We Both Changed escrita por MsNise


Capítulo 26
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Hoje é sábado e eu deveria ter postado ontem, mas queria deixar o último capítulo o mais perfeito possível, por isso esperei apenas mais um dia :3 Eu nem acredito que já estou terminando WBC! Lembro tão bem de quando a comecei, da empolgação ao ter a ideia de fazer uma história onde a Jodi volta, do cuidado com as lembranças e com os acontecimentos. Sinceramente, vou sentir muita falta de vocês. Muita mesmo!
Espero, do fundo do meu coração, ter feito um final que vocês mereçam. Até as notas finais ♥



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— Pai, mãe — Liliane pulou sobre mim e, ao abrir meus olhos, deparei-me com seus olhos castanhos arregalados me fitando. — Lembra que o tio Ian e a tia Susi prometeram que iam levar eu e o Frank para fora das cavernas no nosso aniversário? Então, é hoje — ela se levantou e começou a dar pulos animados ao redor da cama que eu dividia com Sunny.

— Lily… — Sunny resmungou. — Por que não vai dar uma volta nas cavernas com o Frank? Você sabe, ver se o tio Ian e a tia Susi já acordaram…

— Boa ideia, mamãe — ela exclamou e pulou por cima de Sunny, depositando um beijo estalado em sua bochecha. Ela beijou a minha testa antes de sair saltitante do quarto, seguida por um Franklin sonolento.

Suspirei e me aproximei de Sunny, envolvendo sua cintura.

— Uma boa maneira de ser acordado — resmunguei em seu cabelo. Ela murmurou alguma coisa indefinida. — Sabe, a sua ideia foi realmente boa.

— Eu sei — ela riu e abriu uma pequena fenda de seus olhos. Senti sua mão encontrar o meu rosto. — Bom dia, amor.

— Bom dia — sussurrei, enterrando meu rosto na curva de seu ombro e seu pescoço e beijando-a demoradamente naquele ponto. Senti seu corpo se relaxar. — A gente tem que levantar. Acho que já está um pouco tarde…

— Eu sei — ela murmurou e se afastou de mim, coçando seus olhos. — Acho que perdemos a hora, certo?

— Bem, hoje é sábado, não é?

— Isso ainda importa? O dia da semana importa? — seu sorriso era sereno.

— Por que não importaria? — apoiei em um de meus cotovelos. — Sábado é dia de descansar e de dormir até mais tarde. É bom preservar antigos costumes.

— É bom mesmo — ela concordou, esticando-se e me dando um selinho demorado. Suspirou. — Mas acho que a Lily e o Frank não vão aguentar que a gente durma até mais tarde. O que o Ian e a Susi prometeram mesmo?

— Prometeram levá-los ao deserto para comemorar o aniversário. Os tios são piores que os pais — revirei meus olhos.

— Eu não contaria com isso, exatamente — ela riu e se levantou. Trajava somente uma camiseta minha que a deixava terrivelmente sexy e sorria graciosamente ao me olhar com os cabelos escuros bagunçados.

Desabei novamente na cama e fechei meus olhos, tentando descansar por mais cinco minutos. Apenas cinco minutinhos. Escutei os ruídos de Sunny se trocando e logo senti o peso de seu corpo sobre o meu.

— Não vai levantar? — ela me provocou. Seus cabelos ainda estavam bagunçados.

— Hmmm, hoje não — suspirei quando senti ela encostando sua bochecha à minha.

— Acho melhor levantar logo, sabe? Por bem e por mim — ela riu e se sentou na beirada da cama, tentando domar suas madeixas e prendendo-as rapidamente em um rabo de cavalo.

— Me alcança a minha camiseta, então? — pedi, esticando o meu braço preguiçosamente. Ela jogou a primeira camiseta minha que viu, a qual eu vesti rapidamente.

Suspirei e forcei as minhas pernas a me obedecerem. Logo eu estava de pé ao lado de Sunny e ela segurava em minha mão, me arrastando através dos corredores da caverna.

— Sabe, acho que não adianta tomarmos banho agora — ela comentou enquanto me guiava. — Vamos nos sujar de qualquer forma mesmo.

— Já pegou os presentes?

Ela sorriu por cima do ombro e me mostrou as caixas de veludo que carregava. Assenti e continuei seguindo-a, logo chegando ao deserto. Coloquei a minha mão sobre meus olhos para protegê-los.

