Wrong | Cobrina escrita por Bruna


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oieee, galera!

Demorei muito, né? Eu sei, :/. É que essa coisa de levar a fic pra um final é mais difícil do que parece. Bom, comigo ao menos é assim. Enfim, mil desculpas por isso. Por fazer vocês esperarem tanto. Prometo me esforçar para que o próximo saia o mais rápido que der.

Obrigada a todos que ainda estão aqui. Muito obrigada mesmo!

Ahhhhhh, nesse capítulo voltamos para o ponto de vista da K, ok?

Acho que por hoje é só. Boa leitura!



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— Espera — antes que o moreno atravessasse a porta, cravei minhas unhas no pulso de Cobra, o impedindo de seguir. Fechei meus olhos e suspirei.

Aquilo não ia acabar bem. Sentia que a terceira guerra mundial eclodiria bem na minha frente e eu não teria ideia do que fazer.

Quando decidi entrar no QG na noite de ontem, eu não tinha ideia do que me aguardava. Nada com ele era previsível. Achei que brigaríamos, trocaríamos farpas ou algo do tipo. Qualquer coisa que de alguma forma nos fizesse manter a distância. Mas quando o réptil começou com tudo aquilo, todas as razões que o levaram ao ódio, eu soube que, ao menos ali, seria diferente. Percebi que talvez pela primeira vez, ele me queria por perto, que tentaria, do jeito dele, fazer as coisas darem certo ao menos uma vez. E eu também estava disposta a tentar.

— O quê? — ele questionou em uma clara confusão.

Demorei alguns segundos até retomar consciência, lembrando do que eu falava.

— Eu vou na frente. Vai ser melhor assim — uma falsa certeza se apoderou do meu tom. A última coisa que eu tinha naquele momento era certeza de alguma coisa — Converso com ele, e você pode vir depois. Te garanto que se eu for primeiro, o risco de mortes vai ser bem menor — tentei brincar.

— Eu vou agora — disse sério, me fazendo revirar os olhos com a sua pose de durão — Sério, marrenta. Não tem problemas.

— Perdeu o amor à vida, Snake? — Thawick questionou de uma forma quase desesperada — Tua lutadora tem razão — os olhos dele pairaram sobre mim e eu me esforcei para não corar. Eu ainda estava muito constrangida pelo ocorrido há alguns minutos. O loiro tinha a incrível capacidade de aparecer naqueles momentos mais inoportunos — É melhor ela ir na frente. Você pode ir depois — seu olhar transbordava compreensão — Não tenho ideia sobre o que vão fazer, mas algo me diz que vai render confusão.

Eu ri sem humor enquanto assentia. Realmente iria render.

— Ele tá certo, Cobra — encarei o moreno ao meu lado — Agora eu tenho que ir. O mestre não gosta de esperar.

— Ok — ele concordou ainda sem muita certeza.

Dei alguns passos até a entrada da loja. Meus dedos encontraram alguns fios rebeldes que insistiam em cair sobre minha testa. Thawick soltou um "espera uns cinco minutos" e quando Cobra o questionou sobre o porquê para aquilo, ele explicou que era o tempo em que ele pegava a pipoca. Ouvi um baque seguido de risadas. Poderia apostar que Cobra o acertara com um soco.

Meus dedos encontraram as frias correntes, as afastando. Apertei meus olhos devido a incômodo que os primeiros raios solares me causaram. Ao que parecia, eram quase seis da manhã. Quando me acostumei com o que antes me incomodava, encontrei o mestre do outro lado da vitrine. Como eu esperava, os olhos azuis transbordavam impaciência e uma pitada de raiva os cobria também.

Eu não tinha ideia de como começar. Chegar e soltar um Bom dia, pai. Eu e Cobra estamos juntos. Mas e aí, o que tem pro café?, com toda a certeza não era uma boa opção. Gael nunca fora fácil de lidar quando o assunto era esse. Queria sempre nos proteger e não media esforços para isso, mesmo sendo contra todas as nossas vontades na grande maioria das vezes.

Espantei aqueles pensamentos e busquei as chaves no balcão da loja, fui até a porta, a abrindo. Assim que pus os pés na calçada, ele começou com o que eu já esperava.

