O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 12
A confusão




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Saphyre se soltava de Nevra e saiu correndo para seu quarto. Nevra relutava em correr atrás dela.

– Saphyre, espera! – Exclamou um pouco arrependido. Leiftan o segurava pelo ombro.

– Deixe-a em paz. – Ordenou Leiftan, calmo, porém tinha vontade de socá-lo.

– E você procure o que fazer! – Nevra cerrou os punhos, muito nervoso.

– Se eu ver você tratando a Saphyre dessa maneira, é comigo que você vai prestar contas, entendeu?- Respondeu o loiro, sem alterar o tom da voz, mas tinha autoridade que transpassasse naquela voz tão suave e monótona. Nevra se solta da mão de Leiftan que ainda estava pousada em seus ombros e vira pra ele, de igual pra igual.

– Você que não se intromete. A discussão era entre mim e ela. – Apontava o dedo na cara de Leiftan, que não se intimidava.

– Quando envolve Saphyre, envolve a mim. Portanto, pense muito bem antes de fazer algo. – Retrucou Leiftan, imóvel. Seu semblante ficava cada vez mais sério e diferente do habitual.

– Você não sabe com quem está se metendo, louro... Não é por você ser autoritário aqui que vai mandar e desmandar na minha relação com a Saphyre. Eu não vou permitir você metendo o dedo e apontando o que deve ou não fazer. – Nevra deu ultimato, e saiu batendo seu ombro com o ombro de leiftan, que girava em direção dele.

– Pobre Saphyre... – Disse pra si mesmo, quase indo em direção ao quarto dela. Mas preferiu respeitar o espaço dela para pensar melhor.

– Leiftan, eu estava te esperando... O que fazes aqui? – Disse Kero.

– Eu estava cuidando de algumas coisinhas. Me diz, qual é o problema? Está aflito. Aconteceu mais alguma coisa? – Leiftan se preocupou, pois Kero estava muito preocupado.

– O diamante... Foi roubada uma peça. – Disse Kero, deixando Leiftan incrédulo.

– Como que roubaram esse diamante? Ele é guardado a sete Chaves em lugares diferentes. Você tem certeza? – Leiftan não queria ouvir a confirmação.

[...]

– Sim, Leiftan. Eu fui lá hoje, e o diamante não estava lá. – Disse Miiko, no Hall do Cristal.

– Eu não acredito nisso. Se eles conseguiram pegar o diamante no fundo do poço de El, é muito provável que eles encontrem os fragmentos restantes! – Leiftan ficava impaciente, andando de um lado para o outro.

– Se isso te deixou fora do sério, imagina como nós estamos. Eldarya está prestes a ser atacada. – Miiko disse, coçando sua cabeça, aflita.

– Eu não sei por quanto tempo, mas precisamos ficar preparados. A última peça se encontra aqui, abaixo da masmorra. E logo a peça mais importante. – Disse Kero.

– Eu só acho que o Nevra deve começar a iniciar alguma estratégia para encontrar algumas evidências. Eles devem ter deixado. Precisamos saber como eles entram aqui e como eles saem... Onde eles se infiltram... Precisamos de tudo. E o mais rápido possível! – Disse o loiro.

– Vamos fazer isso... Mas juntos... Temos muitos problemas ainda a resolver... Desde os problemas econômicos e sociais da nossa população, até este caso que é ainda pior. – Miiko tentou acalmá-lo.

– Tudo bem... Eu nunca fiquei tão nervoso com uma situação dessas. Estou cada vez mais preocupado com isso. Não podia ter acontecido. - Lamentou.

[...]

Saphyre deitava em sua cama, um pouco triste com que Nevra havia lhe feito. Nunca esperava por uma atitude dessas, ainda por ele ter demonstrado ser uma pessoa flexível.

– Puxa... Será que eu me enganei sobre ele? Cada vez mais me arrependo... – Disse, arrependida e muito triste.

