“10 de março de 2015

Caro Christopher,

Lembra que eu lhe disse que ia fazer teste pro grupo de teatro? Pois bem, os responsáveis pela seleção eram o Bryce, que eu não fazia ideia porque ele estva ali, um membro do grupo de teatro que eu não lembro o nome agora e... O Bryan, cuja a voz teria mais peso na seleção. Mereço? Tive que fazer construção de cena convencendo-os que estava nos lugares e/ou fazendo as coisas que me eram mandadas fazer, e por fim, tive que fazer uma cena de improviso com Bryce.

Sabia que a primeira regra de uma cena improvisada é não negar o que se passa nela? Não se pode dizer não, no improviso. O membro do grupo de teatro, para mim desconhecido, nos pediu para fazermos uma cena romantica, posso jurar que vi Bryan mudar de posição irritado em sua cadeira, mas tendo conhecimento de que não poderia confiar em minha mente, abstraí.

Bryce e eu encenamos uma especie de de recriação de Romeu e Julieta (eu não acredito que aceitei isso, odeio essa história) e o motivo de não podermos ficar juntos era o fato de sermos dois rapazes e vivermos no século XVI.

A cena se passou rapidamente, nem consigo lembrar dela com exatidão, só consigo me lembrar do fatídico momento em que ele se aproximou lentamente de mim, segurou meu rosto, e uniu nossos lábios. Ele pediu permissão com a língua, e eu concedi, que porra eu tava pensando? Eu concedi! Ele tinha um projeto de barba que começava a crescer que dava uma sensação gostosa em contato com minha pele.

Bryan nos interrompeu, eu não sei até agora se fiquei feliz ou chateado por ele ter feito aquilo, eu só sei que eu encarei o dançarino e depois saí correndo do auditório.

Bryce me ligou a noite toda, na verdade ainda está me ligando, mas não quero falar com ele agora. Porque eu só me meto nesse tipo de furada?

Até mais, Chris."