— Eles chegaram, Lily — era Franklin pulando animadamente ao redor de Liliane. — Eles chegaram!

Os dois correram saltitantes ao nosso encontro, Frank pulando em meu colo e Lily pulando no colo de Sunny. Os olhos grandes e castanhos de Frank me fitaram demoradamente.

— Parabéns, Frank! — exclamei e plantei um beijo estalado em sua bochecha. Ele sorria. — Preciso falar que te desejo tudo de bom?

— Não, pai. Os pais sempre desejam tudo de bom pros filhos. Não precisa me falar isso, eu já sei.

Ri com o seu jeito sabido e soltei-o no chão, permitindo que ele fosse ao encontro de Sunny, enquanto Lily corria até mim.

— Parabéns, princesa — peguei uma mecha de seu cabelo e a enrolei no meu dedo. — Você ainda vai ser muito feliz, sabia?

— Eu já sou feliz, papai — ela retrucou. Seus olhos azuis idênticos aos meus sorriram para mim. — Eu já sou muito feliz.

Envolvi seus ombros diminutos e a puxei para mim, sentindo o seu aroma de suor e areia. Lily era bronzeada e tinha o cabelo escuro e encaracolado, apesar dos olhos azuis penetrantes. Ela tinha o nariz e a boca de Sunny, o que a deixava especialmente bonita. Já Frank tinha os olhos castanhos e astutos da mãe e o meu formato de rosto. Eram gêmeos bivitelinos.

— Querem seus presentes? — perguntou Sunny enquanto se aproximava de mim. Ela me estendeu uma das caixas de veludo. — Eles não são brinquedos. Mas são significativos.

Abri a caixa e nela estava um colar com um pingente quadrado. Em um dos lados do pingente havia o nome Liliane e no outro o significado do nome, “forte, poderosa”. Coloquei no pescoço da pequena e ela sorriu amplamente.

— É lindo…

O pingente de Frank era igual. Seu nome significava “homem livre”. Ele também parecia alegre.

— Eu sou livre?

Engoli em seco e apoiei minha mão em seu ombro.

— Em alguns aspectos sim, você é livre. E em outros… ainda vai ser. E se não for, seu filho vai ser. Ou seu neto. Ou seu bisneto. Algum dia nós, humanos, vamos conseguir novamente a liberdade.

— Sim — Sunny concordou, afagando meu braço. — Um dia os humanos vão reivindicar seu lugar na Terra. E humanos e alienígenas vão poder conviver normalmente.

— Seria legal.

— Seria perfeito — ela sorriu e se esticou para me dar um selinho.

Segurei em sua cintura e observei contente os meus filhos. Os dois abraçaram nossas cinturas e então nos tornamos um emaranhado de pessoas disformes. Logo Susi, Jamie, Ian e Peg também nos abraçaram.

— Ai, tá apertado aqui! — reclamou Lily enquanto tentava sair do abraço, sendo interceptada por Ian, que a levantou no colo. — Tio!

— A coisa mais divertida do universo é abraço em grupo — ele justificou.

— Ah, claro, pra você é fácil falar, alto desse jeito!

Ian riu.

— Viu só? Fica querendo discutir com a minha filha…

— A Lily é uma pestinha — Susi sorriu. Ela tinha cortado o cabelo estilo joãozinho porque se incomodava com o seu tamanho e estava linda daquela forma. — Né, pirralha?

— Pestinha não! — protestou Sunny, rindo. — Lily é um anjinho.

— Anjinho que caiu do céu para iluminar nossas vidas — sussurrei para Sunny, trazendo-a para mais perto de mim. — Lily e Frank. Dois anjos.

Ela assentiu e sorriu para mim, alheia aos dois casais que distraíam nossos filhos que completavam sete anos naquele dia.

— Eles são as melhores coisas que já aconteceram em nossas vidas — ela murmurou.

Acariciei seus cabelos.

— Obrigado por estar aqui comigo e por ter me dado dois filhos maravilhosos. Muito obrigado.

Ela sorriu serenamente e passou os braços pelo meu pescoço.

— Tantos anos juntos… tantas vitórias, tantos problemas. Mas juntos.

— Sempre juntos.

Clica.

