O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 6
O pó de Cristal




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– É algo muito simples. Há uma bebida que apenas nós reagimos mal, e o humano não. Nos livros de química e biologia, explicavam que um humano parou em nosso mundo, e... – Ezarel explicava, gesticulando com as mãos e olhando para cima, com ar de intelectual. Taiga perdia a paciência, revirando seus olhos junto de sua cabeça e logo interrompe.

– Tá, Tá... Eu sei, você falou essa história mil vezes! E como vamos oferecer essa bebida pra ela?- Taiga pegou no pulso de Ezarel e curvava seu pescoço para olhar nos olhos dele, impaciente.

– Vai ser simples. Só deixá-la beber um gole e pronto. Mas há outras maneiras de sabermos se é humana ou não. Tem um pó de cristal amarelo que se entrar em contato com a nossa pele apenas enfraquecemos. Os humanos reagem normalmente a este tipo de substância. Temos também uma substância chamada Eldadiol, dentro da composição sanguínea, e um gene no DNA, enfim... Eu queria mais era apenas jogar um pó na pele dela, e se ela ficar alterada, ela é como nós, se não... Humana inútil – Respondeu Ezarel, demonstrando seus conhecimentos mais outra vez.

– Olha... Você pelo jeito quer provar que ela é humana? – Perguntou Taiga.

– Sim. Aposto que ela seja uma humana. Quero jogar isso na cara de todos. – Finalizou Ezarel, voltando a demonstrar ódio. Taiga sorria satisfeita, querendo participar do plano.

– Eu quero participar nisso aí. Acho melhor a gente experimentar com o pó de cristal, que tal? Sei lá, eu mostro pra ela dizendo que é maquiagem, vai que ela goste. – Taiga ria de seu próprio plano que esboçou em sua mente, Ezarel sorri concordando.

– Tá aí... Vamos fazer isso rápido, quero saber mesmo de como vai ser isso – Respondeu Ezarel, que levava Taiga para sua sala de Alquimia.

[...]

Saphyre entrava em seu quarto de roupão, e via Nevra terminando de arrumar sua cama. Ela nunca via tanta dedicação daquele jovem, a sua gratidão cada vez mais crescia, e conseguia formar um conceito muito positivo sobre ele.

Nevra virava-se para a porta do quarto e reparava a loura entrar, fechando a porta. A sua tentação aumentava. Seus cabelos molhados e desajeitados, e aquele roupão branco a deixavam sensual, para aquele olhar de admiração.

– Bom, eu arrumei a sua cama. Estes lençóis são exclusivos para nós. É o melhor algodão desta terra. – Nevra voltava ao seu estado normal, enquanto Saphyre via a beleza dos lençóis brancos que ele havia posto em sua cama. O trabalho artesanal deve ter sido muito delicado, pensou a jovem. Passou a mão e sentiu a maciez do algodão. Nevra sentou-se na beira da cama e pegou na mão de Saphyre, puxando-a de leve para sentar-se, mas do outro lado. Ambos viravam seus troncos um para o outro, trocando os olhares cada vez mais íntimos.

– Obrigada, mais uma vez. – Disse Saphyre de maneira calma e doce. A voz dela deixava Nevra em estado de nuvens. Eram explosões de sentimentos que faziam ficar com calor.

– Eu já disse... Não precisa agradecer. Eu fico feliz de vê-la aqui... Parece que você alegrou meu ambiente, não sei explicar... Eu... me sinto diferente... – Declarava o rapaz, que enchia a boca para expressar seus sentimentos. A sua sinceridade fazia Saphyre o olhar de maneira muito especial.

– Você também. Nunca me senti tão bem tratada por um homem antes... Visto que de onde eu vim as coisas não eram tão fáceis... – Saphyre tomava iniciativa também, declarando-se enquanto ela tocou em seu rosto. Nevra se derretia por aquele momento. Mas ficava curioso, desejando saber o motivo dela não ter sido tratada bem em sua terra.

– O que aconteceu? Você foi muito mal tratada? – Questionou muito preocupado, enquanto acariciava os fios molhados loiros da bela jovem.

– Hoje eu estaria casada com um homem que eu não amo. Era o desejo do meu pai em me ver casada com um homem muito rico. – Disse sério, enquanto ajeitava a blusa e o cachecol de Nevra delicadamente. Ele prestava atenção, um pouco chateado com a história de sua nova paixão.

– E você fugiu então? Você fez o certo, e ainda mais na hora certa, no jeito certo... Por sorte você caiu aqui... – Respondeu ele, sorrindo, aproximando cada vez mais do rosto dela, mirando-a profundamente em seus olhos azuis.

