What If...? escrita por Miss Daydream


Capítulo 8
Capítulo 8 - Cuidados


Notas iniciais do capítulo

Dei as caras rapidinho dessa vez né?
Nos vemos depois



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Depois da grande surpresa, eu e Lysandre saímos do quarto ainda atônitos e fomos em silêncio até o porão, levando conosco nossos amados instrumentos. Lysandre disse a Nathaniel que queria muito vê-lo tocando um dia (um código para “Quero muito ver esse seu baixo mais vezes!”), e parecia até a Nina, aquela pirralha que vive o seguindo pra tudo quanto é canto, quando Nathaniel disse que precisava guardar o baixo no lugar.

Encontramos Elizabeth no meio do caminho, e ela está toda descabelada levando uma pilha de papéis para lá e para cá, enquanto grita com alguém no telefone, apoiado entre seu ombro direito e sua bochecha.

– Alexy você é um irresponsável, juro! – a ouvimos falar enquanto passa mal nos notando – Não sei quem é o pior, você ou Armin!

– Elizabeth? – Lysandre chama um pouco baixo e ela não ouve

– Ah, claro que não foi de propósito! Nunca é né? – silêncio – Não venha querer colocar a culpa em mim! E pare de gritar! – mais silêncio – Não sou eu quem está gritando! – ela afirma, gritando

A ligação aparentemente é interrompida, e a observamos enquanto tenta apoiar o telefone na mão livre, e começa a guardá-lo sem muito cuidado no bolso traseiro da calça. Claro que não dá certo, porque é da Elizabeth que estamos falando! A pessoa mais desajeitada de toda a Sweet Amoris!

A papelada toda cai no chão, junto com ela, que bate em um dos armários.

– Você está bem? – Lysandre corre até ela, preocupado

– Sim... – ela diz meio chateada, enquanto tenta catar todos os papéis espalhados pelo corredor vazio – Droga, Nathaniel vai me matar...

– E o que ele tem a ver com isso? – pergunto enquanto começo a juntar a maioria do que caiu

– Essas coisas são dele, eu e Alexy estamos ajudando no grêmio – ela explica – Só que Alexy decidiu sair com o Kentin e a Rosalya, me deixando aqui sozinha com todo o trabalho.

– E porque você não avisou o Nathaniel? – pergunto contrariado – Não é obrigação sua...

– Tenho certeza de que ele entenderia se você explicasse, Elizabeth – meu amigo albino ressaltou

– Ele está muito sobrecarregado – ela diz sem olhar para nós – Vocês não entenderiam... O grêmio está enterrado em coisas para resolver, e como ele é o presidente, este peso só aumenta. Eu queria tirar um pouco o fardo das costas dele, e não largar tudo na última hora só porque o irresponsável do Alexy me abandonou.

– Quer ajuda? – Lysandre se oferece e eu já me preparo para me opor a qualquer coisa. Hoje é o nosso dia de ensaio! Ele não pode fazer isso

– Não quero tomar mais do tempo de vocês... – ela suspira sincera, e eu fico com um pouco de pena dela. Só um pouco. Não o suficiente pra deixar Lysandre escapar.

– Nada disso, aqui, eu levo metade – ele pega os papéis de minha mão e me lança um olhar de desaprovação assim que abro a boca para protestar

– Lysandre...

– Vamos, Elizabeth – ele sorri meigo, e juro que não entendo como Lysandre consegue ser tão legal o tempo todo

Elizabeth sorri pela primeira vez desde que a encontramos e se levanta.

– Juro que não vou roubá-lo por muito tempo, Cass – ela diz, pegando o restante dos papéis – Por aqui, Lys.

Os dois vão andando pelo corredor, me deixando ainda de joelhos. Sozinho.

***

Enquanto apoio minha guitarra com cuidado nas minhas costas, ando devagar até o porão. Giro as chaves distraidamente em meus dedos, enquanto penso que talvez, se eu fosse mais legal e compreensivo, não ficaria sozinho.

