O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 30
Acusações




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– Queria falar da Mariana, pois ela está agindo na defensiva ultimamente... – Disse Saphyre. Eles estavam na sala de Alquimia.

– Ela é mesmo muito esquisita. – Ezarel concordava. – Mas vai falar só dela? – Ele aproximava dela, muito curioso.

– Sim... Eu não confio nela. Onde você guarda a peça do Grande Diamante? –

– Eu guardo em um lugar seguro. Nem a Miiko sabe onde eu coloco.

– Eu acho ótimo. Nunca desconfiei tanto em alguém... Como se desse um alerta na minha cabeça que algo tem de errado com ela. – Disse, dando voltas pela sala de Alquimia.

– Eu acho justo. Eu também não confio nela, sabe? Eu fico com o pé atrás quando ela faz as tarefas de maneira errada. É como se ela quisesse atrasar as coisas. – Respondeu encostando na mesa.

– Então somos dois... – Ela respondeu, virando-se para ele, de braços cruzados. Ela ficava nervosa com outro assunto que ela viria relatar.

– E quer falar mais algo, né? Te conheço... Está preocupada? O que foi? – Ezarel se aproxima dela.

– É que... Leiftan acha que me engravidou. – Ezarel se espanta com o assunto.

– Já? – Surpreso.

– Sim... – Ela respondeu sem jeito.

– E você quer fazer testes? Só um mês depois que obtemos respostas. – Disse Ezarel, rindo.

– Tá rindo do quê? – Saphyre enfrentou-o.

– O Leiftan não perdeu tempo. – Disse sorrindo.

– Como assim? – Saphyre ficava em dúvida quanto a afirmação.

–Mal está com você... Tem relações sexuais em poucos dias de relacionamento... Ele é esperto. Ele tem medo que o Nevra apareça. Ele tem medo de você largá-lo... E por isso não quer esperar dar algum passo a mais na relação. Daqui a pouco ele te pede em casamento. – Respondeu, deixando Saphyre pensativa.

– Ele se preocupa... Pode não ser uma boa hora por que... Eu colocaria meu filho em risco com o Darkmond ainda vivo. E o Nevra não vai voltar, Ezarel... – Respondeu, deixando Ezarel apreensivo.

– E se ele voltasse? E se tudo que aconteceu com ele foi uma armação, e ele volta e ainda sim fica disposto a te reconquistar. Você largaria o Leiftan pra voltar ao passado que não viveu? – Ele questionou, ignorando o que a Saphyre tinha lhe respondido. Saphyre ficava surpresa com a pergunta, enquanto Pichi invadia o Laboratório com Taiga, Saphyre, Hagi e Vincent.

– Saphyre! – Piou o Pichi. Saphyre virou-se e deparou com os pequenos bichos.

– Quem são eles, minha Taiguinha? Fez amigos? – Saphyre ficava encantada com os bichos que as duas fizeram amizade. Taiga foi até Saphyre e ergueu as duas patas, encontando nas pernas da dona.

– Fiz amigos! – Disse a pequena Taiga, Saphyre não entendia nem um pouco.

– Acho que eles querem falar algo... – Pensou Ezarel.

– Pichi, entrega pra ela! – Disse a dalafa Saphyre. Pichi voou até Saphyre e entregou o papel.

– Pra mim? – Perguntou.

– Abra, minha dona! – Taiga pulava para os lados, e abanava seu rabo, muito feliz por finalmente revelar o que acontecia com Mariana.

Saphyre lia o que Pichi escreveu e entendia perfeitamente. Ezarel se aproximou para ler o papel. Eles entreolharam-se. Eles confiavam piamente na história.

– Saphyre... Isto... Eu não acredito que aquela ordinária está nos traindo. – Disse Ezarel, muito irritado.

– Sim... Eu... Como vocês conseguiram isso? – Saphyre questionou os pequenos bichos. Hagi e Vincent tentavam fazer uma linguagem corporal para que a Saphyre entendesse. Ezarel e Saphyre entreolhavam-se mais uma vez.

– Os bichos nunca inventam histórias. Isto é verdade. – Afirmou ele.

– Ezarel, o que fazemos agora? – Saphyre estava confusa.

– Não vamos falar de cara para os outros. Alguns não entendem a linguagem dos animais e nem gostam disso. Por enquanto nós dois vamos ficar de olho na Mariana. – Disse.

