Everybody Wants To Rule The World escrita por Melly Evanns Ace, Sandri


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma boa leitura, esperamos que gostem!



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– Comandante, nós o capturamos - Jack me avisa e sorri, parece que o deputado não conseguiu se esconder de nós.

– Ótimo, traga-o para mim- digo me levantando, vou até minha coleção particular de armas e escolho a G19.

O governo achou que poderia enganar seu povo, nos usar, mas nós descobrimos; agora nós iremos encontrá-los um por um, iremos aniquila-los.

Jack chega com nosso "convidado", este já estava muito machucado e sangrava pela boca, meu subordinado o joga aos meus pés, e eu aposto minha arma para sua cabeça.

Uma câmera é ligada, todo o país irá assistir.

– Bem vindos as suas novas vidas, fomos enganados, mas agora nós mandaremos - digo olhando para a câmera, mas ainda apontando a arma para o homem ao meu lado - Não adianta o governo se esconder, nós iremos encontra-los, todos querem governar o mundo, agora é a minha vez- digo com a voz forte e fria, atiro sem nem ao menos olhar.

A câmera é desligada.

. . .

– Desapareça com o corpo - Digo para Jack, enquanto guardo minha arma.

– Sim senhora comandante - Diz Jack saindo da sala.

. . .

Passo as horas seguintes em minha mesa pensando no próximo passo, concluo que agora o governo reforçará a segurança, já que matei o deputado. Terei, também, que reforçar as tropa, o próximo convidado será o governador.

Chamo Jack pelo comunicador e o espero.

– Temos que bolar o plano para pegar o governador - falo para Jack assim que ele chega e encosta-se à parede, ele me olha com preocupação.

– Temos poucos homens, precisaremos de mais, se o que você pensa é invadir, há essas horas ele já deve ter reforçado a segurança-diz.

–Ainda não Jack, deputado não é tão importante assim - digo, e nós rimos. - Mas temos que invadir. Encontrarei um jeito de reforça-las.
– Você precisa descansar Mary – Diz Jack, saindo de onde estava apoiado e parando na minha frente.

– Não posso descansar, enquanto eu descanso, eles planejam um ataque, eu tenho que estar preparada para receber qualquer ataque, tudo pela liberdade e pelo prazer. – vejo-o assentir a contragosto e depois pedindo licença para sair da sala.

Agora, novamente sozinha começo a pensar. Onde recrutarei tropas?

Alguns minutos se passam até eu finalmente encontrar a solução. Ligarei para Celine, ótima em luta corporal e com armas, e agora com a revolta, professora da escola de treinamento anti governo. Chamo-a no comunicador.

– Celine, está na escuta?

– Sim comandante, na escuta. – me responde séria.

–Como vão as coisas por aí?

–Ao aguardo de ordens.

– Precisarei de mais homens, vamos invadir a casa do governador amanhã. Qual sua turma mais experiente?

– A terceira, comandante – diz sem pensar duas vezes.

–Mande-os imediatamente.

– Vou enviá-los.

– Obrigado, Celine – desligo sem esperar resposta.

. . .

No dia seguinte, sou informada que a terceira turma se apresenta para combate. As horas se passam e agora arrumamos os últimos preparativos para o ataque.

– Tudo pronto comandante - Jack diz. Como meu braço direito, ele irá comandar as tropas. - invadiremos na madrugada, exatamente 01h00min como a senhora pediu.

Mais um babaca já era.

– Sandra, Nick, Patrick, Lia. Vamos começar o show – eu digo, me sentando ao lado deles na sala de comando, Eles vão operar os computadores da missão.

Eu decidi que todos os homens da missão teriam que ter câmeras, para poder gravar tudo já que eu não posso estar em cena.

– Vamos invadir, todos prontos? – diz Jack se referindo tanto ao controle das câmeras e as tropas.

– Sim, invadam, quero entrem pela porta dos fundos. – ordeno.

– Você percebeu comandante, á apenas dois guardas na porta da frente – Diz Nick apontando para uma das telas.

– Percebi, ou eles têm um plano, ou o governador não se importa realmente - Digo numa pausa - Não vai fazer diferença se morrer.

