Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 12
Desejos ocultos.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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Trailer

"Querido,
Se este amor existe apenas em meus sonhos,
Não me acorde.
Muita luz nesta janela, não me acorde.
Somente café sem açúcar, em minha xícara.
Se seu coração é um travesseiro,
Este amor é a cama.
Se eu acordar e você ainda estiver aqui, me dê um beijo.
Eu ainda não terminei de sonhar com seus lábios.
Eu não quero dormir,
Não quero me apaixonar,
A menos que seja por você."

Don't Wake Me Up - Chris Brown

~*~

Chovera o dia todo, estava fria e molhada quando voltei para a picape, dirigi com pressa querendo chegar logo, tomar banho e colocar roupas secas. Depois disso preparei um lanche rápido e pude me empoleirar em cima da cama junto de meus livros onde passei o restante da tarde estudando. Meu compromisso ficara para sexta à noite, assim eu teria tempo de pedir a Charlie permissão para sair.

Após terminar as tarefas desci para preparar o jantar, depois de pronto voltei ao quarto para arrumar a mochila para o dia seguinte, quando me aproximei da janela senti um calafrio e por reflexo olhei para o gramado abaixo, mas estava vazio. Aparentemente, pelo menos. Continuei ali fitando a floresta já escura, mas comecei a me sentir imbecil de esperar poder ver algo, não por causa da capacidade que certas criaturas tinham para passarem despercebidas e sim porque não havia razão para ter alguém me espionando.

Pensei por um minuto na diferença extraordinária em minha vida, na semana anterior eu vivia em puro tédio, minha maior diversão era ler Crepúsculo e agora aqui estava eu. Eu estava certa, minha vida antes não tinha graça, não se comparada ao que era agora, aqui eu me sentia... Bem.

Sem mais o que fazer resolvi ir para a sala assistir um pouco de televisão, algo que eu raramente fazia, serviria também para tirar a paranóia da minha cabeça. Logo Charlie chegou, jantamos juntos e depois fiquei junto com ele assistindo a um jogo de basquete, percebi com alegria que acabara sendo um programa legal, era engraçado vê-lo esbravejar com os jogadores e acabei tomando partido do time que mais gostei – sem razão nenhuma em especial, eu apenas tinha ido mais com a cara deles.

Por fim já estava bastante tarde e o cansaço se manifestou em meu corpo, dei a Charlie boa noite e subi para escovar meus dentes, voltei para o quarto e parei no meio do cômodo olhando as coisas de Bella à volta. Eu evitava pensar nela, pois me sentia mal achando que estava enganando-a. Mais uma vez eu me questionei se não devia contar a ela sobre sua história, conhecendo Bella como eu conhecia, ela com certeza teria interesse de vir para cá, mas de súbito comecei a imaginar que se isto acontecesse talvez não desse certo. Eu esperara tempo demais, tudo já estava modificado e a culpa nisto era minha.

Surreal era a palavra.

– Twilight sem Isabella Swan, que coisa bizarra – falei com desânimo.

Comecei a me aprontar para dormir e ao estar finalmente deitada concluí com irritação que o sono passara. Isto em geral acontecia quando eu estava ansiosa e tinha muitas coisas em que pensar. Deveras! Só na última semana sofri ameaças de morte, acidentes de carro, agressões verbais e fui alvo recorrente de fofocas, qualquer um ficaria no mínimo profundamente aborrecido. Vendo por este ponto, até que eu levava as coisas com tranqüilidade.

A insônia não era minha amiga, depois de poucos minutos fitando o teto as lembranças que eu procurava evitar começaram a surgir: olhos dourados, cabelo rebelde, rosto perfeito... Droga! Era como lutar em uma guerra o esforço que eu tinha de fazer para ficar alheia a ele. Stephenie Meyer não podia ter me dado sequer uma chance?

Eu não sabia a quem queria enganar, eu não mudaria nada em Edward, bem, talvez os modos de vez em quando, mas nem nisso eu podia culpá-lo, já que era ciente de seus motivos. Nossa, eu soava complacente, desde quando fora tão compreensiva com os erros dos outros? Meu orgulho devia me impedir de tentar justificá-lo, eu devia estar possessa com ele. Porque será que ao final só o que conseguia pensar era em vê-lo outra vez?