– Tudo bem. Vamos agir normalmente, mas de olho nela. Qualquer ato estranho... – Ela disse.

– Declaramos guerra. – Completou Ezarel.

– Obrigada, meus amores. – Disse Saphyre para os bichanos. Ela agachava para acariciá-los. – Vocês são tão lindinhos. – Completou, ao acariciar Hagi e Vincent.

– Não esqueça de sua bichinha! – Taiga pulou em Saphyre, levemente, e esfregava sua fuça no pescoço de sua dona.

– Não esqueci de você, meu amorzinho. – Saphyre deu um beijo no pescoço de sua mascote.

– Quero um beijinho também! – A pequena dalafa pulava como a Taiga fez. Saphyre deu-lhe um beijo também.

– Esqueceu o Pinku! – O pequeno Jipinku entra na sala de alquimia empolgado e pula em Saphyre também.

– Pinkuzinho! Você está aqui também. Onde estava? – Saphyre pegou o Jipinku no colo e balbuciou.

– Pinkuuuuu!!! – Empolgou-se.

– Eles gostam muito de você. – Ezarel observava com muita admiração o carinho que Saphyre nutria pelos animais.

– Acho eles adoráveis. Por mim eu adotava todos! – Levantou-se após a sessão de carícias.

– Você conseguiu a Taiga e o Pinku. – Ezarel tirava uma comida para o Pichi.

– O Pinku a Saphyre e a Taiga cuidam. – Saphyre respondeu. – Bom, vocês precisam de ar puro! Por que não vão curtir o sol que está lá fora? – Saphyre disse para os bichinhos, que saíram um a um, concordando com a proposta. Enquanto isso, Ezarel procurava pela peça do Grande Diamante.

– Saphyre! – Ele chamou-a.

– Diga. – Saphyre estava assustada com a maneira que Ezarel se comportava.

– O... – Ezarel se frustrava.

– Que? A peça do Grande Diamante sumiu? – Ela não conseguia acreditar.

– Sim... Então nós estamos certos. Ela furtou a peça. – Ezarel ficava com os olhos arregalados de tão incrédulo.

– Que droga. – Saphyre saia correndo a procura de Mariana.

– Saphyre!!! Vou com você. – Disse, correndo atrás dela.

...

Mariana conversava com Miiko, Kero e Leiftan no palácio do Grande Cristal. Saphyre interrompia e quebrava o clima que estava.

– Mariana. – Saphyre clamou. Ela pegou forte pelo braço da garota. – Onde está? Onde você colocou, sua ladra de quinta! – Saphyre ficava nervosa.

– O que foi isso? – Miiko, Leiftan e Kero tentava interferir.

– Me diga logo!!! Você pegou a peça do Grande Diamante, não foi? – Saphyre insistia.

– Acusar sem provas não leva a nada, Saphyre. – Leiftan dizia com muita calma.

– Provas? Que provas? – Saphyre respondia com muito desdém.

– Temos evidências de que ela roubou. – Ezarel chegava para reforçar Saphyre.

– Eu não tenho nada aqui. Podem até me revistar. – Mariana dizia tranquilamente.

– Você já pode ter levado para o seu queridinho chefe, né? – Saphyre fazia as proposições.

– Ela nem saiu daqui hoje. O que está querendo fazer, hein? – Leiftan tentava conter Saphyre.

– A Taiga e a Saphyre veio com outros mascotes informando que Mariana anda muito pela Floresta a encontro de um homem... Logo antes, ela estava revirando a sala de alquimia inteira a procura de um objeto que ela não especificou pra mim qual era. As coisas se encaixam. – Saphyre dizia com muita convicção.

– Acreditando em animais? Jura mesmo? – Leiftan dizia muito sério para Saphyre.

– Eu confio neles! Como se fossem os únicos seres do mundo que eu posso confiar! – Saphyre retrucava.

– Saphyre, sair acusando é muito grave. – Leiftan dizia mais firme. Saphyre encarava-o.

– Eu não me importo! Mariana é a principal e a única suspeita do sumiço da peça! – Saphyre soltou Mariana bruscamente, quase caindo.

– Ezarel pode ter perdido. – Mariana dizia com muito cinismo.

– Eu não perco algo importante, garota. – Ezarel ficava nervoso.

– Chega! Estou decepcionada com o seu modo de agir, Saphyre. – Disse Miiko.

– Isto não se faz. Ficou maluca? – Leiftan concordava com Miiko. Saphyre parou e mirou para os três.

