–O que o senhor esta fazendo aqui? – Perguntou Annabeth nervosa.

–Não é evidente? – Disse o homem estressado. – Vim ver meu filho!

–E como ficou sabendo se não fala com ele há mais de um ano?

–Trabalho na polícia garota, e eles ligaram pra lá ontem avisando que um garoto havia sido baleado, e quando descobri que foi meu filho, não pensei duas vezes antes de vir atrás dele. – Falou o homem a encarando de maneira fria. – E você, quem é?

–Namorada dele. – Disse Annabeth olhando-o de igual para igual. – Algum problema com isso?

–Não, nenhum. – Disse ele ao afastar-se da garota. – Só pensei que o gosto dele por mulheres havia mudado, mas pelo jeito me enganei.

–Que bom então que não mudou. – Disse Annabeth se aproximando da cama onde Percy estava. – Isso demonstra que pelo menos o caráter ele não herdou de você.

–Olha como fala garota, posso te prender por desacato!

–Por acaso está aqui a trabalho? – Ela o encarou de maneira furiosa.

–Não, mas mesmo assim tenho esse poder.

–Se você diz. – Respondeu ela ainda o encarando. – Mas se você veio aqui realmente ver seu filho, saiba que ele está desmaiado desde que viu você entrar por aquela porta.

–Sei disso, mas não vou sair sem vê-lo. – Falou Poseidon ao aproximar-se da cama. – Não quero perde-lo.

–Tivesse pensado nisso antes de ter feito o que fez há muito tempo atrás. – Disse ela surpreendendo o homem.

–Você sabe?

–Claro que sei, somos honestos um com o outro e ele me falou disso, então senhor, se quer se desculpar, tem todo esse direito, mas eu vou ficar aqui ao lado dele.

O homem não respondeu, deixando transparecer a raiva que estava sentindo de Annabeth e ela durante todo o tempo em que Percy não voltava a si, ficou fazendo cafuné nele.

–A..Annie. – Disse ele ao abrir os olhos e ver a namorada em seu lado.

–Oi querido. – Respondeu ela o ajudando a sentar. – Você tem visita.

–Ele ainda esta ai?

–Perseu, eu estou aqui, ouvindo tudo o que você diz.

–Hum, continua xereta. – Reclamou ele fazendo Annabeth rir. – Olá Poseidon, o que quer?

–Queria ver se você estava bem, mas essa sua nova namorada me tratou como se fosse a pior pessoa do mundo. – Exclamou ele fazendo Percy rir.

–E não é pai? – Perguntou ele. –Só veio me ver porque soube que haviam atirado em mim, nunca foi atrás de mim antes.

–Claro que fui! – Gritou ele. – Pedi para sua prima tentar uma reconciliação amigável.

–Sei disso, mas você sabe que não vai mudar nada não é? – perguntou Percy nervoso. – A história não muda pai! Se nos reaproximarmos, você vai fazer a mesma coisa que fez a um tempo atrás.

–Nunca filho. – Disse ele com lágrimas nos olhos. – Me arrependo até hoje por ter tido aquela atitude.

–Sei, igual eu me arrependo do último hambúrguer que comi! – Esbravejou Percy recebendo um olhar reprovador da namorada. – Conta outra pai.

–É verdade filho, eu me sinto mal pelo que fiz, principalmente quando vejo sua mãe chorando a noite por sentir sua falta.

–Mas eu nunca a proibi de ir me ver. – Disse Percy sério. – Ela que parou de ir, e garanto que era porque você não deixava.

–Não é bem assim Percy. – Disse o homem prestes a chorar.

–Então é como? Eu sou o culpado de toda a historia?!

–Eu nunca disse isso filho. – Falou Poseidon. – Por isso vim ate aqui pedir desculpas, sei que errei e até hoje me acho um monstro por ter feito isso, pois se não fosse pelo que fiz, você nunca estaria nessa cama.

–Quanto a isso é verdade. – Disse Percy encarando o pai pela primeira vez. – Mas isso já é outra história, quase fui morto pra tentar proteger uma pessoa que amo, então, não me interessa estar nessa cama, ou com dois furos em meu corpo, sendo que a recompensa é ter a Annie ao meu lado. – Ao dizer isso ele beijou a garota que estava junto a si.

–Filho, me entenda, vamos voltar a ser como antes!

Percy trocava olhares com Annabeth, os quais eram cheios de significado “Aceito o perdão dele?” “claro que sim, ele está prometendo não fazer de novo, e outra, eu nunca iria aceitar dinheiro pra ficar longe de você”.

–Tudo bem par, eu te perdoo. – Após ter dito isso o homem levantou-se e foi em direção ao garoto, o abraçando muito forte.

–Estava com saudades do meu garoto. – Dizia ele entre lágrimas.

–Eu também pai. – Confessou Percy começando a chorar. – Mas olha, isso não significa que vou voltar a morar com vocês.

–Não precisa filho, somente de saber que estou perdoado, me sinto uma nova pessoa.

Os dois estavam em um ótimo momento de reconciliação, quando o celular de Annabeth tocou, e para não atrapalhar, ela saiu do quarto.

–Alo? – Disse ela.

–Annabeth! – Exclamou alguém.

–Quem é?

–Aqui é o Léo, fiquei sabendo que seu chefe foi baleado, queria saber se ele está bem?

–Como soube disso Léo? – Perguntou confusa.

–Está passando na TV! – Disse ele assustado. – E como foi isso, na garagem do prédio dele?

–Parece que o assassino da Piper descobriu que o Percy estava perto de encontra-lo e resolveu acabar com ele. – Disse ela sentando-se em uma cadeira.

–Então vocês já sabem quem é?

–Sabemos sim, mas só vamos falar quando ele estiver melhor e puder reunir todos. – Respondeu ela cansada, afinal, não havia dormido nada durante a noite.

–Tudo bem então, melhoras a ele. – Ela ouviu mais uma voz ao lado de Léo.

–Quem esta com você?

–A Hazel. – Disse ele que pela voz parecia estar sorrindo. – Estou na casa dela agora.

–Desculpa por perguntar, foi curiosidade.

–Curiosidade de detetive, isso sim! – Disse ele rindo.

–Sou só assistente.

–Mas devia ser detetive, garanto que é melhor com palavras que seu chefe. – Disse ele. – E tchau.

–Tchau Léo. – Disse ela desligando o aparelho e voltando ao quarto onde Percy conversava calmamente com o pai.