No capitulo anterior...

Clary fechou os olhos, e esperou, nada da asa sumir. Ela rosnou impaciente.

–Ouviu o que ele disse, vai demorar um tempo. –Jonathan disse se aproximando da irmã. -Enquanto isso, pode ir aprendendo a usa-lá.

–Mas Hodge não pode saber! –Clary choramingou. –Ele vai contar pra a Clave! –Ela disse se sentando na cama e colocando o rosto entre as mãos.

–Ele só sai da biblioteca para comer. –Simon disse. –Poder vigiar. Agora mesmo ele está dormindo. –Ele disse dando de ombros, Clary suspirou e assentiu.

–Então, você vai comer, conosco dessa vez? Tem pizza fria lá em baixo, a Izzy esquenta pra você. –Clary assentiu levemente.

–Obrigada.

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...

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Depois que Magnus foi embora, e que Clary já havia comido 3 pedaços de Pizza e Jace tinha feito comentários que deixaram Clary vermelha, algo como “Nossa, como eu adoro ver uma garota comer, é tão bom quanto ver ela destruir demônios.”

Todos deram boa noite e cada um foi para seu quarto, Clary foi tomar banho, as asas se molharam ficando o dobro pesada, mas Clary conseguia suporta-las. Clary tentou bate-las para a água sair, e elas levemente se sacudiram. E Clary sorriu e se sacudiu mais, batendo as asas e espirando água por todo o banheiro, Clary tentou colocar um pijama com uma blusa só que esqueceu das asas, e foi terrível ter elas presas, então Clary pegou um camisola de seda que Jonathan haviam comprado para ela, e cortou as costas em um “U” se sentindo mais confortável e se sentiu sem sono ao deitar na cama, ela agora apenas deitava de bruços, ficar deitada pra cima incomodava. Ela suspirou e se levantou.

Clary caminhou pelo o corredor em direção a estufa, as asas fazendo um barulho incomum para Clary, um arrastar suave, que talvez apenas Clary conseguia ouvir, sim, as asas eram maiores que Clary, mas Clary nem ligava, os passos de Clary continuavam silenciosos, mas as asas segundo ela denunciavam-na. Ela tentou então erguer as asas, mas na escada ela não conseguiu subir. Ela suspirou e deixou as asas como estavam paradas, nas suas costas.

Ao chegar na estufa ela ia para o telhado, mas se conteve ao ver Jace, sem blusa e com um calção sentado observando as estrelas, ela não sabia se queria ou não ficar ao lado dele, a presença dele perto deixava tudo confuso, só de olha-lo ela se sentia confusa, mas atraída, ela se lembrou do toque dele em suas asas a poucas horas. Sim, aquilo havia sido algo inexplicável, o modo como ela se sentiu, era diferente, era como se Jace tivesse tocado-a. Ao relembrar a sensação, a asa balançou Clary sabia que estava extasiada, e que queria mais, mas não podia e um luta interna começou até ela derrubar um vaso, Jace olhou para direção dela no mesmo instante, Clary tinha pego o vaso, mas não escapado do olhar de Jace.

–Clary. –Ele disse.

–Hãm, eu... Me desculpe, eu pensei que não tinha ninguém aqui.

–Ah, não tudo bem, eu não me importo em ter companhia. –Ele disse sorrindo de canto para Jace. Ela se virou para ir embora, ele estava já a tocando, na verdade em sua asa, Clary tremeu. -Oh, me desculpe. –Ele disse, ela se virou. –Sério, realmente pode ficar. –Ele disse olhando nos olhos dela. Ela suspirou. –Eu na verdade insisto. –Ele disse sorrindo. Clary não pode negar, ela queria ficar ao lado dele.

Ela teve certa dificuldade para ir para o telhado pelo o fato da porta ser estreita e Clary ter asas. Ela se sentou no telhado e olhou para o movimento da cidade, a cidade que nunca parava.

–Você... Está usando uma camisona de seda? –Carly deu de ombros.

–Eu não consigo colocar roupas como blusas... As asas impedem.

–Bom, o que Utieh fazia?

–Ele estava sempre sem blusa. –Disse dando de ombros. –E acho que não posso ficar sem blusa.

