–Frank Zhang. – Disse Percy cumprimentando o jovem que sentou em uma cadeira em frente à mesa. – Que bom que veio.

–Hoje eu estava de folga Senhor Jackson, por isso, essa vinda até aqui não me atrapalhou em nada.

–Melhor assim Frank. – Disse Percy encarando o menino em sua frente de maneira severa.

–Alguma noticia?

–Eu queria poder te dizer que sim, sabemos quem é o assassino, mas o cerco esta cada vez mais fechado garoto, e o pior é que esta se fechando sobre uma pessoa que vocês conhecem. - Disse Percy avaliando a expressão do jovem.

–E quem seria? – Perguntou ele assustado. – O Jason?

–Não, justamente o Jason é um dos que parece menos culpado nisso. – Disse Percy relaxando em sua cadeira.

–Então quem? – Perguntou o garoto apreensivo.

– Seu amigo Valdez.

–Mas como? – Frank beirava ao desespero. – O Léo nunca seria capaz de matar uma pessoa, muito menos a Hazel que era como uma irmã pra ele!

–Você tem certeza disso? – Perguntou Percy o encarando de maneira fria. – No fundo, todo mundo é vilão e por uma ou outra vez, já teve o desejo de matar.

–Mas não o Léo, ele é um bom garoto.

–Tudo bem então, digamos que não foi ele, mas porque o suspeito que temos entrou no condomínio por volta das duas e dez da manhã em uma caminhonete preta, com essa placa aqui. – Disse Percy ao mostrar o papel onde estava o número copiado por Annabeth.

–Esse é o numero da placa do...

–Léo, justamente. – Respondeu Percy sorrindo.

–Mas mesmo assim, ele estava com nós na festa, então, não pode ter sido ele. – Falou Frank incrédulo.

–Pode sim, até mesmo porque ele me disse que saiu de lá às duas da manhã, de taxi.

–Mas isso não quer dizer...

–Claro que não, ainda não tenho as provas que preciso pra julgar se alguém é culpado ou não, mas estou te falando que boa parte delas estão seguindo em direção a seu amigo, primeiramente por dizer que voltou de taxi em uma cidade que existem milhões deles, de forma que nunca conseguirei descobrir qual usou, mas a situação dele piorou depois do ataque que ele teve hoje pela manha quando nos encontramos. – Disse Percy vendo a cara de dúvida de Frank.

Então o jovem detetive explicou o que havia acontecido quando ele cogitou que Léo poderia ter matado Piper, indagando sobre o possível motivo de isso ter ocorrido.

–Você só pode ter ficado louco em falar isso pro Léo! – Falou Frank assustado. – Ele adorava aquela garota, e era obvio e ia ficar com raiva de alguém ter insinuado uma coisa dessas contra ele.

–Tudo bem. – Disse Percy na defensiva. – Mas saiba Frank, que pode não ter sido ele o assassino, mas quem fez isso estava com o carro de seu amigo.

Percy estava cada vez mais confuso e estressado com o caso, pois, suas únicas provas até o momento apontavam Léo como culpado, mas segundo Frank ele sempre fora o mais fiel escudeiro de Piper, fazendo com que a investigação se tornasse mais difícil.

–Me diga uma coisa Frank, por que Léo voltou pra casa antes de vocês no dia 20?

–Ele não estava muito bem. – Disse Frank com os olhos fechados. – Ele teve uma virose na semana anterior e ainda estava em fase de recuperação.

–Mas mesmo assim saiu pra “curtir a noite”. – Comentou Percy achando aquilo tudo muito estranho.

–Sim, o Léo nunca gostou muito de ficar em casa, mesmo estando doente, mas ele já estava quase recuperado, só que ainda sentia muito sono por causa dos comprimidos.

–E foi ideia dele sair naquele dia?

–A Piper que convidou. – Falou Frank triste – Queria comemorar que tinha fechado mais um contrato, dessa vez com uma marca de calçados.