– Saphyre, abra a porta. – Era Nevra, batendo na porta do quarto dela, impaciente. Ela hesitava de abri-la, mas preferiu ignorá-lo. – Saphyre, eu sei que está aí... Por favor, vamos conversar. Eu sinto muito. Olha, eu errei... Podemos resolver isso juntos. – Ele tentava convencê-la.

– Ih... O que tá acontecendo aí, hein? – Taiga aparecia no corredor. Nevra saia da porta e foi ao encontro da morena.

– Nada... Eu só fiz uma besteira. – Respondeu.

– O que aprontou com a loura? Quebrou as unhas dela? Puxou os cabelos? Ou disse que ela tem celulite nas pernas? Que coisa feia, hein? – Taiga debochava-o.

– Nada... É que... Eu fiquei com ciúmes. – Confessou, um pouco sem graça.

– Ciúmes? Mas o que aconteceu? – Taiga passava a ficar mais séria.

– É que a Saphyre entrou no quarto do Valkyon para ajudar a cuidar das feridas dele. – Taiga ficava incrédula com a revelação.

– Como assim ela foi cuidar das feridas do Valkyon? – Taiga ficava com muito ciúmes.

– Sim... E eu não gosto disso. Ele aproveita da situação e ela dá sopa assim? – Conta ele, um pouco nervoso.

– Quem te contou isso? – Taiga questionou, não gostando da história.

– Foi o Ezarel que me contou. – Respondeu. Taiga ia em direção ao quarto de Valkyon, querendo tirar satisfações.

– Abra a porta, sua mala! – Taiga batia na porta de Valkyon com tudo, faltando arrombá-la. Nevra acompanhava de longe a atitude dela.

– Isso vai dar briga... – Disse Nevra, parado, prevendo uma confusão.

– O que foi, hein?- Questionou Valkyon, surpreso com o ataque dela.

– Agora pegou o jeito de pegar mulher dos outros, seu imbecil – Taiga avançava nele, dando um tapa na cara.

– Como assim? Está maluca, enlouqueceu! – Gritou Valkyon, empurrando ela de leve.

– Agora fica de charminho com a Saphyre, no maior Love no seu quarto? Mas quanto cinismo! – Taiga dava tapas nos braços dele, enquanto ele mesmo tentava conter a fúria.

– Eu não fiquei, quem te contou isso? Quem teve a cara de pau de falar uma coisa dessas? Eu quebro a cara do infeliz agora! – Valkyon perguntou em tom agressivo, dando um murro na parede.

–Ezarel que contou pro Nevra que acabou contando pra mim pois eeeeeeeeeeeeu perguntei o que tinha acontecido, entendido? Mas capaz dessa história ser verdade mesmo. Mas quanta cara de pau. Pegou justo quem o Nevra gostava? – Respondeu, dando mais tapas nos braços dele.

– Vou pegar esse Ezarel agora mesmo. Fica me caluniando para os outros assim? Ele acha que sou o quê? – Valkyon tirava Taiga do caminho, andava batendo os pés fortemente no chão, de muita raiva.

– Mas o que foi isso? – Saphyre pulava da cama, ao ouvir gritos vindo do corredor. Abriu a porta e ficou olhando de lá toda a situação, não sendo vista.

– O que deu nele? – Perguntou Nevra após chegar perto de Taiga.

– Eu acho que sei quem é que foi o fofoqueiro que aumentou o conto. – Disse Taiga, puxando Nevra pelo braço para poder acompanhar Valkyon até o jardim.

– Aí, o seu doende! Que história é essa que você inventou sobre mim e a Saphyre que está fazendo confusão? – Valkyon disse, inclinando sua forte silhueta para cima de Ezarel, agachado com tesoura de jardineiro nas mãos.

– Que isso, cara... Eu só quis tirar onda com o Nevra mesmo... Pra fazer ciúmes. – Confessou o jovem, antes que fosse levar um soco.