– Argh! – Grunhi jogando as mãos para o alto.

Estando naquele quarto e pensando daquele jeito eu estava me sentindo um ser humano horrível, eu estava me tornando a pior inimiga de minha heroína favorita. Me virei e enterrei o rosto no travesseiro covardemente me escondendo do sentimento de acusação que via em toda parte. Eu já prometera ficar longe dele, minha mente podia ser um pouco mais difícil de dominar, mas o principal eu faria: ficaria longe de Edward.

Foi assim, com pensamentos mais suaves que comecei a vagar até a inconsciência. Antes de estar totalmente adormecida, porém, meu interior se manifestou: boa sorte com isso!

Eu estava sozinha, parada no meio da estrada, chovia e eu não estava com minha capa de chuva, quando comecei a ficar encharcada quis correr e me abrigar e fui em direção a floresta. Me embrenhei pela mata abundante, abrindo caminho entre as plantas silvestres e passando pelas árvores centenárias, andei pelo que pareceu ser uma eternidade e então cheguei a um pequeno espaço vazio. Decidi parar e tentei olhar para o céu, mas acima de mim não havia nada, ainda assim a chuva continuava veementemente a cair de lugar nenhum. Começava a anoitecer e eu estava assustada, deduzi que havia me perdido e em volta de mim estava apenas o enorme labirinto verde.

Ouvi um ruído próximo a mim e me virei, mas não vi nada, o som continuou vindo de vários lugares ao mesmo tempo e eu tremi amedrontada. De repente, um vulto surgiu por minha visão periférica e me virei num átimo, mas quando vi a pessoa a minha frente imediatamente me aquietei. Era Edward, ele surgira como um fantasma e me olhava fixamente.

– Edward, o que você está fazendo? Não pode estar aqui, se lembra? Prometi que ficaria longe de você.

Ele não respondeu, mas começou a caminhar devagar para mais perto de mim, eu quis correr, quis sair de perto dele, entretanto não dei um passo, fiquei parada esperando que me alcançasse.

A cada passo eu sentia meu coração se manifestar, seus olhos me hipnotizavam, faziam eu me sentir uma frágil presa.

Quando me alcançou sorriu e só a visão disso foi o bastante para que eu me derretesse como uma boba. Edward ergueu uma mão e levou a meu rosto, acariciando-o com ternura. Os pêlos de meu braço arrepiaram ao seu frio toque e muito devagar ele tornou a se aproximar, sua face tão próxima que eu sentia sua respiração em minha pele.

E então finalmente ele encostou seus lábios nos meus. Seu beijo era terno e suave, explorando sem pressa cada canto de minha boca e então começou a ficar mais urgente, ele colocou uma das mãos em minha cintura me puxando para si e com a outra continuava a segurar meu rosto, me impedindo de fugir, mas eu não pretendia ir a lugar algum. Joguei meus braços ao redor de seu pescoço e correspondi com avidez, beijá-lo era a coisa mais maravilhosa do mundo, e estávamos os dois perdidos em nosso desejo desenfreado...

Abri meus olhos, respirando rapidamente, sentindo minha face quente e minhas mãos suando frio. Me sentei um pouco, procurando entender... Mas o que fora aquilo? Um sonho? Um sonho daquele jeito? Que diabos eu estava pensando? Cobri meu rosto com as mãos, profundamente envergonhada. Eu era um fracasso, nem chegara a me encontrar com o garoto novamente e já pensava coisas daquele tipo! O que eu faria? Eu não podia me sentir assim...

Levei algum tempo para me recompor, quando vi que seria difícil dormir achei melhor descer e beber um copo d’água para acalmar meus nervos. Eu estava literalmente perdida. Jamais me sentira assim por alguém, nem mesmo por Alex, ao menos ele nunca chegara a habitar meus sonhos com tamanha intensidade.

– Ai meu Deus – murmurei constrangida.

Eu não podia pensar aquelas coisas, era errado, eu cobiçava algo que não poderia me pertencer jamais!

As cenas, contudo ainda estavam vívidas em minha cabeça, elas iam e viam por vontade própria me fazendo refém de minha própria consciência. Não, eu tinha que dar um jeito nisso e logo. Antes que meus devaneios avançassem para a próxima fase. Sacudi a cabeça e bebi mais um copo, se quisesse voltar a adormecer eu teria de estar perfeitamente sob controle.