– Eu também acho... Mas é difícil, e vai ser difícil me manter aqui e... – Saphyre voltava a sua preocupação, desviando o seu olhar á miragem dele. Nevra silenciou-a enquanto ela falava, com seu dedo indicador.

– Não volte pra lá. Eu te imploro. Fique aqui... – Pegou a cabeça de Saphyre suavemente com suas duas mãos para que ela olhasse pra ele.

– Não pretendo mais voltar... Me livrei de um problema, e em troca arrumei outros desafios. Acredite, isso faz muito bem pra mim. Eu viveria uma guerra travada lá fora, uma guerra pela minha liberdade. Aqui ao menos eu tenho, e é fácil enfrentar estas pessoas, e vou lutar pelo bem de vocês além do meu. Eu tenho a vida que eu quero, que é viver sem restrições... Pouco me importo com o que está acontecendo lá. Por mais que no fundo eu queira. – Discursou Saphyre, com poucas lágrimas em seus olhos. Nevra ficava muito feliz em ouvir tudo aquilo. Ele esboçou um sorriso, entre seus suspiros de alívio.

– É quase tudo que eu quero ouvir... – Sussurrava ele.

– O que mais quer ouvir? – Saphyre questionou sorrindo enquanto Nevra limpava as lágrimas.

– Espero um dia que você diga que me ama... Eu entendo que está muito cedo. Parece estranho eu falar isso sem eu ter te conhecido muito bem... Mas você acredita em destino? Era o que eu sentia ao ter te visto pela primeira vez. – Declarava Nevra, com sua voz mais branda e um olhar tão profundo. Saphyre paralisava, não sabendo o que responder. Taiga tentava subir na cama para interromper o romance, mas apenas conseguiu bater suas patinhas na cama, fazendo o colchão vibrar. Os dois olhavam para a criatura, se afastando aos poucos.

Alguém batia na porta. Os dois se olhavam. Nevra lamentava, enquanto Saphyre não conseguia encará-lo, desviando seu olhar. Então Nevra levantou-se para abrir a porta, enquanto ela afagava o animal.

– Ah,você está aqui? Vim para saber se está tudo... – Leiftan deparava-se com Saphyre de roupão, que saltava da cama de nervoso, encarando Leiftan com olhos arregalados.

– É que eu estava arrumando o quarto dela, enquanto ela estava no banho. – Respondeu Nevra, deixando Leiftan um pouco irritado e chateado por dentro. Era duro saber que seu amigo estava em um quarto a sós.

– Tá... É... É que vamos nos reunir para jantar... Você vem? Saphyre, você vem também. – Leiftan tinha algumas esperanças, ignorava o que sentia e sorria para ela que ficava envergonhada.

– Tudo bem... – Sorriu.

– Vamos, Nevra. Deixe a Saphyre se trocar. – Puxou o braço de Nevra, para deixar a Saphyre em paz. – A gente vai esperar você no corredor. – Completou Leiftan, fechando a porta do quarto de Saphyre.

Ela então apressou para vestir-se. Encontrou a roupa ideal dentro da sacola na qual Nevra havia trazido.

– Ele tem um bom gosto, Taiga. Como ele pode adivinhar que eu gosto de Azul? Olha esse vestido! – Saphyre tirava o seu roupão, evidenciando todo seu corpo. Era uma verdadeira boneca de porcelana, com sua pele uniforme e sedosa. Suas pernas eram longas, finas e torneadas. Seus quadris eram medianos, que suportava glúteos levemente volumosos e empinados. Sua barriga era chapada, deixando aparecer seus músculos. O que chamava a atenção daquele corpo eram seus peitos, um pouco maiores e firmes.

Saphyre vestia a Lingerie branca e totalmente simples, feita de seda. Em seguida colocou o vestido que contornava seu corpo. Ela surpreendia pelo Nevra ter acertado seu número. Olhava-se no espelho, encantada com a roupa. Taiga abria sua fuça, admirando sua dona enquanto deitava-se no tapete.

Ela sentou-se na cama para colocar sua sandália prata de salto alto, com tiras finas. Finalizou penteando seus cabelos com os dedos das mãos apenas, e jogou seus fios para frente e para trás sacudindo a cabeça, antes de sair.

[...]

– Esta janta é especial! – Disse Kero, enquanto misturava com uma colher de pau um caldeirão na lenha.

– Só pela vinda de uma humana? Ah, favor! – Bufava Taiga, sentando-se na mesa, ao lado de Ezarel.

Enquanto os outros conversavam, Ezarel disfarçou e puxou o braço de Taiga, para aproximar-se dele.

