Me assustei quando ouvi o alarme tocando, demorou alguns segundo até me tocar que havíamos sido pegos, corri até o vitrô que ficava no alto da parede canalizando o chakra nos pés, puxei o arrancando da parede com as mãos, o espaço não era muito mas teria que servi. Corri de volta para o cama do homem e comecei a tirar as agulhas da sua pele, enquanto isso Sai estava pegando todas as pranchetas que estavam presas ao pés da cama dos pacientes e colocando tudo na sua mochila, quando eu me virei pra soltar a pessoa do leito ao lado senti um aperto no coração, uma menina que aparentava seus 14 anos tinha perdido um pé e três dedos da mão direita, tirei suas agulha e pedi para Sai leva-lá, enquanto pagava o homem e colocava sobre as minhas costas. Saímos pela a abertura que eu tinha criado, mas assim que pisamos pude ver diversos ninjas notando a nossa presença.

– São aqueles os intrusos. - gritou um deles, quando virei para olhá-lo pude ver que tinha sido justa o que eu tinha pegado a aparência emprestado.

Quando eles correram em nossa sabia que teríamos de fugir, não pudia deixar aquelas pessoas na situação que eu vi, mas se tentasse salva mais alguém seriamos pegos e não teria mais chance de escapatória, por outro lado pela quantidade de inimigos chegando eles nos alcançariam facilmente na floresta, me virei pra Sai e a voz de Ino veio na minha cabeça. Eu sabia o que tinha de fazer.

– Fuja com esses dois. - disse colocando o homem no seu ombro. - Eu vou atrasá-los e tentar salvar mais alguém.

– Sakura… - o olhar dele era preocupado, com o passar do tempo ele tinha melhorado muito em lidar com as emoções.

– Sai, você sabe que é a única solução, eu acalço você. Agora vai! - ele se virou e sumiu na floresta.

Olhei pro grupo que estava chegando, desfiz meu jutsu de transformação, peguei duas kunais e corri em sua direção.

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– Malditos invasores, vou ter que deixar meus ratinhos abandonados por causa deles!

– Issa, precisamos partir agora, tudo que é importante já está nos cavalos. Os guardas vão segurar eles.

– Já vou, já vou. - por que ele tinha de ser sempre tão apressado? - Só estou ativando a auto-destruição, não podemos deixar pista alguma. 15 minutos. Pronto, vamos.

Peguei minha mochila e corremos pra saída de emergência.

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A floresta estava escura, e isso estava sendo um problema. Estava correndo já fazia um tempo a margem do rio parando de vez em quando para escutar algum barulho. Foi quando eu vi o grupo de ninjas me seguindo, pareciam cinco ao todo. Em condições normais eu me livraria deles rapidamente, mas eu tinha duas pessoas no meu ombro, considerei parar e lutar, mas só de estarem perto um dos dois poderiam se machucar. Sakura tinha ficado pra trás pra me proteger e a esses dois, e em consideração e ela era isso que eu devia fazer, e continuei o mais rápido que conseguia.

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Ouvi uns passos de alguém se aproximando e fiquei esperando no meio da arvore, pude sentir 8 chakras diferentes vindo na minha direção e fiquei esperando algum ataque, quando o grupo se aproximou observei um homem carregando duas pessoas no ombro sendo perseguido por mais cinco que estava cada vez mais próximo. Mesmo no escuro pude ver uma kunai sendo lançada na direção da cabeça do homem, e saltando da arvore interceptei seu trajeto com a katana.

O grupo saltou em minha direção, mas rapidamente consegui me livra de todos, quando me virei vi que o homem estava olhando pra mim com uma kunai, mas naquele escuro não devia conseguir enchegar meu rosto. Observei as pessoas em seus ombro, um homem e uma garoto de aparência muito abatida.

– O que você faz aqui? - perguntei aprontando a espada em sua direção.

– Estou em um missão. - respondeu em tom calmo pra uma pessoa em sua situação.

– E essas pessoas?

– Estavam sendo mantidas em cativeiro.

Procurei uma bandana para me identificar, mas não achei nenhuma. Provavelmente era da mesma vila do trio que eu tinha salvo no País do Vento, droga parecia que salvar perseguidos estava se tornando um hábito.

– Você veio sozinho?

– Não, minha companheira de equipe está atrasando o restante. - seu tom calmo tinha mudado, era também tinha preocupação.

– Leve esses dois pra aldeia, eu vou atrás da sua companheira e cuidar de qualquer que for te segui. - disse me virando de costa e começando a andar.

– Arigatou. - ouvi ele partir.

