Wrong | Cobrina escrita por Bruna


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Eu, meus amores! *-*

Acho que não demorei tanto, né? Bom, foram menos dias que a última vez. Mil desculpas por isso, por essa demora! Tento ser rápida, mas nem sempre dá certo. :(

Então gente, eu queria agradecer primeiramente as lindas que recomendaram a fic: Ka e Uma simples leitora, muito obrigada por todas aquelas palavras que aqueceram meu coração. Vocês são incríveis!

E obrigada a todos que comentam, acompanham e favoritam, cês também são demais! Kkkkk Sei que deve ser mó chato ler tantos "obrigados", mas sinto que o mínino que merecem.

Bom, me perdoem se houver erros no capítulo. Eu tô muito cansada, e com muito sono também! Kkkk

Enfim... Sem mais enrolação: boa leitura!



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— Bianca, você viu o meu chaveiro? — perguntei quando vi a mais velha entrar no quarto.

Estava há um bom tempo naquela busca incessante. Já havia revirado cada canto daquele cômodo, mas todas em vão. Eu precisava encontrá-lo.

— Aquele que o Pedro te deu? — questionou enquanto se deitava na sua cama. O tom da mais velha não escondia as segundas intenções por trás da simples pergunta. Foi inevitável não revirar os olhos.

Já fazia uns dias desde o episódio no QG, desde que Bianca e João assumiram o namoro, desde que eu contei a ela sobre eu e Cobra.

Lembro perfeitamente a primeira frase que deixou seus lábios quando eu terminei de despejar tudo sobre ela. "Ele é um marginal, Karina! Você não pode ficar com ele", quase berrou. Não foi uma surpresa. Bianca nunca escondeu a sua preferência pelo guitarrista. Mesmo assim, a atriz deixou claro que estava feliz por mim e que aquilo não significava que gostasse dele. Depois disso, me pediu inúmeras vezes para eu tomar cuidado com réptil. E quando se deu por satisfeita, me deixou em paz. Por alguns dias, pelo menos.

— É, aquele chaveiro que o Pedro me deu — a encarei com expectativa — Você por acaso o viu?

— Não... — fez uma careta, decepcionada.

— Merda! — soltei baixinho enquanto continuava a procurar pelo quarto mesmo sabendo que não daria em nada — Eu preciso delas.

— Porque? — estreitou os olhos — A luvinha é tão importante assim pra você, K?

— É importante, Bianca! — três pequenas palavras que fizeram a garota me olhar surpresa e com uma expectativa ainda maior — Importante porquê as chaves da academia estão lá.

— Só por isso? — ela parecia decidida a arrancar algo de mim.

— É, Bi. Só por isso! — bufei impaciente — Quer saber de uma coisa? Esquece! — vi quando a atriz levantou os braços em rendição e sorriu.

Eu não esqueceria. E não era só isso.

Na verdade, lá no fundo, ela tinha razão quando insinuava tudo aquilo. Era importante por causa das chaves, mas também era importante por outra coisa. Aquele simples chaveiro era algo muito significativo pra mim. E eu precisava encontrá-lo, mas, por ora, precisava esquecê-lo também.

Iria aparecer uma hora ou outra.

Caminhei até a janela e a abri, indo até a sacada. Senti o vento frio invadir o quarto. O dia amanhecera assim: cinza e gélido. Não estava tão frio. Era até algo bom depois de inúmeros dias de calor.

— Você vai, K? — senti quando a mais velha se aproximou, ficando ao meu lado, e a vi apontar para a entrada do clube, que já começava a ficar movimentado devido ao horário.

Uma festa na fogueira. Foi algo de última hora. Bem improvisado. A galera da Ribalta achou uma boa já que o tempo era um dos melhores para aquilo. Uma noite de quinta feira regada por músicas, bebidas e amigos. Era algo bem convidativo...

— Não, acho que não vou... — respondi sincera enquanto observava algumas pessoas que passavam na praça — Festa da fogueira não faz muito o meu tipo, não acha?

Meu celular vibrou no bolso da calça que eu usava, e o tirei prontamente. Uma mensagem de Cobra, sorri sem evitar.