Eu penteava meus cabelos com cuidado, depois de tê-los passado pelo secador. A maquiagem mais pesada me deixava ansiosa para sair, já fazia algum tempo que eu não tinha motivo para usá-la assim. Usava minhas ankle boots recém compradas, jeans escuros e uma blusinha simples de alças finas, pois por cima ia minha jaqueta. Peguei meu lenço e ajeitei no pescoço para ajudar a me manter aquecida, trancei minha franja de lado, coloquei uma pequena presilha para prendê-la, mas mantive o restante dos fios soltos.

Uma última olhada no espelho me indicava que eu estava pronta. Olhei para o relógio, era sete e quinze, eu ainda tinha alguns minutos de sobra. Peguei minhas coisas e chequei novamente, tudo estava em ordem, dinheiro, documentos e acessórios femininos. Apenas algo recentemente acrescentado: o spray de pimenta que Charlie me obrigara a levar.

Quando eu lhe informara na véspera que planejava sair ele fora resoluto em sua negação, somente depois de ficar sabendo que eu ia acompanhada de Mike Newton foi que ele sossegou. Ao que parecia os Newton eram ‘boa gente’. Todavia nem mesmo a boa opinião que Charlie tinha deles o fez deixar a precaução de lado e depois de consideráveis minutos discutindo – onde eu dizia com determinação que de jeito nenhum carregaria aquele troço comigo – acabei cedendo à sua vontade e terminei com um pouco a menos de espaço livre em minha bolsa.

Dessa vez as chaves do carro ficaram, iríamos no Suburban de Mike, pois eu achara melhor não forçar o motor da caminhonete indo de Forks até Port Angeles, já que o cinema mais próximo era lá. Desliguei a luz do quarto e desci, assim que cheguei ao térreo ouvi o ruído da viatura se aproximando, esperei por Charlie, sentada á mesa da cozinha, eu deixara o jantar pronto para ele e já havia comido. Meu dia na escola fora cheio, eu recebera muitas tarefas para fazer no final de semana, mas esta fora a parte fácil. A difícil era ignorar certo vampiro de cabelo cor de bronze cuja presença em geral me deixava mais fora de mim do que eu gostaria de estar.

A porta foi destrancada e depois de deixar suas coisas no hall o xerife veio ao meu encontro.

– Já está pronta? A que horas o rapaz vem buscá-la?

– Já deveria estar aqui – rolei os olhos. – Mas não estou surpresa que tenha se atrasado.

Charlie foi lavar as mãos e voltou pegando um prato e se servindo de macarronada.

– O cheiro está bom.

– Espero que o gosto também esteja, tentei caprichar hoje. Bem, eu gostei pelo menos.

Ele se sentou ao meu lado e deu uma garfada, não disse nada, mas continuou comendo aos bocados e imaginei que isto significasse que estava bom.

Depois de terminar a primeira porção ele pegou um pouco mais, serviu-se de um copo de suco e tornou a sentar-se, mas antes de comer me olhou com seriedade.

– Tome cuidado está bem?

Suspirei.

– Tomarei Charlie, o spray está em minha bolsa... – Ele começou a sacudir a cabeça antes que eu terminasse.

– Não estou falando disso, me refiro a... – Ele pigarreou parecendo querer encontrar as palavras. – Bem, esse rapaz, você gosta dele? Porque se gostar tudo bem, não pretendo interferir na sua vida... Hmmm... Amorosa. Só quero que se cuide.

Eu não estava entendendo, a que ele...? E então compreendi, arregalando os olhos e abrindo a boca em descrença.

– Não Charlie... Eu não sou esse tipo de garota, e não gosto de Mike, só quero espairecer um pouco.

Ele levantou as mãos como quem não quer arranjar problemas.

– Tudo bem, não precisa me dar explicações, eu entendo que não queira falar sobre isso.

Fechei os olhos sacudindo a cabeça, era constrangedor estar em um momento assim, justamente por isso quis deixar tudo esclarecido.

– Charlie, por favor, me escute. Eu não sou assim, eu tive apenas um namorado em toda minha vida e sequer chegamos perto disto. – Prendi os lábios procurando um jeito melhor de falar. – Esta experiência, eu nunca tive e não terei tão cedo, posso lhe garantir.

