What If...? escrita por Miss Daydream


Capítulo 17
Capítulo 17 - Susto


Notas iniciais do capítulo

OIOIOIOI GENTE!
VOCÊS VIRAM ESSA ATUALIZAÇÃO LINDA DE CAPA???? MEU MELHOR AMIGO DO MUNDO INTEIRO QUE FEZ ESSE DESENHO MARAVILHOSO DO CAS E DO NATH, SÓ PARA WHAT IF! Deixem suas opiniões nos comentários, mostrarei todas pra ele!
Visitem a página dele no Facebook, o menino é puro talento, prometo!
> A Arte do Devaneio
Esse cap é dedicado com todo o amor e carinho a Barbara280 pela recomendação MARAVILHOSA que ela escreveu. Muito obrigada viu flor? Pessoas como você me ajudam de uma forma que não tenho nem palavras.
E claro, ao Gabriel, meu Moony e a pessoa que me impulsionou a voltar para as palavras quando elas me pareciam perdidas. O seu carinho e seus elogios me salvam sempre, e eu agradeço muito por tudo!
Agora vamos ao cap, que é só tiro porrada e bomba!



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Estamos andando há pelo menos 20 minutos. As pegadas que Nathaniel deixou na neve branca e fofa são o nosso guia, mas estão começando a parecer incertas e apagadas.

Flocos de gelo começaram a cair, o que só dificulta tudo. Eles estão presos em meu cabelo, fazendo contraste com o vermelho sangue. Sinto Elizabeth tremer de frio logo atrás de mim. Acho que estou tão anestesiado pela adrenalina que nem sinto mais nada além da vontade de encontrar Nathaniel.

E, bem, dar-lhe um belo soco naquela cara pálida. Porque é que ele tinha que sumir assim?

Logo depois de ele ter desaparecido entre a neve e as árvores, decidimos sair atrás dele. Talvez a raiva e a sensação de traição o estejam movendo agora, e esses combustíveis o deixaram muito rápido.

Minha hipótese é de que essa pequena amostra de neve caindo do céu agora evolua eventualmente para uma nevasca. Espero que consigamos encontrar o loiro revoltado antes disso...

Nate estava transtornado. Fora de si. Mais ainda do que quando descobri sobre aquelas marcas roxas em suas costas, e isso me deixa com uma sensação horrível de aperto no peito. Perguntei várias vezes para Lizzie o que diabos tinha acontecido para ele estar daquele jeito, mas em todas as vezes ela começava a chorar compulsivamente, repetindo que era tudo culpa dela. Estamos calados agora.

A subida da montanha não parece acabar nunca, e as árvores e o frio cortante só dificultam o caminho. Me concentro muito no chão e nas pegadas quase invisíveis de Nathaniel.

— Por favor, esteja bem. - sussurro para o vento, quase implorando, como se ele pudesse fazer alguma coisa sobre isso

Depois de um certo tempo, as pegadas de Nate desaparecem, encobertas pela neve recém caída. Meu coração dispara, e sinto um bolo se formar no meu estômago. Lizzie parece perceber também, e começa a olhar para as copas das árvores, verificando se Nate não está em uma delas. Faço o mesmo, mas acabamos fracassando e nos frustrando.

— Não podemos perdê-lo agora - grito de ódio e soco uma árvore, fazendo com que uma camada de neve caia perto de Lizzie - Não podemos, porra!

— Se acalme. - ela respira fundo - Temos que continuar.

— Para onde, sua idiota?! - o nervosismo e a possibilidade de termos perdido Nathaniel se apossam de mim, não consigo evitar

— Para cima, Castiel! - ela grita de volta, lágrimas escapando dos olhos. A culpa estampada neles - Ele deve ter seguido para o topo da montanha.

— Isso é muito perigoso. - entro em pânico. O que ele planeja fazer lá em cima? - Puta merda, isso é muito perigoso. Teremos que lidar com uma nevasca daqui a pouco e aquele BOSTA está bancando a rainha do gelo no topo da montanha vazia!

— Não brinca com isso, seu imbecil! É sério!

— Não tô brincando, merda! - minha voz falha - Eu estou a beira de um ataque de nervos! Tô botando pra fora!

— Você acha que devemos voltar e buscar ajuda? - ela pergunta controlando a respiração

— De jeito nenhum! - respondo tremendo. De frio, de medo, de nervoso... Nem sei mais de nada - Eu vou subir essa porcaria de montanha, e não vou desistir até encontrar o representante de merda!

