~Pov Hermione

Mais um dia exaustivo no trabalho, tive que comparecer á duas reuniões e depois de organizar alguns arquivos eu finalmente estava indo pra casa, só faltava guardar as coisas em minha bolsa. Foi quando ouvi uma batida na porta, o que me fez torcer para que não fossem mais papéis.

–Entre. –Falei e Ângela entrou sorrindo sem nada nas mãos, o que me fez suspirar agradecida.

–Senhora Malfoy, seu marido está lá fora e insiste em falar com a senhora.

–O que ele quer? Vamos nos ver em poucos minutos!

–Eu não sei, mas ele disse que é urgente.

–Tudo bem Ângela, deixe-o entrar e pode ir pra casa, obrigada. –Ela assentiu saindo da sala e logo o loiro entrou em minha sala sorrindo. –Aconteceu alguma coisa? –Perguntei e ele não respondeu apenas me beijou. Um beijo um tanto diferente já que eu não sentia as borboletas em meu estômago, coisa que sempre era presente quando eu o beijava.

“O que foi isso?” Falei fazendo-o me soltar e cruzando os braços. “Não pode ficar me agarrando no meu local de trabalho Malfoy!”.

–Eu preciso falar com você Hermione. –Ele começou e eu fiz um sinal para que continuasse. –Quero a nossa família de volta.

–O quê? –Merlin me belisca porque eu não sei o que acabou de acontecer.

–Eu amo você Hermione.

–Draco eu... E-eu também amo você. –Falei e ele sorriu satisfeito puxando-o pra mim e ele logo me prendeu na parede.

–Tinha dito que eu não poderia te beijar no seu local de trabalho.

–Não importa, não tem ninguém aqui. –Eu disse e ele selou nossos lábios novamente fazendo-me sentir de novo a sensação estranha. O que houve com o beijo dele? Antes só de nossos lábios se tocarem eu me sentia diferente, mais completa, mas agora...

Ele prendeu minhas pernas em sua cintura e foi comigo até a minha mesa, me colocando sentada ali, me beijando enquanto tirava meu sobretudo jogando-o no chão. Perdemos o fôlego e ele desceu os beijos pelo meu pescoço, subindo as mãos por dentro de minha blusa... Estava fazendo tudo tão rápido...

–Finalmente você é minha Herms. –Eu parei e segurei suas mãos empurrando-as na mesma hora, mas ele não parou de me beijar. –O que foi morena?

–Me solta! –Mandei, mas ele me deu um selinho parecendo não se importar com toda a raiva e eu o mordi deixando-o irritado.

–Por que fez isso?! –Ele gritou e eu desci de cima da mesa ficando perto da porta assustada. Minha varinha estava em meu sobretudo, que ele havia jogado no chão atrás da mesa, eu não conseguiria pegar.

–Quem é você?!

–O quê?! Eu sou o Draco, seu marido, não me reconhece mais?!

–Não, você não é o Draco!

–Claro que eu sou, não está vendo?!

–NÃO MINTA, EU SEI QUE NÃO É! –Gritei e ele puxou meus cabelos me trazendo mais pra perto e fazendo-me encarar seus olhos.

–E como chegou a essa conclusão, sangue-ruim. –Ele forçou a palavra me fazendo ter certeza de quem era.

–Draco nunca me chama de Herms e o beijo dele é muito melhor que o seu Nott. –Um sorriso de satisfação brotou em seu rosto e ele me empurrou com força, aplaudindo em seguida.

–Muito bem. Realmente impressionante sua imunda. –À medida que ele se aproximava eu recuava, por isso acabei encostada a porta com ele quase colado em mim. –Sabe o que vim fazer aqui? –Ele encostou seu rosto no meu, mas eu o virei.

–Me matar?

–Não, eu vim fazer você pagar. –Ele segurou meu rosto para que eu olhasse em seus olhos, e os meus logo se encheram de lágrimas. Por um segundo eu acreditei. Acreditei que ele poderia me amar novamente, querer nossa família de volta, mas pelo visto eu estava enganada... –Se lembra de quando fugiu daquela casa velha com a pirralha e o traidor do sangue?! –Ele segurou meus braços, apertando-os com força. –EU QUASE VOLTEI PRA AZKABAN POR SUA CAUSA!

–NÃO OS CHAME ASSIM!

–O que vai fazer?! Me matar?! Você não tem coragem.

–Como sabe?!

–Enquanto a polissuco funcionar você não vai me matar por mais que queira porque você é burra e voltou a amá-lo.

–Aposto que consigo!

–Não, você não consegue. Eu me lembro do 6ºano quando vocês namoravam... Ele te contou que era um Comensal e você poderia entregá-lo se quisesse, mas não o fez. Sabe por quê?! Porque você é idiota Granger! E agora acabou de fazer a maior burrice do século que foi voltar a gostar dele, porque ele nunca vai amar você de novo. Quando olhar nos olhos dele você não terá forças para matá-lo, ou nesse caso me matar.

–Como sabe que ele não vai me amar de novo?!

–Antes de você ele tinha aversão à palavra casamento, e como ele não se lembra voltou a sentir exatamente isso por essa palavra, ou no caso, você. –Quanto mais ele falava mais lágrimas se acumulavam em meus olhos. Não eram lágrimas de medo, e sim porque eu sabia que tudo o que ele estava dizendo poderia ser verdade.

