Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 35
Capítulo 35: O Reencontro - parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá gente :D
Então, o nome Luke está ganhando, mas muitas de vocês comentaram e não escolheram um, então eu peço que escolham, por favor: Luke, Adam ou Digory?
Vi que muitas se revoltaram com o final sahusausuhauhshuasuha mas como digo, novela pra ter audiência faz isso, não é?
mas o a parte II está aí, e ficar falando demais aqui deixam vocês ainda mais ansiosas né?
Boa Leitura então ♥



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As pessoas no salão acompanharam o olhar de Légolas. Seus olhos estavam vidrados em mim, e sua boca entreaberta sugeria que ele parara exatamente no momento em que anunciaria a sua futura princesa. Ele não piscava, apenas controlava algo dentro de si, e não deixava que as lágrimas que formavam em seus olhos caíssem. Hangar tentou despertá-lo, porém ele permaneceu exatamente como estava.

Senti meu rosto esquentar-se. A vergonha de passar por tudo aquilo era necessária, porém eu desejei mais que tudo voltar no passado, e não ter fugido dos braços dele.

Desejei poder ouvi-lo com calma, analisar a nossa situação e descobrir que, juntos, nós dois encontraríamos o melhor caminho.

Mas era tarde demais para pensar no passado e se arrepender dele.

Era tarde demais também para fugir dos olhares curiosos, e da expressão inalterada de Légolas.

Era tarde demais pra voltar atrás em tudo o que disse, mesmo que bem baixo.

Légolas ouvira.

Sigrid e Amber sorriram. Ambas olharam para mim com alívio e suspiraram ao perceber que Légolas ainda não havia tido reação. Provavelmente elas sabiam que não tinham mais chances de ficar com ele, e também não gostariam, por algum motivo, que Hangar ficasse.

Mas ela, nervosa já, pedira ajuda ao rei, que fitou a elfa com desdém.

Légolas! - Disse baixinho mais uma vez.

Assim que Hangar voltou para ele, sua expressão mudara por completo. O pedaço de pergaminho em suas mãos fora jogado ao chão, e em seu rosto revelou-se uma ira que nunca vi igual.

Ouviam-se também os murmúrios e cochichos em volta. As pessoas afastaram-se de mim por completo, deixando-me livre ao redor para que pudessem todos observar e perceber o que estava, de fato, acontecendo.

O reino inteiro sabia sobre mim. Sobre nós.

Légolas voltou seu rosto, frio, para mim. Seus olhos pareciam em chamas.

– O que acha que está fazendo? – finalmente ele disse, porém me assustou com tal pergunta. Não estava preparada para aquilo na frente de todos.

Permaneci quieta e imóvel. Se pudesse abrir um buraco e me esconder no chão, eu o faria.

– Acha mesmo que pode aparecer aqui depois de tudo? – Ele continuou, e pude perceber que todo o salão se calara.

Desmaiaria naquele momento, porém meu corpo parecia não obedecer. Até mesmo minha voz sumira.

– Acha mesmo que pode acabar com esse momento? Acha que pode pedir perdão, e achar que tudo está bem? – Légolas aproximava-se aos poucos. No rosto de Hangar um sorriso aparecia.

– Acredita que, depois de todos os motivos que me deu, você pode simplesmente me pedir perdão?

Légolas gritava. O reino inteiro, e todos os convidados de fora, agora tinham certeza de que os boatos eram verdade.

– Depois de noites, dias, horas, minutos e segundos tentando convencer a mim mesmo, que te esquecer era a melhor coisa que eu faria, acha que tem o direito de vir até aqui?

– Légolas... – meu coração doía. Mas por que ele estava fazendo aquilo? Não podia simplesmente continuar com a sua escolha e me ignorar? Depois conversaríamos, se possível. Mas em particular.

– Não tem coração, não é? - ele continuou. – Sabe que todos sabem o que passei por sua causa!

Meus olhos encheram-se de lágrimas também. Porém, as deixei cair torrencialmente, ao contrário de Légolas.

– Pois eu senti sua falta em todos esses momentos. Eu fui atrás de você, disposto a perdoá-la e pedir – e implorar – que você também me perdoasse.

– Eu sei. – disse, em meio aos gemidos.

– Sabe? Sabe o quanto isso doeu? Também sabe que eu tenho orgulho próprio?

Enxuguei algumas das lágrimas, enquanto observava-o se aproximar devagar, mas com tanta fúria nos olhos que tive medo do que aconteceria.

As pessoas olhavam tudo muito assustadas.

O rei Thranduil arregalara os olhos em meio às palavras do filho exaltado. Sabia que Légolas era rude quando queria, porém não em público.

