Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 29
Vai ter que entrar na fila


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Esse capítulo vai ser light, nos próximos vou pegar pesado nos climas. E, sim isso significa que logo, logo Sothur vai desenrolar (posso ouvir palmas?). Vejo vocês nos comentários!



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Arthur’s POV

O Pietro já tinha ido para o colégio, a partida dele foi muito sofrida. A Mille chorou horrores e a mamãe foi consola-la e chorou horrores também, meu pai tentou ser forte, mas também ficou abalado e até eu fiquei um pouco de coração apertado com a partida dele. Quando a Mille se agarrou a ele dizendo que não queria que ele fosse foi ai que vi o desmoronar, ele chorou e a abraçou forte.

–Te amo Mi. –ele beijou a testa dela.

–Não vai não Pipo. –Mille chorava desesperadamente. –Você é o meu favorito!

A expressão do Pietro mudou, ele sorriu gentilmente e abraçou mais forte. Eu sempre soube que o Pietro era outra pessoa quando estava perto da Mille, mas nunca pensei que ele ficaria tão desarmado assim. Não posso culpa-lo ou julga-lo. Mille era uma garotinha incrível, tinha o melhor sorriso e era carinhosa, apesar de que às vezes era um pouco implicante, mas ela ainda continuava sendo incrível.

–Te amo. –ele chora. –Te amo tanto, Camille. Nunca se esqueça disso, okay? –ele coloca as mãos nas bochechas dela. –Promete que nunca vai se esquecer disso?

–Prometo Pipo. –ela soluça. –Te amo.

E depois disso ele se foi. Mille foi o caminho de casa soluçando, mamãe estava exatamente igual. Por que o Pietro teve que ser tão cretino? Ele não afetou só a ele com as atitudes, ele afetou nossa irmãzinha, nossa mãe, nosso pai e até a família da Sofia, principalmente a Sofia, como é que ela está depois de toda aquela confusão? Espero de verdade que o Pietro aprenda muito nesse colégio, porque eu sei que ninguém irá mais tolerar esse comportamento dele.

Depois de muito esforço da parte da mamãe pra fazer a Mille dormir, a gente conseguiu descansar. Acordei no outro dia um tanto ansioso. Será que a Sofia ia pra escola? Eu queria ver se ela estava melhor, depois da confusão que o Pietro causou... Eu espero de verdade que ela esteja melhor, me arrumei e depois de ter tomado café eu fui até o quarto da Mille, ela já estava pronta, estava sentada na cama olhando pra alguma coisa.

–Mimi? –a chamo. Ela levanta os olhos e eles estão marejando. Vou andando até ela e sento do seu lado. Ela está segurando uma foto dela e do Pietro. Aquela foto foi tirada no aniversário dela, ele estava com ela no colo, ambos estavam sorrindo felizes. Naquela foto o Pietro parecia estar feliz.

–Ele nunca mais vai voltar? –ela pergunta sussurrando.

–Ele vai sim. Um dia. –respondo. Ela assente e guarda a foto no mural do quarto dela. Descemos e tomamos café da manhã. Fomos andando até a casa do Gui.

–Bom dia baixinha. –ele a abraça, ela não está com humor e por isso só responde bom dia e continua com a cara feia/de choro. –Vixe! Já está com TPM? Desse tamanho? –Gui pergunta, tentando ser bem humorado. Olho pra ele e digo silenciosamente que ela está chateada por causa do Pietro, ele assente, fingindo que nada aconteceu. –E ai cara? Beleza. –ele me cumprimenta.

–De boa. –respondo. Levamos a Mille pra escola e depois seguimos para a nossa. Contei pra ela da partida do Pietro e de como foi triste e da confusão que ele armou na casa da Sofia antes de ir embora.

–Tia Clarice deve estar muito mal. –ele diz. –Com certeza vai ter reunião do clube da Luluzinha hoje.

Ele está se referindo as amigas das nossas mães. Quando alguma delas está com problemas, chateadas ou brigam com os maridos elas se juntam na casa de alguma delas e ficam lá falando da vida e comendo porcarias. Sim, elas podem estar com quase 30 anos, mas ainda fazem programas de adolescentes.

–Espero que elas façam a minha mãe melhorar o astral. –digo. –Será que a Sofia vem pra escola hoje?

–Acho que não. –Gui responde. –Ela ainda deve estar sem coragem de enfrentar a escola e tudo que ela lhe reserva. Se fosse eu não estaria e além do mais hoje é sexta-feira e não tem nada de importante mesmo.

Concordo e entro na escola com o Gui do lado, ficamos conversando esperando dar a hora de entrar na sala. Estávamos conversando sobre algo banal quando houve um pequeno alvoroço.

