Laços de Guerra - 4ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 4
Capítulo 4 - Conhecendo a... Sogra?




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6 de Agosto de 1997.

Eles desceram na manhã seguinte, decididos a não atrapalhar os planos do Trio e deram de cara com Kreacher na cozinha.

— A traidora do sangue Black voltou — resmungou Kreacher, enquanto andava pela cozinha — Junto com o traidor do sangue Weasley e a mestiça imunda.

— Agradável como sempre — disse Amber para Oliver, demonstrando que não se incomodava.

— Ele não te xingou — observou Fred, olhando para Oliver que deu de ombros.

— Kreacher, onde estão os outros? — perguntou Amber, preocupada.

— O Mestre Harry saiu — foi o único que Kreacher disse.

— Amber — começou Oliver, trocando um olhar com Fred.

— O que aconteceu? — perguntou Amber, percebendo essa troca de olhares.

— Não acha que estamos atrapalhando a missão do Harry? — quem disse foi Sarah.

Amber olhou para cada um deles e percebeu que eles tinham conversado sobre aquilo antes. O silêncio só era cortado pelo barulho de estalos de dedo de Kreacher que estava limpando a casa para a chegada de Harry.

— E para onde nós vamos? As casas estão sendo vigiadas, Sarah — disse Amber.

— A minha mãe não se incomodaria — disse Oliver, dando de ombros.

— Não — disse Amber, no mesmo instante — Nem pensar!

— Amber... — começou Oliver.

— Nós não podemos colocar a sua família em perigo! — exclamou Amber.

— Não estaremos — disse Oliver — A casa foi comprada de muggles depois da 2ª Guerra Mundial. Tem porão.

— Eu não quero incomodar — disse Amber.

— A minha mãe ia adorar ter mais gente na casa, ela vive reclamando que a casa fica vazia demais — retrucou Oliver.

— O que não é problema para a minha casa — brincou Fred.

Isso quebrou o clima tenso, fazendo todos rirem.

— Eu já tenho uma dor de cabeça enorme com Sabelle e isso que nem minha irmã ela é — disse Oliver.

— Já gostei dessa garota — murmurou Sarah.

— Nós não podemos simplesmente aparecer sem avisar nada — disse Amber.

— E quem disse que vamos fazer isso? — retrucou Fred — Ele enviou Halo para a mãe dele.

— Eles podem pegar a coruja — disse Amber.

— Não vão — disse Sarah — Colocamos feitiço na carta. Só o destinatário pode abrir. E se conseguirem abrir, não vão conseguir ler nada.

Kreacher lhes deu o resto do café da manhã que preparou para o Golden Trio antes de continuar limpando a cozinha.

— Obrigada, Kreacher — disse Sarah para surpresa geral, antes de comer desesperadamente — Ai, meu Deus! Isso sim é comida de verdade!

Amber revirou os olhos, mas Fred estava no mesmo estado que a namorada.

— Feitos um para o outro — murmurou Amber.

Oliver riu entredentes.

— Você não tem mais desculpas — ele disse para ela.

— Oliver, eu não sei se é uma boa ideia — disse Amber, insegura.

— Você vai ver como a minha mãe vai gostar da ideia — disse Oliver, dando de ombros.

Amber subiu para o banheiro depois do café da manhã, para escovar os dentes e Sarah foi atrás dela.

— Você está com medo de conhecer a família dele? — perguntou Sarah do outro lado da porta.

— Eu não sei. Eu... E se eles não aprovarem? E se não gostarem de mim? — perguntou Amber, apoiando-se na pia.

— Como alguém pode não gostar de você? — disse Sarah, rindo.

Amber também riu, ela estava ridícula. Paralisou ao sentir algo subindo pela sua perna... Ela olhou para baixo, pálida e gritou. Sarah abriu a porta e pegou a toalha batendo nas pernas de Amber. A aranha caiu no chão e ela pisou em cima dela, esmagando-a com o chinelo. Amber começou a chorar, enquanto sentava-se no banco que estava ao lado da pia.

— Calma, ela está morta — disse Sarah, abraçando-a, mas isso não a acalmou — Já passou. Já passou.

Com o escândalo, o quadro de Walburga Black acordou e Oliver e Fred subiram para ver o que tinha acontecido, mesmo que soubessem que era improvável Death Eaters entrarem na casa.

— O que aconteceu? — perguntou Fred.

— Aranhas — Sarah respondeu simplesmente, levantando-se — Vou lavar o meu chinelo no outro banheiro.