–E porque não? Eu não me importaria. –Ele disse dando de ombros, Clary revirou os olhos, Jace riu de leve. Eles ficaram em silencio por um tempo até Jace chamar a atenção de Clary novamente, Clary sentia as emoções de Jace, duvida, medo, curiosidade. –Clary? –Ele sussurrou.

–Sim? –Ela disse, ainda evitando olhar pra ele, suas asas agitadas, de ansiedade.

–Porque você me evitou? Porque me evitou depois de eu te beijar? –Ele perguntou, e Clary tremeu, não foi uma sensação boa, Clary temia que ele perguntasse isso. Ela mordeu os lábios e fechou os olhos tentando controlar o bolo na garganta que já estava se formando.

–Não é obvio? –Ela perguntou.

–Não, não tem nada obvio... Se você não quer ferir meus sentimentos ao falar que prefere o par de asas lá, não se preocupe, eu não vou ficar nem um pouco magoado, eu sou durão. –Ele disse, mas Clary podia ouvir a acides de sua voz.

–Não, Jace... Não é isso. –Ela sussurrou quase se sufocando com as palavras. Ela suspirou. –Eu sou um monstro, você não percebeu ainda? –Ela sussurrou. –Todos me tratam com delicadeza, com carinho, mas... Eu não sou boa.

–Claro que é Clary. –Jace disse

–Não Jace, eu não sou! –Ela disse olhando pra ele. –Eu não sou natural, eu nem mesmo sei se sou um nephilim! Você acha que eu sou um Nephilim?

–Sim, você é uma das caçadoras de sombras mais talentosas que eu já vi, tirando Izzy e olha que eu só te vi em ação uma única vez... Você é boa sim. –Ele choramingou a ultima parte. –Você se lembra? O primeiro dia? Sua primeira luta? Você me salvou de um ferimento feio, e salvou a Max de ser morto, se você fosse má, não faria isso, entende? Você, realmente, não faria nada que já fez.

–Isso foi impulso, Jace, eu os salvei por impulso. –Clary disse negando.

–Sim, pra você ver... Até sem pensar você faz a coisa certa. –Ele disse sorrindo de canto pra ela, e inclinando a mão para tirar uma mecha do cabelo de Clary do seu olho, ela desviou da mão.

–Você não deve ficar perto de mim, Jace, eu sou... Errada.

–Pelo o Anjo Clary! Quantas vezes eu vou ter que te falar que você é boa?! Que você é certa?!

–O quanto você quiser, eu sei que não é verdade. E por favor, não insista. –Ela disse negando. Jace se jogou para Clary a alcançando e a puxando para ele, eles se bateram e ele a beijou, no meio do beijo Clary começou a chorar, ela empurrou Jace. –Será que dá pra parar?! –Ela gritou se pondo de pé, suas asas agitadas. –Não basta pra eu ter o peso e a amargura que eu nunca te terei? Será que dá pra parar de me fazer eu me apaixonar por você?! Eu não preciso de mais esse peso Jace.

–Clary, eu gosto de você.

–Não você não gosta! Eu já disse, sai de perto de mim.

–Não! Me diz antes, porque você acha tão errado assim que eu esteja apaixonado por você, ou que eu queira te beijar?

–Porque, eu não sou o seu tipo de garota! –Ela gritou. –Eu não sou bonita, não sou atlética, não sou uma fada, ou uma... Vampira, e nem mesmo sei se sou um Nephilim!

Clary podia não ter percebido, mas estava flutuando, na verdade voando, suas asas estavam batendo com tanta força que ela tinha saído do chão talvez uns 10 centimetros e Jace observava tudo aquilo chocado tanto com as palavras quanto com o que estava acontecendo, ele não sabia se continuava conversando sobre a relação complicada dos dois ou se alertava Clary que ela estava voando. Ele optou pela a primeira, e pela a segunda também.

–Você não sabe se é ou não meu tipo de garota, você não tem o direito de decidir por mim, e eu estou pouco me lixando para o que você é, eu apenas sei que você é a Clary e que eu quero te beijar... A propósito, você está voando. –Ele disse, puxando Clary pelo o braço, e a puxando para ele, beijando-a.