— Karina Duarte... — pronunciou da forma que só um pai sabia fazer quando está bravo com a filho — Por que você não foi pra casa?

— Bom dia, mestre! — saudei com humor — Antes de qualquer coisa eu preciso, realmente, falar com voc —

— Não começa! — ele me interrompeu.

Bufei sem controlar.

— Vamos lá — ele começou enquanto respirava fundo. Parecia estar prestes a explodir — Vamos lembrar todas as regras de ontem.

— Pai, eu sei qu — tentei impedí-lo.

— 1: vocês tinham que me aparecer em casa antes das três — enumerou com a mão.

— Eu cheguei antes das três! Meia noite pra ser exata — disse sem paciência. E na verdade, aquilo era uma grande verdade. Eu cumpri aquilo!

— O acordo era que você chegasse em casa — sibilou entre dentes — Não nessa espelunca! — elevou o tom enquanto apontava para a loja.

— No QG. Eu passei a noite no QG — o repreendi pelo fato de ele tratar a loja daquele jeito — E foi a minha única opção já que eu tinha que esperar aqueles dois.

— 2: sem bebidas ou drogas.

— Eu não bebi e nem usei nenhum tipo de droga. Juro! — disse sincera — E a Bi e o João talvez exageraram um pouco na bebida, mas só isso — sorri ao lembrar da situação em que eles estavam na boate.

— Sim, exageraram — o rosto do mestre ficou um pouco mais vermelho. O que me assustou um pouco — O que nos leva a terceira e última regra: nada de me aparecerem com um neto.

— Qual é, pai. Eu não tô grávida — revirei os olhos. Fiquei estática quando avistei a atriz vindo em nossa direção, compreendendo o que o mestre queria dizer quanto a última regrinha — Ai, meu Deus. Você está, Bianca?

— Eu não estou grávida, Karina. O papai que tá viajando. E fazendo drama! — a mais velha tratou de responder enquanto se aproximava.

Nem parecia a boneca de sempre, a que saíra feliz da vida para uma balada ontem à noite. As olheiras eram bem visíveis, a pele estava pálida, o cabelo molhado deixava algumas gotas caírem na blusa branca que usava, e os lábios levemente ressecados. O saco de gelo que a garota trazia em suas mãos, e que alguns segundos antes estava apoiado em sua cabeça, denunciava a dor no local.

Ressaca. A tão famosa ressaca a atingira.

— Fazendo drama? — repetiu com ironia — Não esqueça que a atriz aqui é você. Vi o suficiente pra imaginar coisas — Bi revirou os olhos em uma clara impaciência — E afinal, o que você tá fazendo aqui? Te mandei ficar em casa, Bianca! — cerrou os olhos em direção a ela.

— Eu vou comprar um remédio pra dor de cabeça — respondeu com uma careta — Isso não funciona. Não mais — balançou o saco em suas mãos.

— Pensasse nisso antes antes de pegar um porre!

— Ei! — interrompi antes que os dois começam com tudo aquilo de novo — Qual o motivo pra isso tudo? O que aconteceu, afinal de contas? — e quando eu vi Bianca baixar a cabeça e fechar os olhos, meu pai sorrir sem humor enquanto respirava fundo, eu soube que tinha sido grave. Ao menos na concepção do mestre.

— Nessa bela manhã de domingo, eu acordei, Dandara preparou o café da manhã e eu resolvi chamar as minhas adoráveis filhas para se juntar a nós — descreveu tudo de uma maneira lenta e feliz — Estava tudo bem até aí, era só mais um domingo qualquer. Era — fez uma careta — Porque quando eu abri a porta do quarto de vocês o pesadelo começou.

Bianca bufou enquanto se virava para me encarar. Eu a olhei questionadora, esperando uma resposta para tudo aquilo.

— Ele me viu com o João — a mais velha respondeu de uma maneira casual.

E eu engoli em seco. Temendo por ela, por mim. Porque soube naquele instante que não era o momento propício para colocar tudo na mesa, abrir o jogo de uma só vez. Ou talvez até fosse. Eu nunca saberia se não arriscasse.

— Pai, eu preciso te cont — tentei antes que tudo aquilo começasse de novo, mas falhei na tarefa.