Quando conseguiram acalmar a Amber, desceram de novo, sem ter nada para fazer.

— Seja lá o que Harry estiver fazendo, se ele não chegar para o almoço, só chega no jantar — disse Sarah, olhando para o relógio.

— O que ele tem de tão importante para fazer lá fora? — perguntou-se Amber.

— Ele tem uma capa da invisibilidade, ele pode fazer o que quiser lá fora sem ser pego — disse Sarah.

— Eu estaria tranquila se ele realmente usasse essa capa para se divertir — retrucou Amber — E não para destruir Voldemort.

Sarah se levantou entediada, olhando para o relógio e foi até o piano. Fred e Oliver começaram a falar de quidditch para ver se o tempo passava mais rápido, enquanto Sarah tocava algumas notas no piano e Amber puxava o livro de Charlus Potter da mochila.

— Ai, meu Deus! — exclamou Amber, depois de alguns minutos folheando — É isso!

— Isso o quê? — perguntou Sarah, a última nota do rito fúnebre vibrando no silêncio da sala.

O tabu é um feitiço que literalmente amaldiçoa a fala, delimitado normalmente a pequenos dizeres. Quando uma determinada palavra amaldiçoada é pronunciada, qualquer um que a pronunciou se torna rastreável. Outros recursos do feitiço como quebrar encantos protetores e causar uma espécie de perturbação mágica completam os efeitos poderosos dessa magia avançada — leu Amber — You-Know-Who tornou o nome dele um tabu. É por isso que os Death Eaters puderam localizar Harry, Rony e Hermione na Tottenham Court. Eles provavelmente mencionaram o seu nome.

— E por que está no livro do seu avô? — perguntou Sarah, aproximando-se.

— Não é um feitiço necessariamente das trevas — disse Amber — Aurores poderiam usar essa senha para rastrear bruxos das trevas que falavam em códigos. Depende do modo que é usado.

— Mas nós o chamamos pelo nome toda hora desde que chegamos aqui — observou Fred.

— Mas um Fidelius não é um encantamento qualquer — retrucou Amber, já tinha pensado nisso — Lembram que Sarah pode usar magia a vontade sem ser rastreada pelo Ministério?

— Ainda mais realizado por uma pessoa tão poderosa quanto Dumbledore — disse Oliver.

— É um feitiço poderoso — disse Amber.

— E como vamos chamá-lo? Sempre o chamamos assim — disse Sarah.

— A não ser que queira ser capturada por Bellatrix, o chamaremos como todos. You-Know-Who — disse Amber.

— Eu não sou como todos — retrucou Sarah — Vou chamá-lo de Voldy.

— Ai, meu pai — murmurou Amber com um sorriso no rosto.

— Já conseguiu arrumar uma explicação para a espada de Godric Gryffindor? — perguntou Fred.

— Ou o medalhão? — completou Sarah.

— Já disse que não posso falar sobre a missão... — começou Amber.

— Não estou do medalhão de Slytherin, estou falando do medalhão que Dumbledore lhe deu — interrompeu Sarah.

— Não tem explicação. Se ele quisesse que eu soubesse de algo, teria dado algumas memórias ou deixado memórias dentro — disse Amber.

— Se tivesse feito isso, o Ministério teria pegado a memória — lembrou-lhe Sarah.

— Dumbledore não faz nada sem um plano por trás — disse Fred.

— Mas evidentemente pensa que todos temos a mente genial dele para adivinhar a razão pela qual eles nos legou isto — retrucou Amber.

— E a espada de Gryffindor? — perguntou Sarah.

— Tanto sentido quanto ele ter dado Contos de Beedle, o Bardo para Hermione. Esse livro não tem relação alguma com a missão deles. Nada relacionado a Vol... — ela parou de falar — You-Know-Who pode ser algo bom e que esteja em um livro de contos infantis.

— Pensando por esse lado — murmurou Fred.

O Golden Trio apareceu por volta da hora do almoço, exaustos e cheios de pergaminhos na mão. Durante a refeição, Amber apressou-se para lhes explicar sobre o tabu e, assim que acabaram a comida, o Trio voltou a sair.

Assim seguiram-se os dias na mesma rotina. O Golden Trio tomava café da manhã cedo, saía, voltava para o almoço, saía novamente, voltava para o jantar e dormia.

13 de Agosto de 1997.

Oliver, Sarah e Fred não voltaram a insistir no assunto, mas Amber via cravado no rosto deles todas as vezes que o Trio saía ou ficava conversando em sussurros na cozinha lendo aqueles pergaminhos.

