Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 5
Soneto da Jenni, aula de forró e pedido de encontro


Notas iniciais do capítulo

Hei pessoas, criei o grupo!!!!! Quem quiser participar pode me mandar o número por mensagem. E deixem reviews!



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Acordei no outro dia e tive que esperar a Isadora sair do banho, enquanto isso recebi um mensagem do Markus.

“Sofi, não vou pra escola hoje, minha avó tem uma consulta hoje e meu pai pediu pra que eu a levasse. Nós vemos à tarde, sim eu vou pra sua casa de tarde, então não marque nada. Beijooooooos.”

Mas que droga! Eu vou ter que ficar sozinha naquele inferno de sala, e pra completar hoje tem educação física e tipo eu sou muito ruim em educação física. Isadora saiu do banho e eu fui tomar o meu. Banho tomado, roupa trocada, café tomado. Fui andando pra casa da Jenni e ela já estava pronta e como sempre pulou em mim, um dia ainda vamos cair no chão e ai ela vai ver.

–Que cara feia é essa? –ela perguntou.

–Markus não vai aula hoje. –cruzei os braços. –E pra completar tem educação física.

–Educação física é legal. –ela disse arrumando o casaco rosa que estava usando.

–Pra você que é atlética e alta. –eu fiz cara feia. –Eu detesto educação física. E detesto mais ainda quando é no primeiro horário. –eu apontei pra minha roupa, leggies pretas, blusa da escola e um moletom enorme (que era do Tadeu) amarrado na cintura.

–Você é muito dramática. –ela riu. –Pense pelo lado bom.

–Que lado bom? –murmurei.

–Hoje é quinta-feira! –ela levantou os braços e girou.

–E o que tem? –perguntei não entendo o motivo do lado bom.

–Nada. –ela riu. –Mas é quinta-feira e significa que amanhã será sexta-feira.

–Nossa! Sério? –eu ironizei.

–Anã. –ela me empurrou.

–Anã nada. –eu reclamei. Agora a Jenni também vai ficar me chamando de anã? Já não basta o Tadeu não?

Chegamos à escola, o primeiro horário da Jenni era artes e ela tinha deixado o soneto dela no armário então fomos até lá pega-lo. No meio do caminho topamos com a Liga dos M’s. A manhã não poderia ficar melhor.

–Vejam só. –Madalena ou hiena engasgada, como preferir, disse. –Se não é Pink e Cérebro. –ela riu e as outras também.

–Vejam só se não é o Trio Ameba. –Jenni disse. Eu ri, o trio ameba são uns vilões das meninas super poderosas.

–Fiquei sabendo que hoje vamos ter vôlei na aula de educação física. –Madalena disse ignorando a tirada da Jenni.

–Oh sério? Quem liga? Você liga Jenni? –olhei pra Jenni.

–Eu não. –ela balançou a cabeça.

–Nem eu. –eu sorri. –Já que não ligamos você pode, por favor, se retirar?

–Você devia ligar queridinha. –ela disse. –Se for realmente vôlei. –ela olhou pras unhas e depois pra mim. –Eu vou te liquidar, sua pigmeu. –ela riu.

–Pigmeu? –olhei incrédula pra ela. Ela tinha me chamado de pigmeu? Quem ela pensa que é? –Saiba hiena engasgada. –me aproximei dela. –Que eu não tenho medo de você. Nenhum. Pingo. De. Medo. De. Você!

–Veremos. –ela virou aquela cabeleira ruiva (pintada) e as outras foram atrás rebolando.

–Quer que eu dê um soco nela? –Jenni perguntou indo até o armário e pegando o soneto.

–Quero, mas não em publico. O IBAMA pode te prender por maus tratos a animais. –eu ri.

Como chegamos cedo, deu tempo de sentarmos nos banquinhos e ficar conversando.

–Deixa eu ler seu soneto? –perguntei pegando o soneto da mão dela.

–Nãoooooooo. –ela tentou pegar, mas eu já tinha me levantado.

–Por que não? –perguntei rindo.

–Sofia, devolve. –ela veio atrás de mim, mas eu corri e me escondi atrás de uma árvore enorme.

“Te conheço a um tempo.

Mas você nem quem sou

Observo você de longe,

Sentada no meu banco, lendo.

Enquanto você ri, chora, vive e namora.

Eu te amo, será? Às vezes me pergunto.

Talvez.

Mas como posso amar alguém que mal me nota?

Queria te dar o carinho guardado.

Mas se eu chegar falando em amor.

Você vai acabar me chamando de maluca.

Meu amor escute.

O único louco aqui é você.

Que nunca me notou e perdeu.

A garota fantástica que posso ser.

Não sou mais do que uma jovem apaixonada

Melhor que suas fúteis namoradas

Acorda garoto, e começa a dar valor.

Ao verdadeiro amor.”

O soneto da Jenni era lindo e triste, parecia um soneto de amor não correspondido, parecia não, é um soneto de amor não correspondido. Mas por quem?

–Devolve Sofia. –ela me encontrou e tomou o papel da minha mão. –Você leu? –ela perguntou.

–Li. –eu respondi. –Pra quem você fez isso, Jenni? –perguntei.

Ela me olhou e colocou os cabelos loiros pra trás.

–Fiz pra aula de artes, ué. –ela mordeu os lábios, e ela só faz isso quando mente.

–Mentira. –a olhei. –Quem é o garoto? –perguntei.

–Não tem garoto nenhum. –ela hesitou.

–Tem sim. –eu insisti. –Não vai me contar?

–Sofi... –ela me olhou com seus grandes olhos verdes.

–Jeniffer, você não vai mesmo me contar? –perguntei.