Aliás, a escola parece meio vazia. Não tem ninguém no corredor ou nas salas, tirando alguns alunos na biblioteca e pátio. Parece tudo meio abandonado...

Ouço de repente uma melodia vinda de uma sala afastada, acompanhada de uma voz muito bonita, que conheço de algum lugar.

Paro de girar a chave e ando em passos silenciosos até a última sala daquele corredor, que tem a porta entreaberta.

Encosto-me na parede e tentou ouvir com mais atenção.

Um dia eu acho um jeito de aparecer... – a voz canta, límpida e sem nenhum momento desafinar – E você me achar...

Ouço o som do instrumento sendo apoiado na mesa, e de alguns riscos no papel.

– Não está bom – ele suspira cansado – Você... – mais batuques e batidinhas – Você... Notar.

Escuto atentamente o que parece ser um soco na mesa e uma risada tão gostosa que sorrio involuntariamente.

– Ahá! Aí está! Notar... – mais rabiscos no papel – 1, 2, 3... Um dia eu acho um jeito de aparecer, e você notar...

Movo-me alguns poucos centímetros, e apenas meu olho esquerdo consegue enxergar Nathaniel dentro da sala. Sentado na mesa do professor, de pernas cruzadas e cabelo bagunçado. Os sapatos caídos ao lado da mochila e da gravata, sua camisa um pouco mais aberta do que de costume. Sorrindo. Ele parece tão natural... O baixo apoiado nos joelhos, um caderninho vermelho ao seu lado, enquanto ele rabisca alguns acordes.

Tento voltar à minha posição inicial sem fazer nenhum barulho, mas a minha preciosa guitarra acaba batendo na parede, e eu reprimo um grito.

– Quem está aí? – ouço Nathaniel chamar, um pouco aflito – Ambre?

Não respondo. Nem me mexo. Se ele me pegar aqui eu vou desejar morrer...

– Responda. – consigo ouvi-lo se remexer do lugar em que está e eu entro em pânico, abraçando minha guitarra tento pensar no que fazer – Quem está aí?

Passos.

Saio correndo, tentando não tropeçar nos meus próprios pés. Ahh tomara que ele não tenha visto nada. Se ele tiver me visto, com certeza vai usar isso contra mim no tribunal imaginário da minha cabeça. E quais argumentos eu vou ter pra rebater? “Coincidência engraçada, essa. Não que eu estivesse do lado de fora de uma salinha abandonada, te observando e te ouvindo cantar, e mesmo que estivesse, isso não significa nada de vergonhoso ou algo assim. Foi só uma coincidência embaraçosa. Se isso significasse que eu estava lá, coisa que com certeza não aconteceu!”

Realmente, muito convincente!

Ouço-o chamar de novo no corredor, no exato momento em que viro na direção dos armários. Nem penso em parar, porque ele pode vir atrás de mim. Vou correndo direto para o porão, batendo a porta logo em seguida e tentando recuperar o fôlego.

Escorrego por ela, e coloco minha guitarra no chão, mais longe de mim. Meu coração está disparado.

– Foi por pouco... – suspiro cansado, enquanto tento acalmar meu coração desenfreado

Encosto a orelha na porta do porão, tentando ouvir algo lá fora, e quando estou prestes a levantar recebo uma pancada em cheio no nariz, fazendo-me ver estrelas e doendo tanto que por um momento acredito que vou morrer. A pancada foi tamanha que acabo estatelado, com as costas no chão e a mão cobrindo meu rosto

– Castiel! – ouço Nathaniel chamar enquanto solto, com muita raiva, uma série de palavrões – Que droga, sinto muito! Você está bem...? – ele se ajoelha e tenta colocar a mão em meu rosto, mas eu lhe dou um tapa tão forte que até minha mão dói

– Não encoste em mim! – rosno – Olhe o que você fez!