Halo tinha voltado após uma semana com uma carta da Srª Wood pedindo para que Oliver tivesse cuidado e, como ele previu, concordou com a vinda deles.

— Tudo bem — concordou Amber, suspirando derrotada — Não dá mais para ficar aqui. Só estamos atrapalhando.

Sarah lhe deu um sorriso de canto meio triste.

— Vai precisar avisar a Harry. É capaz de ele se assustar se não nos encontrar depois de um tempo — disse Sarah.

“Isso se ele perceber” pensou Amber, amargamente “Nem para quieto em casa”.

Como todos os dias, o Golden Trio chegou na hora do jantar, exaustos e cheios de anotações nos pergaminhos que repassavam entre si. A única diferença é que nem Amber nem os outros se uniram a eles.

Hermione percebeu isso e franziu o cenho, olhando para a porta.

— Kreacher, os outros falaram alguma coisa? — perguntou ao elfo que estava mais amistoso com ela.

— Eles já jantaram — foi a única coisa que Kreacher disse, antes de voltar às suas tarefas.

— Tem alguma coisa de errado — observou Rony — Eles nunca jantam antes de nós.

Os quatro desceram as escadas tentando não fazer barulho. Sarah e Oliver deram seu apoio silencioso a Amber, antes da ruiva deixar a mala ao pé da escada e se dirigir até a cozinha.

— Amber! Kreacher nos disse que... — começou Hermione, até que viu a roupa de Amber — Vão sair?

— Digamos assim — respondeu Amber, hesitando.

— Por quanto tempo? — perguntou Harry, percebendo a atitude dela.

— Por um bom tempo — admitiu Amber — Talvez não nos vejamos por algum tempo.

— Mas... Para onde vocês vão? — perguntou Hermione, tinha sido pega desprevenida — Amber, pense bem. Nenhum lugar é seguro agora.

— Vamos para Portree. Casa de alguns familiares do Oliver — disse Amber — Vamos ficar bem.

— Por que isso? — perguntou Rony.

— Evidentemente estamos atrapalhando a missão de vocês — disse Amber, meio irônica.

— De onde tiraram isso? — perguntou Hermione.

— Mione, dá pra ver — disse Amber — Vocês passam o dia inteiro fora e mal podem discutir sua missão porque estamos presentes;

— Passamos o dia inteiro fora, como você disse — disse Hermione — Vocês não atrapalham em nada.

— É melhor assim — disse Amber, não deixando a questão aberta a discussões.

— Não nos veremos por possíveis meses, sem nenhuma forma de comunicação e você quer que eu aceite isso? — retrucou Harry.

— Não estou pedindo permissão, estou comunicando — disse Amber — Agora é escolha sua fazer a nossa despedida algo agradável ou não.

Harry suspirou frustrado, mas levantou-se e a abraçou.

— Se cuida — ele sussurrou.

— Eu vou — disse Amber, em resposta, afastando-se dele para se despedir de Rony e Hermione.

— Queria que tivesse uma forma de nos comunicarmos, mas creio que vai ser perigoso — disse Hermione, triste.

— Seria fácil se você soubesse fazer o patrono que fala — disse Amber, suspirando — Impossível de ser rastreado e rápido.

— Vou tentar — murmurou Hermione, dando de ombros.

— Vocês vão agora? — disse Rony, descrente — Está tarde. É melhor irem ao amanhecer.

— Espera! Portree não é próximo de Hogsmeade? — perguntou Hermione, mesmo que não fosse uma acusação.

— Highlands é enorme — disse Amber, dando de ombros — E o horário não vai impedir os Death Eaters de nos atacarem, se nos descobrirem.

— Isso me deixa muito tranqüilo — resmungou Harry.

Hermione pensou em dizer que de manhã eles teriam maior vantagem, mas se lembrou que Sarah estaria com eles e resolveu não falar nada.

Mas insistiu em conferir se Amber estava levando tudo para que não faltasse nada.

Eles se despediram mais uma vez e Amber seguiu para o corredor onde os outros três a estavam esperando.

— Vamos — disse Amber, pegando a mala do chão.

Eles saíram do Grimmauld Place e aparataram no primeiro degrau, antes que ficassem expostos para os homens que vigiavam do lado de fora.

Portree.

Eles apareceram em um campo aberto com várias árvores ao redor, um bosque.

— Aparatamos no lugar certo? — perguntou Sarah, olhando em volta.

— Não poderíamos ter aparatado em lugar melhor — murmurou Oliver — Considerando que a vila é semi-bruxa.