“Está grávida não é?” eu desviei o olhar do dele, que me puxou, fazendo-me bater as costas na parede. “QUANDO EU FAÇO UMA PERGUNTA VOCÊ RESPONDE SANGUE-RUIM!” continuei em silêncio, agora pensando em Scorp. “Se não quiser que eu mande alguém até sua casa para pegar sua filha de novo eu sugiro que comece a falar morena”.

–Boa sorte pra passar por 3 aurores. –Falei desafiando-o.

–Uma poção polissuco abra portas Granger, e várias pessoas também querem se vingar de vocês.

–Eles vão perceber que tem algo diferente, assim como eu percebi. Annia não está sozinha e Draco não vai deixar nada acontecer com ela.

–Não quer responder, tudo bem, mas saiba que eu não ligo de tirar de você. –Ele me puxou novamente e me jogou em minha cadeira para que eu me sentasse. Nott pegou a varinha e com um feitiço amarrou minhas mãos, em seguida apontou-a pra mim. –Leglimens!

Eu estava enjoada, vomitando no banheiro pela terceira vez no dia, quando ouvi batidas na porta.

–Gina, está vomitando de novo? –Era a voz do Blás. –Olha, o testa rachada não está aqui, precisa de ajuda? –Não consegui responder, então ele abriu a porta e se surpreendeu a ver que quem estava lá era eu e não Gina. –Oh meu Merlin Hermione! –Ele veio até mim segurando meus cabelos parecendo preocupado. –Está tudo bem? Quer que eu chame o Draco?

–Não... Por favor, não... –Falei voltando a vomitar.

–Há quanto tempo está assim?

Mas eu não consegui responder. Quando me levantei ao parar de vomitar tudo ficou escuro e eu só acordei algumas horas depois em um quarto no St. Mungus.

–Está tudo bem? –Blás perguntou ao perceber que eu havia acordado.

–O que aconteceu?

–Você desmaiou, eu entrei em desespero e a trouxe pra cá. Como você me disse pra não contar ao Draco eu vim sozinho... A Luna vai me matar. –Ele disse rindo.

–Obrigada Blás, e me desculpe pela Luna...

–Sem problemas Herms. Mas eu preciso te contar uma coisa. –Assenti receosa, já que eu mesma estava desconfiada que isso poderia acontecer. –Digamos que eu vou ser tio de novo.

–Eu estou grávida?! –Perguntei e ele balançou a cabeça assentindo.

Pisquei os olhos e Nott/Draco estava na minha frente de novo, sorrindo enquanto eu sacudia os braços, tentando soltá-los da cadeira. Minha cabeça estava explodindo.

–Você não vai sair daí se eu não quiser, e você sabe que eu não vou te soltar.

–O que quer de mim?

–Quero conversar. –Olhei sem entender e ele puxou outra cadeira, sentando-se de frente pra mim. –Conte-me, por que foi burra pra cair na cama com o Draco e engravidar? Ele já sabe do bebê?

–Sim ele sabe, e o fato de termos dormido juntos é um assunto nosso não seu. –Falei temendo que ele entrasse em minha mente de novo.

–Acredita mesmo que ele possa amar você? –Não respondi, apenas desviei o olhar. –Aah, a história é melhor do que eu pensei. –Ele gargalhou. –Você não acredita. Pelo menos é bem realista Granger. O que ele achou do bebê? Aposto que odiou.

–EU NÃO TENHO QUE DAR SATISFAÇÕES DA MINHA VIDA Á VOCÊ! –Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto com força.

–Se não quiser que eu entre na sua mente e descubra você tem sim. –Ele apontou a varinha pra mim. –Crucio. –Nott disse fazendo com que eu sentisse como se todos os ossos do meu corpo estivessem se quebrando, a sensação durou longos minutos e logo ele parou. -Agora cale a boca e responda.

–Ele não odiou. –Murmurei me recuperando.

–Assim está bem melhor, estamos tendo progresso. –Ele começou a mexer em minhas coisas e pegou minha bolsa, tirando a foto de Annia. –Sabe, se não fossem os olhos e a chatice absurda eu teria dúvidas que Draco é o pai da pirralha.

–COMO OUSA FALAR QUE TIVE UM CASO?! É CLARO QUE ELA É FILHA DO DRACO!

–Por acaso se lembra?

–NÃO!

–Então como sabe que não teve um caso?

–Simples, eu nunca me entregaria a outra pessoa.

–Que fofo. –Nott sorriu sarcástico. –E o próximo pirralho que está pra vir, é filho dele?

–CLARO QUE SCORPIUS É FILHO DELE!

–Scorpius? Huum... Belo nome. Pena que você, por estar grávida pode não aguentar muito tempo de tortura e assim acabar perdendo o bebê.

–O QUÊ?! NÃO! POR MERLIN NÃO! O SCORP... –Implorei chorando cada vez mais desesperadamente e sacudindo os braços tentando me soltar.

–CALE-SE! –Ele se apoiou em minha cadeira e me deu um tapa forte no rosto. –Você quase fez com que eu fosse preso! É claro que vou me vingar de você, e não encontrei maneira mais divertida que essa. –Os olhos azuis acinzentados me encaravam, eles sozinhos me causavam mais dor do que aqueles Crucios... Dor porque eram os olhos dele que eu via enquanto tudo aquilo estava acontecendo... Tinham tanto nojo, raiva...

–Por favor, Nott eu faço o que quiser... O Scorpius não! –Ele puxou meus cabelos.

–Não ouviu o que eu disse? MANDEI CALAR! –A varinha apontada pra mim de novo. –CRUCIO!