Como combinado no dia anterior, Percy iria atrás de informações com os amigos da modelo, enquanto, Annabeth deveria ir ao estúdio de Octavian em busca de algo que pudesse incrimina-lo.

O jovem detetive acordou cedo, pois havia marcado com Léo Valdez de tomar café da manhã em uma padaria no centro, pois segundo o modelo era um dos poucos horários livres que ele haveria durante o dia, chegando ao local, Percy pediu um café e aguardou por cerca de dez minutos até que o garoto apareceu com cara de quem havia acordado há pouco:

–Parece que alguém teve que pular cedo da cama não é Valdez? – Brincou Percy.

–Normal pra quem tem a vida corrida Jackson. – Respondeu ele de mau humor. – Vamos rápido que não estou pra brincadeiras, além de que meu dia vai ser corrido, tenho diversas campanhas para fechar contrato.

“Estranho ele me tratar desse jeito, pois segundo o que Annabeth me disse que estava na internet, ele sempre foi simpático e bem humorado”.

–Enfim Valdez, te chamei aqui por um motivo óbvio. – Disse Percy após tomar um gole de seu café. – O que você fez na noite do dia 20?

–E..Eu? – Perguntou ele confuso. – Eu estava na festa com meus amigos.

–Tudo bem, e que horas você saiu de lá?

–Era mais ou menos 2:00. – Disse ele pensativo. – Eu não estava muito bem nessa noite, então fui pra casa.

–Você tinha ido de carro? – Perguntou Percy olhando para a rua e vendo uma caminhonete idêntica a do vídeo.

–Na verdade, não. – Falou ele nervoso. – Eu fui com o Frank e a Hazel, depois voltei de taxi.

–E quanto a seu carro, como ele é? – Perguntou o detetive voltando à atenção para a rua.

–É aquela caminhonete preta. – Disse ele, sem entender. – Por quê?

–Porque, segundo algumas pistas que temos, no dia 20, especificamente as 2:00 da manhã, um rapaz, chegou no condomínio de Piper com uma caminhonete parecida com a sua.

–Mas muita gente tem carros assim por Nova York. – Falou Léo enfurecido. – O que o faz acreditar que eu posso ter assassinado minha melhor amiga?

–Não sei Valdez, diga-me você. – Retrucou Percy com um olhar frio. – Talvez o fato dela ter a mesma profissão que você e mais sucesso, ou então ela ter uma vida amorosa agitada enquanto não sabemos nada da sua, ou então...

–Chega! – Gritou Léo atraindo olhares de todos ao redor. – Se você acha que pode me acusar, está completamente errado.

–Eu não estou acusando ninguém Léo. – Respondeu Percy calmo, mas mantendo o olhar frio. – Mas eu preciso de informações, porque senão, nunca vou descobrir quem matou sua amiga.

–Mas eu não posso te ajudar. – Ao dizer isso o garoto saiu do local, deixando Percy transtornado e com uma conta para pagar.

Ele andava tranquilamente em direção ao carro, quando sentiu seu celular vibrar “uma mensagem, claro”. Pensou ele enquanto fechava a porta de sua SUV e pegava seu Iphone.

“PERCY! ME AJUDA! ACHO QUE O ASSISTENTE DO OCTAVIAN É UM TARADO! CORRE AQUI ME AJUDAR.”

Percy estava atônito com aquilo que havia acabado de chegar em seu celular, então, procurou o endereço do local onde Annie estava e o colocou em seu GPS. Após fazer isso retornou:

“Em 10 minutos estou ai”

Ele ligou o carro e seguiu em direção ao endereço, porém, viu que havia outra mensagem vinda de Annabeth.

“Problema resolvido, Octavian chegou e colocou o garoto em seu lugar. Estou segura agora, mas você, volte ao trabalho, beijos.”

Percy não era acostumado a retornar mensagens em que lhe mandavam beijos, pois achava muito mais fácil dizer as coisas que queria ou então mostra-las mas não as escrever. Então, como o café com Léo havia sido um fracasso, o jovem detetive resolveu ir a um dos lugares em que nunca gostaria de pisar em sua vida, a delegacia.

–Ola Perseu! – Disse Will, o delegado local. – Em que posso ajudar.

–Will, preciso de um favor seu. – Respondeu Percy com um sorriso fraco direcionado ao homem que devia ter 40 anos, olhos castanhos brilhantes e cabelos loiros penteados para trás.

–Sabe que sempre vamos ajudar no que precisar, afinal seu pai...

–Eu sei. – Cortou Percy.

–Desculpe garoto. – Falou o homem magoado. – Pensei que vocês haviam feito as pazes.

–Não e esse não é o assunto que0 quero tratar com você.

–Peça então.

–Preciso saber quem é o dono do carro que tem essa placa.

–Isso é simples. – Disse o homem fazendo sinal para que Percy o seguisse. – Nosso sistema tem cadastradas todas as placas de todos os carros dos Estados Unidos, então achar vai ser moleza.

–Justamente por isso vim procurar vocês. – Disse Percy sorrindo.

–Sei que provavelmente é um assunto particular seu, mas porque precisa tanto dessa informação? – Perguntou Will, curioso.

–Digamos que se eu descobrir isso posso ganhar uma bolada.

–Entendo dinheiro sempre em primeiro lugar. – Falou Will sorrindo.

–Nesse caso, sim. – Respondeu o garoto sentando em uma cadeira.

–Acredito que os negócios não vão muito bem para o seu lado.

–Ultimamente, não. – Respondeu ele com amargura. – Mas se eu conseguir resolver esse caso, tudo vai mudar.

–Pessoas influentes? – Indagou Will enquanto digitava a placa em seu computador.

–Podemos dizer que sim.

Alguns minutos de silencio se passaram, até que Will imprimiu uma folha e a entregou a Percy.

–Essa é por conta da casa. – Disse ele piscando. – Nome, idade, profissão e local onde o sujeito mora.

–Muito obrigada Will. – Disse Percy sorrindo. – Te devo uma.

–E eu vou cobrar. – Falou o homem se levantando e levando o garoto em direção a porta de sua sala. – Espero que isso lhe ajude.

–Tenho certeza que vai. – Ao dizer isso, Percy saiu e ao entrar em seu carro, permitiu-se a olhar para a folha em suas mãos, mas o que viu, não lhe agradou:

Proprietário: Léo Valdez

“Droga!! Devo estar deixando alguma coisa passar.” Pensou ele com raiva. “E esse Valdez me paga!”.