– Eu estou com o pó aqui! – Sussurrou, discretamente.

– Sério? – Respondeu Taiga, disfarçando.

– Sim. Vai lá, trombe na Saphyre e apenas esfregue a sua mão no braço dela. – Orientou Ezarel, com discrição. Deu um pequeno pote do pó de cristal na mão de Taiga, por baixo da mesa.

– Vou sujar a minha luva com isso? Eu espero que esse pó não fique em mim! – Bufou Taiga, sussurrando.

– Calma... É só colocar um pouco na sua mão e esfregar. Aí é só disfarçar e esfregar o braço da Saphyre, só... – Ezarel explicava novamente, com muita discrição.

– Ok... – Taiga guardou o pequeno pote consigo. E disfarçava diante de todos da mesa que estavam distraídos.

– Mas tem que agir! – Disse Ezarel, cutucando-a.

– Eu vou agir no melhor momento. – Taiga disse piscando para Ezarel. Valkyon percebeu, e ficou olhando para os dois discretamente, mas muito enciumado com a conversa discreta dos dois. Ezarel percebia, e ousou a falar com o guerreiro.

– Algum problema, Valkyon? – Perguntou Ezarel, que olhava para os dois.

– Nenhum... - Valkyon respondeu olhando desconfiado.

– Ele gosta mesmo de ficar olhando para os outros. Cuidado, viu? Ele pode estar apaixonadinho por você! – Taiga se intrometia, ao falar com Ezarel, entre risadas irônicas.

– Acha que sou o quê? Dá licença, louca! – Respondeu Valkyon, muito irritado com Taiga, que nem ligava, dando muitas risadas.

– Sai fora! Não gosto de andar de ré não! – Vociferou Ezarel, também irritado com a brincadeira de Taiga.

– E quem disse que você é o passivo? Hahaaaahahaha – Ria Taiga, adorando zombar com os rapazes.

– Meça suas palavras, sua bruta! Eu não pego no meu machado e levanto rochas brutas pra ouvir uma coisa dessas. Sou homem, sou macho! Vai ver só quem é a passiva! – Valkyon bateu na mesa, muito irritado. Taiga ria mais ainda, deixando todos repararem na pequena briga.

– Estão brigando? – Disse a Saphyre, deixando os rapazes de queixo caído. Leiftan ficava surpreso, não sabia o quanto ela fosse tão bonita. Aquele vestido demarcava muito seu busto, que exibia levemente a curva de seus seios. Talvez a expressão dele se repetia em outros rapazes, menos Valkyon, olhando indiferente para o corpo dela.

– Olha a loira! – Disse Taiga em seguida assobiou o famoso “fiu-fiu”, na tentativa de irritá-la.

– Sente-se aqui, Saphyre. – Nevra levantou antes de Leiftan, que tomaria a mesma atitude. Ele desencostou a cadeira da mesa, para que ela sentasse ao seu lado. Ela então sorriu, e atendeu o pedido. Sentou-se entre Nevra e Leiftan, para o seu nervosismo ao notar. Taiga ria discretamente, entendendo todo aquele momento.

– Todos pontuais... Gostei disso. – Chegava Miiko ao lado de Jamon. Kero terminava de preparar a refeição. Era uma iguaria daquela terra: Peixe incandescente, uma espécie rara, pouco encontrado na beira da praia. Enquanto ele preparava o prato para servir, o resto conversavam, muito animados.

– Ei, Saphyre. Como passou o dia? – Perguntou Leiftan.

– Eu dei um passeio por Eldarya com o Nevra, foi divertido. Eu adotei a Taiga! – Respondeu, animada.

– Ah... Não! – Bradou a Taiga, batendo as duas mãos na mesa.

– O que foi, Taiga? – Saphyre perguntou, despreocupada.

– Justo o bicho que recebeu o nome em minha homenagem? Você pegou a Taiga? – Disse a morena, irritada.

– Sim! Adotei ela sim. – Saphyre respondeu muito firme, esboçando um sorriso de felicidade.

– Na verdade a Taiga que adotou a Saphyre. Precisavam ver o quanto a criatura tratava ela. As duas se deram muito bem – Completava Nevra, em defesa de Saphyre. Taiga reprovava aquilo.

– Qual é, ô! Você não tem a Saphyre? – Disse Valkyon referindo-se a pequena Dalafa, irritado com a Taiga.

– Que? Vai defender a loira? Ah, entendi, né... Você ama as donzelas! – Taiga Levantou-se e jogou seu corpo para inclinar, na mesa, encarando Valkyon, que demonstrava indiferença. Parecendo esquecer um pouco o ocorrido recente.