— Irônico você morar em Portree jogando para a Puddlemere United — disse Sarah.

— Considerando que não existe uma vila chamada Puddlemere, não posso fazer nada — disse Oliver, começando a andar em direção ao norte.

Não demoraram muito para chegar até a área residencial onde avistaram algumas casas mais próximas do bosque do que outras. Aparentemente, os muggles preferiam se manter longe da pequena floresta que, provavelmente, escondia o campo de quidditch do time local.

— Filho?

Eles se viraram e encontraram com uma mulher de cabelos castanhos cortados na altura dos ombros, os seus olhos verdes estavam pousados em Oliver. Ela olhou nos olhos dele e abaixou a varinha.

— Desculpe, decisão de última hora — sussurrou Oliver, enquanto ela o abraçava.

— Não tem problema — respondeu a Srª Wood, olhando em volta — Vamos entrando. Conversamos mais lá dentro. Não estamos sendo vigiados como Hogsmeade, mas...

Eles concordaram, indo atrás dela rapidamente. Assim que entraram na casa, a Srª Wood pôde dar mais atenção aos três. Passou os olhos por Fred, Sarah e Amber, e depois levantou uma sobrancelha para Oliver.

— É... Fred Weasley — apresentou Oliver.

— Arthur é uma ótima pessoa — disse a Srª Wood, apertando a mão estendida de Fred.

— Sarah Black — continuou Oliver.

Sarah ficou meio receosa de apertar a mão dela, mas estendeu-a. A Srª Wood parecia um pouco mais calorosa depois do filho apresentá-los.

— Ambrose Potter — disse Oliver, corando — Ela... Er...

Amber também se sentiu corar, enquanto Sarah divertia-se visivelmente com a apresentação.

— Oliver, estou velha e não cega — disse a Srª Wood, sorrindo carinhosa para a reação dos dois — Os Death Eaters não causaram estrago, não é?

— Tranquila. Estamos bem, conseguimos sair a tempo — mentiu Oliver.

— Ótimo — disse a Srª Wood — Me chamem de Jane, por favor. Não querem comer algo?

— Nós comemos agora a pouco — respondeu Oliver.

— E não estamos com fome? — insistiu Jane, fazendo Oliver rir.

— Na verdade... — murmurou Sarah.

— Eu vou preparar algo — disse Jane, feliz.

— Tia? Está tudo bem?

Antes que ela pudesse sequer se mover, ouviram passos descendo a escadaria de madeira. Uma menina, que não parecia ser muito mais velha que Amber, parou no meio dos degraus ao perceber os visitantes. Ela tinha cabelos castanhos como os de Jane e Oliver, mas os olhos eram de um azul claro.

— Olhe quem apareceu — disse Jane, apontando para Oliver.

— Que casamento demorado esse, hein — disse a garota, voltando a descer as escadas — Foram o que? Cinco dias?

— E tiveram convidados especiais como os Death Eaters — retrucou Oliver.

— Não consigo imaginar um presente agradável vindo deles — disse.

— Parem! Isso não tem graça nenhuma — interrompeu Jane — Sabelle, poderia dividir quarto com Amber e Sarah?

Sabelle olhou atentamente para os três parecendo procurar algo.

— Você tem uma pinta no pulso esquerdo! — disse, olhando para Sarah.

— Sabelle! — repetiu Jane, divertida.

— Eu não vejo problema, tia — respondeu Sabelle.

— Elas vão se dar bem. Duas malucas — murmurou Oliver para Amber.

— Como eu vou saber quem é quem? — disse Sabelle.

— Eu sou a Amber — brincou Sarah.

— Minhas fontes me informaram que Amber é ruiva, a não ser que você seja metamorfomaga — retrucou Sabelle.

— Na verdade a minha prima é — disse Sarah, dando de ombros — Eu queria ser também, ia ser ótimo para as nossas zoeiras em Hogwarts.

— E ia ser tão transparente quanto um fantasma — retrucou Amber — O cabelo da Tonks muda a qualquer sentimento que ela tenha.

— Detalhes... — disse Sarah, não dando importância.

Jane olhou meio exasperada para Oliver que riu. Aguentar Sabelle era uma coisa, agora aguentar a ela e outra menina igual a ela...

— Não explodam a casa na minha ausência, por favor — pediu, antes de ir para a cozinha.

— Ela tem um conceito completamente certo de você — Amber disse para Sarah que fez cara de ofendida.

— Meu nome é Sabelle Cailler e sou sobrinha da Jane, caso não tenha ficado claro — disse Sabelle.