Era mais que vergonhoso falar sobre aquilo com o homem que eu agora quase via como um pai, o quesito ‘sexo’ ainda era um terreno inexplorado de minha vida e eu planejava mantê-lo assim.

No final, por mais mortificante que fosse foi melhor abrir o jogo de uma vez, Charlie acreditou em mim e pareceu ficar muito mais tranqüilo quando me despedi dele finalmente indo ao encontro de Mike.

– Você está bonita – falou enquanto fazia o retorno e descia a rua.

– Obrigada – respondi moderadamente.

Só agora eu me dera conta do quão estranho era o que estava fazendo, Bella só topava sair com Mike no segundo livro e mesmo assim não ia sozinha. Procurei não deixar isto se tornar um empecilho para que aproveitasse a noite, eu não esperava que Mike fosse me deixar em paz, muito pelo contrário, não era ingênua para não perceber o interesse que ele tinha em mim, mas estava segura de que por mais ousadas que suas investidas pudessem ser elas jamais obteriam resposta.

O caminho até a próxima cidade era longo, no começo eu procurei de toda forma encontrar assuntos que nos impedissem de cair no silêncio constrangedor e fiquei surpresa quando notei que não era necessário que me esforçasse tanto. Tínhamos muita coisa em comum, gostávamos das mesmas bandas, dos mesmos passatempos e do mesmo tipo de filme e isto rendeu papo para toda a viagem. Quando enfim chegamos a Port Angeles eu já me sentia muito bem, eu curtia muito passear, como meus pais trabalhavam muito tinham o costume de sempre sair aos finais de semana, então eu fui criada literalmente na cidade.

Aqui era um lugar movimentado, diferente de Forks, havia muitas pessoas nas ruas conversando e fazendo compras e era iluminado por conta das muitas lojas e atrações, me lembrou um pouco minha cidade.

– É legal, não é? – Comentou Mike claramente percebendo que eu gostara.

– Muito. Tão diferente de Forks.

Ele bufou.

– Qualquer lugar no mundo é diferente de Forks.

Eu ri de seu comentário, embora não concordasse com o sentido pejorativo da frase, eu pessoalmente não trocaria aquela cidade verde por nada. Mas não pude ficar com o crédito de qualquer modo, já que sabia bem os motivos que tinha para gostar tanto de Forks e tinha mais a ver com as pessoas do que com o lugar.

– Faz tempo que você mora lá Mike?

– Desde menino. Mas não nasci aqui, meus pais vieram de Los Angeles quando eu tinha um ano, meus avós, por outro lado sempre moraram e no começo estávamos com certa dificuldade financeira, então meu pai viu que aqui o comércio era mais tranqüilo e que havia maior chance dele ter sucesso se investisse nisso e no final foi assim mesmo.

– Nossa. Que diferença de clima não é? Da Califórnia para a Península Olympic.

Ele concordou com um aceno, havíamos chegado ao cinema e ele manobrava o carro para entrar no estacionamento. Assim que parou nós saímos, não chovia esta noite e o clima estava ameno, ainda assim fiquei contente por ter vindo bem agasalhada. Ele se apressou para ficar ao meu lado enquanto seguíamos pela calçada e andava bastante próximo a mim.

– No final é mais uma coisa que temos em comum, os dois foram tirados de paraísos ensolarados e jogados neste amontoado de chuva e lama.

Eu ri outra vez, nunca tinha percebido como Mike era bem humorado, mas também não havia tido chance para notar, já que até agora na escola tudo o que fizera fora ficar deliberadamente longe dele.

– Já sabe o que vamos assistir? – Perguntei ao chegarmos a bilheteria e entrarmos na fila para comprar nossos ingressos.

– Eu estava pensando neste...

Olhei para o pôster que ele apontava e de cara concluí se tratar de um filme romântico. Contive um suspiro. Continuei olhando os cartazes até que encontrei um que pareceu promissor.

– E que tal este? É suspense e parece ser interessante.

Vi que ele não ficou muito satisfeito com a mudança de gênero, mas achou melhor concordar. Aquela não seria minha escolha oficial, mas não havia muita variedade e me manteria livre de acabar ficando emotiva e virando presa fácil. Presa. Toda vez que pensava nesta palavra acabava me lembrando do... Droga! Será que eu não podia passar uma noite sem pensar em Edward?!