Eles invadem matando os guardas da frente a facadas pra não chamar atenção, como previ também tinham guardas nos fundos. “Parece que o governador se preocupou” Penso rindo intermanente.

Meus homens olham em todos os cômodos da casa e o encontraram dormindo com sua mulher. Imagino o susto que ele levou, não pude conter o riso.

– Não tragam a mulher, deixe ela viva, só amordacem-na e a prendam numa cadeira, no caso de ela querer bancar a esperta e tentar ligar para “as autoridades” - digo.

– A missão foi sucesso - Me informa Jack enquanto levava o governador, quase desmaiado para um dos caminhões.

– Eles acharam que não atacaríamos por ser muito em cima de um ataque, eu presumo - Diz Sandra, eu não falo nada então ela finaliza – matamos um deputado ontem para todos verem, não esperavam outro ataque tão breve.

– Aposto que a morte do governador vai deixar o governo alerta. -Diz Patrick em seguida.

– Eles realmente acham que podem governar o mundo. Mas nós também podemos; bom trabalho pessoal - digo e em seguida vou para a minha sala esperar a chegada das tropas e do nosso “convidado”.

Depois de algumas horas, um subordinado avisa que o “governador” está aqui.

– Levem-no para a sala de interrogatório, chego em breve - Digo. Eu vou interrogá-lo pessoalmente, há muitos não fazia isso, é bem divertido.

Lá esta ele. Sentado em uma cadeira no meio de uma grande e vazia sala, seu rosto estava abaixado, mas era perceptível que estava cansado, provavelmente por culpa dos hematomas, “bom trabalho Jack” penso e logo em seguida vou em direção ao homem a minha frente e digo:

– Hora, hora, hora, governador, seja bem-vindo – digo sarcasticamente.

– O que você quer? – responde com repulsa.

– Você ama sua mulher certo? Quer vê-la novamente? Conte-me qual é o plano.

– Eu não sei de nenhum plano eu juro. – diz fracamente.

Sinto que ele realmente é inútil.

– Então você não me interessa, dê adeus a sua mulher, tome – entrego-lhe um telefone- ligue pra ela e diga-a para ligar a TV às 18:00.- sorrio friamente.

–Por favor, não, eu suplico. – sua voz agora era carregada de medo.

–Faça!

Ele se rende e liga para a esposa, oque eu sabia que não adiantaria nada, já que está estava amordaçada e presa em sua própria casa.

Retiro-me da sala e mando dois guardas se encarregarem de levá-lo até a sala onde o fim do governador será filmado e mando outros subordinados prepararem as câmeras, iremos ao ar em todo país, graças a maravilhosa equipe de hackers que temos.

. . .

As câmeras são ligadas:

– Eu vou te caçar, esteja pronto presidente - sorrio friamente - E a vocês população, saiba quem realmente são os abutres, não se iludam com uma manchete, porque acreditar nela? Todos querem governar o mundo. - E o mato, como sempre olhando para a câmera.

– Você é próximo, senhor presidente.

A câmera é desligada.

. . .

O planejamento do sequestro do presidente, esse é o meu objetivo. O plano tem que ser perfeito. Não posso falhar, não vou falhar.

Passaram-se três dias desde o assassinato publico do governador, passei todo esse tempo dentro da minha sala, planejando. Não posso descansar, não agora.

Um estrondo me tira de meus pensamentos. Quando olho para cima, vejo Jack me olhando serio, suas mãos se encontravam espalmadas em minha mesa, provavelmente são a origem do barulho.

—Você não sai dessa sala a dias comandante. A senhora tem que descansar – me diz com um olhar serio e preocupado.

—Não sairei até ter certeza que meu plano não tem nenhuma falha. – respondo-lhe sem expressão.

Ele dá um suspiro cansado e me olha por um estante.

—Sinto muito comandante. Terei que tirar-lhe a força. -ele anda em minha direção e me segura pelo braço enquanto eu ainda o olhava incrédula.

Ele me arrasta até a minha porta e para, se vira para mim com um sorriso irônico e diz:

—Vai ir sozinha ou quer que eu te arraste na frente de todos?