Limpei o sangue da minha katana e voltei a correr pela floresta.

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Eles pareciam formigas saindo de um formigueiro, pra cada um que eu derrubava aparecia mais dois. Os primeiros tinha era mais fracos e fáceis de derrotar, mas então foi aparecendo uns mais fortes com níveis de chakra maiores, eu não tinha conseguido tirar mais ninguém dos leitos, e quando vi grupos indo atrás de Sai não pude ir atrás, pois eu tinha o meu bloqueio particular, a única coisa que poderia fazer era torcer pra que ele já estivesse longe o bastante.

Corri numa direção mais afastada fazendo vários deles me segui, parei analisando o grupo e saltei para o ar, concentrei chakar na mão e direcionei o meu punho para o chão, no centro do grupo. quando atingi meu objetivo o solo se fez em pedaços, desmaiando todos aqueles que foram atingidos pelo impacto, olhei pra cima e vi dois caras chegando com chutes mirando meu rosto, me preparei pegando ambos pelo tornozelo girando o corpo e os soltando, fazendo voarem em direções diferentes, mas nesse momento fui atingida na barriga por uma kunai. Quando a puxei sentir uma dor maior que o normal, mas não tive tempo pra pensar no assunto nem em me curar e ai me arrependi por não ter usado o poder do Byakugou e ativado o Jutsu de Cem Curas.

Peguei uma enorme pedra e arremecei em uma das entradas do prédio, obstruindo a passagem e impedindo que reforços vinhecem dali. Girei sobre os calcanhares e me protegi de uns ataque de usuário de Dotum. Me esquivei de uma chuva de surikens, mas enquanto saltava senti uma tontura e nesse momento fui atingida por um chute forte nas costas que me fez cair no chão, me levantei quando uns pontinhos brancos na visão obscureciam a minha visão. Olhei para o lado e vi uma pedra, seria a distração perfeita. Arremessei ela na direção do meu oponente ignorando a dor no abdômen, e vi ele desviar com um salto, e no ar estranhamente pegou algo no bolso e engoliu. Eu não sabia o que era aquilo, mas aumentou a chakra dele dezenas de vezes. Mirei um chute no seu rosto.

– Shannaroooo.

E então com ele segurou a minha pernas com as duas mãos e a quebrou. Sentir a dor percorrer meu corpo no momento que o osso estralou, e depois sendo ergida e o meu corpo voando até o chão, quando olhei pra cima o mundo começou a girar com vários ninjas com kunais apontadas para mim, tentei me levantar, mas minha cabeça estava nebulada e o corte queimava, a última coisa que pude fazer antes de apagar foi levantar um bloco de terra entre mim e as kunais que vinham na minha direção.

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Tive de me livrar de uns ninjas no caminho, mas continuei avançando sem problemas. Avistei um prédio cinza ao longe escutei sons de luta e fui correndo na direção, parei na borda da clareira analisando a situação, poucas vezes vi lutas que deixaram um sinal tão grande de destruição, o chão tinha se transformado e grande blocos de terra empilhados, árvores tombadas, armas espalhados no chão junto com diversos corpos espalhados. Os ninjas restantes num movimento sincronizado atiraram suas kunais num único ponto, e pude ver duas pernas saindo detrás de uma pedra que servia de escudo. Ativei meu Susanoo e com o poder do Rinnegan troquei de lugar com a pedra, fazendo com que todas kunais fossem repelidas.

Quando me virei pra olhar aquele que devia ser o causador tanto dano, senti como se tivesse levado um soco no estômago. Ali, deitada inconsciente e ferida estava Sakura. O choque que eu sentia era tão grande que quase não percebi quando a explosão veio.

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Depois que ouvi o barulho me virei pra ver aquele grande clarão no céu, mesmo longe dava pra ver o brilho laranja refletido na escuridão do céu. Sakura. Ela devia ter escapado. Corri ainda mais rápido em direção a aldeia, iria deixar os dois em frente a casa de alguém bater na porta e voltar para procurar a minha amiga.

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O barulho acabou e eu abri o olho, só quando vi os cabelos rosas tão próximos do meu rosto que fui perceber que estava abaixado protetoramente sobre Sakura. Me afastei rapidamente, ignorando pensamento que aquilo era desnecessário quando se está dentro do Susanoo. Já o lugar estava acabado, o prédio cinza era engolido pelo fogo, enquanto todos os outros ali estavam mortos. Olhei pra Sakura, estava suja e com alguns hematomas no corpo, uma de suas pernas estava quebrada, e um ferimento no abdômen. Levantei a sua blusa para poder analisar melhor, o corte era profundo mas não era fatal, pelo o que eu sabia das habilidades de Sakura seria necessário somente estancar o sangue até ela acordar e se curar, a perna talvez fosse um problema, ossos demoram mais pra se recuperar, mas ela poderia fazer algo até ter condições mínimas de voltar pra vila, se fosse só aquilo. Mas o seu corte tinha uma aparência estranha, a pele ao redor tinha um tom esverdeado e a carne estava meio enrugada, uma kunai sozinha não faria aquilo, uma envenenada...

