Colorful escrita por Isabelle


Capítulo 21
Capítulo 20 - Sally


Notas iniciais do capítulo

Fala pra ele
Que ele é um sonho bom
Que mudou o tom
Da tua vida
Comprida
— Cicero



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Sally sabia para onde estava indo, antes mesmo de se separar de Noah. Sabia que tinha uma tarefa a fazer, mas naquele momento aquele era o único pensamento que rondava a sua cabeça; que estava lotada de dores e ilusões. Esfregou a mão na calça jeans, e depois as passou pelo cabelo se lembrando do toque leve das mãos dele. Ela tentou forçar os olhos a permanecerem secos, mas sabia que o caminho era longo, e que não conseguiria.

Andou alguns metros olhando atentamente para os lados. Segurava aquela coisa horrorosa que Noah lhe dera com muita precisão, e ao mesmo tempo muito medo de ter que usá-la. Não conseguiria se tivesse que, ela sabia bem disso.

Ela caminhou por aquela relva sentindo o cheiro da natureza misturado ao seu suor espesso. Ela se deixou levar. Os passos decorados. Os sons habituais, mesmo que anos tivessem passado. O peso em sua perna parecia penetrar. E ela sorriu ao deixar as memórias invadirem sua cabeça.

O ar espesso fazia suas narinas arder, e suas pernas doíam tanto que ela quase estava se jogando no chão úmido e barrento, para cessar aquela dor. Não que estivesse doendo muito, não era isso, era só que quando ele a convidara para sair, e dissera que iam em um passeio naquela tarde de sábado, ela não pensou que ele a levaria para o mato para andar uma maratona de vinte quilômetros, e sim, que iriam para o cinema assistir algum filme ou que comeriam alguma coisa. Eles tinham ido de carro por vários quilômetros, para agora andarem para sempre a pé.

O suor já começava a se acumular em seu corpo, e ela sentia-se grudando e fedendo. Queria sugerir a ele que fizessem outra coisa, mas sentia-se egoísta ao fazer, era algo que ele pedira a ela, como se tivesse algo importante a dizer, então apenas continuou andando para o meio do nada. As mãos de ambos estavam estralaçadas, e ele parecia não se cansar nenhum pouco. Como se aquilo fosse um hábito. Algo que ele fazia por prazer, e ela acabou descobrindo, depois de algum tempo, que ele realmente fazia por puro prazer.

Eles andaram mais alguns metros, em profundo silêncio, estavam assim desde que haviam tido uma briga por uma besteira na noite passada, e agora preferiam caminhar em silêncio. Tentando evitar qualquer tipo de conflito. Não queria brigar mais. Estava cansada de passar aquele ano todo brigando. Era uma droga ser veterana.

Não acreditava que já estava em seu último ano, parecia que tinha sido há alguns meses que Nate havia a finalmente a beijado, pedido a em namoro, e que eles tinham o mundo ao seu dispor. Agora, a única coisa que tinham eram as incessantes brigas, que vinham quando eles menos esperavam. Sarah queria ir para São Paulo estudar design, era a melhor faculdade do país e tinha se dedicado tanto aquele ano para conseguir uma boa nota na prova e poder ir, mas Nate estava ali, estudando seu primeiro ano de direito. Seria egoísmo pedir para que ele cancelasse sua matrícula para ir com ela. Seria totalmente e puramente egoísta, e ela se arrependera de tê-lo pedido na noite em que foram acampar. Ela tinha sido tão grossa e sem o mínimo de sensatez, que acabou deixando Nate furioso, com plena razão. Se sentira uma criança mimada tentando conseguir o que quer.

Ela olhava de relance para ele, querendo dizer algo para quebrar aquele silencio incomodo. Olhar para aquela paisagem toda bem elaborada, meticulosamente bagunçada, com todas as árvores espalhadas, e sol encobrindo as, e as banhando com sua luz. Ela só queria que ele olhasse para ela e dissesse que tinha encontrado a solução perfeita, e que ela não tivesse que ir embora. Que ela não tivesse que o deixar; porque ela estava tão apaixonada que ir embora sem ele, seria como levar um tiro forte no peito.