Cobra: Não caia de novo, marrenta! Estou longe o bastante pra te aparar kkkkkk √√

Meus olhos deixaram o visor por alguns instantes e foram até a loja de suplementos. Cobra estava apoiado na batente da porta e me lançou um discreto sorriso, que o devolvi da mesma forma enquanto forçava meus olhos a desviarem do moreno e voltarem ao aparelho.

K: Eu não vou, idiota! :p √√

— E qual é o seu tipo, Karina Duarte? — tinha plena consciência que uma piada sem graça deixaria seus lábios no instante seguinte — Moreno, 22 anos, 1,74 m, lutador, marrento e que tem como apelido o nome de um réptil... Esse é o seu tipo?

Um comentário indignado iria saltar de minha boca, mas eu estava perplexa o suficiente para deixar para lá.

— Como você sabe a altura do Cobra?!

— Eu vi na ficha dele quando ele treinava na academia do papai — respondeu sorrindo ao notar a surpresa em que eu me encontrava — Mas então, K. Esse é o seu tipo? — provocou.

— Vai à merda, Bianca! — a empurrei com o ombro, o que fez a garota soltar um resmungo e reclamar que estava doendo.

Dei as costas e segui até a minha cama, buscando o meu casaco preto e o vestindo por cima da regata frouxa que eu usava.

— Onde cê vai? — ela perguntou no momento em que cruzei a porta.

— Onde cê acha?! — estreitei os olhos e me virei para observá-la. Levantava um pouco o zíper do casaco, o levando até a metade.

— Para o ninho daquele Cobra... — disse com certo nojo e em um tom baixo, mas que foi suficiente para que eu a ouvisse — O veneno deve ser um dos melhores, né?

— Você não faz ideia do quanto! — gargalhei ao ver a careta que ela fazia — Eu só não quero ir para aquela festinha, Bi.

— A festa no QG vai ser melhor?

— Bianca! — arregalei os olhos quando entendi o que ela queria dizer. Me apressei, evitando qualquer contato com a mais velha — Não vou a festa alguma.

Ouvi a porta sendo fechada de uma maneira apressada.

— Karina! Eu tava brincando — correu até onde eu estava, e me sorriu cúmplice enquanto vestia o agasalho bege que tanto amava.

— Sei... — devolvi desconfiada.

Descemos a escada de uma maneira apressada.

Meus olhos vasculharam cada canto da casa em busca do mestre, que parecia não estar ali.

— O papai está na academia?

— Pediu pra avisar que saiu com a Dandara! — disse contente, quase transbordava alegria — E o melhor: ele não volta hoje! — sorriu, como se ainda fosse possível, um pouco mais.

— Pelo jeito, ele não é o único que vai dormir fora... E aproveitar a noite — comentei enquanto revirava os olhos.

— Você sabe como o papai vem pegando no meu pé por causa do meu namoro com o João, né? — ela falou um pouco tristonha — E nada mais justo que aproveitarmos essa folga que ele nos dá. O que significa que: não, eu não vou dormir em casa.

Era verdade. Na última semana, Gael não dava uma folga. Estava de olho a todo o momento no mais novo casal. Tentava a todo custo atrapalhá-los. Deixando claro que não era a favor daquilo, que preferia mil vezes o Duca.

As coisas pareceram finalmente melhorar um pouco quando a professora de música conversou seriamente com ele. O mestre não era mais tão rígido, mas ainda assim os atormentava sempre que podia.

— Sem problemas, Bi! Pode aproveitar o nerd a vontade.

— Você pode passar a noite no QG — ela sugeriu um pouco a contra gosto e ignorando totalmente o meu comentário a respeito dela e João — Não seria a primeira vez, afinal.

— É, não seria... — confirmei enquanto corria até a mesa e apanhava uma maçã — Mas eu vou dormir em casa. Papai pode ligar a qualquer momento, cê sabe.

— Tem razão! — assentiu pensativa.

Dei uma bela mordida na maçã. O som tirou a mais velha dos devaneios.

— Vamos? — chamei.

— Vamos!

Abri a porta e foi quase inevitável não me encolher ao sentir o vento frio sobre mim.

