Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 2
Produção Independente


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Primeiramente, MUITO obrigada pelos comentários. Tenho alguns capítulos escritos, e vou postar o mais rápido possível :D

Eu só passei aqui para informar que não sou doutora. Todas as informações que tenho sobre Estresse Pós traumático foram adquiridas na internet, e espero que saibam que é realmente um distúrbio MUITO sério. Portanto, minha fanfic não tem fins informativos nem informações precisas sobre o assunto.

Vamos conhecer Peeta e Effie agora? *-*



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— Alguns de nossos pacientes nunca se recuperam. Carregam sequelas durante a vida toda. — Explica a Doutora chefe Alma Coin. — Aqui no Libertas*, tratamos especialmente dos casos de Trauma e Stress Pós Traumático há 20 anos. Temos pacientes temporários, semanais, anuais e aqueles que sempre irão voltar e se consultar conosco. Somos um Centro particular, mas a comunidade e nós, médicos e assistentes sociais estamos nos unindo para torna-lo público e o mais acessível possível a família de baixa renda. — Alma Coin caminhava pelos corredores do Libertas enquanto seu estagiário, Peeta Mellark, a acompanhava e ouvia atentamente cada uma de suas palavras. — Nós somos um time de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, e trabalhamos aqui meio período. A grande maioria de nós têm dois empregos, porque o salário no Centro, mesmo sendo uma instituição particular, não é, digamos... Uma fortuna. O que nos mantem aqui é o mais puro e simples sentimento de humanidade: Nós nos importamos com cada paciente, seus familiares, e ouvimos histórias incríveis e comoventes aqui diariamente. Trabalho aqui há 17 anos, Sr. Mellark, e posso continuar por mais 17 se necessário. Não abandono meus pacientes. Somos seres humanos. Nós nos importamos.

A Doutora seguiu dentre corredores com sua calça branca e seu jaleco branco, enquanto Peeta Mellark, ainda inexperiente e desajeitado, a seguia com as mãos no bolso de seus jeans claro e camiseta social azul Periwinkle*. Pararam frente a uma sala, onde se reuniam pessoas de várias idades sentadas em cadeiras que juntas, formavam um circulo, e se encontravam alguns médicos e assistentes sociais analisando e apoiando-os.

— Nós temos esse tipo de reunião todas as semanas. — Diz Doutora Coin, enquanto olhava dentre o vidro que permitia uma visão do interior da sala. — Mas quase nunca recebemos os mesmos pacientes. Alguns vêm mensalmente, outros semanalmente, tivemos aqueles também que vieram duas ou três vezes. Mas temos também pacientes que transformaram essas reuniões como parte das próprias vidas. — Conclui. Alma Coin aponta para uma moça ruiva, pálida e de olhos verdes. — Vê aquela moça? Se chama Annie Cresta. Ela tem sua idade, 22 anos, e hoje é professora numa creche no centro. Com 8 anos de idade, ela atendeu o telefone na manhã de 11 de setembro e ouviu seu pai num alto estado de loucura e insanidade até ele se jogar de uma das torres gêmeas atingidas. Estava fadado a morte, — Continuou Coin — Mas implorou para uma criança de oito anos de idade salvá-lo. Ela não podia. É minha paciente desde então.

— Ela parece ser uma prova de que a vida pode ser boa, mesmo com todas as tragédias que nos atingem. — Pronunciou se Peeta.

Doutora Coin o olhou e aprovou com um meio sorriso.

— Você vai se dar muito bem aqui, Peeta. — Constatou. — Quando terminam seus estudos?

Peeta Mellark repetiu novamente o que vem dito a todos que lhe fazem a mesma pergunta: Ultimo Semestre de Psicologia, Peeta não poderia estar mais contente com sua futura profissão.

Peeta era um garoto de sorte. Sua mãe, Effie Trinket (Mellark era sobrenome de seu pai, que ela – mesmo tendo dado ao seu filho – não costumava usar) tratou-o como uma peça de jóia rara durante toda a vida, e lhe deu oportunidade em tudo. Ela lhe criou em um apartamento grande, luxuoso, espaçoso e confortável no Centro de New York, lhe deu uma Mercedes em seu aniversário de 16 anos, tudo o que ele poderia querer – e admitia, Effie era exagerada, pois Peeta nunca pediu ou se gabou dos luxos que ela poderia lhe dar – e quando esse terminou o ensino médio, Effie se ofereceu para pagar qualquer faculdade que ele quisesse. Medicina, Advocacia, Engenharia.

Mas Peeta é gentil.

Peeta escolheu a área da psicologia. Queria, de alguma forma, ajudar as pessoas que passaram por graves problemas. Peeta era altruísta, e inteligente, e bondoso. Effie Trinket compreendia a boa alma de seu filho, contudo, não pode esconder um pouco de sua decepção. Quando esta lhe perguntou: “Porque psicologia, Peeta? Você poderia fazer medicina e ajudar as pessoas de uma outra forma. Porque não, por exemplo, médico Cardiologista? Cirurgião?” Peeta lhe respondeu: “Quero tocar a mente das pessoas, mãe. Não seus corpos”.

Bom, pelo menos Peeta deixou Effie pagar a faculdade de Columbia para ele.