Eles andaram por mais alguns metros, até onde Sally conseguiu ver uma cabaninha mal organizada. Ela era toda feita de madeira, com alguns vidros reformados que não combinavam com a cabana que estava caindo aos pedaços. Haviam algumas latas de tintas cobertas por sacos pretos, protegidas da chuva, mas, mesmo assim, todas mal organizadas.

Nate segurou sua mão e a levou para dentro lentamente, como se estivesse com medo de tudo despencar em cima de ambos, além de parecer estar com vergonha de mostrar aquele lugar.

A cabana por dentro era algo totalmente diferente. Toda bem organizada, pintada, reformada, e limpa. Havia um minifreezer com algumas bebidas e comidas. Uma salinha com um colchonete de casal no chão, coberto por uma roupa de cama verde. Umas velas bem elaboradas, longe do colchão. E um banheiro mal elaborado, com um vaso de mentira, que ela sabia que descarregava toda a sujeira para o mato. Ela sorriu ao ver toda aquela elaboração, ele devia ter perdido semanas ou meses construindo aquilo. E estava tão perfeito, e tinha sido ele. Ele não tinha pedido para nenhum dos engenheiros que trabalhavam com seu pai fazer. Nem mesmo parecia algo ultragigante e elaborado, com até mesmo uma jacuzi, igual ele tivera feito em seu aniversario do primeiro ano. Não, tinha sido algo simples. Algo dele.

― O que é isso? ― Ela perguntou, encarando no teto que estava cheio de estrelinhas brilhantes.

― É para a gente fugir da nossa realidade um pouco. ― Ele passou a mão envolta da cintura dela, e a trouxe para perto. ― E se você concordar, a gente pode morar aqui, e não precisar nos preocuparmos no que vamos fazer, ou onde vamos morar, ou se vamos ficar juntos. Aqui podemos, sabe? Fechar os olhos e fingir que o mundo não é responsável por destruir nossos sonhos. Nós podemos deitar naquele colchão e ficar ali para sempre.

― Nate… ― Ela olhou para ele com lágrimas nos olhos. ― Achei ótima essa ideia, podemos morar como índios, sabe? Caçar nossos alimentos, e com o tempo fazer nossas roupas com as coisas da própria mata. Sobreviveremos com as coisas que a natureza nos dá.

― Sim, como os paleolíticos faziam. ― Ele sorriu para ela, abrindo aquelas covinhas.

― Não acredito que fez isso tudo pra gente. ― Ela olhou envolta.

― Demorei dois meses, mas consegui terminar por dentro, por fora ainda falta pintar, mas pra isso achei que quereria me ajudar. ― Ele deu de ombros.

― É, eu quero mesmo e muito, mas, para ser sincera, queria ter ajudado a fazer tudo, mas pintar está bom. ― Ela disse.

― Eu sei, mas estava sendo um idiota esses dias, e precisava me desculpar de alguma forma com a garota que eu amo. ― Ele segurara a mão dela.

― É muito estresse, e tudo muito complicado, Nate, a culpa não é sua. É meio que dos planos da vida. ― Ela dera de ombros.

― Quero que os planos da vida, da nossa vida, sejam passar ela juntos, e não, fazer a gente brigar todo dia por causa de uma bosta de faculdade. ― Ele disse, e passou a mão na bochecha dela.

― Também, mas por enquanto isso é o que a gente tem. ― Ela disse, e eles foram pintar.

Aquele provavelmente fora o melhor dia de sua vida. Eles passaram toda a tarde rindo e conversando, enquanto pintavam a casa juntos. Eles demoraram bastante, e mesmo assim não terminaram a pintura. Eles pintaram a parte lateral da casa de várias cores. Todas em um tipo de contrantes chamativo. Era quase impossível não conseguir ver aquela cabana. Ficara toda colorida. Toda em sintonia. Como ambos eram um com o outro.

Depois pensaram em ir até a cidade mais próxima para comer alguma coisa, mas já tinham várias coisas ali, então apenas pegaram as comidas que estavam numa caixa e deitaram no colchão, ascenderam as velas, e comeram. Passaram maior parte da noite contando alguns casos, e até relembraram do inicio do relacionamento quando haviam se beijado naquela festa.

