Lucy

Estava amando o acampamento até agora, era tudo tão lindo! Os pégasos — que realmente me deixaram encantada — os chalés, o lago... nunca havia visto um acampamento tão lindo. Conhecemos Cristiano no primeiro dia, ele era lindo e parecia ser bem tímido.

Quando voltamos para a Casa Grande, Quíron — nosso diretor de atividades — nos convidou para entrar, quando entramos não pude deixar de notar o estilo rústico da casa. Passamos por um sátiro que comia uma latinha de coca diet se é que isso é possível. Entramos em uma sala, havia três sofás ao redor de uma mesa de centro. Nos cantos haviam alguns vasos gregos com desenhos feitos a mão. Os desenhos variavam de guerreiros, animais e deuses.

Pela janela vi alguns arqueiros e fiquei encantada, com os arcos é claro.

Nós nos sentamos, exceto por Quíron que ficou de pé na nossa frente.

— Então... realmente somos semideuses? — Isabela perguntou.

— Sim! — Ele respondeu com um enorme sorriso. — Eu sei que as coisas que aconteceram com vocês foram estranhas, mas todos os campistas já passaram por isso. Isso tudo se deve ao fato de seus pais seus pais serem deuses.

— Ah, ótimo! — Beatrice começou. — Já não basta eles nem nos procurarem durante todo esse tempo, eles ainda querem acabar com nossas vidas?

Por um momento concordei com Beatrice.

— Não é bem assim, Srta. Collins. — Quíron retrucou. — Os deuses não têm permissão para ficarem o tempo todo com a família mortal, já que precisam cuidar do olimpo e de seus reinos. Mas de certa forma seus pais sempre cuidaram para que vocês fossem mantidas em segurança até chegar a hora de virem para o acampamento.

Ficamos em silêncio por um tempo. Se toda essa história fosse verdade... comecei a pensar em várias coisas ao mesmo tempo, e como isso explicaria algumas coisas que aconteceram em nossas vidas.

Igual uma vez que uma garota me esperou na saída da escola. Estava ela e alguns de suas amigas, alegando que eu havia dado em cima de seu namorado, quando elas foram me bater eu fechei meus olhos e me concentrei em alguns pensamentos. Quando abri os olhos elas agonizavam e diziam que seus olhos ardiam, no dia seguinte descobri que elas tiveram queimações nos olhos.

— E você sabe de quem somos filhas? — Taty perguntou, interrompendo meus pensamentos.

— Desconfio de alguns, mas logo descobrirei.

Ouvimos batidas na porta e sem esperar por uma resposta o homem entrou na sala. Ele tinha aproximadamente 1,79 de altura, cabelos longos e encaracolados, aparentava estar bem acima do peso e carregava consigo uma garrafa de vinho. Quíron fingiu uma tosse, o homem — que acabara de entrar — suspirou, fez um movimento com a mão e como um passe de mágica o vinho foi substituído por uma latinha de coca diet.

— Tenho um recado para você. — Ele disse arrogante.

Quíron sorriu e chamou dois campistas que passavam por lá.

Era o Cristiano e um outro campista que, diferente dos outros, não usava a camiseta do acampamento. O garoto era alto e possuía cabelos escuros como seus olhos, sua pele era muito branca — quase que pálida — e ele usava uma camiseta preta de alguma banda, com uma jaqueta preta por cima.

— Vocês poderiam levar as garotas para passearem um pouco?

— Sim. — Respondeu Cris, enquanto o outro garoto apenas nos olhava com tédio.

O homem saiu bebendo de sua coca diet, sendo seguido por Quíron.

— Garotas, esse é Adriano, filho de Hades. — Cristiano disse um pouco envergonhado.

Ele nos apresentou em seguida, mas Adriano não parecia nem um pouco interessado. Cris sorriu sem jeito quando Adriano nos lançou um olhar irritado.

— Ele é assim mesmo...

— Tudo bem, Beatrice é assim também. Estamos acostumadas. — Falei.

Beatrice forçou um sorriso e concordou com a cabeça em seguida. Adriano começou analisar o estilo de Beatrice, eles formariam um belo casal.

— Então... vamos sair daqui ou não? — Isa perguntou.

— Podemos conhecer os arqueiros? — Perguntei empolgada.

— Quero voltar para casa, tem essa opção? — Beatrice resmungou.

Cristiano pareceu desconfortável com a atitude da garota. Ele abriu a boca para falar algo, mas Adriano o interrompeu.

— Vamos nos separar, não estou afim de passar pelos arqueiros idiotas de Apolo. — Ele olhou para Beatrice e prosseguiu. — Vem, te levo para conhecer a floresta, Beatrice.

— Vamos!

— Mas... está ficando tarde... — Cris falou.

— Mas que ótimo. Beatrice, não vou me responsabilizar por você aqui no acampamento. — falei irritada.

— Ela não vai precisar do seu esforço — Adriano disse friamente.

Me espantei com a grosseria do garoto, mas resolvi ficar quieta. Beatrice convidou Isa para ir junto deles e ela aceitou. Eles saíram deixando apenas eu, Taty e Cris na sala. Ficamos alguns segundos em silêncio, até que Cristiano nos convidou para dar uma volta.