— Sarah Black e ele é o meu namorado Fred Weasley — disse Sarah.

— Eu sei falar — murmurou Fred.

— Estava tão quieto que tive minhas dúvidas — implicou Sarah.

— Ambrose Potter — disse Amber.

— Oliver Wood — brincou Oliver.

— Não me diga! — retrucou Sabelle, dando-lhe um soco no ombro.

Ela olhou de novo para Amber e deu um sorriso malicioso.

— Espera! — exclamou, fazendo caso omisso ao olhar fulminante de Oliver — Eu sei quem você é! Só escuto falar em você desde que vim morar aqui.

Sarah e Fred seguraram o riso vendo como Amber e Oliver coravam.

— Isso é vingança? — perguntou Oliver.

Amber lembrou-se vagamente de Oliver lhe contando que infernizava os namorados da prima quando ela estava na Ala Hospitalar após atacar McLaggen.

— Estou me divertindo um pouco — disse Sabelle, dando de ombros.

— A Amber não tem nada a ver com seja lá o que for que o seu primo tenha feito com você — interviu Sarah.

Amber olhou desconfiada para Sarah. Ela lhe defendendo?

— Que mau juízo você faz de mim — murmurou Sarah.

— Você é a primeira a tirar com a minha cara — retrucou Amber.

— Essas são as melhores amigas que se pode ter — disse Sabelle e depois olhou para o relógio da parede — Acho melhor resolvermos o negócio do quarto, está ficando tarde.

— Acho que tem colchões no porão — disse Oliver, pensativo.

— Ótimo! Estava doida para visitar aquele porão! — disse Sabelle, animada — Vamos, Amber? Sarah?

— É, vai. Eu vou falar com a minha mãe! — disse Oliver, aliviado pela mudança de assunto.

— E o que eu faço? — murmurou Fred, fazendo Sarah rir.

— Vem logo — disse Sarah, puxando-o pelo braço.

Amber lançou um olhar para Oliver antes de ir atrás dos três, tinha vergonha de se despedir mais efusivamente na frente de Sabelle.

— Pensei que íamos para o porão — disse Fred, confuso assim que eles subiram as escadas.

— E estamos — disse Sabelle, virando para o corredor esquerdo.

— Não deveria ser no térreo? — perguntou Sarah.

— Seria óbvio demais — disse Sabelle.

— Oliver disse que a casa foi construída durante a 2ª Guerra Mundial, lembra? — disse Amber para Sarah.

— E os muggles foram bem engenhosos — disse Sabelle, parando no meio do corredor — Nesse corredor ficam os quartos. Acho que a Jane prefere que vocês durmam comigo para não se sentirem muito solitárias.

— E também para impedir que esses dois tenham encontros noturnos — disse Amber.

— Agora que você falou — murmurou Sabelle.

— Acho que a sua tia não foi muito com a minha cara — disse Sarah.

— Não é isso... É que... — Sabelle olhou para as paredes procurando uma explicação — Ela é bem tradicionalista. Vocês podem não acreditar muito nisso, eu também achava uma loucura, mas ela é partenomancista.

— Ramo da Divination? — perguntou Sarah, erguendo uma sobrancelha.

— Tem charlatãs e têm pessoas que realmente tem o dom — disse Sabelle — Vocês não entenderiam.

— E você tem? — perguntou Fred.

— A pinta que a Sarah tem no pulso esquerdo mostra que ela tem dificuldades com a família, não se dá bem com os membros dela — disse Sabelle, ajoelhando-se por cima do tapete.

— Eles são Death Eaters, claro que não vou me dar bem com eles — murmurou Sarah — Isso não prova muito.

— Não dá para se saber muito praticando melanomancia, a fisiognomonia fala mais sobre a personalidade da pessoa — disse Sabelle, passando a mão pelo tapete.

— Vem cá, por que estamos parados no meio do corredor? — perguntou Fred.

Sabelle empurrou o tapete, enquanto passava a mão pelo chão de madeira.

— Estou procurando uma coisa — respondeu.

— No chão? — perguntou Sarah, franzindo o cenho.

Sabelle puxou um ladrilho que estava solto, girou a mão várias vezes e o piso debaixo caiu, revelando um buraco que parecia bem profundo.

— É — respondeu Sabelle, simplesmente, antes de tirar outros ladrilhos revelando uma escada que dava lá para baixo.

Ela sorriu ao ver o olhar desconcertado dos outros.

— Um alçapão — disse Amber — Como ele aguenta o peso?

