More Like Sisters escrita por Mavelle, Nederland
Notas iniciais do capítulo
Oi genteee!!!!
Mais um capítulo para vocês, seus lindos!
Esse é tipo um capítulo que só vão ver uma vez na vida, já que... não vou contar. MUAHAHAHAHA.
Leiam para saber.
Beijos da Sabidinha ♥♥
Fiquei um tempo andando sozinha pelo shopping, até encontrar um banquinho de madeira parecido com os de jardins e praças. Fiquei apenas sentada, observando as pessoas entrando e saindo do elevador e passando pela minha frente, calmamente. Pessoas normais, fazendo coisas normais em um shopping normal. Aposto que nenhuma delas nunca foi expulsa de uma sessão de cinema. Sorri com o pensamento. Eu poderia passar o resto da noite aqui, só observando as pessoas passarem de um lado para o outro. Eu estava muito distraída para notar o ser meliante que estava ao lado do elevador me observando.
Quando menos percebi um homem careca, alto e musculoso de cerca de 40 anos se sentou ao meu lado. Muito perto para o meu gosto. Ele vestia roupas que me diziam que ele não era um pai de família. Merda.
– Oi gatinha. - ele falou com uma voz grave e rouca.
Ignorei-o e ia sair, mas ele pegou meu pulso com força. Queria gritar, mas não sei o que aconteceria. Então sentei novamente no banco.
– Oi. - respondi com relutância.
– Ora, vamos. Uma menina tão bonita como você não pode ser tão tímida.
– E se eu te disser que pode?
– Ora, vamos belezinha. Diga seu nome.
Senti o aperto em meu pulso aumentar.
– Meu nome? Porque quer saber?
– Ora, pra saber, ué!
Ele apertou ainda mais meu pulso.
– Jade. Jade Sommers. - falei sem hesitar, já com uma ideia muito improvável em mente. Tomara que ele não percebesse que era um nome falso.
– Hum. - ele afrouxou um pouco o aperto do meu pulso.
– Quem é você e o que você quer de mim?
– Não importa quem eu sou. E você sabe muito bem o que eu quero de você. - ele afirmou mordendo o lábio inferior.
Merda, merda, merda.
– Eu sou muito nova pra ser estuprada.
– Algo me diz que não.
– Isso é pedofilia. É crime.
– Quem disse que eu ligo para a lei? Foda-se a lei.
Pelo visto, eu estou numa encrenca das grandes. Deve ter algum jeito de eu escapar disso. Tem que ter. De repente, me ocorreu uma ideia.
– Eu estou grávida.
– E acabou de dizer que é muito nova para ser estuprada? Corta essa. - ele bufou na minha cara. Seu hálito, melhor dizendo, bafo, cheirava a cachaça e cigarro.
– Sim. Sou muito nova para fazer isso contra a minha vontade.
– Sei. - ele rolou os olhos e sua mão pesada continuava apertando meu pulso. Ele soltou uma risada. - Sabe, dizem que é mais gostoso quando a mulher está grávida. Nunca fiz com uma grávida. Isso é verdade mesmo?
Merda. Eu quero muito bater nesse filho de uma mãe.
– Meu namorado não gosta. Diz que não tem espaço para fazer nada bem feito.
– Hum. Vou fingir que engoli essa. E onde estaria esse seu namorado? Esse shopping não é lá muito seguro. Correm histórias de um homem que estupra as meninas no banheiro do 5° andar.
Engoli em seco. Eu realmente tinha ouvido essas histórias, mas ninguém tinha coragem de dizer como o homem era. É a primeira coisa que farei quando encontrar um guarda. Por enquanto, é melhor eu continuar com meu teatrinho.
– Meu namorado me deixou aqui enquanto procurava por uma loja da operadora para recuperar o chip do celular roubado. Eu disse que estava cansada e ele me pediu para esperar aqui.
– Sei.
Olhei ao redor como se estivesse procurando alguém, o que eu realmente estava fazendo. Estava literalmente desesperada. Por favor alguém apareça.
De repente, eu vi uma cabeça loura e despenteada. Não era exatamente quem eu queria, mas teria que funcionar. Me peguei torcendo para que ele olhasse na minha direção como fazia o tempo todo na aula. Porque ele faz isso por quase 8 horas seguidas praticamente todos os dias e não faz agora que eu preciso?
– Eu realmente acho que ele não vai aparecer. - o homem falou. - Vamos. Vou te mostrar um lugarzinho especial.
– Não! Por favor! Só mais um minuto! Por favor!
– Só um minuto, porque estou de bom humor. Mas depois... - ele deu um sorriso malicioso. - vou te mostrar meu lugar favorito desse shopping.
Eu já estava perdendo as esperanças, quando ele olhou em minha direção e percebeu que tinha algo errado. Falei para ele em leitura labial "Jade". Tomara que ele entenda o que isso significa. Ele passou a correr pelo shopping com um olhar preocupado no rosto. Não sei se isso era atuação ou se era de verdade.