Sentei no chão e apoie o ombro de Sakura no meu joelho flexionado, procurei nos seus bolsos de equipamento alguma atadura, ela como ninja médica devia andar com coisas desse tipo. Enrolei na sua cintura fazendo com que diminuice o sangramento, olhei para a perna quebrada, ai era melhor eu não mexer. Eu teria de levar ela para Kin e sua avó, elas saberiam cuidar dos ferimentos.

Olhei mais uma vez para o rosto de Sakura, suas pálpebras grudadas, e fios de cabelo colados de suor na testa, puxei os fios e olhei para o losango em sua testa, não entendi porque ela não tinha utilizado seus poder de cura.

Desfiz a armadura do Susanoo, trocando por um braço mecânico. Durante a minha viagem eu tinha encontrado diversos adversários com quem tive de lutar, sem as duas mãos fiquei restrito ao uso de Taijutsu e Genjutsu, o que fazia as batalhas durarem mais do que eu queria, então usei o Susanoo como uma prótese de chakra, era tão impenetrável quanto a armadura, e permitia tantos movimentos quanto um braço normal, e o uso de Ninjutsu.

Peguei Sakura no colo da melhor maneira que pude, tentando ao máximo não mexer muito sua perna, e comecei a andar em direção a floresta. Quando olhei pra sua cabeça apoiada no meu ombro, não conseguir evitar pensar na última vez em que a tinha segurando dessa forma, balancei a cabeça ignorando a lembrança e corri em direção a aldeia deixando a Lua para trás.

~#~

Quando cheguei no local da explosão comecei a procurar pelo corpo de Sakura, observei que todos ali estavam mortos. Fiquei imaginando a reação de Naruto quando soubesse que eu tinha deixado Sakura para trás, ele com certeza iria querer me matar. Eu sabia que aquela tinha sido a decisão correta no momento mas não pude de sentir o coração apertar enquanto andava entre os focos de incêndio, acho que era isso que as pessoas chamavam de culpa. Verifiquei toda a área, mas não encontrei o corpo dela, senti o aperto diminuir um pouco, ela tinha escapado. Procurei por ela na floresta num perímetro próximo ao local da explosão, adentrei ainda mais na floresta mas nada, mesmo depois de uma hora procurando não consegui encontrá-la, a única coisa que eu poderia fazer era voltar pra vila e pedir reforços.

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Cheguei na casa da curandeira e olhei para a janela pelo qual havia saído, desistir de entrar por lá quando percebi que teria que mexer muito com a perna de Sakura, acabei indo para a porta da frente e dei batidinhas com o pé, um tempo depois pude ouvir a voz sonolenta de Kin do outro lado da porta.

– Quem é ?

– Sou eu, Sasuke.

– Sasuke? - ela perguntou com desconfiança. Claro, eu não tinha dito o meu nome.

– O Moço Bonito, Kin. - fiz uma careta enquanto usava o termo que ela tinha dado à mim.

Pude ouvir o barulho da porta sendo destrancada, ela abriu a porta enquanto coçava o olho e soltava um longo bocejo.

– Eu achei que você tava dormindo… - ela parou quando viu Sakura. - O que aconteceu?

– Kin vai acordar sua obaa-chan, ela precisa de cuidados. - falei enquanto entrava na casa.

– H-hai! - e se virou correndo.

Subi as escadas e fui até o quarto onde eu tinha ficado, deitei Sakúra no colchão e me sentei do seu lado. Pude ouvir o barulho de passos na escada, pela porta vi Kin chegando junto com a sua avó, a senhora parou na porta olhando assustada para Sakura, depois para mim e voltando pra Sakura.

– O que aconteceu? - perguntou enquanto se abaixava e analisava os ferimentos.

– Ela foi ataca, a perna direita foi quebrada, e tem um corte envenenado no abdome. - ela acentiu e agradeci por não especular como tudo isso tinha acontecido.

– Kin, vá pegar umas toalhas e um balde com água, traga ervas também. - a menina saiu em disparada.