–Tudo bem então, mas me diga uma coisa, o Jason chegou que horas lá?

–Por volta das duas também. – Falou Frank tentando lembrar. – Mas isso foi antes do Léo ir embora.

–E depois, o que aconteceu?

–O Jason saiu e logo depois o Léo falou que não estava bem e que iria para casa.

–E vocês?

–Ficamos na festa. – Disse ele. – A Hazel estava super empolgada, então achei melhor a gente ir embora à mesma hora que a Piper fosse.

–E depois, vocês seguiram para sua casa, estou certo?

–Sim, mas como.. – Começou Frank curioso.

–Frank, eu não sou bobo, e sei que vocês são namorados, achei isso na internet. – Falou Percy rindo. – Então era evidente que iriam pra uma das casas, a menos que um de vocês ainda tivesse aquela ideia de que sexo antes do casamento seja contra as leis do amor e não sei mais o que.

–Ah... Certo. – Respondeu ele envergonhado.

–Mas agora, me diga vocês a acompanharam até o carro antes de saírem?

–Sim, eles estavam estacionados lado a lado.

–E no dia seguinte, quem ligou pra vocês contando o que havia acontecido?

–Vimos na TV, logo que acordamos. – Disse ele emocionado. – Ai não conseguíamos acreditar que aquilo era verdade, ainda por cima com tudo o que os repórteres diziam que foi ela que se matou, ou então o delegado alegando isso.

–Então, decidiram ir até a casa dela pra ver se era real?

–Sim.

–E você lembra-se da hora? – Perguntou Percy, curioso.

–Acho que passavam das duas da tarde.

–E havia algum carro diferente estacionado por lá?

–Além dos da imprensa nenhum.

–O de Léo estava lá?

–Não. – Falou ele olhando atentamente o homem que lhe interrogava.

–Léo ou Jason, algum deles foi?

–O Jason estava lá, mais num canto, chorando demais, como se tivesse perdido uma das coisas que mais importavam a ele na vida, e o Léo chegou um pouco depois reclamando de ter dormido demais.

–Mas nada de anormal aconteceu? – Insistiu Percy. – Nenhum barulho?

–Não, tudo normal.

–E com que carro o Léo foi?

–Ele estava com a BMW. – Disse ele, mas ao ver a cara de susto do detetive prosseguiu. – Disse que não achou a chave da caminhonete em lugar nenhum.

“Bingo!” pensou Percy “consegui mais uma informação, pois se ele diz que não achou a chave temos duas hipóteses: 1. Não quis se arriscar a ir no dia seguinte com o mesmo carro que usou na noite que matou a amiga ou então 2. Outra pessoa pegou o carro de Léo, mas quem?”.

–O Léo tem empregados?

–Sim tem, mas não lembro quantos. – Respondeu ele curioso. – Por quê?

–Curiosidade só Zhang. – Falou Percy sorrindo. – Nada que seja anormal em um detetive.

–Você tem mais alguma coisa que queira perguntar?

–Por hoje era isso. – Disse Percy ao levantar. – Qualquer coisa que eu precisar, te ligo. Alias peça pra sua namorada passar aqui amanhã pela manhã, mas não muito cedo.

–Aviso ela senhor Jackson, até mais.

–Até. – Disse ele indo em direção a Annabeth que lhe esperava ansiosa.

–Então?

–Acho que consegui mais uma pista. – Falou ele sorrindo.

–Tipo o que?

–Quando uma pessoa está tomando muitos remédios, é normal que ela faça besteira ou então perca as coisas.

–Sim, mas o que isso quer dizer? – Perguntou ela curiosa.

–Pode não ter sido o Valdez que matou, mas quem quer que tenha sido, tinha acesso a casa dele, e acima de tudo ao seu carro. – Percy disse isso sorrindo, pois finalmente as coisas estavam começando a se encaixar, e se o que ele imaginasse estivesse certo, o assassino poderia se entregar por si só.