– Já pedi desculpas! – ele protesta – Não foi minha intenção... E o que você estava fazendo atrás da porta?

– Eu estava saindo para pegar uma bebida – minto, e até me surpreendo com o quão verídico soa – Quando fui atacado por uma bigorna! Cacete Nathaniel, você está tentando me matar ou o que?!

– Como eu ia saber que você estava atrás da porta?! – ele se defende, apertando a calça

– Que tal se você experimentasse não entrar feito um louco desvairado sem antes bater?! – eu rebato com raiva, segurando meu nariz – Não sei né, de repente, só um palpite.

– Como se você tivesse moral de falar alguma coisa, Senhor Eu Sempre Entro De Supetão No Quarto Sem Nunca Avisar! – ele grita comigo

– Que merda! – um gemido de dor escapa pelos meus lábios e eu sinto que meu nariz vai cair do meu rosto a qualquer momento

Nathaniel me encara meio receoso, e até um pouco... Culpado. Parece travar uma batalha consigo mesmo enquanto olha para o meu rosto.

– Vamos – ele suspira – Eu levo você até a enfermaria. Tenho certeza que um pouco de gelo vai ajudar.

– Saia daqui.

– Castiel, você ouviu o que eu disse? Venha, eu te ajudo a levantar...

– Pro Inferno o que você disse! Não preciso de ajuda – tento levantar, mas cambaleio e acabo caindo de novo, por causa de uma tontura que acaba me atingindo mais forte do que a porta

Nathaniel me ampara, segurando minha cabeça com as mãos enquanto eu o xingo de todos os nomes possíveis imagináveis.

– Se você se apoiar de verdade em mim, talvez possamos conseguir algo – ele diz pacientemente, como se estivesse falando com uma criança

Eu vou arrancar esses olhos dourados da cara dele se ele ficar vindo com essa pra cima de mim!

– Sai daqui – repito cansado tentando chutá-lo, mas mal consigo abrir os olhos

– Venha, não é complicado – ele suspira tranquilo – Só se apóie em mim. Concentre o peso nos meus ombros e movimente as pernas com cuidado, eu te guio.

– Como se você fosse capaz de fazer uma coisa dessas. – resmungo parecendo um velho de mais de oitenta anos

– Confie em mim – ele fala baixo – Não vou deixar você cair.

– Não dá pra confiar em alguém que acabou de te acertar com uma porta! – rebato com raiva, mas começo a erguer a cabeça lentamente

– Dá sim, acredite. – ele suspira, parecendo um pouco aliviado de eu ter finalmente aceitado a ajuda

– É melhor você me segurar mesmo, seu panaca! – não consigo abrir os olhos, então tateio os ombros dele, tentando encontrar suas mãos – Porque se eu cair eu vou morrer! E se eu morrer eu juro que eu volto pra te assombrar pelo resto da sua vidinha de merda.

– Como se você já não fizesse isso todos os dias – ele devolve com a voz carregada de sarcasmo. Ouço-o respirar fundo e o imagino contando até dez para não me largar ali – Aqui

– Aqui?

– Não, aqui.

– Aqui onde?

– Aqui!

– Aqui...?

– Não, Castiel! Aqui!

Finalmente achamos uma forma de ele me segurar, de modo que eu só tenho que movimentar as pernas. Ele me ergue com cuidado exagerado, e se eu não estivesse com a cara toda ensanguentada e com o nariz provavelmente maior que uma batata desfigurada até acharia a cena um pouquinho fofa. Fofa?! Ando passando tempo demais com a Elizabeth...

– Eu vou abrir a porta agora... – avisa enquanto aperta meu ombro

– Vá em frente, só tome cuidado pra não acertar mais ninguém – alfineto, enquanto tento abrir um pouquinho mais os meus olhos

Ele nem me responde, provavelmente se sentindo um pouco culpado demais por ter me acertado e desfigurado meu rosto.