— Eu vi o João e a Bianca com roupas íntimas, dividindo uma cama, abraçados e totalmente bêbados! — disse elevando a voz, o que atraiu alguns olhares — Não foi tão difícil saber o que eles fizeram.

A vizinhança começava a acordar, e a entrada era liberada para o pequeno show particular que fazíamos em frente a loja de suplementos.

— Ei! — recriminou a garota ao notar que alguns olhares caíam sobre nós.

— Espera... — sorri ao entender tudo aquilo — Você e o João...?

— Não estávamos bêbados! — ela deixou claro enquanto tentava controlar o sorriso que queria deixar escapar — Mas sim. É isso aí! Estamos juntos — disse as duas últimas palavras em direção ao mestre, que apenas bufou.

— É JOANCA, BRASIL! — o gamer gritou com alegria do outro lado da rua. Estava radiante, tão feliz como eu nunca havia visto. E diferente de Bianca, a ressaca pareceu não surtir efeito nele.

— Esse esquisito ainda tá aqui? — ele perguntou descrente — Eu o expulsei hoje cedo lá de casa.

— BIANQUINHA! — soltou um beijo para a atriz que, por sua vez, sorriu como uma boba com o gesto — ATÉ MAIS TARDE, SOGRÃO! — meu pai respirou fundo enquanto eu e Bi ríamos.

— Sogrão — repetiu com nojo — É isso que eu vou ter que aguentar todos os dias?

— COBRINA! — pareceu ainda mais empolgado. E quando senti um leve toque em minhas costas, soube que Cobra havia chegado — ESPERO QUE TAMBÉM TENHAM APROVEITADO A NOITE!

Em um movimento rápido, Gael me afastou e buscou por Cobra, o prendendo facilmente entre seu braço e o vidro da vitrine, que balançou devido ao impacto.

— Não achei que o show começaria tão cedo — Thawick soltou sorridente. E foi só ali que eu percebi que o loiro estava apoiado na batente da porta. Com a tal pipoca que ele prometera.

— Pai! — eu e Bianca soltamos em desespero.

— Aproveitaram a noite, lutador? — sibilou. Cobra parecia já esperar por aquilo, mas ainda assim tentou soltar-se do aperto do mestre algumas vezes. Em vão, é claro.

— A noite eu não sei, mas só não aproveitaram agora porque eu cheguei — Thawick soltou de uma maneira quase inaudível, já que a boca estava cheia.

O lancei meu melhor olhar ameaçador. Ele em resposta, levantou os braços em rendição enquanto sorria.

— Aproveitaram? — repetiu ainda bravo. Soltei a respiração que prendia ao me dar conta de que ele não ouviu o que o idiotaq dissera.

Segui até os dois.

— Solta ele — pedi — O Cobra não fez nada, pai!

— Nada que o mestre saiba... — João sussurrou baixinho enquanto ganhava um pisão da atriz ao seu lado e um sorriso de Thawick, que pareceu assentir discretamente — O que foi, Bianca? Seu pai quase me matou hoje de manhã. Fui poupado por causa minha mãe — soltou um suspiro de alívio ao lembrar de tudo — Agora nada mais justo que ele fazer isso com o lutador.

No meio de tudo, eu nem ao menos o vi se aproximar.

— Cala a boca, viciado! — Cobra exigiu com a voz afetada devido ao aperto. João em reposta apenas sorriu.

Gael pensou por um tempo, até finalmente o libertar de uma maneira bruta. O mestre deu as costas e levou as mãos a nuca, tentando se controlar. Cobra passou as mãos pelos fios negros e suspirou pesadamente quando recuperou o equilíbrio.

— Tudo bem? — perguntei ao me aproximar do moreno.

Ele assentiu, mas não disse nada.

— Como você sabia que a K estava no QG? — João perguntou curioso.

— Você não falou pra ele? — perguntei surpresa.

— Não — Bi respondeu — Não deu tempo de dizer nada. Papai nos derrubou da cama enquanto gritava sobre como éramos irresponsáveis — disse brava.

