O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 2
Terra à vista




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"Well, I just want to walk right out of this world

'cause everybody has a poison heart

I just want to walk right out of this world

'cause everybody has a poison heart" - Poison Heart - Ramones

Saphyre se deparava no chão desacordada, no meio da floresta do mundo onde teletransportou pelo portal. Aos poucos ela tomou a lucidez, se levantava e olhava tudo em volta.

– Será que... – Perdeu sua fala ao reconhecer que não parecia com o bosque por qual ela caminhava na noite anterior, ao avistar o enorme castelo que tinha a poucos metros.

– Aquele castelo... – Arregalava os olhos pela grandiosidade. Era de Arquitetura muito particular, totalmente desvinculada a estilos históricos. Era todo branco, com detalhes que fascinava aos olhos de Saphyre. Encantada com a paisagem, ela passa a caminhar até chegar mais perto.

– Eu... Hãã... Pareço não estar sonhando – Saphyre beliscou-se, para constatar que tudo que acontece era verdade.

Até chegar ao grande portão, a mesma sozinha se abriu. Surpresa, Saphyre queria apenas encontrar uma alma viva daquele lugar, até se deparar com uma pequena população que fazia parte daquele império. Eram tantos detalhes que ela não conseguia processar muito bem, até seus olhos acompanhar uma grande luz vinda do castelo.

Ao entrar, ficou surpresa com a grande rocha azul iluminada no centro daquela parte do espaço do castelo. Ao aproximar-se, foi surpreendida.

– Nem mais um passo, intrusa! – Bradou uma jovem, muito furiosa, pegando no ombro de Saphyre firmemente. Ela virou-se rapidamente e para piorar, o semblante daquela moça era mais assustador.

– Me desculpe, eu... – Saphyre não conseguia explicar-se de como veio parar.

– Olha... A Intrusa fala, Jamon... – Disse a moça. Jamon surgiu na perspectiva de Saphyre, extremamente assustada pela aparência daquela espécie grandiosa, com jeito nada aprazível.

– Meu... Deus... – Saphyre ainda não acreditava no que via, a moça era da espécie de humana mesclado com raposa e o enorme rapaz parece parecia ser um rinoceronte com formas humanas. Fora tudo ser estranho e incomum, além de seus trajes serem muito chamativos. Ela não sabia reagir.

– Na masmorra agora! – A moça vociferou ordenando com autoridade, enquanto o Jamon a captura para leva-la onde a aparentemente a chefe pediu. Saphyre se desesperou esperneando, na tentava de se soltar, enquanto a jovem a observava sem pena.

– Eu só quero ir pra casa! Mas que mundo hostil é esse, hein? – Vozeou sem se quietar, insistia em enfrentar aquela criatura monstruosa, mesmo não tendo forças e nenhuma outra capacidade para se soltar.

– Miiko pediu, Jamon atende! – Disse furiosamente, batendo seu cajado no chão e a joga em uma caverna obscura.

– Ai, tenha modos! - Saphyre levantou-se, aparentemente dolorida. Ela observava aquela fera sumir subindo nas escadarias. Depois que ele partiu, ela tentava achar alguma saída, mas em vão... Aquele lugar era muito perigoso e assustador, que fazia ela não sair além da parte que era iluminada por alguma coisa que ela não conseguia decifrar.

– Entrei na prisão do mesmo jeito... – Sentou-se no chão, tentando achar algum modo de poder fugir.

Enquanto isso a Miiko, a jovem que ordenou que a Saphyre fosse levada na masmorra, tentava reunir algumas pessoas para falar sobre a nova intrusa. Ao olhar Jamon voltando, mudou seu semblante de preocupada para irritada.

– Como você não viu aquela criatura entrar, hein? – Seu cajado saia faíscas azuis.

– Jamon não viu, senhora. – Coçava a sua cabeça, muito confuso.

– Você, uma criatura monstruosa dessa tem ainda a capacidade de dizer que não sabe de Na-da? – Apontava para ele, mais irritada ainda.

– Mas Jamon não viu – Repetia a resposta, ainda mais confuso e com medo.

– Tudo bem... Agora preciso reunir o pessoal para falar disso. Temos que proteger a nossa terra. Qualquer intruso é suspeito! Ela quase acaba com este mundo! – passando a mão em seus cabelos lisos e negros, andando pra lá e pra cá. Jamon ficava constrangido, sem saber o que fazer para que não arrancasse mais gritos e irritações da Miiko.

Passando por um tempo, Saphyre se perdia cada vez mais e ficava mais aflita por estar naquele mesmo lugar e acontecer mais nada.

– Meu deus! O que vai acontecer comigo aqui? Eu preciso sair daqui, arrumar algum jeito... E... – Murmurou desesperada. Chorava muito, pois seu medo cada vez mais aumentava, de ficar ali por anos as torturas. De repente, algo se aproximava, e Saphyre pressentia movimentos. Ela se recuava e tentava se esconder, para que não fosse atacada. Eram turbilhões de pensamentos negativos, pro que estaria a acontecer nos próximos instantes.

Ao mesmo tempo, Miiko aparecia no palácio. Mirava nas pessoas que ela mesma convocou.