Sinto seu quadril empurrar o meu para a direita, enquanto a mão aperta com força minha cintura.

– Vire aqui.

Obedeço, e no meio tempo consigo finalmente entreabrir os olhos.

Nathaniel está tão concentrado em nossos pés e em me manter em pé, que gotículas de suor escorrem por sua testa. Ele me aperta com força, preocupado em me deixar cair. Não olha pra mim, não percebe que estou a observá-lo. Pela quinta vez no dia...

Talvez seja melhor eu continuar de olhos fechados.

Viramos mais duas vezes e finalmente ele parece afrouxar o aperto.

– Chegamos – ele diz, aliviado e sorrindo, finalmente olhando pra mim. Ele faz uma careta – Ai... Eu...

Ele olha para baixo, e eu sei que deve ser porque ele realmente desfigurou o meu rosto com aquele ataque de porta. Ainda sinto o sangue, agora um pouco seco, empapando meu rosto e a gola da minha blusa.

Nate me coloca em cima de uma maca vazia, empurrando meus ombros levemente para trás, me fazendo deitar com cuidado. Ele afasta meus cabelos bagunçados de meu rosto, com as mãos e me dá um sorriso torto.

Meu nariz é que está torto! Pode tirar esse sorrisinho ridículo da cara!

– Vou chamar a enfermeira para ela afirmar se realmente quebrou – ele avisa – E depois lhe trazer um pouco de gelo. Precisa de algo?

Resmungo coisas que nem eu mesmo entendo, mas lembro de tê-lo mandado para algum lugar nada agradável. Ouço-o se afastar da minha maca, em passos rápidos.

Queria muito poder colocar a culpa de tudo isso no Nathaniel. Talvez a culpa seja mesmo dele. Mas isso seria mentir, porque se eu não tivesse decidido ser um stalker maluco, e depois fugir miseravelmente e ficar escorado logo na porta, nada disso teria acontecido.

O que é que eu estou pensando? A culpa é dele sim!

Ouço mais passos, e alguém toca meu rosto. As mãos não são de Nathaniel.

– Nathaniel me contou o que aconteceu – a voz feminina da Sra. Meelin, enfermeira da escola desde sempre, anuncia – Vamos ver este nariz. Isso vai doer.

– Tente não gritar feito uma garotinha – Nathaniel alfineta

– Me surpreende que você ainda esteja acordado, depois de ter visto tanto sangue – devolvo

Sinto como se outra porta tivesse sido lançada contra meu rosto quando ela o aperta e tento mesmo não gritar feito uma garotinha. Ela mexe nele por um tempo, enquanto eu morro de dor.

– Não quebrou – ela anuncia e ouço Nate suspirar aliviado – Só foi uma pancada bem forte. Assegure-se de colocar gelo nisso e passar a pomada que vou lhe dar. Eu volto já. E Nathaniel – ela chama e eu abro uma fresta dos olhos para enxergar. De braços cruzados, encostado na parede, ele a olha com prontidão – Poderia limpar o rosto dele? Estou ocupada com ferimentos mais graves...

Mais graves?! Como ela ousa! Estou ofendido, sinceramente!

– Escute aqui... – começo, pronto para xingar até a quinta geração da mulher inútil

– Eu cuido disso sim, Sra. Meelin – Nathaniel interrompe, me olhando feio – Fique a vontade. Obrigado pela ajuda.

– Devo dizer que fico surpresa de ver os dois juntos – ela sorri calma – Como nos velhos tempos.

– É que fui eu quem meio que o acertou com a porta... – Nathaniel coça a cabeça, envergonhado

– Meio que acertou?!