–O que está havendo? –pergunto pro Guilherme.

–Caralho! –ele diz com os olhos arregalados. –Quem aquela ali com o Markus e a Jenni?

Ele aponta pra entrada da escola, olho e vejo a Jenni e o Markus de óculos escuros, com eles tem uma menina baixinha de cabelos curtos, ela está usando roupas que marcam suas curvas e venhamos e convenhamos ela era muito gostosa. Todos da escola olhavam pra eles, mas também né, eles chegaram que nem cena de filme americano. Aquela garota me lembrava alguém... Madalena foi com seu grupinho de amigas toscas até eles. Acho que elas estavam irritando eles, foi ai que a menina tirou os óculos escuros e eu vi que ela era a Sofia! CARAMBA! MEU DEUS! SOFIA? ELA ERA MESMO?

–Sofia? É sua Sofia? –Gui pergunta. Eu não respondo, não consigo responder. O efeito que ela está causando em mim é inexplicável. O que essa maldita garota tem? Por que ela mexe tanto assim comigo? Ela aparentemente está discutindo com a Madalena, eu presto atenção em todos os movimentos dela. Sofia balança os cabelos e começa a falar, alguns segundos depois Madalena e as amigas saem. Eu continuo encarando, não consigo não encarar. Ela está tão linda, tão incrível. Jenni vê que eu estou encarando e sorri maliciosamente, mesmo ela tendo me pegado no flagra eu não consigo parar. Ela diz algo e o Markus olha em minha direção e grita:

–Quem está encarando a Sofi? O ARTHUR E O GAROTO COM CARA DE INTEGRANTE DE GRUPO DE K-POP? –ele grita rindo.

–Caralho esse cara é irritante. –Gui murmura. –Vamos até lá?

–Vamos. –assinto. Vamos andando até eles, Jenni e Markus estão dando risinhos e a Sofi revira os olhos. Agora estamos frente a frente e eu não consigo dizer uma palavra sequer. Só olhar, olhar pra essa garota na minha frente, essa garota que mudou o visual e parece estar bem melhor. Markus está rindo meio que histericamente e eu sei que ele vai me zoar.

–Arthur querido pare de babar. – Markus diz. Eu não entendi o que ele falou.

–Que? –pergunto com a testa franzida.

–Eu disse para você parar de babar. –Markus dá um risinho. –Você e seu amigo com cara de integrante de grupo de K-pop estão praticamente babando pela Sofi.

Olho pro Guilherme com a cara feia e ele disfarça rindo.

–Cara eu não pareço um integrante de grupo de K-pop. –Gui reclama.

–Você é um? –os olhos do Markus se arregalam.

–Não cara. –ele ri. O sinal toca bem na hora, nos entreolhamos e a Jenni e o Gui seguem para sua sala e nós vamos para a nossa. E pra minha sorte a primeira aula é biologia e a minha dupla é a Sofia. Ela está tão bonita que até estou com dificuldade de raciocinar.

–Você está diferente. –digo. Na verdade eu queria dizer que ela está linda, mas não consigo.

–Pois é. –responde. –Dei uma repaginada.

–Você perdeu a cara de menina doce. –sussurro.

–A menininha doce morreu. –ela responde mordendo os lábios. Caralhooooooooooo. Eu vou morrer! Sofia quer me matar!

Sem querer eu arfo e me mexo de maneira estranha na carteira, estou nervoso, ela está me deixando nervoso. Merda!

–Obrigada por ter apagado aquele... Aquele vídeo. –ela agradece.

–Não foi nada e na verdade quem apagou foi o Gui. –respondo.

–Hm, me lembre de agradecê-lo depois. –ela sorri. A professora entra na classe e começamos a estudar. Depois das aulas tínhamos combinado de todos nós irmos à pizzaria à noite. Hoje eu fui dar aula pros meninos do fundamental.

–Eu vi o modo que você estava olhando pra Sofia hoje. –Jenni diz sorrindo. Estávamos sentados na biblioteca do colégio fundamental corrigindo provas de recuperação.

Sorrio e marco um X na questão errada.

–Viu demais. –digo.

–Será mesmo? –ela ri. –Não precisa esconder seus sentimentos pra mim, Art.

Suspiro.

–Ela estava linda pra cacete hoje. –digo, colocando a prova corrigida na pilha. –Mal consegui raciocinar com ela linda daquele jeito do meu lado.

–Gosta muito dela né? –Jenni pergunta.

–Você nem faz ideia. –respondo.

–Uma pena que a Sofi se apaixonou pelo gêmeo errado.