– Você não tem noção das coisas que faz, seu imbecil. – Chutou o balde de água que estava ao lado dele, molhando um pouco a calça de Ezarel.

– Calma aí... – Ezarel levantou-se espontaneamente.

– Calma aí o caramba! Você não tem noção das coisas que fala, né seu doende? – Valkyon agarra o colarinho da blusa de Ezarel.

– Ai caramba... Vejo Ezarel morto em pouco tempo. – Disse Taiga.

– Vamos tentar impedir isso, por mais que Ezarel mereça mesmo. – Nevra concordava em separar a briga.

– Confessa logo o que você fez para os outros, mas você vai ficar banguela depois que sair das minhas mãos, seu desgraçado. – Valkyon lançou Ezarel contra o pequeno muro.

– Valkyon!!! – Saphyre chamava-o enquanto corria até ele, após ver um pouco da briga pesada.

– Temos que impedir essa briga! Valkyon vai perder a cabeça. – Taiga puxava Nevra para o jardim, onde ocorria a briga.

– Parem com isso! – Saphyre se jogava na frente de Ezarel.

– Saia daqui Saphyre... Pois também vou mostrar do que eu sou feito pra esse babaca. Apanhar dele é exagero. – Ele passou na frente dela e prepara seu punho fechado para um soco, que acerta o maxilar de Valkyon.

– Pare com isso agora. – Saphyre tentava pegar Ezarel, enquanto Nevra e Taiga pegavam os braços de Valkyon.

– Você é moleque, não passa de um moleque! Que coisa é essa de você inventar história minha e da Saphyre que não existe. Cadê o seu respeito, seu Mané! – Valkyon estava tão nervoso que conseguia junto de sua força se soltar dos dois.

– Afaste-se – Disse Ezarel, empurrando Saphyre para trás, perdendo a sua noção de força e nervosismo. Ela acaba tropeçando e caindo de costas, capotando sobre o pequeno muro que vinha até a altura de suas coxas.

Enquanto isso, Miiko, Kero e Leiftan ouviam gritos vindos do jardim.

– Tá acontecendo alguma coisa... – Kero avançava, vendo uma cena distante de briga. – É uma briga... Vamos logo intervir.

– Ai meu deus... Vamos conter o Valkyon antes que ele acabe com todos. – Disse Miiko, saindo correndo com os dois.

– Caramba! – Leiftan via a gravidade da briga, que saia muito além de gritos e provocações. Nevra pegava Saphyre no colo que se recuperava da queda, e a colocava sentada no banco do chafariz.

– Fique... Você vai se machucar. – Disse, enquanto Leiftan, Kero e Jamon seguravam Valkyon, após trocas de socos com Ezarel.

– Alguém me explique o que aconteceu? – Miiko chegava, no meio da roda da briga.

– Defendendo das calúnias desse imbecil! – Disse Valkyon, com filete de sangue escorrendo no nariz e no canto da boca.

– Ele chegou querendo me bater. – Defendeu-se Ezarel, com olho roxo, e com os mesmos ferimentos que Valkyon tinha.

– Tenha sorte que tem pessoas me segurando, se não... Você estaria com esta cara de retardado toda quebrada. – Bradou Valkyon.

– Você ainda vai pagar! – Gritou Ezarel, passando autoridade na sua voz.

– Quero esta briga acabar agora! – Bradou Miiko.

– O que Ezarel inventou de você? – Perguntou Kero, curioso.

– Inventou que eu estou de romance com a Saphyre, que aproveitei da ajuda dela pra poder... – Valkyon não conseguia nem completar o resto, pois nunca pensaria estar com outra mulher além de Taiga.

– Que horror, Ezarel! Isto foi horrível! – Leiftan perdia a paciência, capaz de surrá-lo. Cerrou os punhos, e ficava vermelho de nervoso.