— Pega, K! — jogou as chaves de casa em minha direção enquanto corria até a galera que já a chamava — Ah! Avisa pro João que estou o esperando na Acquazen. Com certeza aquele viciado tá lá — revirou os olhos com o próprio comentário.

Assenti enquanto a observava atravessar a rua pouco movimentada. Guardei a chave no bolso da calça jeans e segui andando em passos lentos.

Alguns olhares caíram sobre mim. Eles já me eram tão familiares que eu nem me importava mais. Os boatos se tornavam cada vez mais fortes sobre nós dois. Como eu mesma havia previsto, depois de tudo que Pedro e Jade viram e ouviram, o bairro todo passou a especular ainda mais sobre o que acontecia entre a gente. Mas era só isso: especulações. Nenhuma certeza.

Os dois estavam tão concentrados no que faziam que nem perceberam a minha chegada. Cobra estava no balcão, provavelmente organizando alguns papéis da loja. João, para variar, estava jogando. Concentrado em ganhar a partida.

— Você ainda deve as duas semanas a ele, Cobra? — questionei um pouco alto enquanto me apoiava na batente da porta, ganhando a atenção dos dois. Mais a de Cobra que a do gamer, para falar a verdade.

— Ele deve! — respondeu com os olhos fixos na tela — Mas... Merda! — soltou ao perder o jogo — Mas ele nunca paga — estreitou os olhos de uma maneira ameaçadora em direção ao réptil enquanto desligava a máquina.

Cobra apenas sorriu falsamente em resposta.

— Bianca está te esperando, João — imformei. Dei mais uma mordida na maçã e entrei finalmente na loja. Estava quente, bem aconchegante.

Ele sorriu e levantou-se, se espreguiçando.

— Valeu, gente boa! — acenou e foi até a porta — Ah, valeu pela maçã, Karina! — tomou a fruta das minhas mãos e saiu o mais apressadamente que pôde. Pensei em ir atrás do moleque, mas resolvi que não valia a pena.

— Idiota! — gritei ao vê-lo atravessar a rua e entrar no clube, que ficava bem na frente do QG.

Sentei na mesa dos computadores enquanto o observava se aproximar

— Você não vai? — perguntou. Sabia perfeitamente sobre o que ele falava.

O réptil se arrastou até minha frente. Assim como ele, os olhos negros também se percorreram toda a praça, e quando o sorriso de lado denunciou sua satisfação por conta da pouca movimentação, se aproximou um pouco mais, ficando facilmente no meio de minhas pernas. As mãos firmes cercaram meu corpo com facilidade.

— Não, não vou... — balancei a cabeça negativamente.

— Por quê?

— Eu quero ficar aqui. Com você... — a verdade deixou meus lábios de uma maneira sincera e natural.

Meus olhos desviaram dos dele e senti as maçãs de meu rosto arderem. Droga de vergonha.

— Nunca imaginei você falando esse tipo de coisa. Muito menos pra mim — sorriu brevemente. Senti os dedos quentes apertaram minha nuca.

— Mais um comentário sobre isso e eu te arrebento a cara, Cobreloa! — usei meu melhor olhar de ameaça.

— Ok. Sem comentários sobre isso, marrenta! — o moreno gargalhou de uma forma descarada.

— Você não cansa desse apelido idiota? — perguntei brava.

— Não, marrenta — provocou — Não canso do apelido idiota — quando a ponta do nariz dele encontrou a curvatura do meu pescoço toda a raiva que eu ousei sentir se foi, e eu tinha a certeza de que um pequeno sorriso se formava em meus lábios — E espero que você também não canse tão cedo — o hálito quente fez um arrepio sucumbir por todo o meu corpo.

— Prometo que tentarei conviver com ele.

— Melhor assim... — sussurrou.

Senti quando os dentes dele capturaram meu lábio inferior e uma leve mordida foi dada, em resposta, puxei alguns fios do moreno que sorriu de uma forma afetada. Odiava todos aquelas provocações que ele fazia. E sem um pingo de paciência para elas, o beijei profundamente.

Sem me dar conta, uma de minhas pernas cercaram o corpo dele, tentando o aproximar mais.

— Eu quero fazer uma coisa... E preciso de você pra isso — sussurrei ainda ofegante. Nossas testas estavam coladas, o que fazia com que eu tivesse uma bela visão do lutador.