Não digo nada, mas foi mesmo uma pena ela se apaixonar pelo gêmeo errado. Depois de corrigir todas as provar e dar aula de reforço pra uma garotinha eu fui pra casa. Mille não foi pro ballet hoje porque estava triste demais pra dançar. Mamãe ia se encontrar com as tias (bem que o Gui falou) e levou a Mille com ela, pra ela ficar brincando com o Vinny (filho da tia Olivia). Meu pai ia fazer alguma coisa com os tios e eu ia sair. Me arrumei e passei no Gui e de lá fomos andando até a casa da Jenni. Ela abriu o portão e ficamos esperando a Sofi, Tadeu e o Markus. Quando eles chegaram fomos andando pra pizzaria. Tudo estava ótimo até a chata da Madalena chegar e tentar provocar a Sofi, mas ela se defendeu lindamente e caramba! Naquela hora eu me apaixonei pela nova personalidade dela e eu decidi que vou fazê-la gostar de mim.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

–Vinny larga isso! –Mille grita pelo milionésima vez. Tia Olivia e o tio Josh precisaram ir ao um jantar importante e deixaram o Vinny aqui pra eu e a Mille cuidarmos. O problema é que esse menino é um pestinha, ele tem três anos e tem a energia de um vulcão em erupção. Desde que ele chegou aqui (tem mais ou menos uma hora) ele não para de correr pra lá e pra cá e de pegar as coisas da Mille. Mamãe e o papai também tinham ido a esse jantar, então só estávamos Mille, a pestinha do Vinny e eu em casa.

–Vinny devolve. –eu digo. Ele está com o tablet que a minha irmã usa pra jogar Candy Crush.

–Não. –ele me dá a língua e corre rindo.

–Eu vou te pegar sua pestinha. –Mille corre atrás dele. Eu estou surtando. Mandei mensagem pro Gui, mas ele me respondeu dizendo que estava no cinema com os pais e não poderia me ajudar. –Arthuuuuuuuuuuuuuuuuuuur faz alguma coisa! –Mille grita de algum lugar.

–Droga. –murmuro. –Eu vou enlouquecer. –vou andando até a cozinha. –Cadê o Vinny?

–Se escondeu. –minha irmã responde entredentes. Olho pra ela e digo silenciosamente pra voltar pra sala. Ela sai e eu vou andando devagar e abro a porta do armário e lá está o pestinha jogando e rindo.

–Te peguei. –pego ele no colo e o jogo no sofá. Ele nem se abala e continua rindo com o tablet da minha irmã. –Você pode ficar quieto por pelo menos dez minutos? –pergunto.

–Naum. Você não pode me obrigar. –ele ri. Ele tem os olhos verdes da tia Olivia, mesmo gênio da tia Olivia, humor igual o da tia Olivia, ele tem os cabelos pretos igual o do tio Josh e isso é a única coisa que ele tem do pai, porque o resto é todo igual à tia Olivia.

–Por que não vamos até a casa da Isa? –minha irmã pergunta. –Isa disse que a Sofi adora crianças, quem sabe ela pode acalmar essa ferinha.

Olho pra ela e sorrio. Isso é uma ótima desculpa para ir ver a Sofia e eu super adorei.

–Será que ela está em casa? –pergunto.

–Tá sim. –minha irmã assente. –E só está ela e a Isa, o Tadeu saiu com a Jenni, e a mãe dela foi ao shopping comprar roupas com o Markus e o Brand foi nesse mesmo jantar importante que os nossos pais.

Gostei disso, gostei muito mesmo disso. Olho pra minha irmã novamente e ela está me olhando com expectativa.

–Vamos sim. –digo. Subo correndo as escadas e coloco um moletom, meu celular e pego uma blusa de frio que a tia Oli deixou pro Vinny. –Vamos pirralho. –pego o Vinny no colo e fecho a casa e vamos andando pra casa da Sofia. Ainda está cedo e por isso acho que elas ainda não estão dormindo. Mille bate na porta desesperadamente. –Calma Mille.

A porta abre e eu vejo a Isadora sorridente e feliz.

–Oi gente! Estava esperando vocês. –ela sorri.

–Estava? –perguntei.

–Estava. –ela ri e nos dá espaço pra entrar. –Oi meninão! –ela sauda o Vinny.

–Olá. –ele responde. O coloco no chão.

–Dora pra quem você está abrindo a porta? –Sofi desce as escadas, ela está de pijama curto de bolinhas verdes. –Arthur? Mille? –ela franze a testa assim que nos vê. –O que estão fazendo aqui?

–Trouxemos o nosso priminho pra você conhecer e nos ajudar a mantê-lo quieto. –minha irmã responde. Os olhos da Sofia param na criança de meio metro sentada no sofá dela.