–Eu não tenho nada pra contar. –ela disse mordendo os lábios.

–Você quem sabe. –eu sai de lá brava. Desde quando a Jenni me escondia às coisas? Conhecíamo-nos desde que éramos pequenas.

–Sofi. –ela me chamou, mas o sinal tocou. Fui marchando até a quadra e a professora já estava lá. Olhei ao redor procurando o Markus e só depois me lembrei de que ela não viria hoje.

–Alunosssssssss. –a professora disse. E ela fala assim mesmo com muitos s. –Hoje vamos ter uma aula um pouco diferente.

–Diferente como? –alguém perguntou

–Hoje a aula vai ser de dança! –ela levantou as mãos.

Que? Os professores do colégio Santa Helena eram malucos, o colégio podia ser o melhor do melhor da cidade, mas os professores eram malucos.

–Aula de dança? –Madalena franziu o cenho.

–É aula de dança. –a professora sorriu. –Vamos dançar pra colocar esse maus sentimentos pra fora. –ela começou a dançar.

Todo mundo olhou pra ela com cara de “de que hospício você saiu?”.

–Vamos dançar forró. –ela gritou. Tá, agora é aquela parte que ela começa a rir e fala que é dia primeiro de abril.

–Isso é sério? –Alejandro perguntou.

–Seríssimo. –ela olhou pra ele. Ela estava com um controle na mão e apertou um botão e começou a sair um som de forró. –Como sou uma boa professora deixarei que escolham seus pares.

Todo mundo continuou olhando ela com cara de “de que hospício você saiu?”.

–Andem. –ela gritou e todo mundo começou a se mexer. Olhei em volta e vi todo mundo arrumando um par, se o Markus estivesse aqui ele seria meu par, mas agora estou sozinha.

–Será que você quer ser meu par? –alguém perguntou atrás de mim.

–Claro. –sorri. Era o Pietro.

Ele me deu a mão e meu Deus, era tão macia!

–Essa escola é sempre assim? –ele perguntou.

–Assim como?

–Maluca.

–Só às vezes. –eu dei os ombros.

A professora nos mandou ficar em círculos ou uma roda, e começou a nos mostrar como íamos dançar e seu par era o Alejandro.

–Pé direito pra frente, menina pé esquerdo pra trás. –ela dizia fazendo o mesmo. –Cinco passos troca de par e gira a roda. –ela fez o mesmo e trocou de par. –Aprenderam?

–Sim. –todos gritaram.

–Então comecem. –ela aumentou a música.

Pietro me olhou com cautela e colocou sua mão na minha cintura, eu estremeci e espero de verdade que ele não tenha visto isso. Olhei e vi os pares, Madalena e o idiota do Arthur, Melody e Rui, Melissa e um garoto que não sei o nome e assim por diante. Os casais que estavam do nosso lado eram a Anna e o Alberto e a Gisele e o Luís.

–Pé esquerdo, Sofia. –Pietro disse com a voz suave. Meu Jesus Cristinho das baixinhas não me deixe derreter.

Ele me conduzia com delicadeza, eu estava até me sentindo a maior dançarina de forró do mundo.

–Você dança bem. –eu disse.

–Obrigado. –ele sorriu pra mim.

–Troca de par e gira. –professora gritou. Alberto veio dançar comigo e o Pietro foi ficar com a Anna. Alberto não nem um pouco delicado como o Pietro.

–Ai. –reclamei quando ele pisou no meu pé com aqueles pés de jamanta.

–Foi mal, não sei dançar. –ele se desculpou.

–Ninguém percebeu.

–Troca de pares. –ela gritou novamente. –Vamos trocar até todos terem dançado com todos. –ela declarou.

Algum tempo depois o meu par era o Arthur.

–Não pise no meu pé. –eu rosnei pra ele, meus pés estavam doloridos de tantos pisões que eles haviam sofrido.

–Não vou. –ele respondeu e colocou a mão na minha cintura. Arthur tinha os cabelos pretos e eles combinavam com ele, ele era idêntico ao Pietro (sério, Sofia? Se você não dissesse ninguém ia perceber), mas havia algo diferente nele e eu não soube identificar.

–Você pisou no meu pé. –ele reclamou.

–Desculpa. –me desculpei.

–Tudo bem, eu nem senti. –ele balançou a cabeça. –Pisada de anã nem dói.

–Como é que é? –eu o olhei. –Anã é a sua senhora vovozinha. –eu o olhei feio pra ele.

Ele riu.

–Você é um idiota. –eu disse.

–E você é destrambelhada. –ele me olhou.

–Como ousa...

–Troca de par. –professora gritou e ele me soltou e foi dançar com outra menina. –Terminem a dança com o par inicial.

Voltei pro Pietro e a aula de educação física terminou. Até que não foi tão ruim assim.

–Posso andar com você hoje? –Pietro perguntou.

–Claro. –sorri.

Pietro é um garoto engraçado e fácil de lidar. Estávamos na última aula do dia. O sinal tocou.

–Sofia. –ele me chamou antes de sairmos.

–Eu.

–Quer sair comigo no sábado? –ele perguntou.

Ele me chamou pra sair? Sim, ele me chamou pra sair.

S-A-I-R

SA-IR.

COM O PIETRO.

AI MEU DEUS!

–C-Claro. –respondi sorrindo.

–Pode me dar o seu endereço e o seu telefone? –ele pediu. Lindo, se você quiser te dou até meu CPF.

–Claro, anota ai. –passei meu endereço e o meu telefone pra ele.

–Vou ficar muito ansioso pra sábado. –ele sorriu. Eu também, eu também.


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