– Uau... Vocês são bem animados. – Saphyre disse um pouco irônica.

– Animado? É pouco. Essa turma parece tomar algum remédio que o deixam todos assim. – Disse Leiftan de modo sereno para Saphyre.

– Não esquenta. O pessoal é louco da cabeça – Nevra ria ao falar.

– Ih... A Loira tá se enturmando, é? Aí, gostei de ver, hein? Tem um cara que quer te conhecer melhor, pois adora boazinhas, né, Valkyon? – Disse Taiga, com muita ironia. Valkyon cerrava os punhos para ela, muito irritado.

– Você tá maluca. Vou sair daqui. Perdi a fome!!! – Levantou-se agressivamente, apontando o dedo pra Taiga enquanto falava de tom muito alto. Saiu em seguida, dando passos que chegavam a tremer o chão.

– Não liga não... Ele no fundo adooooora isso. – Riu Taiga, falando para Saphyre, que ficava inexpressível. Os outros tentavam entender o que se passou, entreolhando-se surpresos. Questionou se era verídico.

– O Jantar está servido. – Vinha Kero, com uma grande bandeja com o prato principal. Jamon ajudava trazendo mais bandejas com acompanhamentos da iguaria.

– Que cheiro diferente... – Saphyre disse enquanto sentia o aroma da comida.

– Não gostou? – Kero questionou, depois de colocar o banquete na mesa.

– Só depois de provar que vou responder. – Respondeu, olhando com muita curiosidade o capricho de Kero.

– Meu amor cozinha super bem – Disse Miiko, aos suspiros apaixonados.

– Que isso! – Kero corava, sem o que dizer mais.

– Vamos comer que estou faminto!- Ezarel exclamou, esfregando suas mãos, tomando a iniciativa de colocar a refeição em seu prato.

– Ei! Mulheres primeiro! - Bradou Taiga, tentando alcançar onde estava o peixe. Mas sem sucesso. Então ela teve a ideia de executar o plano. Voltou ao seu lugar, e pegou um pouco de pó que tinha do pote e esfregou em suas mãos, disfarçadamente enquanto os outros se serviam. Taiga levantou-se, e foi até Saphyre que estava sentada no meio da mesa, na altura onde o peixe estava. Delicadamente ela encostou sua mão que estava protegida por suas luvas de seda nos ombros de Saphyre, que virou-se surpresa.

– Desculpe. É que eu costumo levantar para me servir. Eu sou tão baixinha. Eu quero alcançar o peixe. – Disse Taiga, enquanto esfregava mais ainda sua mão com a luva cheia do pó de cristal no ombro dela.

– Tudo bem. Eu te ajudo a servir... Cadê seu prato? – Saphyre disse gentilmente, mas não via o prato nas mãos de Taiga, pelas mesmas estarem atritando em seus ombros.

– Opa, eu esqueci... Como sou desastrada! – Exclamou, enquanto Ezarel piscava para ela, sorrindo. Taiga respondeu com outra piscada, enquanto tirou suas mãos de Saphyre.

– Tudo bem, já vi que você é maluquinha. – Saphyre disse, sorrindo irônica. Taiga voltou para sua mesa e tirou suas luvas, para não ter contato com o Cristal, pois logo te prejudicaria. Ela enrolou-as com cuidado para dentro do bolso de sua capa, e voltou até a loura com seu prato para se servir.

– Bem... A reação vem em cinco minutos... – Disse Ezarel pra si mesmo, olhando discretamente para Saphyre que conversava com Nevra e Leiftan na mesa, e ajudando a servir Taiga.

[...]

– Eu, hein? Quem gosta de osso é cachorro. – Exclama Valkyon para si mesmo, enquanto caminhava pelo jardim da sede. Se referia a Saphyre. Não entendia o motivo da obsessão de Taiga pelos dois. – Essa marrentinha me paga! Eu tenho nada a ver com a branquela. Sou um bruto, a donzela combina com príncipes, não com um guerreiro cheio de cicatrizes pelo corpo. A Taiga me paga! – Continuava Valkyon, nervoso demais com a morena. Sentou-se no jardim, para que pudesse pensar um pouco e acalmar-se. Vinha em sua mente as memórias do dia, que foi muito conturbado desde a chegada de Saphyre, mas o que lhe deixava mais feliz foi a curiosidade saciada de poder ver a Taiga sem roupas. Ele sorriu bobo com seu olhar distante, relembrando tudo que tinha visto naquele momento tão sublime. Deitou-se e colocou seus pulsos atrás de sua nuca, e cruzou as pernas. Fechou os olhos por um bom momento, para que pudesse ao menos imaginar a maciez da pele daquela pequena mulher, que a deixava tão distante por muito tempo de seus dias.