– Isso é inadmissível. Você não está afetando as pessoas, mas como também as outras que gostam ou tem alguma relação. Isto quebra toda a harmonia da nossa equipe que precisa estar mais unido do que antes. Vocês pararam pra pensar que Eldarya corre perigo e estamos tentando lutar para reverter isso? Ezarel, eu estou totalmente decepcionada por ter gerado uma fofoca que magoasse ambos. E Valkyon, você deveria não ter se exaltado. Agora quero que essa briga não se repita nunca mais, entendeu? Ou expulso os dois. – Discursou Miiko, por fim dando ultimato.

– Na próxima eu saio daqui, seu verme... Mas eu acabo com a tua raça se tocar meu nome nas suas histórias mentirosas. E quero que não faça isso com mais ninguém! – Valkyon se soltava, apontou o dedo para Ezarel e saiu furioso.

– Espera... Ezarel que inventou isso de mim? Mas que horror. – Saphyre disse surpresa.

– E eu não sei o que fazer agora depois de eu ter... Enfim, acreditado nisso... Eu... – Disse Nevra, olhando no fundo dos olhos de Saphyre, procurando por redenção.

– Vamos esquecer isso. Tudo bem? Eu te entendo, e eu poderia fazer a mesma coisa se ficasse fora do meu controle, e se tivesse no seu lugar... Mas vamos devagar com estes ciúmes... Vamos construir um relacionamento na base de confiança. E isso requer um pouco de tempo. – Disse Saphyre, paciente. Nevra se surpreendia, e encarava impacientemente pra fazer o seu sonhado relacionamento com Saphyre fosse concreta.

– Mas... – Nevra contestava.

– A gente fala disso mais tarde. – Respondeu, ao ver a silhueta de Leiftan aproximar aos poucos.

– Eu preciso de vocês dois para uma breve reunião. – Avisou, encarando-os de um modo rude.

– Tudo bem... – Disse Nevra, encarando-o.

– O Leiftan tá estranho hoje... – Disse Saphyre que se preocupava.

– Ele está em um mau dia talvez... Vamos lá, eu acho que é algo sério. – Nevra pegou na mão de Saphyre e foi até o Hall do Cristal.

– Você viu a tensão que eles estão? E não é por causa da briga agora pouco, hein? – Disse Taiga para os dois.

– Eu achei o Leiftan esquisito... Ele parece nunca ficar nesse estado. – Respondeu Saphyre, que caminhava ao lado dela.

– A cara dele de querer fuzilar os olhos de cada um? É momento raro que deve ser recordado. – Murmurou Taiga para Saphyre, finalmente parecendo se entender, por mais que por dentro sinta raiva por ela ter ajudado Valkyon a passar gel nas costas dele. – Sua loura! Não toque mais no meu homem. – Pensava em seu consciente.

– Silêncio, precisamos avisar a vocês uma notícia péssima. – Miiko disse, a frente de todos. Ficava cabisbaixa com toda a situação.

– E é um assunto muito sério... – Leiftan surgiu, ao lado de Miiko.

– Uma das peças do diamante negro foi... Capturada. – Ela dizia, não parecia acreditar em cada palavra dita.

– Como assim? – Taiga questionou muito surpresa.

– Foi pega naquele poço. E agora teremos que nos juntar para impedir o pior que é o Grande Diamante ser montado. – Completou Leiftan.

– Mas... Eu... Estou um pouco confusa. O Grande Diamante que vocês falam... – Disse Saphyre, que foi interrompida pela Taiga.

– O Grande Diamante é o que faz quebrar a vitalidade do Grande Cristal. – Murmurou, aflita.

– É uma guerra de milênios. O Grande Diamante tem a energia que anula a vida que o Grande Cristal fornece para Eldarya. Ela estava prestes a ser montada, mas o exercito de Eldarya impediu e desfragmentou, e espalhou enterrando ou escondendo por vários lugares. São sete peças, e uma delas está aqui abaixo da masmorra. – Explicou Kero.