– Matthew! - comecei a choramingar. Obrigada aulas de teatro da sétima série. - Aqui Matthew!
– Jade! O que aconteceu? - ele parecia realmente preocupado. Ou talvez estivesse apenas usando o que aprendeu quando fizemos teatro juntos. Só então ele olhou para o homem ao meu lado. - O que você fez com ela?
Ele começara a gritar no meio do shopping e o homem finalmente soltou o aperto do meu pulso por um segundo. Eu aproveitei esse tempo para me jogar em Scott. Ele tentou agarrar novamente meu pulso, mas eu já estava abraçando Scott e chorando em seu ombro. Senti seus braços passando pelas minhas costas e seus polegares acariciando-as. As lágrimas que eu estava chorando eram de verdade. Scott era a coisa mais próxima de um amigo que eu tinha por perto. E era o que eu precisava agora.
– Já passou, querida. Foi só um susto. - ele apoiava o queixo em cima da minha cabeça, encolhida contra seu peito. Pude sentir que ele fuzilava o homem com o olhar. - Dê o fora daqui agora! Saia agora ou eu chamo a polícia! - Scott falava com um tom duro e áspero.
Não percebi quando o homem saiu, mas percebi que eu continuava a chorar. De repente, Summer estava do meu lado. Levantei a cabeça para olhar para ela. Pelo menos, eu tinha parado de chorar.
– O que aconteceu, Jade? - ela perguntou, me abraçando.
– Ah, Valery. O Matthew foi comprar um chip novo e me pediu para ficar sentada no banco. Pouco tempo depois aquele homem apareceu e não me deixava sair. Ficou me elogiando e apertava o meu pulso. Então eu contei a verdade. Disse que estava grávida e que meu namorado tinha ido na loja da operadora e me deixou aqui porque eu disse que estava cansada.
– Ah. Acho que é melhor te levarmos para casa. Concorda, Matthew?
– Totalmente. - Scott entrou na conversa.
– Não íamos jantar? - Robert perguntou.
– Peter! - Summer deu um tapa no braço dele e ficou com uma expressão de surpresa. - A gente deixa o jantar para outro dia. O que nós precisamos mesmo é levar a Jade para casa.
– Certo, Valery.
– Não. - eu intervim. Minha noite já tinha sido estragada, mas eu não precisava estragar a deles. - Não precisam estragar o jantar de vocês por minha causa. O Matthew me leva pra casa.
– Umhum. Eu a levo. Não se preocupem. - Scott afirmou.
– Cuide bem dela, Matthew. - Summer advertiu-o.
– Não se preocupe, Valery. Vamos, Jade.
– Tchau, Valery. - a abracei. - Boa noite, Peter.
Scott estendeu o braço e eu aceitei. Fomos andando até o estacionamento e entramos em seu carro. Ele abriu e fechou a porta do carona para mim, como um cavalheiro. Entrando no carro, a única coisa que eu pude fazer foi abraçá-lo, mesmo que isso fosse totalmente contra os meus conceitos.
– Obrigada, Scott.
– De nada, Lily. Como você sabia que eu ia me lembrar da Jade?
Sorri e me afastei do abraço para olhar em seus olhos.
– Não sei. Foi um palpite de sorte. Eu era a substituta da Jade e você o do Matthew. Eles eram um casal de namorados e a Jade estava grávida. Talvez você se lembrasse da peça.
– Claro que eu me lembro da peça. - ele pegou a chave do carro e o ligou. - Acho que você gostaria de ir para casa, não?
– Claro. Foi um dia longo.
Após alguns minutos de um silêncio um tanto quanto constrangedor, chegamos à minha casa. Scott tentou imitar um motorista abusado e falou.
– Sua parada, senhorita. Gostaria que eu descesse para abrir e fechar a porta para a senhorita?
Comecei a rir.
– Não será necessário. Mas, Scott, precisamos fazer aquele trabalho. É para sexta e não temos nada pronto.
– Verdade. Você tá livre amanhã? - olhei para ele com uma cara espantada. - Para fazer o trabalho.
– Ah! Não posso. Amanhã tenho uma festa na piscina. Que tal segunda?
– Tenho pólo aquático. Terça?
– Academia. Quarta?
– Xadrez. - ele engoliu em seco. - Por favor diga que pode na quinta.
– Quinta eu posso.
– Ainda bem que pode. - rimos. A situação era assustadora, mas ia dar tudo certo. - Então, depois da aula, na minha casa, ok?
– Certo. Pense em um livro.
– E você? Faz o quê?
– Supervisiono o livro que você escolher.
Sorri e desci do carro, acenando para Scott e fiz a coisa que mais quis fazer durante toda a noite: entrei em casa.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
TCHAUUUU