— Estava trancado, é só girar algumas vezes em uma sequência que ele destranca — explicou Sabelle, levantando-se enquanto esfregava as palmas das mãos na calça — Também tem um feitiço extra para suportar o peso, assim como impedir que se ouçam os sons de dentro.

— Era para ser um esconderijo? — perguntou Sarah.

— Precisamente — disse Sabelle — Claro que não tinha os feitiços extras antes da casa ser comprada pelos antecedentes da família, considerando que a família era muggle.

— E os judeus sobreviveram? — perguntou Amber — Não foram encontrados?

— Não — disse Sabelle, descendo as escadas — Vocês vêm?

O porão não era usado faziam pelo menos 30 anos, mas nada que a magia não pudesse fazer para limpar o lugar.

— Lum... — começou Sarah.

— Não! — gritaram Amber e Fred, o último tirando a varinha da mão dela.

— O que houve? — perguntou Sarah, assustada.

— Enlouqueceu? Não estamos mais no Grimmauld Place! Qualquer magia que você fizer o Ministério vai detectar — bronqueou Amber.

— Arania Exumai — eles ouviram Sabelle dizer lá embaixo.

— Quer saber? Eu vou ficar lá em cima — disse Amber, subindo as escadas.

— Onde ela foi? — perguntou Sabelle, subindo até eles.

— Não lhe agradam as aranhas — disse Sarah, descendo as escadas segurando o braço de Fred com força.

— Eu também odeio, mas acho que as baratas são piores — disse Sabelle — Principalmente as voadoras.

— Não existe homem corajoso o bastante para enfrentar uma dessas — concordou Sarah, solenemente.

— Até eu fujo de uma dessas — murmurou Fred.

Amber sentou nos primeiros degraus, olhando para a parede.

O relacionamento entre ela e Harry nunca seria bom o bastante. Nunca seria como os gêmeos Weasley. O fato de Harry ter que se virar sozinho na casa dos Dursley e não ter nenhuma figura de autoridade ativa na escola fez com que ele se tornasse muito independente.

Ele se preocupava com ela, mas não conseguia contar a ela tudo o que lhe preocupava. Amber duvidava que ele sequer contasse algumas coisas a Rony e Hermione.

— Você confia demais nas pessoas — disse Sabelle, sentando-se do lado dela — Nossa! Do jeito que eu acabei de falar parece até filme de terror.

— Bem, não é mentira — disse Amber, sorrindo levemente.

— Saiam da frente — ouviram Sarah dizer lá debaixo.

— Ou não nos responsabilizamos pelos danos — completou Fred.

— Causados a vocês, não é? — perguntou Sabelle, enquanto elas se afastavam da escada — Um empurrão e vocês rolam escada abaixo.

— Desde que estejamos em cima do colchão seria interessante — disse Fred.

— Nós quem vamos dormir aí, Frederick. Então segura a onda — retrucou Sarah.

Amber e Sabelle puxaram o colchão assim que o viram.

— Por um momento pensei que iriam mesmo nos empurrar escada abaixo — disse Sarah, enquanto eles levavam para o quarto de Sabelle.

— Vai precisar pegar outro — disse Sabelle, divertida assim que eles jogaram no chão.

— Ah, eu divido com a Amber — disse Sarah, deitando-se cansada — É grandão esse aqui.

— Uma coisa é dividir o quarto, outra bem diferente é dividir o colchão — disse Amber.

— Eu vou ter que pegar para mim mesmo... — murmurou Fred, dando de ombros.

— Tá bom, eu te ajudo — disse Sarah, levantando-se preguiçosa.

Sabelle passou a mão pela cabeceira da cama, parecendo pensativa.

— Acho que vou passar a cama para o quarto do Oliver — disse — O normal seria que os cavalheiros nos passassem as camas, mas como somos três alguém ficaria de fora.

— Eu e Sarah não nos incomodamos — disse Amber, deitando no colchão.

— Eu gosto de deitar em colchão — disse Sabelle, dando de ombros — Faz menos barulho.

Quando Sarah e Fred voltaram com os dois colchões restantes, Sabelle foi fechar o porão e fizeram a troca da cama. Com a demora deles para descer, Jane subiu para ver o que estava acontecendo e quem estava com fome (Sarah e Fred) desceu para comer antes de dormir.

22 de Agosto de 1997.

— O nome da Hermione está no Daily Prophet — disse Sarah.

Amber se enroscou nas cobertas quando se levantou apressada e puxou o jornal, preocupada.

Lista de nascidos muggles que não apareceram para o julgamento — leu Amber, fuzilando-a com o olhar — Você me assustou!

