A garota estava em uma fúria mesclada de impaciência e confusão, ela sabia que era o Scamander, ela só queria que fosse mentira, que fosse mais uma brincadeirinha de invejosos, infelizmente lá no fundo da sua mente da sua alma ela sabia, sabia que perdera um amigo...

– Rose! – Chamou alguém ao seu lado, um alguém que já tinha a chamado mais vezes, Lorcan. - Não vá lá, ele está possesso de raiva, eu te peço não vá.

– Lorcan, ele passou dos limites, eu sei que você quer defende-lo, mas eu tenho que dar um basta nisso, tenho que dizer que chega, ele precisa de ajuda, você sabe. – Disse ela se referindo ao problema de Lysander, ele tinha autismo, mas um autismo violento e agressivo, e ele se recusava a ter qualquer ajuda.

– Eu sei, mas espere até ele se acalmar, ele vai te machucar ele não percebe quando faz, pense como ele vai se sentir quando descobrir que te machucou, ele vai se esconder e fugir de novo, ele é meu irmão, não quero perde-lo de novo. – Implorou Lorcan com poucas lagrimas em seus olhos, e em toda a amizade dos dois ele nunca havia visto seu amigo chorar.

– Lorcan, se acalme eu não vou fazer nada para aquilo aconteça de novo, Lys – ela disse hesitando – ele é um pouco diferente, eu sei, mas temos que ajuda-lo, temos que fazê-lo enxergar que o que ele faz é errado. – Por fim ela abraçou o amigo que já chorava mais se lembrando de todos os anos que tentou ajudar o irmão que era maldoso sem saber.

– E-eu sei, mas não agora. – Ela assentiu ainda sem soltar o menino, seu amigo precisava de ajuda e seu irmão também, só que um problema de cada vez.

– Vem vamos a cozinha tomar alguma coisa. – A ruiva o chamou, pelos corredores ele tentava secar as lagrimas recebendo vários olhos curiosos por onde passavam, isso deixava ambos irritados e com vergonha, no caminho encontrou os amigos que deixara para trás no seu transe.

– Ei o que aconteceu? Onde você foi? – Mery perguntou para ela enquanto levava um dos gêmeos para a cozinha.

– Depois, agora eu preciso que todos vocês não cheguem perto do Lysander, prometam que não vão fazer nada. – Pediu ela vendo os pergaminhos e armadilhas na roda que eles estavam. – Eu tenho que tratar de um assunto e já volto enquanto isso fiquem aqui.

– Ta bom – Se pronunciou Scorpius pela primeira vez, seus olhos acinzentados estavam com duvida e afeto, de algum jeito que a ruiva preferiu não desvendar. – Mas depois temos que conversar. – Ela assentiu e saiu com o loiro Scamander para a cozinha, lá eles tomaram chocolate e comeram alguma coisa enquanto conversavam.

– Sabe eu sei que ele precisa de ajuda, só que é tudo mais difícil porque ele não se deixa ser ajudado.

– Eu sei, mas sabe o que me disseram uma vez, que ninguém é fraco ou vulnerável por ser ajudado, é que às vezes temos que deixar o orgulho de lado e perceber nossos defeitos.

– Meu irmão é tão cabeça dura, eu queria que tivesse um jeito de mostrar que o que ele faz é ruim, pra todo mundo, minha mãe não aguenta mais vê-lo assim, ela tenta de todos os jeitos ajudar, remédios, psiquiatras, hospitais, ele não quer que achem ele fraco.

– Vamos ajuda-lo, eu garanto. – Ela pousou a sua mão na mão gelada e pálida do amigo que deu um sorriso torto.

– Como você pode ser tão assim? – A menina fez uma careta confusa. – Sabe depois do que ele fez você quer ajuda-lo.

– Eu tenho que ser sincera, eu não o perdoei, eu sei que o que ele fez foi errado e me fez sofrer eu nunca deixei de lado isso, mas eu também não deixei de lado os anos incríveis de amizade dele, e é por esse Lysander que eu vou ajudar, é pelo Lysander que me ajudava a subir nas árvores pelo Lysander que me ensinou a plantar flores, e pelo Lorcan que eu pude dividir tudo que sentia. – O menino sorriu ouvindo as últimas palavras se despediram e um foi para cada lado, ela fora se encontrar com Scorpius e os amigos e ele foi ficar junto do irmão.

– Oi gente! – Ela anunciou sua chegada sentando ao lado de Scorpius e pegando a sua mão.

– Está tudo bem com o Lorcan? – O mesmo perguntou.

– Sim, ele está preocupado com Lysander, diz que ele não fará nada, sabe é só o problema atacando de novo, vamos dar um jeito. Eu não quero falar sobre isso agora, - disse ela abaixando a cabeça e mudando de humor, mesmo sabendo que lá no fundo tinha uma pontada de tristeza, que ela podia deixar de lado naquele momento. - já arrumaram os malões?

– Sim mamãe! – Responderam em deboche e uníssono. Ela riu, mas ela própria não tinha arrumado o seu nada que magia não resolva...

– Mas vem vamos andar pelo campo. – O seu namorado a puxou pela mão que segurava e a arrastou para longe dos risos e piadas do Albus.

– O que você queria falar comigo? – Perguntou ela doce e calma olhando nos olhos dele.

– Nada, eu só queria um tempo sozinho com você. – Ambos riram.

– Se você queria isso era só pedir. – Disse ela o beijando.

– Uau como estamos acessíveis hoje, não é.

– Se você quiser eu paro. – Ela ameaçou fazendo-o puxar ela contra si mais forte.

– Daqui você não sai daqui ninguém te tira.

– Ok, vamos conversar sobre o Natal então. Eu quero ouvir tudo sobre o seu aniversario. – Ela debochou o fazendo ficar com cara de bravo.

– Nem me lembre pelo menos esse ano vai ter você, não vou ter que dançar com uma das minhas primas chatas. – Ela riu. – É sim senhora a senhora vai dançar comigo, esse ano estou fazendo dezesseis e tem o baile e a primeira música é você é quem vai dançar comigo.

– Sonha, eu tenho dois pés esquerdos, e é capaz de eu cair e pagar mico da frente do mundo bruxo inteiro, pensa nós já vamos ser caso de Profeta, mas pensa se eu estragar tudo caindo?

– Nossa como você é dramática, me lembra de novo porque eu gosto tanto de você? – Ele debochou (n/a: como estamos debochando um do outro hoje, não? Ta parei) ele revirando os olhos.

– Porque eu sou linda, perfeita,legal, querida, super simpática, inteligente, amorosa, bondosa, carismática e tenho os cabelos mais perfeitos do mundo.

– A e também é modesta.

– Sim e também sou muito modesta. – Os dois riram estar na presença um do outro já era bom, eles só se perguntavam se seria assim pra sempre, se eles um dia se cansariam de estar um com o outro, eles só escondiam essa fato.

– Vem temos que voltar, já matamos a aula de História da magia, mas se matarmos a aula de Herbologia também vamos nos ferrar, tio Neville vai contar para papai que vai tirar conclusões precipitadas.

– Tem razão vamos, mas amanhã às onze da manhã vamos estar dentro de uma cabine quentinha esperando o Natal.

– Pois é, está mesmo frio aqui.

– Toma aqui. – Disse Scorpius entregando seu casaco e a abraçando, abafando seu rosto em seu tórax e o seu “obrigada”.