–Olá. – Disse Percy quando a empregada de Reyna abriu a porta. – A Reyna está?

–Claro senhor Jackson. – Disse a mulher sorrindo de forma educada. – Ela já vai descer, pode sentar.

Percy seguiu em direção a um grande sofá o qual ficava em frente a uma lareira que estava acesa apesar do calor “se eu conseguir a informação que quero com ela, depois, posso aproveitar? Certo?” pensou ele, sorrindo, porém sua expressão tornou-se de admiração ao ver a garota descer as escadas que levavam ao segundo andar, ela estava com um vestido vermelho, com pedras na frente, suas mangas eram curtas e as costas ficavam completamente à mostra, pois seu longo cabelo estava preso em uma trança latera, o que fez com que o olhar do detetive mudasse rapidamente para algo além.

–Você está simplesmente maravilhosa. – Disse Percy ao vê-la.

–Você que está, detetive. – Respondeu ela sorrindo.

–Então... Hum.. Vamos? – Perguntou ele sem jeito.

–Claro.

Assim seguiram em direção a SUV de Percy que estava estacionada no mesmo lugar em que o suspeito havia estacionado a caminhonete de Léo no dia 20, o jovem seguiu em direção à porta do passageiro abrindo-a para que Reyna entrasse, mesmo sem saber o motivo desse ato, Percy o fez e em seguida voltou ao lado do motorista e ligou o carro.

–Belo carro Percy. – Falou ela sorrindo.

–Pois é, um dos poucos luxos que permiti ganhar de meu pai, afinal, quero batalhar pelo que é meu. – Respondeu olhando-a.

–Entendo, na verdade, todos deveriam ser assim, lutar pelo que querem.

–Se importando ou não com as consequências? – Perguntou ele a olhando de forma calorosa.

–Muitas vezes é necessário fazer isso pra atingir alguns objetivos. – Falou ela piscando para ele.

–Uau, uma pessoa que acredita que o fim não justificam os meios que interessante! – Falou ele a fazendo rir.

–Não é bem assim. – Ela estava corada enquanto falava. – É que existem determinadas coisas que se queremos realiza-las temos que correr atrás.

–Entendo. - Disse ele enquanto paravam em um sinal vermelho. – Mas então, foi isso que fez você me chamar pra sair?

–Na verdade não. – Disse ela sorrindo ao ver a cara que Percy fez. – Eu te chamei porque estava sozinha em casa, e já estou cansada disso, além disso quando um detetive gato bate à sua porta, você tem que aproveitar não é? – Falou piscando.

–Tecnicamente seu gato quase me matou. – Respondeu Percy sorrindo, o que fez a garota corar.

–Na verdade, não foi isso que fez eu te chamar.

–O que é então?

–É que desde que a modelo morreu, não tenho mais sossego. – Falou ela de maneira mais baixa e séria.

–Como assim? – Perguntou Percy dando novamente a partida.

–Jornalistas continuam vindo atrás de mim como se eu soubesse de alguma coisa, sem contar aqueles amigos malucos que ela tinha que continuam aparecer lá.

–Amigos malucos? – Perguntou Percy confuso.

–Sim, uma garota morena e um menino alto. – “Frank e Hazel” pensou ele “O que será que eles vão fazer lá”.

–E geralmente o que eles fazem lá?

–Olham pela janela e ficam caminhando pelo pátio, como se esperassem que ela saísse de casa a qualquer minuto pra falar com eles.

–Isso é bem estranho. – Falou Percy enquanto estacionava o carro.

–Também achei. – Disse ela enquanto Percy abria a porta para que Reyna pudesse descer. – Esse foi outro dos motivos que fez com que eu te ligasse, queria desabafar com alguém, e como você comentou que poderíamos jantar, uni o útil ao agradável.

–E acertou. – Disse ele sorrindo. –Acredite em mim.

Ao chegarem o atendente conheceu Reyna imediatamente e os levou até uma mesa no canto direito do restaurante, a qual parecia ser bem reservada em comparação às demais.

–Então, eu tenho uma pergunta pra lhe fazer. – Disse Percy após terem feito seus pedidos.

–Pergunte. – Disse ela sorrindo. – Não tenho medo de responder coisas ousadas.

–Não é nada ousada, fique tranquila. – Disse ele sorrindo, o que fez com que a expressão dela murchasse. – Só queria saber que horas você acordou dia 21?

–Acho que eram umas dez, por que a curiosidade?

–É que ainda estou tentando encaixar algumas coisas. – Respondeu Percy após beber um pouco de vinho. – E havia algum carro no lugar em que estacionei o meu?

–Sim. – Disse ela olhando-o atentamente. – Era uma caminhonete preta, parecida com a daquele modelo da Calvin Klein.

