 

— Por que não nos sentamos na sala? Angel notou a seriedade do assuntou e me seguiu até o sofá onde se acomodou e esperou que eu começasse - Angel nós não podemos mais ficar aqui... temos que ir para Seattle procurar por alguns amigos meus – eu disse tentando não revelar a gravidade e urgência do assunto.

 

— Seattle?

 

— Sim, Seattle – eu imediatamente me lembrei da manchete no jornal que li na sala de embarque no caminho para o Canadá, quando todo esse horror parecia distante e surreal: “Epidemia de Assassinatos Continua em Seattle – Policia Não Tem Novas Pistas”.

 

Uma onda de violentos assassinatos varria Seattle, as vitimas pareciam escolhidas ao acaso e as cenas dos crimes sempre estavam limpas de quaisquer pistas que pudessem levar a algum suspeito. Um calafrio percorreu meu corpo, enquanto ponderava se esse seria o melhor lugar para levar Angel. Mas eu sabia que essa era a única solução.

 

— Por quanto tempo Nathan? – Angel interrompeu meus pensamentos - Por quanto tempo teremos que ficar longe de casa? – ela disse quando não a respondi.

 

— Eu não sei, meu bem.

 

— Mas por que temos que ir? O que faremos em Seattle?

 

— Bem, nós temos que procurar por Theodore e Janet Leaf. Você se lembra quando te contei sobre eles, não é?

 

— Sim, o seu amigo médico, o lobisomem médico e sua esposa... meus padrinhos, não são? Mas você não tem falado com eles. Alias você nunca falou com eles desde que eu entrei em sua vida, não é mesmo pai? – uma ponta de culpa percorreu os olhos de Angel.

 

— Filha! Não fique assim! Eu nunca procurei por Theodore antes por minhas próprias razões e você não tem nada a ver com isso, você me ouviu? Mas agora eu não posso me dar ao luxo de sentir vergonha. Eles são os únicos que podem nos ajudar e sei que Theodore e Janet jamais me negariam ajuda.

 

— Ajuda? Como assim? Eu não estou entendendo.

 

— Angel deixe-me lhe contar o que aconteceu no Canadá – eu lhe disse enquanto me sentava ao seu lado e a abraçava - Eu tive que tirar você de lá pois encontrei com um velho companheiro da Loup Garou, Giacomo. Ele queria conversar comigo e eu não poderia arriscar pôr você em perigo novamente. Então depois que te deixei no aeroporto fui ao seu encontro. Nós conversamos sobre varias coisas e uma delas me preocupou demais. Jean Vicent, você se lembra dele também? Das minhas historias? – eu lhe perguntei. Angel estava concentrada na historia e somente indicou que sim com a cabeça para não me atrapalhar - Pois bem, Jean tem feito muitas visitas ao Canadá e também aos Estados Unidos. Giacomo me disse que ele tem particular interesse em me reencontrar e gostaria que eu entrasse em contato com ele. Eu tentei distrair Giacomo e mudar de assunto, mas ele insistiu e descobriu que nós, ou melhor, Giacomo sabe que “eu” vivo em New Orleans. E sei que não demorará muito até que Jean me encontre aqui. Você entende porque nós não podemos mais viver aqui?

 

— Nós não podemos mais viver AQUI? - Angel começava a se alterar e continuou - Quer dizer que nós teremos que fugir agora? Não basta termos vivido quase incógnitos todo esse tempo? Longe de qualquer contato humano ou sobre humano? Nós temos que fugir e deixar tudo que conquistamos até agora? Deixar nossa casa?

 

— Sim querida e eu sinto muito por isso – eu disse tentando me desculpar.

 

— NÃO! Já basta pai! Eu não vou mais aturar isso! Nós não vamos mais nos esconder! Você precisa me transformar agora! Só assim nós poderemos enfrentá-los de igual para igual e acabar de uma vez por todas com essa palhaçada – Angel disse com um olhar de ódio que nunca tinha visto em seus olhos.

 

— Angel, filha, eu disse que isso jamais aconteceria com você e nem mesmo a ameaça de Jean pode me fazer mudar de idéia.

 

— O que? Você não pode estar falando serio! Por que você tem que ser tão teimoso pai? Será que não vê que essa é a única solução?

 

— Não! Essa não é a única solução, Angel. É exatamente por isso que nós precisamos encontrar Theodore. Só ele pode nos ajudar.

 

— Pai isso é loucura! Eu não concordo com isso.

 

Essa seria uma longa discussão que não levaria a nada, como sempre. Mas nós não tínhamos tempo a perder, então eu me levantei e disse:

 

— Nós vamos embora, Angel. E vamos embora agora mesmo. Segui meu caminho até a cozinha e comecei a fazer algumas ligações para arranjar nossa partida. - Arrume suas coisa filha. Leve somente o que é necessário.

 

— Não, eu não vou! – Angel disse insolente dessa vez o que realmente me deixou bastante irritado.

 

— Ah, você vai sim! Vai nem que eu tenha que te amarrar e te arrastar até Seattle! Portanto, se eu fosse você faria como lhe peço e começaria a fazer as malas imediatamente!

 

Angel soltou um grunhido alto e suspirou, depois subiu as escadas com passos pesados batendo as portas pelo caminho.

 

Eu precisava de dinheiro para a viagem. Eu não sabia quanto tempo levaria até tudo voltar ao normal ou se algum dia as coisas voltariam ao normal. Fui até a cidade sacar dinheiro. Durante esses anos eu não tinha feito muita economia, somente uma pequena poupança para emergências e o fundo para a faculdade de Angel. Não me agradava ter que usa-la, mas esse realmente era um caso de emergência. No caminho de volta passei por alguns restaurantes e mercadinhos para quem fornecia legumes para avisar que estava de partida e deixar uma pista falsa dizendo que estava me mudando para Los Angeles para cuidar de uma irmã enferma.

 

Quando voltei encontrei Angel preparando lanches para a viagem. Seu humor não havia melhorado ainda, mas ao menos ela estava colaborando. Eu tinha conseguido alguns documentos falsos para nós dois há alguns anos atrás, caso fossem necessários, e me lembrei grato por essa pequena precaução que havia tomado. Ao menos uma coisa eu tinha feito certo!

 

Dirigimos-nos até o aeroporto e nos despedimos da velha camionete. Angel estava muito triste por deixar tudo que ela conhecia como lar para trás, sem saber quando voltaríamos ou se voltaríamos. O vôo para Seattle chegou no horário e embarcamos sem nenhum atraso. Em algumas poucas horas já estávamos aterrisando.

 

Decidi alugar um carro para poder transportar Angel mais confortavelmente e poder ter mais mobilidade e velocidade até a casa de Theodore. Quando chegamos ao lugar onde a casa dos Leaf deveria estar tudo o que encontramos foi um edifício comercial que estava em seu lugar.

 

A cidade de Seattle havia mudado muito desde a minha ultima visita dezessete anos atrás. Fui até o hospital onde Theodore costumava trabalhar, mas não o encontrei. Theodore e Janet já não trabalhavam mais no hospital. Tudo que consegui descobrir com a recepcionista mal humorada foi que eles haviam se mudado para Atlanta sete anos atrás, sem deixar nenhum endereço, telefone ou qualquer contato que pudesse me ajudar.

 

Eu estava perdido e já não sabia mais o que fazer. Foi nesse momento que me lembrei de Forks. Theodore poderia ter se mudado para Forks para poder ter mais tempo para as investigações daqueles antigos mitos que tanto lhe interessaram no passado ou poderia ter deixado algum contato que pudesse me indicar seu paradeiro. Forks... eu devo voltar a Forks...


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