Abaixei meu rosto ao nível do seu e encostei nossos lábios em um singelo beijo.

— Eu te amo — sussurrei.

Ela sorriu contra meus lábios.

— Eu te amo.

E, em um mundo onde alienígenas invadiram a Terra, onde eu perdi meus pais, minha mulher e toda a minha vida, encontrar o amor nos braços de uma alienígena parecia um pouco estranho. No entanto, era a única forma de alcançar a tão almejada felicidade. Nos braços daquela alienígena, eu encontrei minha casa e finalmente consegui pertencer a algum lugar. Foi aquela alienígena quem me deu meus dois filhos. E era aquela mesma alienígena que fazia um sorriso brotar em meus lábios todas as manhãs quando eu acordava.

Os contratempos existiram… existiram e existiam. Afinal, o mundo tinha se “aligienizado” e poucas coisas ainda permaneciam normais. O amor era uma delas. O amor, tão grande amor, que alcançava os corações dos humanos e as almas dos alienígenas. O amor que alcançava uma caverna no meio do deserto. O amor que ultrapassava todas as barreiras, inúmeras delas, e ainda permanecia intacto. O tão real e questionável amor.

Eu tinha mudado. O tempo e a vida tinham me feito entender que algumas coisas que acreditamos serem inalteráveis às vezes simplesmente mudam sem permissão. Convicções, sentimentos, medos, atitudes, pensamentos, promessas. Tudo isso fazia parte da lista de coisas que poderiam mudar; e que, invariavelmente, mudariam.

Quando Jodi retornou, a única coisa em comum que nós tínhamos era o fato de ambos termos mudado. Estávamos cicatrizados; mas eu queria me consertar, enquanto ela tinha aceitado sua condição. Estávamos perdidos; mas eu queria me encontrar nos braços de uma alma e ela queria se encontrar em mim. Eu tinha ficado por anos; ela tinha se ausentado por anos. Não havia possibilidade de funcionar.

Eu funcionava somente com Sunny. Com o oposto, o improvável, o impossível, o inimaginável. O mais adorável. O mais real. E era com ela que eu gostaria de continuar vivendo. Era com ela que eu queria acompanhar o crescimento dos nossos filhos e viver o resto de minha vida. Nem que fosse trancado dentro de uma caverna, no meio de um deserto. Se estivéssemos juntos, bastaria.

Se estivéssemos juntos, eu até agradeceria pelo fim do mundo.


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Notas finais do capítulo

E ACABOOOOOOOOU ;-; Acabou a trilogia, acabou minhas fanfics de A Hospedeira (isso se eu não tiver alguma ideia mirabolante escondida nos confins da minha mente, mas eu acho que já se esgotou mesmo ;-;). Acabou tudo :(
Mas, enfim, eu gostaria MUITO de agradecer a todos vocês. Por isso, como é meu ritual no final de todas as histórias, vou fazer os agradecimentos devidos.
Primeiramente, obrigada às duas recomendações MARAVILHOSAS que eu recebi.
Ys, você sabe que WBC não seria nada sem os seus empurrõezinhos. Muitíssimo obrigada por ter me acompanhado durante toda a minha trajetória de escrita. E muitíssimo obrigada, também, por ter feito uma recomendação capaz de tirar o meu chão. Te amo ♥
E filha de poseidon, eu também tenho que agradecer MUITO aos seus comentários e a essa sua recomendação que foi muito inesperada para mim. Muito obrigada, sério! Você não sabe o quanto é importante para mim. Te amo muito também ♥
Agora, quero agradecer a todos os que comentaram: Ys Wanderer, Isabella Vieira, Mel, Mika Hathaway, Marcela Machado, Lê Pantoja, filha de poseidon, Little Wolf, estrela 125.
A todos os que favoritaram: Giulia Antunes e Ys Wanderer.
A todos os que acompanharam: Miss Jackson, Mika Hathaway e Mel.
Sério, muito obrigada a todos os que chegaram até aqui comigo. Espero que tenham gostado do último capítulo assim como eu gostei.
E é aqui que eu me despeço de todos vocês ;-; Foi boa, muito boa, a minha jornada com A Hospedeira. E vocês tornaram ela ainda melhor.
Amo vocês ♥
E até qualquer sexta-feira, em qualquer outra história, quem sabe ♥