– Ninguém vai conseguir. Nem que eu dê minha alma, ninguém vai tirar nada daqui. – Disse Taiga, muito nervosa.

– Ninguém vai conseguir, Taiga. A última peça e a principal fica aqui, e ninguém consegue aproximar naquele diamante. Eles precisam de uma chave que é desfragmentada também. – Disse Leiftan.

– Mas nós vamos recuperar este diamante também antes que eles queiram um a um nessa terra. – Disse Saphyre, com a mesma determinação que Taiga manifestava.

– Eu peço a guarda de Nevra acelerar nas investigações... Temos que esperar um momento para enfim infiltrarmos no meio dos responsáveis. – Disse Leiftan.

– Pode deixar Leiftan... Eu e a Saphyre vamos fazer este trabalho agora, se me der licença... – Atacou-o, de maneira indireta. Nevra pediu a mão de Saphyre e saíram, deixando Leiftan em estado de fúria por dentro.

– E queremos trabalho com todos unidos. Não podemos abaixar a cabeça. Taiga, ajude as meninas treinarem. – Disse Miiko.

– Tu... Tudo bem. – Gaguejava, por estar indisposta fisicamente.

– E você mudou suas roupas... – Miiko reparou que Taiga estava com o corpo todo coberto.

– Sim... Eu mudei um pouco a roupa. – Respondeu Taiga, sem jeito.

– Bom... Reúna você e as meninas. Deixa o Valkyon pra lá, pois eu creio que ele não está em um bom dia. Vamos dar um desconto a ele. A gente se vê a noite, Taiga. Bom trabalho. – Disse Miiko, saindo com Kero e Leiftan.

– Até mais... – Disse baixinho e acenou. – Como vou conseguir fôlego, meu deus do céu? Arrrgh. – Taiga aparentava estar mais exausta. A briga de Valkyon consumiu toda a sua mente. Cabisbaixa, saía caminhando, exaustivamente. Ela de repende foi abordada por Valkyon que a prendeu com força na parede, atrás de uma das colunas do hall. Era escondido, desde que fizessem silêncio.

– Acha que eu sou de aço para conseguir brincar com mais alguém depois do o que fizemos? Vou te mostrar que sou fiel. – Valkyon argumentava.

– Pff, me solta. - Taiga zombou, sem entender a necessidade daquilo. Percebeu assustada que a intenção do homem era reproduzir os atos da floresta bem ali, mas desta vez ela não poderia gritar nem gemer muito alto.

– Do jeito que você me cansa não tem como ter tempo de ter mais mulher nenhuma. Ainda mais a Saphyre? Você é louca - Valkyon disse firmemente. Era o mais próximo que conseguia de uma declaração. Taiga corou, entendendo que ele queria dizer que seria apenas dela. Por outro lado, ela esperneava e tentava se soltar. Valkyon fazia mais força contra seu corpo, achando que a morena não tinha acreditado e ele precisaria se empenhar mais. Na verdade, a intenção de Taiga era impedir aquilo por que certamente faria barulho e ali alguém poderia ver.

– E os tapas que você me deu hoje, não vai pedir desculpas? – Valkyon cobrava. Muito chateado por ela ter feito aquilo logo mais cedo.

– Eu não... Sou mulher de pedir perdão pra homem? – Taiga disse, franzindo o cenho.

– Não me diga... – Valkyon pressionava mais ainda as mãos nas coxas dela.

– Queridinho, se eu causei todo o estrago em você, o que é um tapa na cara? – Taiga enfrentava-o.

– Tapa na cara é uma desonra para os homens de verdade! – Exclamou.

– E você é um, é? – Taiga resistia às investidas. Mas no fundo queria consumir o fato por ali mesmo, incansavelmente.

– Olha, menina... Não brinque comigo que vou fazer ainda pior que ontem... Mas só que atrás. – Sussurrou Valkyon, ao pé do ouvido de Taiga, enquanto deixava de ser pressionada com os dedos, entre as nádegas.