— O quê? — devolveu da mesma maneira. O aperto em minha cintura denunciava a espectativa.

— Eu quero lutar, Cobra! — disse alto e com um sorriso.

Ele me olhou descrente e coçou a barba, sorrindo.

— Lutar, K? — a pergunta lhe mostrou toda a confusão que ele estava — Achei que tinha outros planos em mente — disse baixo, talvez querendo que eu não ouvisse.

— Você me parece ter outros planos em mente... — comentei.

— Vamos lutar! — mudou de assunto rapidamente e se afastou, indo até os fundos da loja, me deixando sozinha ali.

Suspirei pesadamente enquanto me arrependia de ter soltado aquele maldito comentário. Forcei meus pés a encontrarem o chão e passei a encarará-los, permitindo que minha mente navegasse em pensamentos.

Estávamos a meses naquilo e as coisas ainda eram as mesmas. Beijos, amassos e algumas mãos bobas da parte dele, que de início me assustavam, mas depois de um tempo passaram a me enlouquecer. Eu ainda era bem retraída quando o assunto era aquele. Por mais que eu realmente gostasse de Cobra, ainda era tudo muito complicado.

Alguns minutos depois, o peçonhento me apareceu como se nada de estranho tivesse acontecido entre nós dois, e eu agradeci por isso. Segurava as luvas e um sorriso nos lábios.

— Vamos, lutadora! — jogou o par de luvas em minha direção.

Eu aparei e as larguei no chão. Tirei o casaco que eu usava e passei a me aquecer.

— Lute de verdade, Cobra. Nada de pegar leve comigo! — meu dedo indicador enterrou em seu peito quando fui até ele.

— Eu vou pegar pesado com você!

[...]

— Qual é Cobra! Você prometeu que não pegaria leve! — gritei indignada enquanto lhe desferia uma série de golpes.

Estávamos a quase uma hora naquilo. Já sentia algumas gotas de suor deslizarem pelo meu corpo e eu já começava a sentir o cansaço sobre mim. E aquele idiota ainda continuava com aquelas coisas banais.

— Ei, marrenta! — os braços foram até o meu pescoço, me prendendo próxima a ele — Eu não prometi nada — me beijou brevemente ganhando um soco no estômago em seguida, o gesto o fez urrar de dor — Ok. Vamos lutar!

Um soco foi dado em meu ombro, me afastando de Cobra, que parecia pronto para dar o bote.

Tentei devolver o soco, mas ele desviou com maestria. Entre chutes, esquivos e algumas provocações, seguimos com aquilo. Cobra parecia saber todos os meus gestos e próximos movimentos. E também não era tão difícil para mim saber os dele. Mas me surpreendi quando senti um baque em minhas pernas. Esperei que meu corpo encontrasse o chão e a dor chegasse em minhas costas, mas não aconteceu. As mãos dele foram rápidas e me pegaram.

— Isso basta pra você? — perguntou ofegante, baixando meu corpo até o chão. Os olhos dele se revezavam entre os azuis dos meus e minha boca. E quando achei que ele fosse acabar com aquela distância, os olhos ficaram fixos em algum ponto da praça. Engoliu em seco e me olhou de um modo indecifrável.

Movida pela curiosidade, desviei meus olhos dos dele, procurando o tal motivo que o fez agir daquela forma. E todo o calor que meu corpo emanava, pareceu sumir. E o que era quente se tornou um tremendo e incômodo frio.

Pedro e Vicky eram o motivo para aquilo. Os dois se beijavam de uma maneira apaixonada em frente da porta da Acquazen.

— É — assenti, mas sem desviar os olhos do mais novo casal — Basta por hoje, Cobra!

Me levantei rapidamente, deixando o réptil naquele chão frio.

— Eu... — comecei. Me recriminei por não conseguir formar uma frase sequer. A cena não podia ter me afetado tanto — Eu vou tomar banho, ok? — agradeci quando a frase deixou minha boca de uma maneira audível.

— Vai lá! — o tom seco de sua voz me fez ter raiva de mim mesma.

Que merda!