Mike se ofereceu para pagar por minha entrada e só aceitei com a condição de pagar pela refeição mais tarde, eu não queria acabar lhe devendo algo, pois podia ser que ele decidisse cobrar. Fomos para a sala e nos sentamos enquanto aguardávamos o início do filme, a escuridão do cinema não era lá muito indicada para alguém que procurava fugir de ser paquerada. Eu fiquei olhando para longe o tempo todo, mas percebi que Mike estava inquieto e não parava de se mexer em seu lugar, passaram-se quase vinte minutos até que a grande tela se iluminou e eu pude me ajeitar para assistir.

Eu havia me equivocado ao classificar o filme, não se tratava de suspense e sim de terror barato, daqueles que só lhe dão vontade de rir. Com o tempo foi ficando tão ridículo que começamos a cochichar entre nós, comentando as cenas absurdas e rindo aos sussurros. Eu aproveitava muito o som de minha risada, sentia que a última vez que me divertira de verdade fora no Brasil.

Quando a sessão acabou saímos juntos, mas pedi a Mike alguns minutos para dar uma passada no banheiro, ele me disse que ficaria me esperando no carro. Fui rápida, queria apenas checar minha maquiagem e dar uma ajeitada em meu cabelo e logo estava saindo para a calçada de pedras. Estava menos movimentado e eu tinha que andar um pequeno trecho até o estacionamento, segui pela calçada, mas algo chamou minha atenção e me virei depressa. Não havia ninguém por perto, olhei a volta sem conseguir ver nada suspeito, era estranho, eu tivera a nítida impressão de estar sendo seguida.

Continuei meu caminho, agora andando a passos rápidos, não era aconselhável que eu ficasse sozinha na rua há esta hora e pude respirar aliviada ao finalmente alcançar o carro. Entrei e olhei para a fora semicerrando os olhos.

– Está tudo bem? Parece assustada. – Mike mexia no rádio e me olhava preocupado.

Eu procurei sorrir para ele.

– Não é nada. E então, vamos? Estou morta de fome.

Quis mudar de assunto e ele não fez objeção, enquanto dirigia eu fiquei alguns minutos em silêncio, refletindo. Eu tinha certeza de que vira alguém na escuridão do estacionamento, nos observando. Eu devia estar sonhando!

A lanchonete a que Mike me levou estava muito animada, havia adolescentes por toda a parte rindo e conversando, ele me indicou um lugar e disse que iria buscar o cardápio. Eu me sentei e tirei minha jaqueta, do lado de dentro estava abafado, enquanto colocava minhas coisas de lado no banco olhei a rua pelo vidro transparente e me ajeitei em choque. Eu vira alguém do outro lado, desta vez tive certeza, mas foi rápido demais, quando pisquei já não havia mais nada.

– Liese, qual você quer: o de porções ou sobremesas?

Mike havia voltado com os papéis e eu me voltei para ele tentando me recompor.

– Hmmm acho que podem ser os dois. Deve ser tudo uma delícia – tagarelei querendo soar convincente.

Ele ergueu as sobrancelhas, mas riu dizendo que eu fizera uma ótima escolha e que ele também pediria um de cada. Depois de escolhermos ele voltou para o balcão indo fazer os pedidos, eu quase fui junto, mas não quis parecer covarde. Fiquei sozinha, mas não olhei novamente para fora, havia uma explicação para o que eu vira, mas eu não queria pensar nela, não agora quando estava bem e distraída dos problemas.

De repente sair à noite deixou de parecer uma idéia sensata, eu sabia que ainda corria risco, sabia que a família de Edward poderia não se ater a promessa de me manter viva e eu estava facilitando as coisas para eles; aqui, em outra cidade, à noite e acompanhada de um humano que podia ser tão vítima quanto eu. Eu quis muito acreditar que era tudo paranóia, mas a imagem de alguém, um homem ao que parecia, nos observando não parava de surgir em minha mente.


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Notas finais do capítulo

Hmmm, quem será que está observando a Liese? Algum palpite? rs
Este é o último capítulo de hoje, volto semana que vem, continuem acompanhando, beijos! :*



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