Alguns minutos depois de todos terem tomado café da manhã, Freddie reuniu Gibby e Sam para fora da Taberna. Tasha e Gibby já haviam se despedido dentro dela de uma forma romântica e melosa que fez Sam revirar os olhos e um cisco cair nos olhos de Freddie. Do lado de fora, Gibby já tinha uma expressão de saudades irracional por ambos terem acabado de se despedir, porém firme pelo bem da missão.

— É hora de irmos. — suspirou Gibby.

— Olhe pelo lado bom: segundo a bússola, estamos próximos da torre de Carly. Daqui a pouco vamos salva-la e você poderá se reencontrar com Tasha. — disse Sam o animando. Freddie estranhou o comportamento da loira, mas nada comentou. Talvez no fundo houvesse bondade nela. Ninguém é feito só de bem ou mal.

— Talvez vá demorar mais um pouco. — começou Freddie. — Olhem... Eu estava conversando com Sabrina...

— Quem é essa aí? — perguntou Sam com raiva.

— A amazona que nos atendeu. — respondeu Gibby.

— ...E ela me falou — continuou Freddie, como se não tivesse sido interrompido. — que Pucketland fica a poucas horas dessa Taberna em direção leste. — falou ele sugestivo. Sam corou e abaixou as sobrancelhas. Gibby ficou confuso.

— Mas... Infante, por que quer ir até esse reino falido? Soube que está vazio desde a invasão bárbara e que os poucos plebeus sobreviventes só estão voltando agora. — perguntou Gibby confuso.

— Porque eu sempre quis ver um castelo fantasma, ué. — falou Freddie olhando para Sam e essa trincou os dentes.

— Não acha melhor nos priorizamos em salvar Carly ao invés de fazer as baboseiras que o príncipe bobalhudo quer?

— O príncipe bobalhudo discorda. — respondeu Freddie com petulância. — Perdermos só um dia para ir e voltar, sem falar que assim, de certa forma Gibby poderá ver Tasha novamente amanhã antes de partimos novamente. — Gibby sorriu na hora convencido.

— Vamos nessa! Visitar um castelo sem ninguém, por que não? — perguntou Gibby sorridente. Sam, derrotada, grunhiu e arrastou Freddie para um canto separado.

— Qual é o seu jogo, princidiota?

— Como assim? — Freddie fez-se de desentendido. Sam revirou os olhos.

— Ai, nem vem. O quê quer? Falar para a baleia apaixonada o que eu sou? Ficar me jogando na cara lembranças dolorosas?

— Talvez eu esteja te punindo por não querer ser minha "amante". — Sam sorriu.

— Então admite que iria me pedir isso?

— Eu admito que estava sendo irônico. E que os motivos que tenho para querer ir a Puckettland não lhe dizem respeito depois do insulto que me fez ao dizer que eu sugeriria tal coisa grotesca. Não ligo se os outros nobres o fazem ou não, mas eu achava que você me conhecia o suficiente para saber que não desejo praticar tais coisas. Achava. — disse ele e se virou indo em direção de Gibby. Sam suspirou contrariada. Perdera uma batalha. E até que ele tem razão, pensou Sam. Freddie não é do tipo que faria uma coisa dessas, ele é diferente, especial... Opa! Essa é só a minha parte apaixonada de merda falando. Larga de ser besta, "mulier"! Balançou tais pensamentos otimistas da cabeça. Ele estava mentindo. Obviamente pediria. Ela quem estava errada ao sentir tais coisas a mais. Idiota!

— Então, está decidido! — Sam ouviu a voz de Freddie falar isso ao se aproximar novamente dele e Gibby. — Vamos para Puckettland e depois retomamos a missão! — disse animado. Gibby parecia concordar. Sam bufou. Logo viu que essa seria a pior parte da missão. Porque não existe nada pior do que encarar o passado.

Exceto por encarar o futuro.

•••

Assim como Freddie havia dito, eles gastaram menos de um dia para chegar a Puckettland. Era um reino fantasma. Não tinha nenhum camponês em qualquer feudo, nenhum viajante, nada. Os bárbaros haviam levado tudo que havia de precioso no reino. Sam olhava para tudo ressentida e lacrimejante. Lembrava-se de como o lugar era quando ela era mais nova. Freddie a observava e se sentia meio mal em vê-la assim, mas lembrava-se de que o que ele estava prestes a fazer era algo necessário. Gibby por outro lado nem percebia o clima ao seu redor, só pensava que naquela mesma noite veria Tasha novamente.

Quando eles se aproximaram do portão do castelo viram que estava...

—... Trancado! — esbravejou falsamente Sam. — Aw! Que pena! Vamos voltar pra Taberna? — Freddie a encarou balançando a cabeça.

— Tsc, tsc. — disse ele e depois forçou a entrada, assim abrindo o portão. Sam o encarou feio e Gibby deu de ombros.

•••

Eles ficaram algumas horas no castelo. Sam tinha seu coração batendo forte ao ver tudo que os bárbaros fizeram com o castelo em que ela crescera. Nem percebera que na meia hora final, Freddie desaparecera e só retornara para sugerir que eles voltassem pra taberna.

— Hey, pessoal... Está meio tarde. Vamos? — perguntou Freddie. Sam o olhou com raiva e trincando os dentes disse:

— Claro. — Gibby deu um enorme sorriso só de pensar em ver Tasha novamente.

Quando chegaram na Taberna, Gibby e Tasha tiveram uma cena muito "mimimizenta" pro gosto de Sam. Freddie concordou com ela, mas agradeceu a todos os deuses porque graças a essa ceninha eles nem perceberam que ele deu uma saída rápida.

E assim seu plano saiu exatamente como nos conformes.