— Achou o que? Que tinham sido pegos? — perguntou Sarah, pegando o jornal de volta.

Tinham se passado 8 dias desde que elas chegaram até a casa dos Wood. Os dias passavam lentamente e eles não poderiam fazer muito, mas era uma casa mais agradável do que a Muy Nobre y Antiga Casa dos Black.

Eles podiam andar calmamente sem medo de acordar o quadro da avó de Sarah e ela não ficava tão nostálgica. Apesar do pouco tempo, a casa dos Black tinha bastado para acumular lembranças de uma vida em que os seus pais estavam vivos e felizes.

Oliver passava os dias preocupados porque seu pai ainda não tinha aparecido. Jane tentava acalmá-lo dizendo que ele estava resolvendo alguns problemas em Caerphilly, mas não revelava que problemas eram esses.

Fred enviou uma carta para a sua mãe dizendo que estava bem, mas não recebeu uma resposta.

— Mas nós já sabíamos que ela não iria aparecer — disse Amber, voltando a se sentar no colchão.

— Seria idiotice — concordou Sarah.

— Será que os Death Eaters acreditaram na história de Rony? — perguntou Amber.

— Eles são estúpidos — disse Sarah, dando de ombros — Acreditam em tudo e não tem provas do contrário.

— E não sabem o que é amizade — murmurou Amber, pensando na amizade do Golden Trio.

Tinha discutido esse assunto diversas vezes com Astoria. A Slytherin também pensava que as amizades entre os de sua casa não eram muito verdadeiras, mas havia algo entre alguns que fazia Amber repensar essa opinião.

Será que os Slytherin eram capazes de ter uma amizade verdadeira?

1º de Setembro de 1997.

Foi estranho para Sarah e Amber não estarem embarcando no Hogwarts Express. Mesmo tendo estudado uns três ou dois anos em Beauxbatons, se acostumaram rapidamente à rotina de Hogwarts, talvez pelo fato de terem escutado sobre a escola desde pequenas.

De certa forma, Amber estava agradecida por não ter que embarcar. Só as faria lembrar que Marlene nunca mais as veria partir pelo trem.

— Eu acredito que Snape tenha matado Dumbledore — disse Sabelle, enquanto elas almoçavam — Ele era um Death Eater e Dumbledore tinha a mania de confiar demais nas pessoas.

— Você não vai a Hogwarts? — perguntou Sarah.

— É complicado. Meus pais foram transferidos para Fremantle e eu estudei um ano no colégio bruxo de lá, só que o ano letivo começa em Fevereiro — disse Sabelle — Como eu saí no meio do ano, se eu entrasse em Setembro eu iria recomeçar toda a matéria, então entrei em Janeiro do ano seguinte para retomar de onde eu tinha parado. Aí em 94 aconteceram algumas coisas e a minha tia achou melhor me ensinar em casa. Quem for conferir o meu registro em Hogwarts vai ver que eu supostamente já terminei o colégio.

— É complicado mesmo — disse Sarah, confusa.

Sabelle deu de ombros como se dissesse: “eu disse”. Jane saiu apressada da cozinha e foi até a porta da frente.

— O que houve, tia? — perguntou Sabelle.

— Acho que é o seu tio — respondeu Jane, saindo da casa.

— Onde está o Wood, inclusive? — perguntou Sarah.

— Ele trabalha, sabe — retrucou Amber.

— E o quidditch ainda está acontecendo com tudo isso? — disse Sarah.

— É o que eles foram resolver — disse Amber.

— Do jeito que o Oliver é, vai continuar sim — murmurou Sabelle — Um pouco de diversão nessa tensão toda.

— Mas os outros times pensam o mesmo? — retrucou Sarah.

— Acho que é uma reunião entre capitães de times — disse Amber.

— É uma reunião e ponto final — disse Sabelle.

Elas ouviram a porta se fechar e vozes conversando na sala.

— O meu tio chegou — disse Sabelle.

Uma coruja entrou pela janela aberta e pousou na mesa, ela segurava o jornal no bico e tinha uma bolsa de couro nas patas. Era a coruja do Daily Prophet. Sabelle se levantou, pegou algumas moedas em um pote da cozinha e colocou-as na bolsa de couro para depois pegar o jornal. A coruja logo depois saiu voando.

— Por falar no diabo... — murmurou Sabelle, jogando o jornal na mesa.

Hogwarts tem novo diretor: Severus Snape — leu Amber.

— Está de brincadeira! — exclamou Sarah — Esse assassino? Como puderam!