– Vocês vão apoiar mesmo uma ladra? Tudo bem... Apoiem o quanto quiser. – Saphyre saiu da sala furiosa. Leiftan corria atrás dela pelo corredor dos quartos.

– O que deu em você? – Leiftan abordou-a.

– Eu que me pergunto... O que deu em vocês. - Saphyre empurrava Leiftan e seguia normalmente com o seu caminho.

– Não fui eu que quase agrediu uma colega. Você não está bem, Saphyre.– Leiftan insistia em persegui-la.

– Não foram vocês que encontraram evidências. Não foram vocês que quiseram ouvir os dois lados da situação! – Ela dizia enquanto andava com mais velocidade. Saphyre perdia totalmente o controle de seus pensamentos, provocando ira e comportamentos como ela tinha realizado.

– Está agindo igual o Nevra de tempos atrás. – Perdia a paciência com ela, gritando.

– Aprendi muito com ele. Devo tudo a ele! – Saphyre exclamou virando para Leiftan, olhando no fundo dos olhos dele. Ele reagiu muito surpreso.

– Deve tudo a ele? – Leiftan se sentia mal com a afirmação dela.

– Devo... Devo tudo! A pessoa que me ensinou todas as coisas aqui... Foi um canalha? Foi, foi um canalha... Mas foi bom, aprendi muitas coisas com ele. – Tentava seguir em frente com o que pensava, perdendo sua lucidez. Leiftan se doía por dentro.

– Tá querendo fazer o que com isso? Jogar na minha cara que sou um lixo pra você? – Leiftan aproximava seu rosto ao dela.

– Não. Aliás...Você que está agindo feito ele... Pois depois de uma noite de amor as coisas não correram bem no dia seguinte... De manhã declaramos juras eternas... Na outra metade do dia... As coisas mudam... Arrebentam de vez... E estamos aqui discutindo... Como foi o que aconteceu entre eu e ele... – Saphyre discursava derrubando lágrimas. – E o que vai acontecer amanhã? Chega... Acho que isso não é pra mim... – Continuou a andar pelo corredor.

– O que está querendo fazer, Saphyre? – Leiftan ia atrás dela.

– Eu vou embora. – Saphyre desistia de tudo.

– Você está louca? Vai abandonar tudo? – Ele procurava um jeito de conversar.

– Me deixa... – Saphyre entrou em seu quarto.

– Opa... O que deu? – Valkyon se preocupava.

– Tudo errado. – Leiftan respondeu.

– Ela vai embora? – Taiga olhava surpresa. – Espera, vamos Valkyon... – Os dois entravam no quarto de Saphyre.

– Você não vai! – Taiga exclamou.

– Vai abandonar a gente? Você está louca? A gente precisa de você. – Valkyon ajudava no discurso de Taiga. Saphyre olhava para os dois, surpresa.

[...]

– Droga! – Disse Leiftan, retornando ao palácio do Cristal.

– Conversaram? – Kero questionou curioso.

– A Saphyre quer renunciar o cargo. – Disse bufando de nervoso. – Acho que terminamos também... – Kero e Miiko entreolharam-se, surpresos.

– Será que ela está bem? – Miiko questionou.

– Isto é uma besteira. Querer ir embora por um desentendimento... – Kero estranhava o comportamento de sua amiga.

– Ela estava agressiva... Acho que ela estava por muito tempo com Ezarel, vamos perguntar a ele se ela passava be... – Miiko foi interrompida por Taiga.

– A Saphyre! – Taiga dizia desesperada.

– O que aconteceu? – Leiftan ficou atentado.

– Ela desmaiou. – Taiga, Leiftan, Kero e Miiko foram até o quarto de Saphyre.

[...]

– Saphyre. – Valkyon tentava acordá-la.

– Pressão abaixando. – Ezarel examinava-a.

– O que deu nela? – Miiko entrava no quarto.

– O que aconteceu? – Leiftan se juntava a Valkyon e Ezarel que estavam em volta de Saphyre.

– Eu não sei. Pressão baixa, alteração de humor... Só pode ser...- Ezarel procurava saber, mas Miiko achava a resposta.

– Alto nível de Cristal Eldaryano no Sangue. – Miiko respondia, chamando atenção de todos.

– Se eu tentasse fazer um pouco de pó do Diamante eu poderia tentar abaixar os níveis... Mas alguém furtou. – Disse Ezarel, lamentando a falta da peça.