— O que é uma grande verdade! — ele disse no mesmo tom em direção aos dois, que baixaram a cabeça — E sobre como eu soube que você estava aqui... — se virou para nós dois — Não foi tão difícil chegar a essa conclusão. Você e esse marginal parecem estar mais juntos do que nunca.

"E estamos". Duas palavras que por um momento eu quis libertar, soltá-las de uma vez e aguardar as consequências.

Não via, mas sentia todos os olhares queimarem sobre nós. Eu nunca gostei daquilo. Incomodava.

Meus olhos capturaram os castanhos dele. Me olhavam com expectativa, como se esperassem um próximo passo. "Talvez eu também esteja apaixonado por você, marrenta", as palavras dele martelaram em minha mente logo depois. E depois de alguns segundos, eu tive a resposta para aquilo.

Ainda encarando Cobra, balancei a cabeça negativamente de uma forma discreta. Ele pareceu entender e concordou.

Ambos sabíamos o que sentíamos. Não havia razão para aquilo. Não ainda. Não com o meu pai naquele estado.

— O Cobra tava precisando de uma amiga e eu de um lugar pra ficar — respondi ao comentário do meu pai — Só isso.

— E fica tranquilo, mestre — senti a palma quente em minhas costas — Não aconteceu nada demais entre nós. Nós conversamos durante um bom tempo, depois dormimos. Ela na cama, eu no sofá.

— Algo me diz que eu não devo acreditar nessa estória — soltou desconfiado — Mas eu vou. Esses dois já estão me dão trabalho o suficiente para o dia — apontou para o casal atrás de si — Mas que fique bem claro: tô de olho. Em todos vocês! — cerrou os olhos enquanto nos encarava ameaçador.

Nós assentimos.

— Agora vamos! — chamou por nós duas.

— Eu tenho que buscar minhas sandálias — apontei para os meus pés descalços.

— E eu ainda tenho que comprar o meu remédio, esqueceu? — Bianca apontou para a própria cabeça e fez uma careta.

— Eu espero você ir buscar as sandálias, e até vou comprar o tal remédio com você, Bianca — ele sorriu irônico, o que nos fez revirar os olhos.

— Acho que não, mestre... — Thawick apontou para a porta de nossa casa. Dandara o chamava impaciente.

— Dez minutos! — sibilou — Vocês têm dez minutos para me aparecerem em casa. Decoraram?

— Uhum... — soltamos juntas.

O mais velho deu as costas e saiu lentamente andando até a professora. Sempre virava para nos olhar, como se esperasse que nós fôssemos fugir a qualquer momento. Quando ele finalmente entrou em casa e fechou a porta, eu e Cobra respiramos aliviados. Permiti que minha cabeça tombasse para o lado, sendo apoiada pelo ombro do moreno que sorriu com o gesto.

— Caralho! — João soltou de uma maneira lenta, sorrindo e aplaudindo logo em seguida — Vocês já pensaram em entrar pra Ribalta? O Edgar iria adorar ter vocês dois por lá.

— O esquisito tem razão! — Thawick apontou para o nerd enquanto descia os dois pequenos degraus — Aposentem as luvas e dêem lugar aos palcos, lutadores!

— Nem vem — Cobra interveio.

— Ok. Podem começar! — Bianca fez sinal com as mãos de uma forma nada paciente — Papai pode ter engolido essa de "somos apenas amigos", mas isso não vai colar comigo.

— Não, Bi. Agora não...— pedi em uma súplica enquanto levantava minha cabeça e fechava os olhos — Prometo te explicar tudo depois. Agora eu preciso entrar, pegar minhas sandálias e ir.

— Ok — ela disse tentando se conformar — Te vejo em casa!

A mais velha não disse mais nada e saiu andando, sendo acompanhada por João que tinha um sorriso sacana pendurado nos lábios.

Eu entrei no QG seguida por ele.

— Você fica do lado de fora! — apontou para o loiro — Não sei nem porquê diabos você me apareceu aqui em um domingo.

— Eu vim tomar café. Privilégios de se trabalhar aqui, cara — disse simplesmente enquanto seguia seu rumo — Mas agora eu já vou. Deixar o casal a sós...

— Thawick! — chamei.

— Relaxa, novinha! — respondeu sem se virar — Eu não vou contar nada. Vocês ainda vão ter que fazer isso — sua voz estava cada vez mais distante.