– Pode ir, Sra. Meelin – ele me ignora e a mulher sorri e vai embora

Nathaniel senta-se perto de mim, pega uma toalha branca, um balde, e coloca alguns curativos em cima da cômoda de madeira ao lado da maca. Ele me entrega um pacotinho cheio de gelo e embrulhado com papel, que assim que encosta-se a meu nariz, me proporciona um alivio instantâneo.

– Você é muito reclamão – ele resmunga, enquanto mergulha a toalhinha no balde e a torce – Quase ofendeu a coitada da enfermeira.

– Eu sou reclamão? – nunca me senti tão ofendido em um dia só – Não foi você que teve seu rosto acertado!

– Se acalme, está bem? – Nate suspira, e afasta o gelo com o torso da mão, me fazendo posicioná-lo automaticamente do lado esquerdo do nariz enquanto ele passa a toalha com cuidado no lado direito – Fique quieto.

– Idiota – resmungo novamente – Como é que eu vou aparecer em público desse jeito? Deve ter arruinado meu rosto!

– Nem está tão ruim assim, Castiel – Nathaniel sorri fraco, mas continua concentrado em não me machucar de novo

– É claro que está! – eu rebato com raiva

– Você nem viu como está. – ele nem olha pra mim, mas percebo-o revirar os olhos

– Não preciso ver.

– Eu estou vendo e estou te dizendo que seu rosto não ficou feio, agora dá pra calar a boca?

Fico quieto, e pressiono o saco de gelo contra o nariz. Sinto quando ele desce a toalha até meu queixo, e observo-o colocar a toalha de volta no balde, torcendo-a de novo.

– Agora o outro lado.

Reposiciono o gelo, e ele apoia-se em um braço ao lado de minha perna, enquanto limpa a outra parte do meu rosto. Encaro-o sem vergonha alguma de que ele note. Está tão perto e concentrado que nem acho que vai realmente notar. Fico olhando suas sobrancelhas, e o nariz perfeito, bem diferente de como o meu deve estar agora.

– Prontinho – ele se afasta bruscamente e eu sinto o rosto esquentar – Foi tão ruim assim?

– Não.

– Ah, decidiu parar de reclamar? – Nathaniel encosta as mãos molhadas na minha testa, checando minha temperatura – Está doente, é? Ou a pancada foi tão forte que colocou seu cérebro no lugar certo?

– Engraçado você, ein? – dou uma risada irônica – Está me matando de rir.

– Vou colocar um band-aid – ele me ignora, enquanto remexe na caixa de curativos. Pega um e sorri divertido – A maçaneta acabou cortando de leve o seu nariz. Nada demais, mas ficará mais protegido deste jeito.

Ele cola o band-aid com cuidado extremo no lugar e sorri satisfeito.

– Que gracinha. – ele ri – Parece que voltamos mesmo aos velhos tempos...

– Tirando o fato de que quem cuidava de você era eu... – relembro e observo-o corar

– Os papéis se inverteram, veja – ele dá uma piscadinha, mas suas bochechas continuam vermelhas e isso me arranca uma risadinha – Olhe aí, já melhorou. Está até rindo.

– Não me trate como uma criança. – devolvo, irritado com o modo como ele se dirige a mim

– Mas você age como uma... – dá de ombros – O que quer que eu faça?

– Vou arrancar esse sorrisinho da sua cara num minuto.

– Vá em frente então – ele fala rindo, enquanto levanta e me estende a mão

Eu a seguro.

***

No caminho de volta para o porão, encontramos Alexy e Kentin, que assim que me vêem começam a gargalhar.

– Quem foi o autor dessa obra prima no seu rosto Castiel? – Alexy grita descaradamente – Que amor...

– Nunca viu um nariz quebrado não, palhaço? – rebato com agressividade

– Não está quebrado...

– Você cale a boca, a culpa é sua. – ergo a mão, fazendo sinal para que Nathaniel se silenciasse.

– Finalmente perdeu a paciência com ele, Nath? – Alexy o olhou surpreso – Acho que Armin ganhou a aposta...