– E eu te arranho até arrancar sua carne. – Dizia entre gemidos, deixando o Valkyon louco por satisfazê-la.

– Arranque, que vou arrancar gemidos da sua boca... – Valkyon segurava Taiga ainda na parede, mas apenas com seu corpo, enquanto ele passa uma mão em seu queixo enquanto o dedo indicador da outra mão é usado para tocar os lábios de Taiga. Ambos escutavam vozes femininas, e param para escutar.

– Ajaléa, eu não consegui encontrar a Taiga. – Disse uma garota ruiva, que tinha orelhas de coelho, ao encontro de outra garota de cabelos brancos azulados e de pele negra. Era uma espécie de Sereia, que vive de poção para ganhar pernas.

– Que droga, Ykhar. Precisamos treinar. – Disse Ajaléa, impaciente.

– Eu preciso ir...- Sussurrou Taiga.

– Eu vou deixar passar... Mas à noite precisamos prolongar a conversa... – Valkyon acabou libertando-a. – Mas esta libertação custa algo. Vou ter que penhorar alguma coisa. – Valkyon apertava as coxas de Taiga com as mãos.

– O que vai conseguir é mais um tapa na cara, seu idiota! – Taiga resmungou, indo até as meninas.

– Eu estava te procurando.- Disse Ykhar.

– Vamos, precisamos nos aprimorar. – Disse Taiga, andando com as garotas para a masmorra.

[...]

– Acho que teremos que ir até aquele poço. Eles devem ter deixado alguns vestígios. – Disse Kayron, ainda incrédulo pelo fato que ocorreu.

– Eu admiro muito quem é que fez isso. Tirar uma peça do diamante no fundo do poço deve ter recursos... – Disse Nevra, andando pra lá e pra cá.

– De alguma forma eu sinto que eles nos vigiam... Temos que agir mais secretamente. Temos que fingir que não aconteceu nada e que nem sabemos o que aconteceu. – Zark manifestava, após levantar da cadeira. Nevra percebia o silêncio de Saphyre. Ela ficava aflita e pensativa.

– E você, Saphyre. O que nos diz a respeito? – Nevra questionou, chegando perto dela.

– Eu não sei muito que dizer... Pois eu gostaria de agir. Onde fica este poço? Irei hoje à noite pra lá. – Prontificou-se.

– Acho melhor não. Eu e o Zark vamos. – Disse Naoki, decidido ao mirar Saphyre.

– E vocês ficam aqui. Investigar é a minha especialidade. – Disse Zark.

– Como queiram. Agora eu não entendo ainda da história daqui. Eu fico um pouco perdida às vezes. – Disse ela, demonstrando em seu semblante o quão perdida estava.

– Peça para o Kero esclarecer a história toda. E há livros que podem te ajudar. Quem sabe ficar o dia inteiro para conhecer toda a história. Eu lhe desejaria boa sorte por ficar perto de um falante como ele – Disse Naoki, sorrindo para Saphyre.

– Pode ser... – Ela concordou, rindo baixo.

– Não precisa procurar pelo Kero... – Respondeu Nevra, demonstrando seus ciúmes nas palavras. Saphyre abaixou a cabeça, dando a entender que ignoraria tudo aquilo.

– O que ainda nos preocupa, é como que eles entram aqui sem ninguém perceber, gente... Eu prevejo que tem alguém muito poderoso atrás desse diamante aí... E é o mesmo que está roubando os cristais de Eldarya. E se for mesmo... Ele vai acabar com isso aqui em questão de dias. – Suspeitou Naoki.

– E quem que é tão poderoso assim? – Questionou Saphyre.

– Darkmond... – Respondeu Naoki. Todos ali ficaram boquiabertos só de ouvirem aquele nome. Saphyre ficava sem entender, mas sentia toda a tensão pelo poder que ele tinha.


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