—Vou sozinha - digo e me solto do aperto em meu braço - idiota - sussurro, mas ele ouve e sorri de canto.

Passamos pelos corredores em silencio, até pararmos na frente de seu carro, no estacionamento.

—Aonde vamos? - pergunto seca.

—Não confia em mim comandante? - diz rindo. Levanto uma sobrancelha em resposta e ele completa - Não vou te sequestrar, entre logo nesse carro!

Suspiro cansada, claro que eu sabia que Jack não iria me trair, ainda sim, não compreendo a necessidade que ele tem de querer que eu descanse num momento como esse. Por fim entro no carro.

Passo o caminho inteiro olhando pela janela, a paisagem, semi destruída por confrontos passados me parecia estranhamente familiar.

O carro para, saio sem enrolar e olho ao redor: um penhasco se encontrava na nossa frente, uma grama rala se estendia pelo chão e por cima desta, troncos de arvores caídas por todo o lugar.

—Você... Você me trouxe para...

—O lugar onde tudo começou, onde os anti governo surgiram – ele sorri de canto e se senta num tronco e começa a olhar a paisagem, sento ao seu lado - Um ano atrás éramos somente um pequeno grupo, evoluímos muito - conclui - Mary, eu sempre vou te ajudar, com cada plano. Mas agora quero que você somente aproveite, aproveite a liberdade que nós conseguimos- Sorrio e não respondo, mas eu sabia, ele está certo.

. . .

O presidente vai fazer um comunicado para acalmar a população, todos estarão lá, um número incrível de repórteres, e seguranças por toda parte. Eu posso fazer isso, mesmo tendo ótimos atiradores, eu quero fazer isso, preciso, o presidente é meu.

—Lívia, substitua o atirador três por mim - ordeno.

—Mas senhora isso é loucura!-diz agitada.

—Faça Lívia – aumento o tom de voz para ela perceber que não irei mudar de ideia.

— Atirador quatro, haverá uma substituição, a mando da comandante, ela irá, sim, ok prédio três do plano, desligando- ela fala ao comunicador e se vira para mim novamente:

—Prédio três senhora, ele disse pra escolher o andar, falou que a senhora saberia qual irá dar uma visão melhor, vou chamar alguém para leva-la. – diz e depois se retira.

—obrigada Lívia – falo antes que ela desapareça do meu campo de vista.

A meu ver eles estão seguros de tudo, talvez não considerassem a hipótese de atiradores. Entro no prédio e rumo ao andar de minha escolha, arrombo a porta e desmaio a dona da casa, para depois amarra-la. Agora procuro a melhor mira, a melhor posição, estou preparada, tenho o palanque do Presidente na mira da minha sniper, construo uma superfície que dá direta visão da janela pra onde está acontecendo, esperando pra mandar uma bala na sua cabeça.

—Estou pronta - digo ao comunicador pra minha equipe.

—Ok – respondem todos ao mesmo tempo, sérios.

Para o caso de acontecer situações fora de nosso controle temos soldados disfarçados de repórteres, mas não acho que iremos precisar. Estou na janela da sala da moça, preciso acompanhar o que o presidente vai falar. Ligo a televisão, aumento o volume esperando a hora que ele vai aparecer.

—Snipers prontos? - pergunto pelo comunicador.

—Sim senhora- a equipe responde.

Então o presidente aparece, o hino toca, e ele começa seu discurso ridículo pra "acalmar" a população.

—Na minha mira, eu o acerto- falo pelo comunicador. Só preciso de um tiro bem feito, estou à pura adrenalina, no momento em que ele diz “está tudo sobre controle” dou o sinal pelo comunicador - Agora! - E acerto bem em sua testa.

A confusão começa, é o momento certo para ir embora sem ser vista.

—Good job- falo para a garota sem esperar resposta, e vou embora deixando ela do jeito que coloquei.

—Todos recuando, missão concluída, estou voltando para a base- falo pelo comunicador.

—Sim comandante – responde minha equipe pelo comunicador, sem esconder a felicidade pelo sucesso da missão.