— Vou com você. - ela responde decidida, e eu meio que agradeço a postura dela.

Continuamos.

***

Depois de certo tempo, finalmente avistamos ao longe uma figura encolhida e tremendo abaixo de uma árvore grande. Observo a fumacinha de frio sair por sua boca cada vez que ele respira pesadamente. Começo a correr em sua direção, e, sinceramente, não sei o que vou fazer quando chegar lá.

Só sei que quero muito chegar.

— Nathaniel! - Elizabeth grita de alívio ao meu lado, correndo em sua direção também - Nathaniel, nós estamos aqui! Viemos te buscar!

O loiro levanta a cabeça bruscamente, e nos observa com cólera no olhar.

— Que merda vocês estão fazendo aqui?! - ele se levanta e observo suas mãos apertarem a árvore - Me deixem em paz!

Aperto o passo, sem falar nada. Eu tenho que alcançá-lo. Tenho que chegar até ele.

Eu preciso.

Ele me observa com desespero no olhar, e parece que não vai aguentar se eu chegar ali. Parece que vai ruir se eu tocá-lo. Partir-se no meio, até desaparecer.

— Por favor! - grito em meio a corrida e a respiração acelerada - Por favor!

Ele me olha com dor, vira as costas e sai correndo em direção ao teleférico na beira do penhasco.

Nathaniel quer se isolar, ficar sozinho, suportar o que quer que esteja acontecendo totalmente abandonado. Mas eu não posso deixar isso acontecer. Simplesmente não posso. Não de novo.

Minhas pernas se movem em uma velocidade assustadora, e Lizzie está logo atrás de mim. Estamos a ponto de conseguir chegar até ele, quando o garoto consegue pular para dentro do teleférico acinzentado, apertando desesperadamente os botões para que as portas se fechem.

Mas, dessa vez, ele não consegue.

***

Pulamos para dentro na exata fração de segundo em que as portas se fecham atrás de nós. O teleférico começa a se mover, e é tarde demais para entrar ou sair. Estamos presos aqui até o passeio acabar.

O espaço não tem bancos ou assentos, é apenas vazio e deve suportar pelo menos oito pessoas. Há botões e avisos espalhados, além de uma alavanca de emergência. Elizabeth treme ao meu lado, e eu estou ofegante.

Nathaniel me encara incrédulo, parece carregar o mundo inteiro em seus ombros. Eu não sei porque, ou como posso fazer isso, mas uma imensa vontade se apossa de mim. A vontade de ajudá-lo, de tirar esse peso dele.

O olhar de incredulidade é substituído pelo de raiva e ódio, direcionado a nós dois. A tensão é palpável. Até que ele grita e lágrimas escapam de seus olhos.

O grito dele dói. Não só os ouvidos, mas como também a indignação, a dor que existe nele. Fecho os olhos angustiado, e só os abro quando ele para.

Está segurando os cabelos dourados por entre os dedos, o rosto enterrado nas mãos. Balança a cabeça em negação, enquanto Elizabeth chora desesperada atrás de mim.

— Vocês querem me destruir?! - grita para nós - Querem acabar comigo?!

— Nath, por favor... - a garota começa, mas ele a interrompe

— O que vocês querem aqui?! Porque me seguiram?! - ele tira as mãos do rosto vermelho e imerso em lágrimas. Sua face é uma mixagem de sentimentos conflituosos - Porque estão aqui?! Porque você tinha que trazer justo ele?! Porque?!

— Nate... - tento também, mas ele quase parte para cima de mim

— Cale a boca! Me deixe em paz! Porque veio?! - Nathaniel treme, em total colapso - Porque está me atormentando?! Já não te bastaram todos esses anos?!

— Eu vim atrás de você porque estou preocupado! - grito de volta, sentindo o calor da adrenalina subir totalmente - Eu vim porque... Porque...

Ele ri, com nervosismo e escárnio. Como se zombasse de mim.

— Mentiroso! Você sequer se importa!

— É óbvio que me importo, seu imbecil! - seguro-o pela gola do casaco azul que usa, agora coberto por neve - Você realmente acha que eu sairia correndo num início de nevasca para vir atrás de alguém que realmente odeio?! Ein?! Seu babaca, se recomponha! Nós estávamos desesperados atrás de você! Como ousa dizer que não me importo...?!

— Você não se importa faz muito tempo! - Nathaniel se chacoalha, tentando sair do meu aperto - Meus problemas nunca pareceram importar para você!

— Não ouse dizer isso, não ouse!