“Mais um ponto pro Jackson! Uhuu! Se tinha uma caminhonete lá, isso indica que quando o Gregor ouviu o barulho, o assassino ainda estava na casa, dessa forma, ele deve ter saído enquanto o porteiro ligava pra policia, e outra, ele deve ter visto a caminhonete”.

–Sinceramente Reyna, você não sabe o quanto me ajudou dizendo isso. – Falou ele sorrindo o que fez com que pela primeira vez na noite, a garota que estava em sua frente o olhasse de maneira sedutora.

–Então, depois do jantar, está a fim de alongar as coisas um pouco detetive? – Os olhos de Percy brilharam com o convite.

–Vamos ver tudo depende de como o restante do jantar prosseguir. – Falou ele sorrindo de maneira sedutora. – Se tudo correr bem, vai se estender por um longo tempo.

Já Annabeth estava na faculdade, porém ela não podia dizer o mesmo de seus pensamentos, os quais vagavam entre o caso que estava ajudando Percy a resolver, quanto ao próprio, que nesse momento devia estar em um jantar com a vizinha da garota que foi morta, “será que ele está fazendo isso pra tentar descobrir alguma coisa a mais, ou ele aceitou com outras intenções?” “Annabeth, se toca! Ele é homem, e quando uma mulher bonita da em cima, eles correm atrás, independente da situação deles! Mas o que tem demais, se ele não esta namorando ninguém? Ele é livre pra fazer o que quiser!” a garota não conseguia colocar seus pensamentos em ordem, mas quando viu Thalia, sua amiga a encarando voltou à atenção para ela:

–O que foi Tha?

–Você ta com essa cara de Tonga desde que começou a aula. – Disse a garota de cabelos negros, olhos azuis brilhantes, altura mediana e pele extremamente clara preocupada. – Esta acontecendo alguma coisa Annie?

–Não amiga. – Disse ela. – Só estava pensando no trabalho.

–Meu deus! – Falou Thalia. – Tudo bem que a aula esta chata, mas a ponto de pensar no trabalho sem estar nele é demais.

–Eu sei, é só que estou preocupada com as coisas. – Falou Annie olhando pela janela da sala.

–Quem mandou se meter com um detetive? – Falou ela sarcástica. – É nisso que da!

–Eu não me meti com ninguém!

–Hey amiga! Calma! – Falou Thalia rindo. – O se meter que eu falei foi no sentido de trabalhar, mas pela sua reação, parece que alguém caiu naquilo de “se apaixonar pelo chefe”.

–Eu não me apaixonei pelo Percy. – Falou ela nervosa.

–Ah não? – Perguntou ela sarcástica. – Então me diz uma coisa, onde ele está agora? Em casa com a esposa?

–Não Thalia! Ele não é casado. – Falou Annabeth irritada.

–Viu só como eu sei das coisas! – Falou ela rindo “assim como sei que ele é solteiro e gato” pensou ela. Seu riso foi tão alto que atraiu a atenção de mais alguns colegas. – Tão olhando o que seus manes? Aqui o assunto é entre A e B, e não inclui vocês.

Após Thalia ter dito isso, todos voltaram à atenção para a aula, afinal, ninguém tinha coragem de enfrentar a filha de um dos melhores advogados de Nova York.

–Mas igual. – Ela retomou o assunto. – A sua carinha tem haver com alguma coisa que ele possa estar fazendo hoje à noite, porque NÃO É NORMAL você ficar dispersa nas aulas desse jeito.

–Nada haver Thalia. – Falou ela olhando para o professor que estava explicando alguma coisa que ela não entendia.

–Claro que sim, no mínimo ele deve ter saído com alguma garota. – Falou Thalia sorrindo maliciosa, o que fez com que Annabeth corasse de raiva. –Acertei! Ele saiu com alguém e você ta pensando o que eles podem estar fazendo!

–Não é isso Tha. – Disse ela se dando por vencida. – É o jeito com que ele age comigo, durante o dia.

–Tipo como?

–Ele é carinhoso, vive falando que sou um anjo, inteligente. – Falou ela olhando para a amiga. – Fica preocupado, mas só isso sabe.

–Será que ele não é gay?- Perguntou Thalia rindo, só para provocar a amiga.

–Provavelmente não, pelo menos nenhum cara gay iria ir pro Daniel com uma garota como a que ele esta levando.

–Mas como eu vou saber dizer se ela é mais gata que você se não conheço? – Perguntou Thalia tentando fazer com que Annabeth cedesse e dissesse o nome da menina.

–Não vou falar Tha, é errado. – Disse ela triste. – Eu nem devia saber desse encontro, eles combinaram por telefone e sem querer, ouvi.

–Amiga, você se meteu num problema gigante. – Disse Thalia triste. – Afinal, ta a fim do chefe e sabe que ele não presta, sai dessa Annie, antes que você realmente comece gostar pra valer dele.

“Acho que já é tarde demais” pensou ela enquanto guardava os materiais para ir pra casa.