– Não soquei a cara dele, Alexy. Se for isso que está pensando – Nate responde, olhando-o confuso – Que aposta?

Alexy sorri maldoso.

– Eu e Armin apostamos que ou vocês se matariam ou se apaixonariam, dividindo o quarto – o azulado solta uma gargalhada, mas depois faz bico – Pelo jeito acabei perdendo...

– Você é um palhaço mesmo, Alexy – o loiro grita, seu rosto da cor dos meus cabelos – Vamos logo Castiel.

– Se você não bateu nele, então o que aconteceu? – Kentin se manifesta, e o observo reprimir um sorriso

– O maníaco das portas decidiu lançar uma no meu lindo rosto – cruzo os braços

– Você é que estava atrás dela!

– E foi você quem não bateu!

Nathaniel me olha bravo por alguns segundos, mas logo outro sorriso escapa por seus lábios. Estou começando a ficar confuso.

– Não dá pra te levar a sério desse jeito – ele aperta a ponte do nariz, enquanto abafa o riso – Venha, vamos pegar sua guitarra.

– Que merda, eu já disse que posso fazer isso sozinho!

– Você pode acabar ficando tonto e caindo, e eu não quero problemas pro meu lado – ele diz, me puxando pelo braço

Saímos andando pelo corredor, deixando Alexy e Kentin risonhos para trás.

Andamos em silêncio até chegar ao porão, que tem a porta maldita entreaberta e um Lysandre bem preocupado saindo por ela.

– Castiel, ainda bem que o encontrei! – ele me chacoalha pelos ombros enquanto olha para o meu rosto, num misto de confusão e... Graça? – Porque está com isso na cara?

– Porque o senhor estressadinho – aponto com o polegar para Nathaniel, que me olha indignado – Entrou de supetão enquanto eu estava apoiado na porta.

– Você disse que estava saindo para pegar uma bebida – o garoto loiro me encara confuso e com certa suspeita

Merda! Merda, merda, merda!

– É a mesma coisa – tusso para encobrir a mentira, no exato momento que Elizabeth aparece por detrás de Lysandre

Ela olha para o meu rosto em silêncio, e depois para o de Nathaniel.

Então cai na gargalhada.

– O que é ein?! – grito irritado, apertando os punhos – Perdeu alguma coisa na minha cara, tábua?!

– Castiel, não se dirija assim a uma dama... – Lysandre me repreende, erguendo o indicador

– Tem razão, mas a Elizabeth não é uma dama. – eu coloco meu ponto de vista, voltando a cruzar os braços – Ela é um cavalo com cabelo.

Isso parece parar a risada, e ela me olha feio. Mas dura apenas por uns minutos, porque começa a rir loucamente de novo.

– Quem... Quem fez isso...? – ela apoia a mão na barriga, enquanto os outros dois seguram o riso – Quem foi o gênio...?

– Que desfigurou o meu nariz? O Nathaniel! – replico com raiva – E obrigado pela preocupação viu? Vocês são ótimos amigos!

– Não isso... – ela respira fundo e volta a rir – O band-aid. Nathaniel, eu te amo.

Nathaniel finalmente solta a risada babaca que tanto reprimiu e eu levo a mão ao curativo.

– O que é que...? – começo, e vou correndo até o banheiro mais próximo e assim que entro, me olho no espelho

Ele tem razão, meu rosto não está tão ruim assim. Mas então, finalmente entendo o motivo de todo mundo estar rindo de mim.

Encaro com a maior raiva do mundo o band-aid da Hello Kitty colado no meu rosto, e um pensamento assassino toma conta de mim.

– Nathaniel! – dou um grito gutural, e já preparo as mãos para esganar o maldito representante


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Notas finais do capítulo

Os papéis se inverteram, agora é o Nath quem carrega o Cassy!
O que acharam? Comentem, por favor!
Até o próximo! Beijoss



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