Tenho que admitir; toda a minha vida fazendo isso, é difícil perder os costumes, mas eu adoro fazer isso. Ele está morto e eu o matei. A verdade sobre esses abutres, e o que me deixa mais com nojo, é sua hipocrisia, a ideia de parar o ataque com bombas mandando outra bomba e matando pessoas inocentes como se fossem baratas, você deve achar que eu sou como eles, mas minha ideia de governo é diferente, e agora irei executa-la a qualquer custo!

. . .

Uma ditadura, Mary Collins exterminou o governo para começar uma ditadura. Ela e aquele exército de babacas que aumenta cada vez mais acabaram com a era de mentiras do governo americano, mas para começar uma era de medo.

A garota tinha boas intenções, admito, mas por ser fraca deixou que o poder lhe envenenasse. Eu não deixarei.

—Comandante Lauren, estamos a três quadras da base dos anti governo - informa Alex, um dos meus melhores atiradores.

—Ótimo, escondam os carros, continuaremos a pé - aviso.

Logo os veículos param, arrumo pela ultima vez a faca em minha bota e coloco uma capa com capuz, que esconda meu rosto.

Saio do carro e olho ao redor, fileiras de atiradores já estavam arrumadas, com Alex e Luck na frente, por serem os segundos no comando depois de mim.

Ando em direção aos dois e todos abrem espaço, quando passo por eles digo:

—Vamos - eu nem ao menos paro, continuo sempre na frente de todos, ouvindo-os me seguir.

Em poucos minutos chegamos à base.

—Parem - um dos guardas da Mary diz; os outros não perderam tempo, tinha no mínimo 20 armas apontadas para nós. Havia guardas em todos os lugares possíveis, no portão, em torres e nas laterais. A garota toma muito cuidado com a segurança.

—Não vão me deixar entrar? - digo fingindo um tom indignado e abaixando o capuz. Os guardas se assustam ao ver meus longos cabelos negros, pele pálida e olhos castanhos. A exata aparência de sua comandante, Mary Collins, minha irmã gêmea.

—C-comandante? E-eu não sabia que tinha saído - diz assustado o guarda enquanto os outros abaixavam as armas.

"E eu não te devo explicações" penso, mas na vida real digo:

—Fui buscar pessoalmente esse grupo de novos atiradores, aponto com a cabeça as pessoas atrás de mim - Algum problema?

—Não senhora - diz o guarda em tom de desculpas, ele acena com a cabeça para outro homem, que abre o portão - Podem entrar - e vai para o lado nos dando espaço para passar.

Eu e meu batalhão seguimos em frente, só paramos ao chegar num grande corredor vazio, que se abria em novos dois corredores laterais a cada dez metros.

—Quero três de vocês em cada um dos corredores laterais, matem todos do prédio o mais silencioso possível, não se preocupem com os guardas lá fora - sorrio irônica - Outro batalhão já estará cuidando deles - viro para frente novamente - Vamos.

Logo, chego à sala de Mary, Alex e Luck estavam comigo, todos os outros já estavam eliminando os seguidores de minha irmã. Sorrio friamente e sem cerimônia nenhuma, arrombo a porta.

O comandante um homem, que deve ser o famoso Jack, segundo no comando dos anti governo me olham assustados.

—Lauren? Oque você... - ela não termina a frase, pois logo percebe os dois homens armados atrás de mim. Os dois então começam uma busca desesperada por uma arma.

—Atirem - digo entediada para meus subordinados.

Logo depois Alex e Mary estavam inconscientes no chão. Agacho-me ao lado de minha irmã e digo mesmo sabendo que a mesma não ouviria:

—São apenas dardos tranquilizantes, não se preocupe Mary, sua morte será bem mais divertida - sorrio.

. . .

Acordo, com uma terrível dor de cabeça.

Ainda atordoada, olho em volta e não reconheço o local. "Onde estou?" penso. A sala quase não tem iluminação, a única que havia provinha de uma pequena janela em um dos cantos.

Agora, com os olhos acostumados com a escuridão, encontro Jack no chão, corro em direção a ele.

–Jack! - eu o chamo, tentando acordá-lo sacudindo-o levemente pelos ombros - Jack!

Ele se levanta e seus olhos verdes encontram os meus, parecendo aliviados a me ver. Ele me abraça forte, como se nunca mais fosse me soltar.