– Você é dura... Mas eu gosto de você, Baixinha... – Disse para si mesmo, enquanto sonhava acordado.

Ele ouvia fortes suspiros e passos rápidos pela grama, ele levantou-se de susto. Via que era Saphyre, que não se sentia muito bem. Ele aproximava dela, mas com muito receio.

– Ai... – Gemia, com a sua mão no peito, agonizada. Via tudo girar. Apenas sentiu os braços de Valkyon a segurando.

– O que houve? Tá mais pálida que um Pimpel! – Questionou Valkyon, um pouco assustado pelo estado de Saphyre.

– Sei lá... Eu... – Tentava responder. Não conseguia enxergá-lo, que estava em sua frente. Valkyon pegou a Saphyre pelos ombros e mandou sentar em um banco que havia perto dela.

– É alérgica a peixe? Você está me deixando muito assustado. – Ajoelhou-se de frente, vendo o estado de Saphyre piorar, que tremia.

– Deve ser um mal estar... Eu vou pro meu quarto – Ela respondeu com voz trêmula, entre respirações desordenadas. Levantou-se, mas apenas viu a escuridão. Seu corpo amoleceu. Valkyon pegou-a pelos braços, desesperado.

– Saphyre! – Dava leves tapas em seu rosto. Então a pegou no colo para levá-la até Miiko, em passos largos e rápidos. A porta era aberta de maneira grosseira, para a surpresa de todos. Miiko levantou-se da mesa e foi averiguar de onde vinha o barulho.

– Eu vou ver o que foi dessa... – Miiko disse nervosa, mas foi interrompida ao ver Valkyon com Saphyre nos braços.

– Ela desmaiou. – Disse ele, assustado. Ezarel e Taiga entreolharam-se surpresos, não acreditando que Saphyre reagiu ao pó de cristal. Leiftan e Nevra disparavam-se, preocupados com a loura.

– Deixe que eu...- Leiftan estava a frente, prestes a pegar Saphyre, mas Nevra passou em sua frente.

– Deixe que eu vou cuidar dela. – Disse o moreno, desesperado. Valkyon entregava a Saphyre em seus braços.

– Eu vou com você – Disse Leiftan, perseguindo Nevra que levava Saphyre para seu quarto.

Miiko e o restante não conseguia entender nada, menos Taiga e Ezarel, que estavam boquiabertos.

– Miiko... É que... – Taiga tentava dizer, mas Ezarel deu uma força, assumindo todo o plano.

– Eu quis fazer um teste surpresa, e apenas joguei um pó de cristal na pele dela pra ver se reagia, e... – Ezarel disse, muito nervoso com a situação. Miiko olhava-o surpreso.

– O que você fez, seu azuladinho? – Miiko queria ouvir outra vez, não acreditando que Saphyre era como todos os habitantes de Eldarya.

– Sim... Saphyre é uma fada. Pudemos comprovar. Ela reagiu ao cristal. – Ezarel explicava mais uma vez, mas em conclusões mais diretas.

– Eu não estou acreditando... – Miiko ficava boquiaberta, e decidiu então vê-la. Ela saiu em disparada até o quarto da jovem, para comprovar. Kero também decidiu ir até lá, deixando Ezarel, Taiga e Valkyon a sós.

– Temos que confirmar isso! Tem mais pó desses aí? – Disse a morena.

– Vocês que fizeram isso? – Questionou Valkyon, de braços cruzados.

– Não enche o meu saco, grandalhão! – Bradou Taiga, nervosa com ele.

– Eu acho que devo ter mais na sala de alquimia. Você aplicou tudo? – Respondeu Ezarel, mas fazendo outra pergunta a Taiga.

– Apliquei o pote inteiro. Será que o Valkyon e os meninos vão contagiar-se? E quanto tempo dura? – Questionou a jovem.

– Claro que não. O pó de Cristal some em 5 minutos, pois ele penetra na pele e vai para o sangue. E aí que os efeitos colaterais são manifestados. E a duração? Em pouco tempo. - Respondeu, pegando no pulso de Taiga. – Vamos, quero ver isso mais de perto.- Completou, levando-a também para o quarto de Saphyre. Valkyon não gostou da aproximação dos dois, cerrando o punho de ira.

– E o que esses dois têm na cabeça? – Questionou pra si mesmo, mas acabou tomando o mesmo caminho que todos foram. Mais algo eles teriam que confirmar, se Saphyre não é humana. A novidade a deixaram surpresos.


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