— Quando você me abandonou sozinho, por aquela sua namoradinha IMBECIL que só queria se APROVEITAR DE VOCÊ - as palavras saem quase cuspidas, afiadas feito tesouras - Nada pareceu importar! NADA!

Sinto como se elas tivessem realmente me cortado, e o solto com certa agressividade.

— E VOCÊ! — ele grita para Elizabeth, que está debulhando em lágrimas - É tudo culpa sua! Enxerida de merda! Se aproveitou até da minha irmã só para ter acesso a minha vida pessoal! - ele respira com dificuldade e coloca a mão sobre o peito - Estou cansado de tudo isso!

— Eu só queria ajudar... - Lizzie fala baixinho, pequena - Te tirar dessa situação horrível, você não merece nada disso, Nathaniel!

— EU NUNCA PEDI AJUDA! - meu coração falha a batida - Para nenhum de vocês dois! Eu sei me virar! Não quero ajuda nenhuma!

— O que você está sofrendo é sério demais Nath, por favor, eu te imploro: deixe-me ajudar você...!

— CALA A BOCA! - ele parece estar a ponto de pirar

Segura os cabelos dourados novamente, tentando se controlar. Engole em seco e respira fundo. Ficamos em um silêncio estagnante por um tempo.

Até que ele finalmente decide falar, com a voz mais baixa.

— Eu vou dizer o que vocês vão fazer. - diz por entre os dentes cerrados e a falsa compostura - Vocês vão voltar para a droga do chalé assim que esse teleférico idiota me deixar no topo da montanha. É exatamente isso que vocês vão fazer.

— Nem fudendo, representante! - me manifesto com ódio. Eu não o deixaria sozinho, de jeito nenhum

— Eu não perguntei nada para você! - ele grita comigo - Não pedi opinião nenhuma! Vocês vão voltar para aquela droga de chalé e ME DEIXAR SOZINHO!

Depois de dizer essas palavras, ouvimos um barulho ensurdecedor vindo do topo do teleférico. Ele dá uma guinada, nos jogando para frente violentamente, e balança um pouco.

— O que é isso?! - Lizzie grita desesperada e treme de medo - O que aconteceu?!

Nathaniel levanta e aperta os botões do teleférico. Nada acontece. Vai até a janela, e eu o acompanho. Não há iluminação lá embaixo.

— A nevasca acabou com a energia. - ele treme ao meu lado - Estamos presos aqui. Era só o que me faltava!

Algo desperta em meu âmago, fazendo com que eu finalmente perceba que estamos literalmente à beira de um precipício. Começo a suar frio. Não, não, não, não, não...

— Isso é sério?! - Lizzie vem até a janela, me empurrando para o lado - O que faremos agora?!

Nathaniel aperta um botão vermelho, que parece ser o único que parece funcionar.

— Acionei o socorro, logo eles virão nos buscar. - ele está se controlando muito agora - Eu espero.

Meu corpo todo treme, e eu não consigo parar. Minha cabeça gira enquanto eu olho para baixo através da janela. Não consigo desviar o olhar do buraco negro que vai nos engolir se cairmos.

O silêncio se instala enquanto Nathaniel se acalma. Lizzie pondera algumas coisas e eu tento ao máximo me controlar. Minhas pernas não parecem fortes o suficiente agora.

— É uma boa oportunidade para conversarmos, Nathaniel. - ela solta, e o loiro a olha incrédulo

— Se você abrir a sua boca, eu não sei o que sou capaz de fazer...

— Você tem noção do quanto esse assunto é sério?! - ela rebate - Eu não vou deixar de lado, não vou! Não tenho medo de você, mas sim por você!

— Elizabeth, você...

Tudo parece se afastar enquanto eles gritam um com o outro. Eu não ouço mais nada, e o mundo todo gira. A realidade está embaçada, e eu em pânico. Minhas pernas não aguentam mais meu próprio peso, e eu escorrego pela parede do teleférico, até o piso. Um apito soa em meus ouvidos, e eu os tampo. Não sinto mais o chão abaixo de mim, não sinto mais nada. Totalmente entorpecido, totalmente dominado pelo meu medo, uma sensação de fim do mundo se instaura em mim. Tudo começa a apagar. Sinto que vou morrer. Nós iremos cair, nós iremos... Nós iremos...

— Castiel... - uma única voz se sobrepõe ao caos que está minha cabeça - Você está me ouvindo...?

Ela está embaralhada e é quase inaudível perante ao apito e ao barulho infernal. Mas ela existe. Existe.