Fiquei sentado olhando, a senhora foi até a perna de Sakura e tirou a bota cuidadosamente, revelando a marca roxa de duas mãos, senti meu estômago se contrair, Ela arrumou a perna em um ângulo que poderia ser considerado normal, saiu do quarto voltando com duas tábuas de madeira e uma grande pedaço de tecido, ela colocou cuidadosamente o tecido em baixo da perna, enquanto Kin deixou um balde d’água e toalhas num canto e saiu correndo novamente. Ela tirou sua blusa e sentir meu corpo ficar um pouco tenso, já tinha visto mulheres com pouca ou nenhuma roupa, mas o fato de ser alguém com quem eu tinha convivido ainda na infância me deixou momentâneamente desconfortável, mas a preocupação rapidamente me fez deixar o desconforto de lado.

– Isso é ruim… - sussurrou a senhora, enquanto limpava o ferimento. - Logo esse tipo de veneno.

Quando olhei para sua barriga vi o sanguamento tinha diminuído, mas ao redor do corte saltava pequenas veias verdes, sua pele em si tinha ganhado um tom esverdeado. Kin tinha voltado e agora aplicava uma pasta estranha na perna de Sakura.

– Que tipo de veneno é esse? - perguntei, mesmo no meu tempo com Orochimaru nunca tinha visto algo assim.

– Não sei dizer, aqui na região tem muitas ervas diferentes, algumas nem eu mesmo conheço, mas seja o que for vai matá-la assim que chegar no coração. - olhei assustado para a mulher.

– A senhora sabe algum antídoto?

– Infelizmente não, isso está muito além dos poder das minha ervas. Me desculpe.

– Tem que ter alguma coisa. - senti minha garganta se apertar enquanto falava. - Talvez Ninjutsu Médico.

– Isso poderia ajudar, mas só um ninja médico muito bom poderia curá-la.

Que ótimo, uma das poucas que podia curar Sakura era ela mesma.

– Vou levar ela para Tsunade. - pelo canto do olho vi a menina sair correndo do quarto mais ignorei.

– Senju Tsunade? - ela falou surpresa. - Realmente, ela deve conseguir curá-la.

– Tem alguma coisa que possa ajudar durante a viagem?

A vi pegar um bote no meio das ervas que Kin tinha trazido, e entregou na minha mão.

– Isso é uma planta especial da região, passe na ferida e coloque um pouco do seu chakra, isso vai fazer o sangue dela correr mais divagar e o veneno vai demorar pra chegar no coração.

– Ela tem quanto tempo? - perguntei colocando o pote na minha bolsa.

– Dois, talvez três dias. Mas você deve ter cuidado, nesse inverno sua pneumonia vai se agravar. É bom levar uma pasta pra passar no peito…

– Não posso perder tempo na viagem comigo, a prioridade é ela, falei colocando a katana nas costas. - Ela vai sentir dor? - perguntei apontando para a perna a qual Kin tinha enfaixado com os dois pedaços de madeira um de cada lado.

– Não, o veneno deve estar anestesiando seu sistema nervoso. Vou pegar uma blusa e um cobertor pra ela. - e saiu do quarto

Deixei discretamente um saquinho de dinheiro em cima da mesinha, sabia que ela não iria aceita se eu oferecesse, era o tipo de pessoa que ajudava os outros por prazer. Ela voltou com uma blusa branca que vestiu na Sakura e a enrolou em um coberto, me entregou uma bolsa com alguns bolinhos de arroz e dois cantis com água. Agradeci a senhora que saiu do quarto me desejando boa sorte, arrumei a bolsa e quando a jogue por cima dos ombros vi um par de olhos azuis me fitando, ela andou até mim e me entregou uma garrafa com um líquido verde, olhei pra ela e perguntei o que era aquilo.

– É pra dor. Do jeito que está frio e com a pneumonia você vai sentir muita.

Guardei a garrafa na bolsa e me abaixei até ficar na altura da menina colocando a mão sobre sua cabeça.

– Arigatou Kin. - falei com um pequeno sorriso, não poderia deixar de admirar o gesto da menina.

Com o Susanoo ativei meu braço mecânico e peguei Sakura no colo, e fiquei um tempo para olhando seu rosto, estava palído e sua boca roxa, eu tinha que chegar o mais rápido possível em Konoha.

– Legal… - disse Kin olhando para o brilho do chakra roxo.

Me encamiei até a porta com a garotinha indo atrás de mim, quando me virei ela olhava de um jeito afetuoso que me supreendeu.

– Boa viagem Moço Bonito. - falou com um sorrisinho no rosto.
– Adeus Kin.

E desapareci de sua vista.