Princess mine escrita por killyem


Capítulo 6
Outbreak | Idea | Untruth | Lucky




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— Eu não acredito que você fez isso, Gibby! — gritou Freddie furioso. Gibby estava encolhido ficando assim quase na altura de Freddie e apenas alguns centímetros mais alto que Sam. Gibby estava cercado de baixinhos.

— Me perdoe, alteza. — disse Gibby arrependido.

— Não perdoe, Freddie! Mande cortar a cabeça dele! — Sam falou de zoeira (bem, do jeito que ela é raivosa, nem tanto) e Freddie encarou Gibby por um instante com muita raiva. Suas sobrancelhas estavam abaixadas e o maxilar estava trincado. O punho e o cenho cerrados. Freddie nunca teve tanta raiva de Gibby. Mas, se lembrou dos bons momentos de amizade dos dois...

— Não posso fazer isso, Sam. É algo muito extremo e não se deve fazer isso com amigos. — disse Freddie. Sam revirou os olhos. Que frouxo, pensou.

— Obrigado pela piedade, infante. — disse Gibby aliviado.

— Não se dirija a palavra a mim. Ainda estou com raiva. — disse Freddie e se embrenhou na mata aleatoriamente.

— O quê esse mané está fazendo...? Ah, fique aqui e não faça merda, Gibbaleia! — Sam foi atrás dele correndo. Ele andava normal em passos largos, então ela logo o alcançou. — O quê você tá fazendo? Ficou biruta, "alteza"?

— Eu preciso ficar sozinho, Sam! Estou com muita, muita raiva, quero dizer... Graças a Gibby eu não vou poder salvar a Carly. Vou voltar pra casa depois de quatro dias como um desonrado. Sem sucesso, sem esposa, sem dinheiro. Vou ser um merda. Ou melhor: o merda da minha família. — ele disse com a voz embargada. Pela primeira vez desde que se conheceram (não que tinha sido muito tempo, afinal eles se conheciam a um dia, quase dois) Sam viu que ele não era só um almofadinha riquinho apaixonado. E que talvez ele não estava apaixonado por Carly. Apenas era orgulhoso e não queria ter o orgulho ferido a qualquer custo. Ele era tão orgulhoso quanto ela. Certo, talvez nem tanto.

— Cara... — ela segurou no ombro dele com as duas mãos deixando ambos próximos. Estavam invadindo o espaço pessoal de ambos, mas, estranhamente, não estavam incomodados. Estavam de frente um para o outro, uma posição bem perigosa para duas pessoas estarem próximas, mas confiavam um no outro. — Eu tenho um plano. Você vai salvar a Carly, panacão.

— Você tem um plano? — Ela largou os ombros dele e caminhou ao redor dele com um sorriso travesso.

— Por acaso você conseguira ganhar uma Justa? — ela perguntou ainda sorrindo de forma travessa. Ele retribuiu o sorriso.

— Isso depende. Macacos gostam de comer bananas?

•••

— Um torneio? — perguntou Gibby quando os dois voltaram da floresta. Sam e Freddie assentiram.

— Um torneio de Justas. O campeão ganha setenta moedas de ouro, vinte moedas de prata e quarenta de bronze. — respondeu Sam. Os três caminhavam na floresta a fora. Se não fosse a bússola arcaica de Freddie eles estariam perdidos.

— Parece uma boa coisa. — comentou Gibby animado. — Vai demorar para chegarmos na tal arena?

– Bem, chegaríamos em menos de um dia se tivéssemos cavalos ou dinheiro para uma carruagem alugada, mas graças a certo alguém... — Sam enfatizou olhando assustadoramente pra Gibby. — Vamos ir a pé o quê pode levar dois ou três dias.

— Dois ou três? — perguntou Freddie indignado. Sam o olhou sorrindo.

— O quê foi? "Vossa alteza" não consegue caminhar por tanto tempo? Sabe que vamos parar para descansar não sabe? — disse com ironia na voz. Os dois se encaravam olhando nos olhos um do outro e ela tinha um sorriso travesso novamente.

— Não... — disse Freddie corado. Nessa hora, Sam desviou o olhar dele ao ouvir um barulho nos arbustos. — É que eu estava pensando o quê vamos comer. Não temos dinheiro pra comprar nada e o resto da comida do castelo estava na cela de Amuleto.

— É simples. — disse Sam como se fosse óbvio. Ainda olhando para os arbustos que se mexiam com os olhos cerrados e sacando seu arco. — Antes eu matava pequenos animais com o meu sabre, mas agora que tenho um arco... Posso caçar um animal de grande porte.

— E como você vai...? — Freddie ainda tinha um pé atrás no plano de Sam, mas quando ela tirou rapidamente uma flecha da aljava dela e mirou nos arbustos que se mexiam acertando o animal na hora ele disse: — Oh, isso pode dar certo.

•••

O animal era um pequeno cervo. Obviamente, Sam comeu mais do que Freddie e Gibby com a desculpa de que foi ela quem pegou o cervo e não tinha dever nenhum de dividir com dois panacas como os dois.

Enquanto comiam o cervo, Freddie puxou assunto com Sam:

— Obrigado pelo cervo.

— Hã, de nada, acho.

— Você realmente não precisava dividir. Afinal foi só você quem o caçou. Eu nem tinha observado o movimento do animal. — Sam corou.

— Eu não sou má a ponto de deixar você... Vocês dois passarem fome. — Freddie deu de ombros.

