Música: You Don't Know Me - Ariana Grande

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As duas ruivas ajeitam os óculos falsos sobre os olhos, respirando fundo, agora começava a encenação de sempre.

– Lily! Rose! Vocês cresceram! - exclama Ginny abraçando-as, assim que elas desembarcaram do avião, deixando-as sem ar.

– Ginny, solte as garotas. Você vai matá-las assim - diz Harry, aparecendo atrás da ruiva, junto com Hermione e Ron. - Victoire chegou hoje de manhã lá em casa, disse que ia ficar com vocês e Teddy até o final do ano - As duas arregalam os olhos.

– Mas e o bar dela? Os alunos de Beuxbattons vão morrer se o bar fechar! Não terão mais cerveja amanteigada! - exclama Rose, como se Scorpius Malfoy - o deus do sexo da Sonserina, seguindo o pai - tivesse declarado que era gay.

– Não exagere, Rose. Além disso, aposto que ela deixou o bar com alguém - retruca Lily, os mais velhos assentem, apontando a verdade. As duas ruivas se entreolham, lembrando subitamente do cartão no bolso da Potter, elas teriam que explicar que trabalhavam no bar da prima? Não. Isso certamente encrencaria Victoire. Optaram pelo que sempre fizeram. Mentir.

– Ahn... Pai? Mãe? Tia Ginny? Tio Harry? - chama Rose, tentando enrolar o máximo o possível a conversa e a notícia. Lançou um olhar para Lily que dizia 'você fala', já tinha feito seu trabalho. A ruiva maior tirou - hesitantemente - um cartão branco com palavras com uma letra simples.

– Nós estávamos no bar de Victoire, e o cantor não conseguiu ir, ela nos convenceu à cantarmos no lugar dele, e, bem... tinha um produtor musical lá - disse em tom neutro, tentando se manter calma, aquela situação era demais até para ela! Estendeu rapidamente o cartão para os pais, eles as olharam com expressões indecifráveis, pegando da mão de Lily - que se sentiu aliviada, pois sua mão começou a tremer logo depois, fazendo-a escondê-la atrás das costas. Eles passaram um tempo sem falar nada.

– Não sabia que cantavam - fala Ron, Hermione o olha feio e lhe dá um tapa na nuca, como se mandasse-o ficar quieto. - Ai! Mas é verdade, Mione! - se defende, a castanha revira os olhos, Harry e Ginny sorriem, Hermione se volta para elas sorrindo amavelmente.

– Isso é incrível! Mas nós iremos falar com esse produtor primeiro - Ginny avisa, seu tom era sério, apesar de sorrir. As duas sorriem, aliviadas e abraçam os quatro.

– Mas vamos avisar, não contem isso à ninguém. Por Merlim, prometam! - pedem as duas, os pais ficam hesitantes.

– Nem para seus irmãos? - pergunta Harry. As duas negam, eles suspiram. - Tudo bem.

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– Bem vindas à Toca! - Anuncia Ron, Hermione balança a cabeça em negação, reprovando o marido. - Eles deverão estar lá em cima.

– Ótimo! Vamos para o quarto de Rose - avisa Lily, e as duas sobem as escadas, estacando de repente quando passam pelo quarto em que, normalmente, ficavam Hugo, Scorpius, Al, James e Fred II.

" Vocês tinham que ver aquelas garotas. Reyna e Lee se não me engano. Elas eram gostosas. Pelo menos a tal Reyna " elas ouvem a voz de Scorpius dentro do quarto e se entreolharam, sorrisos maldosos aparecendo nos lábios das duas. Ouviram um barulho e a voz baixa de Hugo, como se também concordasse. Elas correm para o quarto da Weasley, chegando lá, se jogam na cama e riem até suas barrigas doerem.

– Acho que nunca imaginei que viveria para ouvir Scorpius Malfoy sequer me achar bonita - Sussurra Rose, sem forças para falar mais alto, deitada ao lado de Lily, que ofegava. Ela assente, abrindo um sorriso zombeteiro, alguém bate na porta. - Alohomora– murmura a ruiva, Hugo, James, Al, Fred e Scorpius caem dentro do quarto, se levantando rapidamente e observando o mesmo, afinal, nunca haviam estado ali.

– O que, por Morgana, vocês estão fazendo aqui?! - exclama Lily, olhando para os meninos, vendo uma marca arroxeada no pescoço do Malfoy, ela sorri maliciosamente para a outra ruiva, que cora.

– Ouvimos risadas, tipo, muito altas, achamos que, sei lá, estivessem sendo atacadas por comensais que fugiram de Askaban. Queríamos ver - a Potter revira os olhos para a fala desnecessária de Albus.

– E nos estamos rindo em um ataque?Um ataque de comensais?! Eles são muito gentis para isso, teriam lançado um Cruciatus não um feitiço de cócegas! - exclama Rose, Lily assente, concordando.

– E, Malfoy, o quê seria isso no seu pescoço? Acho que Astoria Greengrass não gostaria de ver o filho com um "hematoma de quadribol" - pontuou, fazendo aspas com os dedos, o loiro arregala os olhos e Lily murmura um Accio, um espelho voa e ela o joga para Scorpius.

– Merda! O que aquela desgraçada fez?! - exclama consigo, Rose fica brava, mas pergunta calmamente:

– Que desgraçada foi dessa vez, loira do banheiro? - ela parecia inocente. Parecia.

– Uma garota chamada Reyna, de um bar na França. - Resmunga, tão irritado que nem responde um frio 'não interessa'.

– Não xingue a Reyna, Malfoy, ela é bem vingativa - alerta-o a Potter.

– Vocês a conhecem?

– Claro que conhecemos! Ela é nossa amiga, assim como Lee. Ela nos disse que a noite com você não foi das melhores, mas que dava pro gasto - Rose entendeu o que Lily fazia. Era a chance perfeita de vingar-se! Os garotos seguram as risadas.

– E você também Hugo, Lee não achou tão bom quanto deve pensar - emendou a ruiva maior, engolindo as risadas que queriam sair, assim como a Weasley. James, Albus e Fred estavam vermelhos, tentando segurar a risada.

– Quem você pensa que é para dizer isso, Rose? - Começa Scorpius, a mesma franze o cenho. - Você é só uma rata de biblioteca, que se acha mais do que é, uma metida e fútil grifinória, como todas as outras que sai. A única diferença é que é feia. - Seu tom era sombrio.

– O mesmo para você, Lilian, garotas são todas iguais! - reclama Hugo, eles pareciam furiosos, James, Albus e Fred não riam mais. E se eles achavam que elas chorariam, estavam errados.

– Vocês não nos conhecem - fala Lily, sua voz tremia com a raiva mal contida que guardara, fazendo seu tom ser sombrio.

– E nós não precisamos nos submeter às suas regras, nem precisamos de vocês para dizer quem somos, sabemos exatamente quem somos - continua Rose, mas sua voz transbordava a raiva que a outra ruiva continha. - FORA! - gritam juntas, eles correm para fora, elas nunca foram assim! Nunca revidaram! Nada! Nenhuma provocação, nenhuma pegadinha, nenhuma piadinha de mau gosto sobre elas as fizeram perder o controle. Mas parecia agora que elas encheram-se. Todos tem um limite. O delas já devia ter atingido havia anos. Mas elas se conterão. E agora se cansaram.

E se eles achavam que elas chorariam, estavam errados. E certos.