― Nate… ― Ela disse sussurrando, como se não quisesse o assustar.

Eles estavam quase dormindo, a respiração de Nate estava calma e sossegada, mas Sarah não conseguia dormir. Seus pensamentos ficavam a perturbando.

― O que? ― Ele sussurrou também, e soltou uma risada.

― Sabe que… ― Ela soltou um suspiro, ― Que eu te amo, não sabe?

― Sim, eu sei, e você sabe que só estamos juntos porque você é gostosa, certo?

Ela soltara uma risada, e dera um soco nele de leve.

― Idiota. ― Ela sorrira. ― Não posso te perder. Não mesmo. ― Ela sussurrou e se sentou olhando para ele.

― A realidade Sarah, é que, você não vai me perder e eu não vou te perder. Não vou. Eu fui um idiota em ficar bravo com você quando me falou para ir morar com você. Eu desistiria da minha faculdade por você. Porque ela não é mais importante que isso, pode existir essas pessoas que digam que é burrice, mas milhões de pessoas se matam todo ano por não encontrar alguém, e pensar que vão passar a vida sozinha. E eu encontrei você, e existem milhares de faculdades de direito, e uma Sarah. Sei, que pode ser uma gayzisse isso, mas é só que… Eu amo você demais, não posso, não posso mesmo, perder você. ― Ele sorriu. ― Então, casa comigo. ― Ele disse tão subitamente que ela se assustou.

― O que? ― Ela soltara uma risada estérica, assustada.

― Sério, casa comigo.

― Nate, eu tenho dezessete anos.

― E eu dezenove, e…? ― Ele perguntou. ― Não entendo esses esteriótipo que duas pessoas só podem se casar quando estiverem velhas.

― Não é isso, é que, a gente é muito novo, não sabemos de nada da vida, Nate, e se, não sei, e se alguma coisa acontecer?

― Isso é um não? ― Ele perguntara a olhando nos olhos.

― Não, não sei, eu preciso pensar, e que diabos de pedido é esse? ― Ela resmungara. ― Quero meu anel.

Ele soltara um sorriso.

― Você é bem folgada, né?

― Você que está me pedindo em casamento sem um anel, e eu sou a folgada? ― Ela olhara-o brava.

― Tudo bem, te compro um anel de bala.

― Tudo bem então.

― Vai aceitar casar comigo?

― Você não vai me deixar pensar? ― Ele dissera.

― É, e a gente vai pra onde você for entende? Onde você for. ― Ele beijou a mão dela, e depois os lábios. Lentamente a sua mão deslizou para a roupa dela, e em menos de minutos ela não usava mais nada, a não ser a sua própria pele. Ele a beijou lentamente, e depois todo o seu corpo. Disse promessas em seu ouvido. E depois o suor de ambos os corpos eram um só. As mãos dela percorriam as costas dele, enquanto ela tentava abafar a voz. Eles dormiram assim. Juntos. Como um só. Duas almas coloridas, que logo seriam apagadas, e condenadas, ao mero preto e branco.

✿ ✿ ✿

Ela encarou a cabana que não via a tanto tempo, e segurou as lágrimas o quanto pode, mas em menos de segundos todas elas já estavam deslizando pelo seu rosto. Ela jurara tê-lo deixado para trás. Ter deixado aquela vida para trás. Ela não ousaria nunca mais lembrar daquilo, mas precisava entrar ali. Sentir o cheiro das velas derretidas, olhar as escritas que eles tinham feito nas paredes todas as vezes que haviam voltado ali. E haviam sido muitas as vezes.

Se aproximou da casa e percebeu que alguém estava vivendo ali. Havia luz agora, e vários eletrodomésticos. Pelo menos era o que parecia. Sua respiração se alterou e ela deu um passo lento para trás com medo de seu pé colidir com qualquer coisa que fizesse barulho e denunciasse sua presença. Continuou andando para trás lentamente até colidir com algo, que posso jurar para vocês, não ser apenas uma árvore.