— E tem mais: colocaram dois Death Eaters como professores — disse Amber, lendo o artigo — Alecto e Amycus Carrow.

— O que eles vão ensinar? — perguntou Sabelle.

— Defence Against the Dark Arts e Muggle Studies — disse Amber, fechando o jornal — Vai acabar virando Dark Arts e Muggle Studies só vai continuar para eles provarem o quanto os muggles são, supostamente, inferiores aos bruxos.

— McGonagall não vai deixar barato — disse Sarah.

— E o que a professora pode fazer? — retrucou Amber — É ela contra todo o Ministério da Magia e os Death Eaters. Não vai pedir demissão, vai fazer de tudo para ajudar os alunos.

— É incrível como ninguém parece estar percebendo o que está acontecendo — disse Sabelle.

— O que aconteceu? — perguntou Jane, entrando na cozinha com o marido.

— Snape virou diretor e dois Death Eaters vão lecionar — disse Sabelle — Que problemas aconteceram?

Jane olhou repreensora para Sabelle que deu de ombros.

— Nada demais — disse o Sr Wood rindo pela curiosidade da sobrinha.

— Nada demais? Ficou fora por um mês — murmurou Sabelle.

— Sabelle! — bronqueou Jane.

Amber e Sarah entreolharam-se e saíram discretamente.

— Onde está Fred? — perguntou Amber, enquanto elas subiam as escadas.

— Deve estar no quarto — disse Sarah.

Elas viraram para o corredor direito e foram até o quarto de Oliver vendo Fred entediado olhando para o teto.

— Nós poderíamos conferir o campo de quidditch que tem aqui perto — sugeriu Sarah, sentando do lado dele.

— Tem que ver se o Pride of Portree não está treinando — observou Fred.

— Perguntamos a Oliver. Ele deve saber — disse Amber.

— Eu não estava pensando nisso... — murmurou Fred, acariciando Halo que apareceu do nada — Estava pensando no George.

— Não seria uma boa ideia o visitarmos agora — disse Amber, antes que Sarah tivesse a ideia — Estão sendo vigiados e o que garante que a loja continua aberta?

— George não fecharia a loja assim como Oliver não quer parar os treinos — disse Sarah.

— Isso me preocupa — disse Amber — Ambas as partes. Oliver e George só vão parar quando forem obrigados.

— Eles não devem estar vigiando a loja — disse Fred, esperançoso.

— Não vamos arriscar — disse Amber.

— Só estou preocupado por minha mãe não ter respondido — disse Fred, enquanto Halo o bicava para que ele voltasse a acariciá-la — Halo não foi interditada.

— Talvez ela não tenha respondido porque não tinha nada para falar — disse Amber.

— Ou porque não quer arriscar — disse Sarah — Ela não sabe onde estamos.

— Mas ela sabe fazer o patrono que fala — retrucou Fred.

As duas não souberam o que dizer quanto a isto.

Oliver chegou um pouco antes do jantar avisando que o quidditch continuaria e nem Jane nem August o fizeram mudar de ideia.

— Quais times desistiram? — perguntou Sabelle.

— Appleby Arrows, Chudley Cannons — Oliver começou a contar nos dedos — Holyhead Harpies, Ballycastle Bats, Tutshill Tornados, Wigtown Wanderers, Pride of Portree e Kenmare Kestrels.

— Inteligentes — murmurou Jane.

— Só vocês e outros quatro times continuam — concluiu Sabelle.

Fred e Sarah trocaram um olhar pensando que o time de quidditch estaria livre sem o time para treinar.

“Pelo menos uma distração” pensou Sarah.

— Algum jogador desistiu? — perguntou Amber.

— Ainda não — disse Oliver.

— É só uma questão de tempo — disse Jane — Duvido que You-Know-Who goste de quidditch.

Sabelle e Sarah engasgaram tentando não rir.

— Talvez um time de quidditch em que os jogadores se matassem, ele aprovaria — disse Fred, dando de ombros.

— Seria algo interessante de ter investigado — disse Amber — Como ficou o quidditch na 1ª Guerra.

— Dumbledore ainda estava vivo e o Ministério era mais competente — disse Sarah, recuperada do engasgo — A situação nunca esteve pior do que está agora.

— Com este comentário alegre eu vou dormir — disse Amber, levantando-se — Boa noite.

Sabelle sorriu, negando com a cabeça abaixada.

— Gosto dela — disse.


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Notas finais do capítulo

Jane - Lauren Cohan. Sabelle - Bárbara Palvin.



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