Entrei no tão familiar banheiro, ligando a torneira da pia e molhando meu rosto em uma tentativa inútil de me recompor.

Eu já esperava por aquilo, afinal. Eu mesma pedi para que ele descobrisse o mundo lá fora. E se o mundo lhe trouxera Vicky, estava tudo bem. Eu não me importava. Nem um pouco. Bom, talvez só um pouco.

Bufei com raiva.

Eu não podia me importar tanto. Pedro seguiu sua vida, eu tinha que seguir a minha também. Na verdade, já segui. Eu estava com Cobra e era verdadeiramente apaixonada por ele. Mas aquilo não pareceu suficiente para que eu tirasse a cena da minha cabeça.

Tirei minhas roupas. Dessa vez tive o cuidado de deixá-las longe da água. Mas tive a certeza que precisaria de uma outra blusa já que a minha estava molhada de suor.

A água fria me fez estremecer um pouco, mas a sensação só durou até me acostumar com os pingos gélidos que caíam sobre meu corpo. Enquanto tomava banho, rezava internamente para que toda a água e o sabonete levassem para o ralo toda a confusão que eu sentia.

Depois de alguns minutos, busquei a toalha que estava no gancho e me enxuguei da maneira mais lenta que consegui. Vesti minhas roupas íntimas e a calça jeans enquanto pensava no meu próximo passo. Quando estava pronta para chamar o mais velho em busca de uma blusa, meus olhos avistaram uma. Era vermelha e familiar, já o tinha visto inúmeras vezes com ela. Como eu já imaginava, a blusa havia ficado um pouco grande, mas nada que me incomodasse.

Abri a porta do banheiro e procurei o réptil, quando não o vi, fui até a entrada da loja. Cobra estava sentado de uma maneira bem largada em uma das cadeiras, encarava algo fixamente em suas mãos.

— Espero que não se importe — sorri levemente ao apontar para a blusa.

— Isso é seu, não é? — perguntou, ignorando totalmente o meu comentário.

Ele levantou as mãos, me fazendo ter uma visão clara do objeto que ele falava. Da luvinha...

— Meu chaveiro — soltei em uma total surpresa — Achei que tivesse perdido...

— Eu o encontrei. Você, muito provavelmente, o deixou cair — o réptil levantou da cadeira em que estava.

O tom do moreno era neutro, os olhos indecifráveis, os lábios não se curvaram uma única vez em um sorriso. E aquilo me assustou.

— Acho que sim... — respondi em um sussurro enquanto o observava se aproximar.

— Pega! — colocou a luvinha em minhas mãos e a fechou delicadamente

— Cobra... — comecei.

— Sabe, marrenta... Esse maldito chaveiro me fez pensar bastante, mais do que eu gostaria — suspirou pesadamente — Me fez ver que você ainda o ama, que tem sentimentos por ele. A cena de alguns minutos atrás só me fez ter certeza disso tudo — sorriu amargamente ao apontar para a praça atrás de si — Eu acho que — eu conhecia aquele tom, sabia perfeitamente onde ele nos levaria.

— Cobra, não é nada disso! — minhas mãos buscaram o rosto dele com uma força desnecessária — Não é nada disso... — repeti ainda mais decidida.

— Esquentadinha — a voz tão familiar invadiu o ambiente, me fazendo dar um passo para trás em surpresa. Estava tão absorta no moreno que nem me dei conta quando o guitarrista apareceu.

— Pedro...

— Podemos conversar, K? Lá fora? — pediu.

Cobra me encarava fixamente como se avaliasse cada passo meu. Sabia que aquilo era uma espécie de decisão. Ele tinha plena consciência disso, assim como eu.

Ficar com Cobra ou ir com Pedro...

Minha cabeça pareceu querer explodir diante de tudo aquilo. E depois do que me pareceram horas, eu finalmente tomei minha decisão.

— Claro — meus olhos deixaram os do lutador e desviaram para os do guitarrista — Nós podemos conversar, Pedro.

Eu iria com ele.


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Notas finais do capítulo

AI, DEUS! Aguardarei todas as tijoladas nos comentários. Sei que mereço depois desse capítulo, :'(

Beeeeijos! Até o próximo. Amo vocês!