Um minuto de silêncio. Légolas encarava-me. Seu peito arfava, e uma lágrima solitária desceu.

Todos imóveis.

– Légolas! – Aragorn aproximou-se do amigo, que o encarou. – Está muito exaltado.

Légolas soltou seu braço das mãos de Aragorn, que tentava o puxar para fora dali.

– Ela precisa saber, Aragorn! Não sou seu brinquedo. Não sou brinquedo de ninguém! Tenho sentimentos também, e a maioria deles eu evitava até conhecê-la. Eu nunca amei ninguém por saber o quanto isso pode ser doloroso. Eu tive vários exemplos na vida, e um deles é o seu. A sua dificuldade de continuar com quem ama.

Ele voltou seu olhar para outros elfos.

– A tristeza de alguns por perderem suas amadas tão cedo. – E olhou para seu pai. – O medo de outros declararem-se para quem ama. E também, o receio de outros entregarem seus corações para alguém que nunca o corresponderá.

E voltou para mim.

– Mas eu a amei, e entreguei meu coração à ela numa tentativa cega de ser feliz. Dei à ela a oportunidade de pensar. Ofereci tudo o que tinha. Contei a verdade sobre tudo. E sobre todas as coisas, a perdoei por estar pisar em meu coração – da forma mais ingênua, eu reconheço – mas ainda assim, a perdoei e passei a amá-la mais do que amei qualquer coisa em toda a minha vida. Exceto, talvez, meu pai.

Sentia minhas pernas tremerem. Não sabia mais qual era a intenção de Légolas ao dizer tudo aquilo. Ele berrava, chocando as pessoas com as suas palavras.

Aragorn distanciou-se de seu amigo, observando-me estremecer por completo agora.

– Você me humilhou perante todos. – Ele continuou, desviando seu olhar de multidão para encarar-me outra vez.

– Eu sei. – respondi baixinho.

Ele passou a mão por seu rosto, tentando respirar um pouco de ar para acalmar-se.

– Então por que me sinto tão feliz em vê-la outra vez?

Meu coração acelerou como nunca. Não sabia se tinha entendido o que ele havia dito realmente.

A multidão voltou a cochichar.

Légolas sorriu para mim.

E então, aproximando-se de maneira estupidamente rápida, senti o príncipe puxar-me pela cintura. Não houve tempo para pensar, apenas sentir seu corpo grudar-se ao meu mais uma vez para um beijo.

Légolas levantou-me até si, entrelaçando uma de suas mãos entre meus cabelos num ato violento, beijando meus lábios na frente de todos.

A multidão aplaudiu enquanto sentia o doce de sua boca mais uma vez enroscar-se com a minha. Seus lábios quentes e úmidos iam desejosos e ao mesmo tempo tão fortes, que senti meu corpo inteiro amolecer-se com o ato.

Légolas parecia furioso ainda. Suas mãos me apertavam, e sentia certa dor ao senti-las tão fortes.

Porém ele foi acalmando-se aos poucos, deixando o beijo frouxo e leve, até parar.

Encostou seu rosto no meu, um sorriso apareceu outra vez em seus lábios.

– É claro que lhe perdôo.

Légolas disse, beijando-me de leve outra vez.

– Lhe perdôo por tudo. Mas deve me prometer que nunca mais me deixará outra vez.

– Não! – Hangar gritou antes mesmo de eu responder. – Não podem fazer isso, ela está fora da Seleção! Légolas deve escolher uma de nós, como estava dito no regulamente feito pelo rei.

E todos voltaram suas atenções para Thranduil, que permanecia imóvel em seu trono posto exclusivamente para a noite. Este que manteve a mesma expressão severa e impassiva de sempre, fitou Hangar em meio ao seu desespero, logo após observar a multidão que o encarava em busca de intervenção.

Levantando, ele passou a observar-me ao lado de Légolas, que buscava por minhas mãos.

– Légolas é livre para escolher a esposa que desejar. – Thranduil disse, não mudando sua expressão. – Case-se até mesmo com um jumento, se você quiser. Eu não irei interferir. – Ele disse aproximando-se de nós. – Mas, sinceramente, devo confessar que me sinto aliviado por sua escolha.

E fitou-me.

– Poucos têm coragem de voltar atrás a tempo. Muitos se lamentam pelo resto de suas vidas a escolha errada fizeram. – E piscou para mim a fim de revelar que ele falava de si mesmo. – Ao aceitar seu perdão, Légolas também o fez por mim.

Talvez o que tenha visto em seus lábios fora um breve sorriso.

Reverenciei meu rei – agora, mais do que nunca, meu rei – e, logo após, Thranduil voltou ao seu lugar.

