Fui transferida para Londres. Coronel Philips concordou quando Steve fez o pedido para que me levasse junto deles, na nova base onde trabalhariam. Peggy também deu uma forcinha, disse que se derrubaríamos a Hydra, precisávamos de alguém que soubesse cuidar de ferimentos rapidamente. E eu era a melhor nisso, bom... pelo menos é o que diziam. Ferimentos sempre fora fácil pra mim, não importa o quão grave fossem, sempre soube como manter a calma e fazer meu trabalho. O ruim seria tirar uma bala de alguém... claro, treinei para fazer isso e sabia como fazer. Mas a ideia me dava medo.

A base onde trabalhávamos não era a céu aberto, mas subterrâneo, ou seja, nada de barracas ou lama nos pés. O que soava como o paraíso.

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Estávamos à caminho do Star Club, que ficava no oeste de Londres. Várias pessoas da base iriam também, incluindo os homens na qual Steve iria convidar para fazer parte de seu time que lutaria ao lado dele, contra a Hydra.

Ele se sentou junto de Timothy Dugan, Jim Morita, James Falsworth, Gabriel Jones e Jacques Dernier. Pelo o que me lembrava, um deles até era alemão, que raramente parecia falar inglês. Eles eram bastante animados, não paravam de beber e cantavam sempre que tinha oportunidade.

–Vai lutar de novo, não vai? -disse a Bucky que havia se sentado ao meu lado.

–Vou. Ainda quero lutar, tudo bem por você, boneca? -sorri, senti falta dele me chamando desses apelidos bobos.

–Tudo bem, desde que você volte vivo de cada uma das missões. -ajeitei o cabelo dele - Eu só não quero perder você.

–Não vai. -ele me deu um beijo rápido- Eu ainda tenho aquela promessa de comprar um anel pra você, pretendo cumpri-lá.

Ri e lhe dei outro beijo, um pouco mais demorado. Quando nos separamos, notei que Steve vinha em nossa direção, e se sentou ao lado esquerdo de Bucky, que falou:

–Não disse? São todos idiotas. -ele deveria estar se referindo aos novos parceiros de guerra. Steve apenas riu baixo.

–E você? -disse Steve- Está pronto para lutar ao lado do Capitão América?

–Não. -respondeu Bucky- Aquele garoto do Brooklyn é burro demais, vive se metendo em encrenca... eu vou com ele.

Sorri. Era reconfortante saber que mesmo depois de tantas mudanças, a amizade deles continuava a mesma.

Homens cantavam alegremente, logo foram parando e notamos que uma mulher havia entrado no bar e andado até Steve. Era Peggy. Ela usava um vestido vermelho, que definitivamente fazia com que qualquer pessoa a notasse. Ao vê-la, Steve logo se levantou, e puxei Bucky ao ver que ele também se levantaria.

–Desculpe. -ele disse, enquanto Peggy disse algo para Steve que não pude ouvir.

–Vejo que seu pelotão está se preparando. -ela disse ao ver que os homens haviam voltado a cantar.

–Não gosta de musica, Agente Carter? -perguntei ao notar que Steve estava hipnotizado demais para falar.

–Na verdade gosto. -ela respondeu, ainda com os olhos em Steve - Talvez, quando isso tudo acabar, eu vá dançar. Só estou esperando... o parceiro certo.

–Agente Carter. - eu disse antes dela sair do bar.

–Agente Strongbird. -ela disse, e foi embora, ignorando por completo Bucky, que mesmo sendo comprometido, sempre recebia muita atenção das mulheres.

–Eu sou ínvisivel. - disse ele, olhou para Steve e continou -Eu estou me tornando você, que pesadelo.

–Precisa mesmo da atenção das mulheres, Sargento Barnes? -eu disse com uma leve pontada de ciumes.

–Na verdade não. -ele se virou para mim - Eu já tenho a atenção da única mulher que desejo.

Sorri em aprovação,e depois de um leve silêncio, dei uma risada que fez ambos olharem estranho pra mim. Perguntei a Steve o que havia entre ele e Peggy, o que o fez ficar bem desconfortavel.

–Do que está falando? Não há nada entre mim e a Agente Carter.

–Vou fingir que acredito. -ele apenas suspirou - Você reparou que quando ela disse "parceiro certo", quis dizer você, não sabe?

–Emma. -ele pediu para mim parar.

–Tudo bem, não digo nada... mas você deveria ir dançar com ela um dia desses.
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Bucky me acompanhou até meu dormitório, estava vazio. Eramos apenas duas enfermeiras naquela base, não havia necessidade de tantas. Minha colega de trabalho, provavelmente ainda estava no bar.

–Tenha uma boa noite, Sargento Barnes.

–Eu odeio quando você fala assim? -ele disse se aproximando e olhando para meus lábios.

–É? - eu disse sem me afastar.

–É. -nisso ele me puxou pela cintura e me beijou. Eu não faço ideia de como seria se o perdesse, viver sem seu toque, sem sua companhia, sem saber que mesmo estando longe, ele estava ali... vivo.

–Vá descansar. -disse quando nos separamos. - Você tem uma missão amanhã.

–Eu sei... -ele me deu outro beijo, mas logo o parei.

–Boa noite, Buck.

–Boa noite, Em. -depois de outro beijo, ele foi para seu dormitório.

Me dirigi até minhas roupas, e percebi que havia deixado meu lenço no Star Club, não era muito longe dali... eu poderia ir até lá e pegar. Provavelmente o lugar estaria fechado pela manhã, e também poderia não ter tempo para isso do dia seguinte. Coloquei os sapatos novamente e andei até o bar, ainda estava lotado, pessoas bebendo e cantando para todos os lados. Steve não estava mais ali, mas seu novo pelotão estava, provavelmente estariam acabados pela manhã. Andei até onde estava sentada e vi meu lenço na mesa do outro lado. Era facíl saber que era o certo, meu nome estava bordado nele, ela havia feito isso antes de ir para o hospital e... você sabe.

Ao chegar na rua, havia poucas pessoas andando por ali, apenas algumas que andavam pelo bar. Notei que havia um homem do outro lado da rua que me encarava. Ouvi alguém atrás de mim assoviar, então alguém surgiu de rua seguinte. Senti uma pancada na cabeça e antes de desmaiar, notei que alguém estava me levando para algum lugar.