– E o que podemos fazer? – Leiftan ficava preocupado.

– Tentar fazer com que o corpo dela expulse um pouco desta substância. O pó do diamante ajudaria a equilibrar. Eu vou medicar com um soro. – Respondeu ele, injetando o soro na Saphyre. Aos poucos ela retornava a sua consciência.

– Ela está acordando. – Disse Miiko. Leiftan se acomodava para ficar mais perto dela.

– Você está bem? – Questionou Leiftan, aproximando-se mais dela.

– Sim... – Respondeu, aparentando estar mais calma.

– Então ela estava prestes a ter um colapso naquela hora e nem percebemos? – Miiko questionou ao Ezarel.

– Ela parecia estar bem quando estava comigo no laboratório. Eu pensei que o estado de nervos dela fosse por conta da Mariana... Mas... Vendo o estado dela agora era o alto nível de CG no sangue. Ela precisa de repouso... E não passar por situações de conflito. Estes níveis podem ser estimulados por estes momentos e pode ser... – Ezarel não conseguia terminar de explicar.

– Irreversível? – Leiftan questionou-o.

– Sim... Irreversível. Desenvolvi este soro especialmente pra ela. Eu pensei que um dia fosse necessário. E com os estudos da peça de Diamante eu também queria extrair um pedaço para obter um pó. Assim eu poderia ter um medicamento para ela, e talvez para Oracle... – Disse enquanto fazia anotações.

– Obrigado, Ezarel. Fico muito agradecido. – Leiftan agradeceu pela Saphyre.

– Eu estou me sentindo mais fraca... – Disse Saphyre, queixando-se.

– É normal. Você estava prestes ao colapso. É natural que você tenha sono também, pois seu organismo vai ficar um pouco lento, e o Cristal Eldaryano vai ser expelido um pouco. Descanse. – Ezarel explicou.

– Tudo bem. Eu fico aqui com ela. – Disse Leiftan.

– Não precisa. – Disse a loura, não esquecendo do clima que ambos provocaram.

– Eu não vou te deixar sozinha. E precisamos ainda conversar pois nada acabou ainda. – Ele disse ainda mais firme.

– Vamos todos, deixem eles conversarem. – Miiko dava apoio a Leiftan, com todos saindo do quarto de Saphyre. Leiftan fecha a porta e senta-se virado para frente à sua amada.

– Eu acho um absurdo você tomar esta decisão de largar tudo... Você diz que tem medo de tudo acabar mal... Mas... Você que faz as coisas complicarem. –

Disse Leiftan.

– Eu não fiz nada para que o Nevra ficasse daquele jeito. Eu não fiz ninguém pirar, eu não tenho culpa de nada. – Respondeu, mais calma.

– Eu não estou falando do... – Leiftan odiava citar o nome dele.

– Eu entendo que você é você, e o Nevra é o Nevra... Posso ter confundido as coisas... – Disse cabisbaixa. – Eu... Me arrependo de ter falado dele pra você, pois eu acho errado citar o ex em uma relação... Mas eu não me arrependo do que eu fiz com a Mariana. – Disse séria, ainda cabisbaixa.

– E isto não é motivo de você largar tudo. Você é importante para nós... E muito mais pra mim. Eu te amo, Saphyre. Amo mais que... Amo mais que tudo... Eu não quero insistir que você desista de terminar tudo comigo, só quero que saiba que estas circunstâncias não tem relação alguma com a decisão que você estava tomando.

– Eu sei... Eu me desconheço com aquela atitude que tomei contigo... Acho que... –

– Você pirou... Esqueça o que aconteceu. Você quase entrou em colapso. – Saphyre derrubava lágrimas.

– E se acontecer outra vez? Eu estou com medo agora de tudo ficar péssimo, eu tenho medo de passar pelo mesmo que a Oracle... Tenho medo... – Leiftan puxava Saphyre para um abraço apertado e seguro.

– Você não vai pirar, você está comigo. Farei de tudo, invado sua mente, o que for, não vai acontecer nada... – Leiftan passava segurança a Saphyre.

– Isso pode ser mais forte do que eu e você juntos... – Murmurou ela.

– Eu farei tudo que for possível e até o impossível pra superar isto com você. – Respondeu ele, dando um beijo nos lábios de Saphyre.

Mas ele escondia o seu medo de perdê-la para sempre...


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