– Que o noivado seja celebrado. – ele determinou, e a música recomeçou em meio a novos aplausos.

– Légolas! – Hangar ainda não conformava-se. – Depois de tudo o que passou? Depois de noites de lamentação e segurando a minha mão, realmente vai escolhê-la? Pois eu não admito!

– Hangar, por favor. – Légolas implorou que ela aceitasse. – Você sabe que seríamos infelizes. Sabe que meu coração está com ela.

– Mas e o meu? Estava prestes a entregá-lo a você! – Hangar chorava. – Eu confiei meus segredos, minha vida. Como pode?

Légolas ainda segurando minhas mãos, olhou em meus olhos em busca de apoio. Porém, eu não precisei dizer nada.

– Você descobrirá que, o que tivemos, não será nada comparado ao que você sentirá pelo amor de sua vida. Saberá que, mesmo que agora sinta algo por mim, não chegamos nem perto do que está por vir. Do que eu sinto por ela.

Hangar afirmou com a cabeça, triste.

– Você encontrará alguém. – Légolas continuou.

– Muito melhor do que você. – A elfa concluiu e se retirou aos prantos.

~***~

Demorou um pouco até meus pais chegaram. Ambos foram pegos de surpresa na madrugada, recebendo a notícia de que a festa de noivado do príncipe da floresta com sua filha estava acontecendo.

Também trouxeram Runel, que pedi especialmente para Ang revê-lo. Esta que se encheu de felicidade quando o viu atravessar os portões de entrada para o castelo.

Como a festa começara bem no início da noite, já passava das duas quando meus pais estavam prontos no salão, perto do rei Thranduil, esperando por Légolas recomeçar o discurso de escolha.

Dessa vez, apenas eu estava ao seu lado. Amber e Sigrid desejaram-nos felicidades e foram de encontro com seus pais. Sigrid em especial, que ia de encontro à Bard, apresentou-lhe um elfo ruivo, e não deixei de me perguntar se ela estava apaixonada, pois, nos dias restantes em que a vi na Seleção, percebi que não estava esforçando-se mais como estava no início por Légolas, como fazia enquanto Margareth e ela tinham a sua “preferência”.

Aragorn conversava com Légolas. Este que sorria o tempo inteiro, não desgrudava seus olhos por onde quer que eu fosse. Talvez sentisse medo de que aquilo fosse mentira, e que em um olhar perdido, ele acorde no meio de um sonho.

Mas era real.

Thranduil ordenou mais uma vez que a música parasse. E, puxando-me pelas mãos, Légolas levou-me mais para a frente, quase ao lado de Thranduil e meus pais para falar.

Em suas mãos, uma caixa de madeira rústica estava selada com uma fita dourada.

– Senhor e Senhora Lúmien... – Légolas voltou-se para meus pais. – Gostaria de pedir perdão á vocês por tudo isso. Está acontecendo muito rápido, e foi muito repentino. Confesso que meu coração se alegra, e não consigo evitar meu sorriso. Há algumas horas eu escolheria para ser minha noiva a pessoa errada, e não sabem o quanto estou feliz por Luz vir até mim antes de pronunciar seu nome. – Légolas segurou minhas mãos, e voltou-se para os convidados. – Não sabe como estou feliz por amá-la. Por tê-la ao meu lado mais uma vez. Por ser seu amigo. Por ter participado da Seleção. Por ser rude e muito sincera comigo, me fazendo me apaixonar por completo por você.

Senti todos os pêlos do meu corpo arrepiarem-se. Estava feliz, e ao mesmo tempo muito nervosa.

– Antan órenya tyenna. Antan melmenya tyenna. Melinyë. – Disse, baixinho apenas para Légolas ouvir.

Légolas ajoelhou-se perante mim, estendendo a caixa em suas mãos e revelando-me seu conteúdo.

– Ma vestuvalyen? – Ele perguntou-me, enquanto a multidão inteira exclamava e exaltava-se a favor.

Em suas mãos, uma coroa revelou-se. Esta completamente dourada, era o símbolo de que a partir daquele momento eu pertenceria à realeza.

– Mas é claro que sim. – Respondi, ouvindo mais uma vez os aplausos dos elfos e homens enquanto Légolas punha em minha cabeça aquele símbolo que nos uniria de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo será o casamento ok? não abandonem a fic ainda, há mais história para vocês ♥
E, lembrando, quem ainda não escolheu o nome, escolham por favor.
Tradução:
Antan órenya tyenna: Eu te dou meu coração.
Antan melmenya tyenna: Eu te dou o meu amor.
Melinyë: eu te amo.
Ma vestuvalyen: Casa Comigo?

Beijos e não esqueçam de comentar ♥