— Eu só queria saber... Você já tinha usado um arco antes? — o coração de Sam bateu forte. Deveria mentir? Deveria falar a verdade? Deveria falar parte da verdade?

— Sim. O meu... O meu pai me deu um. Só que... Quebraram ele há alguns meses. Eu estava economizando dinheiro para comprar um novo e... E uma espada curta por ser de fácil manuseio. — Freddie concordou. O manuseio de uma espada curta era facílimo.

— Seu pai deve ter economizado muito para te comprar um, quero dizer... Arcos são caros e... — Ela se levantou e o interrompendo disse:

— Acho melhor caminharmos. — ele não entendeu o porquê disso, mas não a questionou. Nos dois dias que conhecia Sam percebeu que ela odiava confrontar o passado. Ela deveria ter feito algo muito errado para ser assim e Freddie sabia que um dia descobriria o quê ela fez.

Só não sabia quando.

•••

Após quase três dias, eles chegaram na arena. Sam conhecia a floresta como ninguém, mas se perdeu algumas vezes. Era muito complicado se guiar sem mapas (mesmo falsos) ou sem poder ver as estrelas, logo Freddie e Gibby não a julgaram quando ela precisava consultar a bússola.

— E agora, Sam? O quê fazemos? — perguntou Freddie.

— Bem... Eles podem te reconhecer, logo tome a minha capa. Não acho que permitiriam que o príncipe participasse de uma justa amadora, afinal você foi treinado a vida toda. — ela tirou a própria capa e colocou nele, mostrando seus belos cabelos dourados, que eram bem mais longos do que Freddie imaginava. A roupa que ela usava por baixo não era nem um pouco feminina. Era uma túnica vermelha e longa de linho que marcava no alto da cintura dando destaque ao busto "avantajado" da menina. Ela usava calças marrons avermelhadas largas por baixo da túnica, talvez por ela não cobrir até os tornozelos* sem falar nas botas de cor mais marrom escura. — Ninguém vai reconhecê-lo, príncipe bobalhão. Apesar da capa ser mágica e não permitir que você se machuque talvez seja melhor ainda usar sua armadura para não levantar suspeitas. — Freddie assentiu. Imaginou aonde que ela havia conseguido uma capa mágica, mas achou melhor não perguntar.

Eles entraram na fila de "inscrição". Não era muito longa. Foram atendidos por um homem alto de cabelos escuros e olhos da mesma cor.

— Em que posso ajuda-los?

— Bem, aqui é a fila de inscrição para um torneiro, bestão. O quê mais poderia ser? — disse Sam grosseiramente. O atendente parecia ofendido.

— Poxa, não precisa ser grossa. A pra pagar a inscrição são cinco moedas de prata. — Sam tirou as cinco moedas restantes e olhou para Freddie com cara de "se você não ganhar e eu perder as minhas moedinhas eu vou entrar na arena pessoalmente e te matar". — Posso saber por que querem entrar no torneio?

— Posso saber por que trabalha como atendente? — perguntou Sam.

É UM TRABALHO DE MEIO PERÍODO TÁ LEGAL? SER ARTESÃO NÃO DÁ MUITO DINHEIRO!

— Nós queremos entrar para podermos salvar a filha do duque, Carly Shay. — disse Gibby. O homem ficou atônico.

— Carly Shay IV? — eles assentiram. — Filha de Steven III? — eles assentiram novamente. O homem sorriu. — Que legal!

— Você o conhece? — perguntou Freddie.

— Não. Mas, minha mãe sim. — disse ele com um sorriso que os fez entender: aquele homem era um filho bastardo. Algo muito comum naquela época, mas nunca admitido. — Bem, acho melhor você entrar para se preparar para o torneio. — Freddie se virou para Sam e Gibby.

— Espero que dê tudo certo. — disse. Gibby deu tapinhas no ombro dele.

— Olha, eu sei que só tenho conheço há cinco dias (seis se contarmos hoje) e tudo mais, mas... Boa sorte. — disse Sam com sinceridade. Freddie sorriu. Era tudo o quê queria ouvir dela.

.

.

.

*Na idade média os tornozelos femininos tinham um poder de sedução maior que os seios. Tá explicado porque nos filmes de idade média, as mulheres usam vestidões com decotes profundíssimos e a igreja católica não ficava recriminando. Sem falar que naquela época as pessoas eram de pensamento mais puro, afinal o point da galera eram os banhos públicos.

*

Apesar de não ter fica explícito, esse cara é o Spencer, ok? O único jeito dele aparecer na história de verdade seria como um bastardo, logo...

E eu sei: as Justas eram feitas apenas por cavaleiros às vezes até mesmo escolhidos pela corte e quando um nobre decidia participar todos ficavam sabendo disso. Isso é outra licença poética. Digamos que essa é uma justa amadora, ok?

Eu devo demorar pra postar o próximo, afinal como toda boa nerd de carteirinha estou lendo os livros da escola antes das aulas começarem. Eu estou tão ansiosa pra esse ano! Ano que vem vou pro ensino médio! Isso é muuuuito louco pra mim. Mas, eu prometo estabelecer um dia na semana para postar a fanfic e com certeza de vez em quando presentear vocês com um capítulozinho a mais na semana... Afinal, eu sou uma autora boa, da paz e do amor ♥

E sim o nyah fez de novo. Mas, dessa vez eu não fiquei tentando por duas horas igual uma idiota. Na quinta eu desisti e fiz isso aqui. To achando que é porque as minhas notas finais são muito grandes, af.

Até o próximo capítulo! Não se esqueçam de comentar...


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