– Nos chamou? – Disse um rapaz que tinha um chifre no meio da testa, usando óculos e tinha cabelos negros azulados curtos penteado para trás. Sua cara era bem séria.

– Aconteceu alguma coisa? – Soou uma voz grossa, vindo de um homem de pele morena e cabelos brancos e lisos, até o ombro. Seus olhos cor de mel eram bem chamativos, e a sua presença também. Ele tinha porte de guerreiro.

– Fala logo! – Disse outro rapaz, com cabelos azuis e longos, amarrados com um rabo de cavalo baixo, e de olhos verdes marcantes, com seu semblante impaciente.

– Kero, Valkyon, e Ezarel... Vocês não perceberam que apareceu uma intrusa no nosso castelo? Vocês não tem ideia do perigo? – Caminhava ora para uma direção e para a contrária.

– E é mulher? Jovem? Gostosa? – Disse outro rapaz, pouco interessado no assunto. Seus cabelos eram negros que cobriam um pouco a outra metade do rosto, e seu olho era acinzentado. Sua cara era maliciosa, por gostar de presença feminina.

– Mas é Zé Mané mesmo, Nevra! – Bradou Ezarel, muito bravo com a declaração.

– Miiko, você sabe ao menos se a moça é mesmo uma intrusa? – Disse um rapaz loiro com uma mecha negra em sua franja, que aparentava ser muito cético em tudo que diz e faz.

– Eu não vou nem responder o Nevra, e você, Leiftan, vai lá então e tira a garota da masmorra para você interroga-la! – Exclamava Miiko, muito mais irritada.

– Aí ó, raposona, e ela é como nós será? – Aparecia a dona da voz, super feminina e cheia de marra. Seus olhos azuis eram tão chamativos naquele capuz branco. Valkyon olhou para ela de lado, onde ela parou. Ela tira o capuz e exibe seus cabelos negros e curtos.

– E você, Taiga, vê se chega ao ponto. – Encarou aquela moça que acabara de chegar.

– Eu não devo satisfação pra rapozuda que se paga de autoritária. Eu estava fazendo a missão que você pediu e ainda me faz pra largar tudo e vir... Acha que eu tenho pernas de papa-léguas? – Cruzou os braços, inclinando a silhueta para Miiko. Valkyon a olha surpreso.

– Aprendeu a ter marra com quem, hein? – Olhava para Taiga de modo irônico, mas muito furiosa por ser desafiada daquele jeito.

– Na tua escola que lhe ensinou ser arrogante que não foi! – Disse Taiga, sorrindo, com o mesmo semblante irônico que Miiko lhe havia lançado.

– Será que não dá pra deixar essa troca de gentilezas e ir direto ao ponto não? Quer mesmo que eu vá pegar a garota e a interrogue? – Disse Leiftan, um pouco impaciente. Cruzou os braços para demonstrar isso.

– Se for boazona eu que vou lá e... – Nevra foi interrompido pela Miiko.

– Então vai... – Interrompeu Miiko, que bufou e virou-se.

– Temos uma boa presa, uma boa escrava e o que mais? O que os inferiores nos servem mesmo? – Grunhia Ezarel com muito sarcasmo que no fim da frase dita ele sorriu de maneira perversa.

– Serve pra entrar no coração do Nevrazinho aqui, se me permite. – Disse Nevra sorrindo e com curiosidade de saber como a moça aprisionada é. Enquanto todos saiam de lá.

– Olha, Leiftan, só deixo você ir lá interrogar a garota por eu não ter paciência, e por... Você ser mais racional que eu... – Disse Miiko, mais calma.

– Eu sei disso, Miiko. Se me der licença, vou tirar a moça de lá. – Disse, muito objetivo.

– Mas se ela não passar por minha aprovação... Eu... – Mostrava o sinal de que cortaria a cabeça. Leiftan parava para olhar a expressão.

– Eu acho que ninguém perigoso entraria assim e pararia em uma masmorra. Vilão age muito rápido – Respondeu, olhando para o teto com um semblante mais pensativo.

Leiftan caminhava até a masmorra, onde Saphyre se encontra. Ele descia as escadas lentamente, tentando procurá-la enquanto Saphyre se preparava para se defender.

– Alguém aí? Eu não vou te machucar. – Disse Leiftan. Saphyre se sentia segura com aquela voz firme e monótona.

– Estou aqui... – Saphyre se aproximava.

– Você é a tal intrusa? – Ainda não conseguia enxergar Saphyre muito bem.

– Intrusa não... Uma perdida vinda de outro mundo. – Respondeu Saphyre muito irritada. Ainda assim a voz encantava Leiftan.

– Calma, nós iremos te ouvir, ninguém aqui vai te machucar, eu prometo. – Tentava tocá-la, em meio a escuridão.

– Tudo bem... Er... Esse lugar é muito horrível... Agora que ficou tudo escuro. – Disse Saphyre, se arrepiando de frio e de medo.

– Ah, espera... Tem uma pequena lanterna no meu bolso, eu vou pegar. – Lembrava Leiftan, procurando a lanterna em seu bolso. Assim que ele achou ele ligou-a. Saphyre e Leiftan ficaram surpresos ao verem um ao outro.


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