Não lembro de quando comecei a gritar, mas acho que consigo parar.

— Castiel... - a voz insiste. Quem é que está falando? Eu já não entendo mais nada - Cassi, estou aqui...

O rosto dele entra em foco assim que reconheço sua voz. Primeiro os olhos dourados. Que se esforçam para me passar a tranquilidade que sei que não existe. Mas o simples esforço já me ajuda. Logo depois as sobrancelhas loiras, e os cabelos. Então vejo o contorno de seu nariz alongado, e finalmente sua boca. Que tenta abrir um sorriso aconchegante para mim.

— Cassi, está me ouvindo? - nada mais além dele existe, nada além dele tem foco. Faço que sim com a cabeça - Estou aqui. Está tudo bem, o socorro já vai chegar.

Não lembro de quando sua voz ficou tão doce, mas sei que ele está fazendo um tremendo esforço para não sucumbir. Nathaniel está fazendo isso por mim.

Por mim.

— Deite a cabeça dele no meu colo, Lizzie. - ele diz sem tirar os olhos dos meus, e sinto minhas bochechas serem pressionadas. Logo depois, sei que há chão abaixo de mim porque minha cabeça está tocando o colo de Nate - Aguente firme, Cassi. Estou aqui.

Sinto seus dedos por entre os fios de meu cabelo. Está fazendo um carinho gostoso, e começo a sentir o ambiente. Agora vejo Elizabeth me olhando preocupada, ao lado de Nathaniel. Vejo as paredes de metal e também vejo a neve lá fora.

— Nate... - começo, mas ele sorri

— Shh, fique quieto. - sinto suas mãos trêmulas em minha testa - Mentalize coisas boas e respire fundo. Nós daqui a pouco estaremos fora daqui.

Silêncio enquanto eu recupero o que resta. Me sinto mais tranquilo e aquecido agora.

— O que aconteceu, Nath? - Lizzie sussurra como se eu não pudesse ouvir, e fico com vontade de retrucar, mas não tenho muita força para isso - O Cas está bem?!

— Sim, ele teve uma crise de pânico. - ele responde - Castiel tem fobia de altura desde quando éramos pequenos. Acho que a crise se deu assim que ele percebeu que paramos. - Nate olha para mim de novo, e eu agradeço mentalmente - Mas está tudo bem agora, não é Cassi?

O apelido aquece meu peito. Minha cabeça finalmente se aquieta, deixando apenas uma leve dor para trás, como lembrança do que houve.

Ele ainda lembra. Ele se lembra dos meus medos. Das minhas fobias. Ele ainda sabe ajudar. Sabe o que fazer para não piorar, sabe como me acalmar. Assim como ele sabia há tempos atrás.

— Agora está tudo bem. - aperto uma de suas mãos, e ele aperta de volta

Será que o mundo não podia congelar aqui para sempre? No simples e tranquilo "tudo bem"?


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Notas finais do capítulo

Capítulo cheio de feels! Castiel está a um passo de descobrir o que tem de tão errado com o Nathaniel e o porque de ele estar fazendo todo esse mistério... Nosso protagonista parece ter finalmente percebido a importância do loiro em sua vida!
O que o Cas teve foi uma crise/ataque de pânico. Por mais estranho que pareça, os ataques de pânico são comuns em várias situações. Elas podem ser situações específicas ou não. Pessoas com ansiedade e outros problemas psicológicos costumam ter ataque assim frequentemente... Então não podemos esquecer o quanto isso é sério! Procurem sempre entender e ajudar pessoas nessas situações, muitas vezes os ataques são bem piores do que o que o Cas teve... É preciso ter muita paciência e carinho!
Nath é altruísta até demais, então ele mudou dessa maneira para poder ajudar o amigo. A fobia do Castiel só ataca em momentos de tensão ou em que a altura é extrema, e o Nate sabe muito bem nisso! Precisamos de mais pessoas como ele sz
Queria mais uma vez pedir desculpas pelo atraso, mas, como sempre digo, continuo aqui ok? Só preciso de um empurrão as vezes, e o Gabriel me ajudou muito nisso!
Espero que tenham gostado da capa como eu gostei!
Se encontrarem qualquer erro no capítulo não hesitem em me avisar! Revisei-o várias vezes, mas sempre me escapa algo!
Acredito que o próximo saia logo, já que minhas férias começam semana que vem!
Me mandem o que vocês acharam nos comentários! Eu amo muito vocês! Até o próximo
Beijão sz



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