Assenti mesmo sabendo que ele não veria. Minhas mãos encontraram as correntes, e as atravessei rapidamente. Meus olhos rodearam todo o cômodo procurando as sandálias que eu havia deixado ali, quando não as encontrei, me abaixei.

— Encontrei! — disse com uma alegria exagerada ao olhar debaixo da cama.

— Encontre mais coisas por aí... A visão é incrível daqui, novinha — o tom malicioso se apoderou de sua voz e eu não precisei pensar duas vezes para saber do que ele falava.

— Cobra! — repreendi enquanto me sentava.

Ele riu abertamente. O tipo de sorriso que deixava os caninos a mostra e um brilho preenchia o ambiente. Poderia até acompanhá-lo se não estivesse tão sem graça.

— Relaxa, K! — piscou.

Alguns segundos de olhares trocados foram suficientes para eu acabar com aquele silêncio.

— Sei que eu deveria ter contado, mas —

— Ei, fica sussa, K. Pode não parecer, mas eu tenho amor à vida — tentou brincar — Gael tava muito exaltado por causa do viciado e a da patricinha.

— É, ele tava — lembrei de todo o ocorrido — Contar só iria piorar as coisas.

Ele assentiu compreensivo.

— Eu não vejo problema em continuarmos assim — seu ombro deixou a batente da porta. Deu alguns passos até onde eu estava e me ofereceu a mão.

— Não há — garanti. Minha mão agarrou a palma do réptil. Ele me lançou um olhar travesso antes de me puxar com uma força desnecessária em sua direção, fazendo nossos corpos chocarem-se e a distância se tornar quase inexistente — Não há problema algum — sorri.

Meus dedos afastaram alguns fios que caía em sua testa, deslizaram pela barba ralha até finalmente encontrar sua nuca.

— Porra, Karina! — sussurrou de uma forma indignada. A sua outra mão, aquela que não cercava minha cintura, agora acariciava a minha nuca — Não sei se é o fato de você ser tão proibida, se é porque você é tão marrenta... Mas algo me faz querer ficar e lutar por isso — lambeu os lábios e sorriu — E eu sei que eu sou um erro, sei que deveria me afastar, mas não cons —

Ele nunca continuou. E nem iria. Eu não queria que tudo aquilo começasse de novo.

Meus lábios encontraram os dele de uma maneira nada gentil. O toque era urgente, selvagem. As línguas travando uma batalha onde ninguém parecia disposto a ceder.

Quando o ar se fez necessário, me afastei gentilmente.

— Voce pode ser um erro, Cobra — sussurrei.

— O pior de todos — falou, sério. Meu dedo indicador encontrou seus lábios, em um pedido de silêncio.

— Ok. O pior de todos — concordei — Mas — fiz uma pausa, sorrindo — Eu não me importo em errar. Não com você, não por você.

A última coisa que eu vi, antes de sentir seus lábios nos meus, foi o sorriso que estava em sua boca. Antes que aquilo começasse de novo e eu já não pudesse parar, eu me afastei.

— Eu tenho que ir, Cobreloa! — calcei as sandálias e corri até a porta do QG — Não quero arriscar de novo. Já tivemos sorte o suficiente para o dia. Te vejo depois, ok? — sorri para ele antes de fechar a porta. Cobra me devolveu o sorriso enquanto acenava.

Atravessei a praça José Wilker e segui andando.

— Você está atrasada! — foi a primeira coisa que ouvi assim que pus os pés em casa — Dois minutos atrasada...

— Desculpa, pai — pedi sincera enquanto subia as escadas — Prometo estar pronta para o café daqui a alguns minutos! — disse à Dandara ao perceber que a mesa ainda estava posta.

Ela me sorriu e concordou.

— Ok. Agora cê vai me contar. Tudo! — Bianca disse de uma maneira que eu sabia que não tinha como escapar.

Suspirei pesadamente.

É, o dia seria longo.


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Notas finais do capítulo

E aí, moçada, o que acharam? Que tal compartilhar tudo comigo lá nos comentários?! Aguardo vocês!

Beeeeijos! Até o próximo. Amo vocês,