–Graças a Deus- ele diz no meu ouvido - achei que nunca mais iria ver seu rosto - agora ele se afasta para rodear meu rosto com suas mãos. Coloco as minhas sobre as dele.
– Vai ficar tudo bem - eu o digo numa maneira desesperada de tentar controlar a situação, mas ele sabe que não vai ficar tudo bem.

–Onde nós estamos? - me pergunta olhando ao redor.

–Eu não sei - digo tristemente depois de um longo silêncio. Nos sentados apoiados em uma das paredes e permanecemos em silencio, impacientes, esperando algo acontecer.

–Nunca me disse que tinha uma irmã gêmea - diz após uns minutos. Sua voz era fraca e calma.

–Não achei necessário - digo- O que será que essa louca está planejando...

–Se ela for louca igual a você estamos ferrados - Jack sussurra.

–O que disse?- digo com uma sobrancelha levantada.

–Ah, nada - ele diz juntando as sobrancelhas.

–No mínimo ela vai nos matar. Com certeza não deixou ninguém da nossa equipe vivo - digo com lamento na voz.

–Você tem alguma ideia do que ela planeja? - Jack pergunta.

–Sinceramente, eu não sei; talvez ela saiba do nosso plano, alguém vazou - digo olhando-o

–Quem? - Jack pergunta pensativo.

–Eu não sei - eu o digo tão pensativa quanto ele.

O silencio se alastra novamente. Olho para Jack, que andava de um lado para o outro impaciente.

Pergunto-me como nunca reparei em como ele é belo, seus cabelos cor de bronze brilhante e bagunçado, sua face tão delicada, seus olhos tão verdes intensos, seus lábios finos e rosados, tão convidativos... Não! Não posso pensar nele assim! Mas como evitar? Ele é alto, forte, seus ombros são largos e reconfortantes. Ele é perfeito...

Viro o rosto pra o outro lado quando percebo que ele flagrou-me observando-o, sinto minhas bochechas incendiando.

Nesse lugar é impossível ter noção das horas, só sei se é dia e noite por causa da pequena janela que tem nesse cubículo. Pergunto-me por que Lauren nos deixou juntos numa mesma sala.

A porta se abre e um homem entra com uma bandeja. Nelas estavam dispostos dois copos de água e dois pequenos pratos de comida. E lhe pergunto:

–Pra que ela nos alimenta se vai nos matar em seguida?

O homem se retira como se eu não tivesse falado.

Não estou com a mínima vontade de comer, mas Jack caminha até a bandeja e a pega.

–Hey senhorita, nem pense que vai ficar sem comer - diz.

Ele se aproxima entregando-me a minha parte, eu a pego, e ele senta ao meu lado.
–Como eu deixei isso acontecer Jack? - sussurro tristemente.

–Não foi culpa sua - ele diz tentando me consolar.

–Eu deveria ter sido mais cuidadosa, deveria ter pegado mais recrutas, para nossa defesa ser mais forte!

– Não tinha como você prever esse ataque Mary. Ninguém sabia que você tinha uma irmã - me diz colocando a mão em meu ombro.

–Droga! - eu digo

–Coma - responde se virando para o seu prato.

O dia se vai e a noite chega, não consigo parar de me questionar o motivo de minha irmã ainda não ter nos matado. Estou tremendo de frio, e nesse momento não faço nenhum esforço para manter minha pose de durona.

Olho para a porta, não trouxeram nem um mísero cobertor. Ela somente nos jogou aqui, sempre foi inteligente, mas não imagina que queria a mesma coisa que eu.

Não consigo pensar, o frio é tão agonizante que me tira toda a concentração. Olho para Jack, ele se encontra no meu estado que eu.

Finalmente o cansaço domina meu corpo e eu durmo.

–Acordem vermes! - eu acordo com um grito.

Lauren está parada em minha frente. Avanço em cima dela derrubando-a no chão, socando sua cara, xingando-a dos piores nomes possíveis.

Sou interrompida quando um dos seus me afasta dela com um soco.

– Já estava esperando por isso maninha, mas precisava que você o fizesse - Ela diz com o mais gélido dos sorrisos.