O corpo era bem maior que ela, e ela podia jurar que se aquela série Pretty Little Liars fosse real, -A estaria bem atrás dela. Seu primeiro reflexo fora gritar, mas logo uma mão envolvera seus lábios, a impedindo de soltar qualquer som que pudesse chamar Noah. A pessoa a arrastara até a cabana. Tudo permanecia como os dois haviam deixado, tirando que haviam muitas outras coisas ali.

Sentiu o medo, as lágrimas estavam mais pesadas, mas conseguira enfiar a arma debaixo da camiseta, antes que ele pudesse perceber. Seu corpo todo tremia, enquanto ele vinha com uma corda para amarrar seus pulsos e suas penas. Depois tampara seus balios com uma fita, e a jogara no banco traseiro de um carro velho.

Eles andaram por aquela selva por vários minutos, até que ela conseguia ouvir o barulho do lago. Silencioso, excruciante, prestes a consumi-la. O lago que ela costumava se banhar.

Tentou-se debater, mas ele era muito forte. Sentia as marcas que deviam estar em seus braços, e junto a isso tudo sentia as lágrimas descendo espessamente a lateral de seu rosto. Queria poder gritar, mas não poderia fazer nada. Estava condenada. Ele carregava seu corpo com tanta facilidade. Ela não era nada para ele.

Ela não tinha certeza se era o cara que procuravam, acreditava que não, mas ela não entendera porque aquele homem, aquela pessoa, a jogaria em um lago se não fosse o cara. Contanto, ele não tinha o costume de fazer isso, mas sim, deixar as suas marcas de crime.

― Sua putinha, sua vida já era. ― Ele dissera com escarnio, e jogara no lago sem um pingo de dó.

Sua pele em contato com aquela água gélida petrificou todas as suas veias. Ela sentiu-se inundada, e se debateu por alguns segundos, mas vendo que era inútil, nem tentou continuar, sabia que quanto mais se debatesse, mais cansada ficaria, e mais ar perderia. Além disso, seu corpo inteiro havia parado. Seus braços tentavam se abrir para mas percebendo que não podiam, apenas se travaram. Era o fim. Ela não quis questionar. Só pensou em Noah, e o quanto ele se sentiria culpado. Aquilo não era sua culpa. Nada daquilo tinha sido. Ela sentiu o ar indo embora, todo seu corpo ficando leve. A epiglote se fechando, a inconsciência vindo. O mundo desfocando. Uma paralisia. Tudo ficou preto, e silencioso.

✿ ✿ ✿

Ela acordou horas depois deitada num colchão velho de hospital, com o corpo envolto em um cobertor, cabeça apoiada em um travesseiro alto, e uma enfermeira conversando e rindo com Noah. Ela sentiu o estômago revirar, e uma imediata vontade de vomitar; virou o rosto, vomitando o que parecia ser um litro de água.

A enfermeira que viera ao seu socorro, era ruiva dos olhos azuis, com várias sardas no rosto. Tinha modelando o corpo um uniforme branco que tinha um decote enorme o que fazia bem o tipo de Noah. Ela mediu sua temperatura e sua pressão, e disse que estava tudo bem, e que voltaria daqui alguns minutos para verificá-la novamente.

Noah caminhou até ela e a envolveu em um abraço que parecia sufocá-la. Seu nariz ardia, como quando você engole muita água, e seus pulsos estavam tão doloridos quanto, além de ter manchas vermelhas e roxas. Contudo, Sally ainda não conseguia acreditar que depois daquilo ainda estava viva. Sentiu as lágrimas vindo novamente.

Puta que pariu.

Como tinha dado sorte.

― Como? ― Ela perguntou, e tossiu mais um pouco.

― Vi o carro vindo disparado, e sai correndo, você estava quase no fundo, e… ― As lágrimas também tampavam-lhe os olhos. ― E eu quase te perdi. Droga, Sally. Droga. Nunca mais ouse falar para a gente se separar, ouviu?

― Ouvi, policial, Noah. ― Ela sorriu, e ele a abraçou de novo.