–Ah... Que garotinho lindo. –ela sorri. Gui tira os olhos do tablet e olha pra Sofi e seus olhos se iluminam.

–Oi. –Vinny sorri.

–Oi lindão. –ela senta do lado dele. –Como você se chama?

–Vinny e você? –impressão minha ou o Vinny estava envergonhado?

–Sofia, mas pode me chamar de Sofi. –ela sorri lindamente pra ele.

–Xofi? –ele ri. Ele falou o nome dela errado, mas ela não se importou riu e o abraçou. –Você cheira bem.

–Obrigada é porque eu tomei banho há poucos minutos. –ela ri. Ela tinha acabado de sair do banho?

Percebi que aquilo era um plano da Mille quando ela e a Isadora sumiram escada acima e nos deixaram sozinhos lá embaixo com o Vinny. Sofia ri de alguma coisa que o Vinny disse, mas eu não consigo prestar atenção, a Sofi está aqui do meu lado com um short curtíssimo e rindo do meu priminho. À noite tava rendendo pra mim.

–Tô com fome. –Vinny diz.

–Oh, vou arrumar alguma coisa pra você. –ela sorri. Essa é a minha deixa, Vinny é intolerante à lactose e não pode comer qualquer coisa.

–Sofia posso ir com você? Ele é intolerante à lactose e tal. –digo.

–Bom, pode sim. –ela sorri.

–Vamos preparar alguma coisa pra você comer. –digo pro Vinny e ele assente. –Vê se não apronta nada viu seu pestinha?

–Viu Thuzão. –ele gargalha.

–Ele parece adorável. –Sofi sorri.

–Ele está tentando te impressionar. –respondo. –Esse menino é uma verdadeira pestinha.

–Se você diz. –ela dá os ombros. –Ele pode tomar suco e comer pipoca? Porque são as únicas coisa sem lactose que tenho na minha geladeira.

–Pode. –rio.

Preparamos o suco e depois colocamos o óleo pra esquentar pra estourar o milho.

–Como você está? –pergunto. Ela limpa as mãos no short e morde os lábios, adoro quando ela faz isso, porque sei que é uma mania dela e ela faz sem perceber.

–Quer saber como estou em relação aquilo? –ela pergunta e eu assinto. –Eu estou bem.

Não acredito muito nisso, mas ela diz com tanta convicção que eu só balanço a cabeça.

–Somos amigos agora? –pergunto incerto. O milho está estourando e ela me olha de canto de olho.

–Você quer ser meu amigo, Arthur? –ela pergunta.

Quero ser tudo, quero ser mais que seu amigo, meu anjo. Penso comigo mesmo.

–Quero, quero muito mesmo. –digo.

–Então seremos amigos Arthur. –ela sorri.

Depois que a pipoca está pronta levamos ela e o suco pro Vinny, ele comeu e ficou brincando com a Sofia. Ele gostou muito dela e ela também gostou muito dele.

–Ele dormiu. –ela sussurra, apontando para o Vinny deitado no sofá dormindo como um anjinho.

–Vou leva-lo pra casa. –digo me levantando do sofá. –Mas primeiro vou lavar a bagunça dele.

–Não precisa. –ela se levanta e vem atrás de mim.

–Precisa sim. –digo. Estou segurando a vasilha e o copo de plástico.

–Não precisa. –ela tenta tomar de mim.

–Precisa. –puxo a vasilha com força, ela se desequilibra e eu seguro sua cintura com a mão que não estou segurando nada. Ela bate com tudo no meu peito, sinto seu cheiro de sabonete e shampoo, minha respiração se descompassa.

–Não... –ela está me encarando com seus grandes olhos castanhos, queria tanto beija-la e abraça-la... Queria tanto que ela gostasse de mim.

–Você é lindo! –ela sussurra me olhando. Ela disse isso mesmo?

–Você é linda! –sussurro.

Eu não estava pensando direito, eu precisava me controlar ou iria beija-la.

–O que vocês estão fazendo? –uma vozinha nos interrompe. A solto e vejo o Vinny coçando os olhos.

–Nada. –ela responde.

Depois de o clima ter sido cortado bruscamente, eu lavo as louças e vou embora com a Mille e o Vinny.

–Eu vou namorar a Sofia quando eu crescer. –Vinny diz.

Olho pra ele e sorrio. “Vai ter que entrar na fila baixinho, vai ter que entrar na fila”, penso rindo.


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Notas finais do capítulo

Acho que o próximo capítulo será narrado por algum dos outros personagens, quem vocês querem? (Tirando o Pietro, porque só vou fazer capítulo sobre ele mais tarde). Me digam ai.