Exatamente como disse para sua mãe, Peeta queria tocar a mente das pessoas. Ingressou na área em busca de entender as diferentes reações do cérebro, fisicamente e emocionalmente, diante de situações traumáticas. Talvez Peeta não pudesse negar que ser uma produção independente seja um pouco traumático e tenha exercido certa influencia sobre sua escolha.

Ah, claro, vamos explicar o que é uma produção independente.

Effie Trinket sempre foi sensata e cheia de certezas.

Perdeu seu pai quanto tinha 16 anos, sendo filha única. No testamento do velho Abraham Trinket Mellark, estava claro que seu único herdeiro deveria assumir seu lugar na empresa em caso de falecimento precoce. No entanto, Abraham nunca esperava que seu único herdeiro fosse uma garota na época mimada e meticulosa. Por isso, quando atingiu maioridade, Effie Trinket, brigou com seus advogados e sócios de seu pai em busca de seu lugar na Empresa Trinket&Flickermann Associates. Mostrou-se inteligente e sagaz para o cargo, e liderou as empresas e ações de seu pai para um aumento de 50% de lucro.

Ninguém nunca mais desconfiou das habilidades de Effie Trinket.

Por sofrer muitas criticas quanto a importância de seu cargo para... “uma mulher”, Effie Trinket se assumia feminista, e apoiava a causa. Via, como ser humano, que o feminismo era necessário. Que as mulheres sofriam preconceitos por coisas piores e maiores do que cargos em empresa. Que elas apanhavam, eram mal tratadas, desvalorizadas, desafiadas, e estereotipadas. Effie Trinket nunca acreditou em amor – talvez pelo fato de nunca ter visto-o com os próprios olhos – mas carregava consigo a vontade de ter um filho. De carrega-lo por nove meses, de carrega-lo no colo e cria-lo como necessário.

Portanto, aos 22 anos, Effie se dirigiu a uma clinica de fertilização. Escolheu um perfil de doador anônimo. Falou (mais de uma vez) para os médicos que, mesmo sendo jovem, tinha plena certeza de que queria ter um filho: Não queria um marido. Não queria um namorado. Nem considerou a adoção: Ela só queria um filho dela, com sangue dela, genes dela, aparência dela, uma criança única e exclusivamente dela. Porque Effie via que a mãe/mulher era a única responsável por decidir se terá – ou não – uma criança. E, por Jesus, ela queria ter uma criança e ponto final.

Peeta foi um dos espermatozoides de um anônimo que só doara seus espermas uma única vez.

Em sua mente, agora aos 22 anos, Peeta assume que não é plenamente satisfeito. Effie lhe deu, sim, a melhor educação do mundo: Ensinou-lhe valores, como ser gentil e educado, como ser a melhor pessoa que poderia. Ensinou-lhe a respeitar as mulheres, a diferença dos gêneros, e como tratar qualquer pessoa que a sociedade julgava “diferente” de maneira natural, sem preconceitos. Mesmo sendo uma empresária de sucesso e, ao longo dos anos, autora de Best Seller – “Como meu filho me ensinou a amar”, era impressionante o quanto Effie poderia estar um dia em Nova York e outro, numa reunião importante em Washington e ainda sim, ser uma mãe protetora e presente.

Mas Peeta sempre sentiu a falta da cumplicidade e da presença paterna.

Quase não era justo com Effie, no entanto, mas Peeta também sempre pensou que nunca fosse muito justo com ele. E se ele quisesse ter um pai presente em sua vida, essa era uma decisão de Effie? Ele sentia falta! Odiava o dia dos pais. Era zoado pelos colegas de escola até o ensino médio – quando boatos de sua riqueza foram se espalhando e a ganancia falando mais alto entre os jovens que passaram a ser mais interesseiros. Peeta esforçava-se sozinho para entender coisas que Effie não poderia explicar, e nem ele teria ousadia de perguntar. E nunca, nem por um segundo de sua vida, teve uma presença masculina por perto – bem, ele tinha Finnick e seu pai, mas não era algo assim oficial. E ele até teve Cinna, o estilista de sua mãe. Mas por deuses, Cinna lhe via duas vezes por ano, se lhe via.

Peeta queria um pai. Um cara pra beber umas geladas com. Um cara pra ensinar a cantar garotas, pra falar de sexo, pra assistir baseball. Um cara pra colocar uma maldita cesta de basquete nos fundos de casa, porque todo mundo tinha um pai para fazer isso. Um pai bêbado, divorciado, presente, morto, mas cacete, todo mundo teve a porra de um pai!

Todo mundo tinha um pai com nome e sobrenome.

Peeta sabia, no fundo de seu coração, que não seria justo consigo se formar em psicologia sem entender seu maldito cérebro. Sem encarar seus próprios traumas. Para isso, Peeta sabia que teria que sair a procura de quem quer que carregue os mesmos genes dele. O cara dono da finalidade Paterna.


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Notas finais do capítulo

Azul Periwinkle* - É só um tom de azul, clarinho :)

Libertas* - é um Centro de Tratamento para Trauma e Estresse Pós Traumático. Caso queriam mais informações sobre, visite este site: http://www.libertas.com.br/libertas/libertas-centro-de-tratamento-do-trauma-e-do-estresse-pos-traumatico/

Nesta Fanfic, eu apenas peguei o nome do Centro e, de uma maneira, o trabalho realizado. Toda e qualquer característica dita pela Coin sobre o Libertas da Fanfic é Ficcional.