–Vá à merda - eu digo, e ela ri, limpando o sangue de sua boca e nariz, e sai.

– O que foi isso? - Jack diz examinando meu ferimento.

Eu o olho como se perguntando, quer levar um soco também?

Ele toca no ferimento.

– Ai! - digo agonizando.

–Desculpa - ele diz - não tem nada pra cuidar disso, quer um beijinho? - ele diz num tom brincalhão.

Eu levanto minha sobrancelha sem dizer nada, mas ele beija o hematoma mesmo assim.

. . .

Homens entram na sala, prendem nossas mãos, e nos vendam.

—Pra que estão nos vendando? - Jack pergunta.

—Surpresa - um deles responde frio.

Somos guiados para fora, posso sentir o ar livre. Colocam-nos dentro de uma van.

O caminho foi completamente silencioso, mas logo que vamos nos aproximando, consigo ouvir o som de milhares de pessoas falando ao mesmo tempo.

Tenho a sensação de que será o meu fim, serei morta pela minha própria irmã. Ótimo fim pra quem iria ter o controle de um grande país.

Finalmente alguém nos tira do carro, nos guia a algum lugar; ouço novamente uma multidão de vozes, não sei o que está acontecendo.

Tiram-me a venda, minha vista ainda embaçada, mas eu consigo ver a multidão de gente que veio para ver nossa execução.

Olho para Jack que está do meu lado, ele está suando, mas seu olhar continua firme, passando coragem.

Então alguém corta as cordas que prendiam minhas mãos. Não posso fazer nada, aqui tem tantos soldados quanto num Exército.

Lauren aparece, e a multidão começa com
murmúrios e olhares de mim e para ela, ela pigarreou ao microfone e a atenção voltou toda para ela, tem um telão gigante na praça principal que dá um close em seu rosto enquanto ela fala.

—Bem-vindos ao show - ela começa sorrindo falsamente - Hoje executaremos esses desordenados que todos vocês conhecem, os iniciadores de divergência, mas que conseguiram derrubar o governo me livraram dessa, mas a existência deles é uma ameaça para mim e para vocês, por isso devem morrer - Ela desse os degraus da praça ao nosso encontro - E detalhe eles são um casal, o que deixa isso mais emocionante ainda morrerem juntos, um vendo a morte do outro, isso não é lindo? - ela pergunta ao povo - que permanecem calados com os olhos atentos - Quer dizer alguma coisa maninha?

–Vai pro inferno - eu falo raivosa.

– Bom vou matar o seu amado primeiro, não quer dize-lo a última coisa? - Lauren ignora o que eu digo e muda de assunto.

Eu o abraço, enquanto lágrimas escorrem no meu rosto, nunca derramei lágrimas por ninguém e agora me vejo chorando por alguém que eu vou ver morrer por minha causa.

–Obrigado por tudo, Jack, eu sinto muito por tudo isso - ele me beija e eu correspondo, essa foi a primeiro e última vez que eu teria essa sensação.

–Eu te amo comandante, e morreria por você quantas vezes fosse necessário - diz sorrindo para mim apesar de tudo.

– Okay. Acabou o tempo. Quer mata-lo maninha?- Lauren diz fria.

–Prefiro que você me mate a ela - ele me diz tentando me convencer a aceitar a proposta.

– Eu não posso fazer isso - lágrimas ainda escorrem no meu rosto.

–Por favor, Mary - ele pede olhando fixamente nos meus olhos.

–Tudo bem - limpo as lágrimas do meu rosto - Se é o seu último desejo.

Lauren me oferece a arma, nem me importei em saber qual era a arma.

–Eu também te amo.

Atiro em seu coração e caio de joelhos no chão em seguida, chorando.

–Tudo isso pra que? Por uma maldita guerra em busca de poder, parece que eu estava errada, quando tudo estava certo você aparece? O que você vai fazer com esse poder? -Eu a digo.

–Você se perdeu maninha, foi cegada pelo poder, tinha uma visão errada, eu não posso deixa-la executar o que tem em mente.

– Pois me mate, faça logo! - eu ordeno gritando.

– Adeus maninha, fiquei orgulhosa de você - E essas são as últimas palavras que ouço.


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