― Nós vamos voltar para Uberlândia, e você nunca mais vai chegar perto de nenhum lugar que tenha água. ― Ele disse, e ela riu, mas ela sabia que era verdade. Não sabia nem explicar o tamanho do trauma que sentiam.

Pode ir embora tarde da noite, e direto que saira do hospital já entrara no carro de volta para Uberlândia. Noah tinha organizado as coisas do dois, e nem quis saber o que acontecera. Sabia que ela precisava de tempo para processar tudo o que tinha acontecido com ela. Que não podia simplesmente enchê-la de perguntas, e ela se sentia agradecida.

Voltaram em silencio todo o caminho. Sally a maior parte do percusso dormira. Não teve nenhum sonho, ou pesadelo, mas no meio do sono ela meio acordou quando vira Noah a carregando para seu apartamento. Ele a colocara em sua cama, com toda a paciência possível, lhe dera um beijo na testa, a cobrira com um cobertor e ela voltara a dormir.

Acordara na outra manhã, com Noah abraçado a sua volta. Ela sorrira a perceber a presença dele e o abraçou mais forte, o despertando. Ele estava respirando seu cheiro, que ela tinha certeza não estar agradável. O corpo dele estava tão perto, tão próximo, que quando seus lábios se tocaram foi tão de leve, como suspirar. Ele sorrira, e ela sorriu de volta, mas se virou porque o sentimento de culpa a invadira.

― Você está melhor? ― Ele perguntou.

― To sim, só um pouco perturbada. ― Ela disse baixinho.

― Quer falar sobre o que aconteceu? ― Ele disse, e ela se sentou olhando séria para ele.

― Eu tava andando, e vi uma cabaninha, parecia ter alguém lá, e eu fui andando e ele me segurou tão forte, Noah... ― Ela disse sentindo os dedos dele novamente. ― Eu não conseguia gritar nem me debater, ele era muito forte, e aí... ― Ela começou a ficar angustiada.

― Ei, ei... ― Ele a trouxe para perto. ― Não precisa ficar assim, acabou, eu nunca mais vou deixar ninguém te fazer mal, entendeu?

Ela apenas assentiu deitada em seu peito.

― Você acha que aquele era o nosso cara? ― Ele sussurrou, grudado em seu ouvido.

― Não sei, acho que não, mas não sei. Ele teria arrancado minha cabeça como dos outros, não é? Para que me jogar na água?

― Não sei, mas esse cara é esperto. ― Ele disse apreensivo.

― Não quero falar mais disso, tudo bem? ― Ela disse, se levantando. ― Preciso tomar um banho…

― Ela disse encarando a realidade que teria que entrar debaixo da água novamente.

― Consegue fazer isso? ― Ele perguntou.

― Acho que sim…

― Tem certeza? ― Ele perguntou. ― Tipo sozinha? Talvez precise ajuda do Noah aqui, não que eu esteja afirmando nada, mas eu posso ser bem útil.

― Sim, claro, quero que fique lá segurando a minha mão, enquanto eu tomo banho. ― Ela revirou os olhos e foi para o banheiro.

Conseguiu ficar apenas poucos minutos debaixo da água, depois saiu rapidamente, se secando e pondo roupas mais quentes. Ainda conseguia sentir aquela água gelada em contato com a sua pele. A dor e ao mesmo tempo o pânico que sentia, mas que nada podia fazer. Ela só queria chorar e se agachar naquele cantinho, mas estava cansada disso. Encontraria esse cara. Faria o pagar por todos os crimes contra pessoas inocentes que ele já tinha cometido. Era uma promessa que ela estava fazendo ali.

Noah estava sentado no sofá, assistindo TV. Ela vira os olhos dele assustados e as mãos que tremiam. Não tinha ideia, nenhum pingo de ideia, que ele gostava dela daquele jeito. Mesmo que não estivesse pronto para um relacionamento. Sally também não estava. E mesmo que os dois não pudessem ficar juntos, ela sabia que aquela linha que achava ser tão tênue entre os dois, era mais forte do que parecia. Contudo, há alguns dias podia ter sentido sua alma se colorir de novo com a presença dele, mas depois desta noite, a única coisa que ela conseguia ver era uma alma transparente, sumindo pelo vácuo.


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